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Artigo abastecimento de água

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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE VALENÇA (FACTIVA) - ENGENHARIA CIVIL 
 
EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ATÉ OS PANORAMAS 
ATUAIS 
 
 
 
Bernardo Vitorino¹ 
Paulo Santos de Almeida² 
Davi Rosário dos Santos³ 
Paulo André Mondim Vianna4 
1.Professor Orientador, ministra Saneamento Básico para o Curso de Engenharia Civil FACTIVA. 
2. Aluno do curso de Engenharia Civil FACTIVA. 
3. Aluno do curso de Engenharia Civil FACTIVA. 
4. Aluno do curso de Engenharia Civil FACTIVA. 
 
RESUMO 
Introdução: Nos primórdios das comunidades humanas era de pratica se instalar próximos 
a rios e nascentes. Com o passar do tempo o homem sentiu a necessidade de está tratando 
e removendo algumas impurezas da mesma, depois foi começando a existir pequenas 
redes de tubos de cobre em palácios nobre, assim foi dando início ao conceito de 
abastecimento de água. Metodologia: Uma revisão com base buscada através das 
ferramentas Google Acadêmico e Scielo para a revisão dos dados acerca do tema. 
Resultados e discussão: Apuração dos dados históricos encontrados em artigos e livros, 
que mostram a evolução dos parâmetros do abastecimento de água, desde os tempos 
antigos até os dias de hoje. Conclusão: A água nas últimas décadas veio se valorizando e 
se tonando um produto de excelência, devido os rigores imposto pela legislação para 
manter um padrão de qualidade constante. 
 
Palavras-chave: Água. Abastecimento. Evolução. Saneamento. 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Introduction: In the early days of human communities, it was practical to settle near rivers 
and springs. As time went by, the man felt the need to treat and remove some impurities 
from it, then small networks of copper tubes began to exist in noble palaces, thus beginning 
the concept of water supply. Methodology: A review based on Google Scholar and Scielo 
tools to review data on the topic. Results and discussion: Determination of historical data 
found in articles and books, which show the evolution of water supply parameters, from 
ancient times to the present day. Conclusion: Study outcome and a few brief words on the 
topic addressed. 
 
Keywords: Water. Supply. Evolution. Sanitation. 
 
INTRODUÇÃO 
 
As primeiras comunidades de seres humanos costumavam se instalar em regiões 
onde a água era abundante e acessível, especialmente onde o clima também era favorável 
(Mendes & Oliveira, 2004). Ao longo da evolução do conhecimento humano, registrou-se 
também a necessidade de se preocupar com a qualidade da água destinada ao consumo 
humano. No ano 2000 a.c. data-se uma transcrição em sânscrito, com a seguinte 
orientação: “É bom manter a água em vasos de cobre, expô-la à luz do sol e filtrá-la através 
do carvão de madeira” (PLACE, 1905). 
Quando César tomou Alexandria, no ano 47 a.c., encontrou aquedutos subterrâneos 
que conduziam água do Nilo para cisternas, e acontecia sedimentação natural para uma 
melhor qualidade da água distribuída (BATALHA, 1999). 
No período, pré-industrial houveram muitas epidemias, como a cólera na Europa. 
Em 1848, John Snow, em Londres, demonstrou que a mortalidade da cólera era maior nas 
cidades cuja captação de água era realizada em locais próximos dos lançamentos dos 
esgotos domésticos. Só a partir desta descoberta que os sanitaristas desenvolveram ações 
que combateram a transmissão desta doença (BATALHA, 1999). 
Também em Londres, em 1829, foi construída a primeira Estação de Tratamento de 
Água, a qual, através de areia, filtrava a água captada do Rio Tamisa. Posteriormente 
passou a adicionar cloro para desinfecção, em 1951, flúor para prevenção de cáries 
dentárias (AZEVEDO NETTO et al., 1973). 
“O Consumo de Água sem qualquer tipo de tratamento pode levar a doenças mortais 
nos Humanos. Até final do séc. XIX, o controlo da qualidade da água para consumo humano 
era feito sobretudo de forma empírica, valorizando-se apenas a aparência para o seu 
consumo. Investigações epidemiológicas desenvolvidas por John Snow demonstraram que 
existia uma ligação estreita entre o consumo de água com contaminação fecal e um surto 
de cólera ocorrido em Londres” (Snow, 1855 in Vieira et al., 2005 apud Martins, 2014). 
Os sistemas de tratamento têm por objetivo remover contaminações microbiológicas 
e resíduos orgânicos que afetam o padrão de potabilidade da água. A desinfecção deve 
estar presente no tratamento, independe do seu tamanho ou complexidade (WHO, 2012). 
 
Figura 1. Sistema de abastecimento de água. (Fonte: COPASA, 
http://www.copasa.com.br/media2/PesquisaEscolar/COPASA_TratamentoDeAgua.pdf 
acesso em 06/07/2020). 
 
 
 
 
METODOLOGIA 
 
 Este trabalho foi realizado a partir de uma revisão literária, com busca entre 01 de 
julho de 2020 a 9 de julho de 2020, com busca nas bases Google Acadêmico e Scielo, com 
os descritores “abastecimento de água”, “distribuição de água”, “tratamento de água”, 
“saneamento”. Este método de pesquisa bibliográfica foi utilizado para identificar títulos e 
resumos de estudos relevantes para esta revisão. As bibliografias de todos os artigos 
elegíveis para inclusão nesta revisão foram analisadas a fim de identificar outros estudos 
potencialmente elegíveis. Os resultados encontrados foram lidos e revisados 
criteriosamente por todos os autores. 
Assim, este estudo inserido na graduação de engenharia civil no âmbito de 
saneamento básico, fazendo-se necessário buscar esta temática de exacerbada 
importância para a sociedade de modo geral, trazendo para a mesma o desenvolvimento 
teóricos a tecnologia, para se atentar aos benefícios de alcançar água potável para toda 
sociedade seguindo todos os parâmetros de turgidez e limpeza da água, para que gestores 
integre recursos e influencie ferramentas que integre dados subsequente destas serviços 
com ligação com outras corporação comprometidas. 
 
EMBASAMENTO HISTÓRICO 
 
A necessidade de utilização da água para abastecimento é indissociável da história 
da humanidade. Essa demanda determinou a própria localização das comunidades, desde 
que o homem passou a viver de forma sedentária, adotando a agricultura como meio de 
subsistência e abandonando a vida nômade, mais centrada na caça. A vida sedentária 
tornou mais complexo o equacionamento das demandas de água, que passaram então a 
incluir o abastecimento de populações — e não mais de indivíduos ou famílias — tanto para 
atender as necessidades fisiológicas das pessoas, preparar alimentos e promover a 
limpeza, quanto para manter a agricultura, irrigando as culturas (HELLER, 2010). 
Heller (2010) diz que existem várias evidencias de que desde os tempos antigos já 
existia o desenvolvimento de tecnologias para a captação, transporte, o tratamento e 
distribuição de água, e que além dos registros, estudos comprovam o crescimento 
consciente da humanidade para o papel de fornecimento de água no desenvolvimento 
cultural e na proteção à saúde, no aspecto observado entorno do crescimento da 
consciência em relação da importância da qualidade da água. 
 
Tabela 1 – Eventos relevantes na história do abastecimento de água 
Data Evento Referência 
3570 a.C. utilização de coletores de esgotos na cidade de Nipur 
(Babilônia) 
Azevedo Netto 
et al. (1998) 
3200 a.C. utilização de sistemas de água e drenagem no Vale do 
Hindus 
Rezende e 
Heller (2002) 
2750 a.C. utilização de tubulações em cobre no palácio real do 
faraó Chéops 
Rezende e 
Heller (2002) 
2600 a.C. existência de reservatórios de terra e utilização de 
captação subterrânea pelos povos orientais 
Rezende e 
Heller (2002) 
2500 a.C. uso corriqueiro de métodos de perfuração para obter 
água do subsolo pelos egípcios e chineses 
UJD (1978) 
950 a.C. construção das clássicas represas de Salomão, entre 
Belém e Hebron, de onde a água era aduzida ao templo 
e à própria cidade de Jerusalém, local em que foram 
implantadas grandes cisternas para acumular águas 
das chuvas e levantadosreservatórios servidos por 
túneis-canais de alvenaria 
Barsa (1972) 
691 a.C. construção do aqueduto de Jerwan (Assíria), 
constituinte do primeiro sistema público de 
abastecimento de água conhecido 
Azevedo Netto 
et al. (1998) 
625 a.C. construção de aqueduto para abastecer a cidade de 
Mégara e, posteriormente, a cidade de Samos, ambas 
na Grécia 
Barsa (1972) 
580 a.C. obras de elevação de água do rio Eufrates, para 
alimentar as fontes dos famosos jardins suspensos da 
Babilônia, no império de Nabucodonosor 
Barsa (1972) 
312 a.C. construção do primeiro grande aqueduto romano, o 
Aqua Apia, com cerca de 17 km de extensão 
Azevedo Netto 
et al. (1998), 
Barsa (1972) 
270 a.C. construção do segundo grande aqueduto romano, com 
extensão de 63 km 
Barsa (1972) 
250 a.C. invenção da bomba parafuso, por Arquimedes Azevedo Netto 
et al. (1998) 
200 a.C. invenção da bomba de pistão, idealizada pelo físico 
grego Ctesebius e construída pelo seu discípulo Hero 
Azevedo Netto 
et al. (1998) 
144 a.C. construção do terceiro grande aqueduto romano, o 
Aqueduto de Márcia, com 92 km 
Barsa (1972) 
305 construção do 14° grande aqueduto romano, elevando 
para 580 km o comprimento dos aquedutos 
abastecedores da cidade de Roma, dos quais 80 km em 
arcos. A vazão total aduzida era de 12 m3/s. 
Barsa (1972) 
Até o século 
III d.C. 
no período, a população de Roma totalizava entre 
700.000 e 1.000.000 de habitantes, ocupando área de 
cerca de 200 ha, sendo que, no tempo de Constantino 
(306-337 d.C.), a cidade possuía 247 reservatórios, 11 
grandes termas, 926 banheiros públicos e 1.212 
chafarizes. 
Azevedo Netto 
et al. (1998), 
Barsa (1972) 
séc. V-XIII 
(Idade 
Média) 
consumo de água de apenas 1 IVhab.dia na maior parte 
da Europa 
Rezende e 
Heller (2002) 
1126 perfuração do primeiro poço artesiano jorrante, na 
cidade de Artois, na França 
UJD (1978) 
1620 início da construção do aqueduto do rio Carioca, para 
abastecimento da cidade do Rio de Janeiro, por 
iniciativa de Aires Saldanha, com comprimento de 270 
m e altura de 18 m (obra concluída inteiramente apenas 
em 1723) 
Azevedo Netto 
et al. (1998), 
Barsa (1972) 
1664 invenção dos tubos de ferro fundido moldado, por Johan 
Jordan, na França, e sua instalação no palácio de 
Versailles 
Azevedo Netto 
et al. (1998), 
Dacach (1990) 
1664 invenção da bomba centrífuga, por Johan Jordan, na 
França 
Azevedo Netto 
et al. (1998) 
1712 invenção do motor a vapor, por Thomas Newcomen, na 
Inglaterra 
Bono (1975) 
1723 conclusão do primeiro sistema coletivo de 
abastecimento de água do Brasil, no Rio de Janeiro 
Azevedo Netto 
et al. (1998) 
1804 construção da primeira instalação coletiva de 
tratamento de água para consumo humano, por meio 
de filtro lento, concebido por John Gibb, na Escócia 
Azevedo Netto 
et al. (1975) 
1824 construção de conjunto de filtros lentos para utilização 
no abastecimento de parte da cidade de Londres 
Azevedo Netto 
et al. (1975) 
1841 invenção da borracha vulcanizada Bono (1975) 
1846 - 1862 a cólera mata 180 mil pessoas na Europa, tendo sido 
comprovada a sua origem na água, em Londres, por 
John Snow 
Bono (1975) 
1846 invenção das manilhas cerâmicas extrudadas, por 
Francis, na Inglaterra 
Azevedo Netto 
et al. (1998) 
1856 invenção do aço Bessemer Bono (1975) 
1857 conclusão da perfuração do poço artesiano jorrante de 
Passy, para abastecimento de água da cidade de Paris, 
com 586 m de profundidade e vazão de 230 l/s 
Barsa (1972) 
1860 invenção do motor de combustão interna Barsa (1972) 
1867 invenção dos tubos de concreto, por J. Monier, na 
França 
Azevedo Netto 
et al. (1998) 
1875 utilização de tubos de ferro fundido na adução de água 
dos rios D'Ouro e São Pedro, para abastecimento do 
Rio de Janeiro 
Azevedo Netto 
et al. (1998) 
1893 criação da Repartição de Água e Esgoto da cidade de 
São Paulo, com a encampação da Cia. Cantareira, 
Azevedo Netto 
et al. (1976) 
empresa privada que era responsável pelo 
abastecimento da cidade 
1905 primeira aplicação do cloro como desinfetante de água 
de abastecimento, feita Azevedo Netto por Sir 
Alexander Houston ("o pai da cloração"), na Inglaterra 
Azevedo Netto 
et al. (1976) 
1908 primeira aplicação do cloro na desinfecção de água de 
abastecimento nos EUA, em Nova Jersey 
Azevedo Netto 
et al. (1976) 
1913 invenção dos tubos de cimento amianto, por A. Mazza, 
na Itália 
Azevedo Netto 
et al. (1998) 
1914 invenção dos tubos de ferro fundido centrifugado, por 
Fernando Arens Jr. e Dimitri de Lavaud, na cidade de 
Santos - SP, no Brasil 
Azevedo Netto 
et al. (1998) 
1936 Lançamento do tubo de PVC, na Alemanha, com a 
montagem de uma rede Tigre (1987) experimental 
enterrada para teste de durabilidade (amostras dessa 
rede, retiradas em 1957, mostraram que os tubos não 
sofreram qualquer alteração) 
Tigre (1987) 
Fonte: Adaptado de HELLER (2010) 
 
Segundo a tabela adaptada de Heller (2010) mostra que no período neolítico por 
volta de 3000 a.C. com o surgimento da agricultura e do sedentarismo do ser humano, o 
homem sentiu a necessidade ter o acesso a água de uma forma mais fácil. Os primeiros 
indícios de redes de distribuição de água foi tubulações feito de cobre em palácios nobres, 
sulfato de alumínio na clarificação da água, decantação para purificar a água, represas e 
aquedutos. 
Azevedo Netto (1998) diz que o primeiro sistema de rede de água que se tem notícia 
foi por volta de 619 a.C., o aqueduto de Jerwan, construído na Assíria, logo após a partir 
312 a.C. começou a serem construído vários grandes aquedutos por volta do mundo. Com 
o surgimento do tubo de ferro fundindo no século XIX, e a importância cada vez mais do 
abastecimento de água em grandes cidades teve um progresso rápido e acentuado. 
Azevedo Netto (1984) sita uns dos principais fatos históricos que desenvolveu o 
abastecimento de água que temos hoje, fala que em 1744 foi construído o primeiro chafariz 
em são Paulo, em 1746 foi introduzida os tubos de ferro fundido em redes de abastecimento 
na Inglaterra, diz também que foi construída a primeira grande estação de tratamento em 
Quai de Celestins em Paris na França, a introdução de uso de tubos de cobre produzido 
industrialmente em redes de abastecimento em 1810, em 1867 foram introduzidos tubos de 
concreto armado por J. Monier na França, já em 1880 foi criado o decantador Dortmund, 
usado para sedimentar materiais sólidos contidos na água, no ano de 1893 foi adotada a 
aplicação de tubos de aço em Bradford na Inglaterra, em 1900 iniciou a produção de tubos 
de Cimento-Amianto por Ludwig Hatscher na Áustria, já em 1905 começou a cloração de 
água em Lincoln, Inglaterra por iniciativa de Sir Alexandre Houston, por volta de 1908 a 
criação do primeiro motor elétrico submerso por W. R. Mc Donald, foi inventado no ano de 
1916 o primeiro removedor de lodo mecânico por Van Dorr, 1953 começou a ser 
industrializado os tubos PVC na Inglaterra, em 1963 é estabelecido os padrões 
internacional de potabilidade da água da organização mundial de saúde. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Segundo o livro Abastecimento de água para o consumo humano, mostra que a ideia 
de ter um acesso a uma água tratada vem desde os tempos antigos, mesmo com as 
tecnologias limitadas da época, mas ainda assim existia algum mecanismo para está 
purificando e transportando a água. Essas tecnologias arcaicas foram de extrema 
importância, pois com base na mesma tivemos a capacidade de estamos evoluindo e 
chegar no patamar que temos disponíveis hoje em dia, assim dando oportunidade para a 
maioria da população ter acesso a água de qualidade. 
O livro ainda retrata que, ainda hoje “a carência de instalações suficientes de 
abastecimento de água para as populações constitui uma das maiores dívidas sociais ainda 
persistentes no mundo. Permanece um contingente considerável da população mundialainda afastada ao acesso a esse bem, que deveria ser assumido como um direito 
indiscutível das pessoas. Obviamente, essa carência está indissociavelmente relacionada 
com a pobreza mundial, havendo uma convergência entre a localização dos pobres e a dos 
excluídos do acesso ao abastecimento de água.” (HELLER 2010). 
 O seguinte artigo analisado intitulado O direito fundamental de acesso à água e a 
interrupção do serviço público de abastecimento, traz o acesso a água como direito básico 
fundamental, pois está disposto no texto da Constituição brasileira. O mesmo artigo também 
enfatiza que a Organização das Nações Unidas – ONU - aprovou em 2010 uma resolução 
que garante a água e o saneamento como direitos humanos fundamentais. A água e o 
saneamento foram reconhecidos como direitos humanos com a justificativa de que o direito 
à água e ao saneamento é derivado do direito a um padrão de vida adequado e 
indispensável para a realização de outros direitos humanos. 
 A partir deste ponto, traz-se um conceito amplo sobre o serviço público responsável 
pelo abastecimento de água tratada. Este artigo define serviço público através da citação 
de Marçal Justen Filho que conceitua serviço público de tal modo: “é uma atividade pública 
administrativa de satisfação concreta de necessidades individuais ou transindividuais, 
materiais ou imateriais, vinculadas diretamente a um direito fundamental, destinada a 
pessoas indeterminadas e executada sob regime de direito público” (2005, p. 478). 
 O artigo também traz que os serviços públicos de abastecimento de água no Brasil 
historicamente estiveram sob responsabilidade do poder público que executa tais serviços 
por meio de empresas estatais. Contudo, a partir da década de 90, com início do programa 
de desestatização das empresas públicas, esses serviços passaram a ser executados em 
vários municípios brasileiros por empresas privadas no regime de concessão de serviços 
públicos. 
 O serviço de abastecimento de água potável no Brasil tem o regime jurídico e marco 
regulatório definido na Lei que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, 
Lei nº 11.445, de 05.01.2007 (BRASIL, 2007). 
O art. 3º define “saneamento básico” como conjunto de serviços infraestrutura e 
instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, 
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais 
urbanas. Na Lei do Saneamento Básico, o serviço de abastecimento de água potável é 
referido assim: “constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao 
abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e 
respectivos instrumentos de medição” (BRASIL, 2007). 
O artigo analisado, intitulado por O abastecimento de água e seus reflexos na saúde 
da população, traz inicialmente o panorama inicial do abastecimento hídrico no Brasil, onde, 
no século XX era possível enumerar, no Brasil, 36 sistemas de abastecimento de água. Em 
1922, 106 cidades brasileiras já estavam providas desses sistemas e, no ano de 1967, 
1.956 dos 3.938 municípios brasileiros eram abastecidos com água tratada, 
correspondendo a 38,81% da população total de 85.780.000 habitantes (AZEVEDO NETTO 
et al., 1973). Conforme a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, 1989 apud LIBÂNIO, 
M. et al. (2002) “83,6% dos municípios brasileiros já possuíam sistemas de abastecimento 
de água no ano de 1989” (FLORENÇANO, COELHO, 2014). 
Por fim, este artigo traz que no panorama atual, faz-se necessário destinação de 
maiores recursos físicos, materiais e humanos, por parte dos governos federal, estaduais 
e municipais, visando a implantação de um eficiente programa de vigilância e controle de 
qualidade das águas de abastecimento em todo o território nacional. 
Continuando na parte do tratamento é valido a abordagem do livro Abastecimento 
de água para o consumo humano, para estar estudando os parâmetros atuais de uma 
Estação de Tratamento de Água (ETA). Pádua (2010) diz que para o tratamento de água 
existem vários processos que devem ser usados, que são, micropeneiramento, oxidação, 
adsorção em carvão ativado, coagulação e mistura rápida, floculação, decantação, flotação, 
filtração rápida, desinfecção, fluoretação, estabilização química. 
Ainda Pádua (2010) explicada cada processo no tratamento de água. O 
micropeneiramento é constituído por malhar com diferentes aberturas, com o intuito de 
estar removendo partículas solidas. A oxidação oxida os materiais orgânico e os que são 
inorgânicos contidos na água, assim deixando mais fácil sua remoção. A adsorção em 
carvão ativado é utilizada para remover os contaminantes eles sendo orgânicos ou 
inorgânicos. A coagula e mistura rápida lança um coagulante com o intuito de desestabilizar 
as impurezas presentes na água, ajudando a o aumento de tamanho das partículas solidas 
na floculação. Na parte de floculação tem o papel de promover o contato entre essas 
partículas, dessa forma formando partículas maiores. Já a decantação tem o papel de 
depositar essas impurezas nos fundos dos tanques. Flotação é a parte que essas 
impurezas depositadas no fundo do tanque são arrastadas para a superfície por meio de 
microbolhas. A filtração rápida é uma filtração por meio granular, fazendo com que a água 
corra pela camada, geralmente de areia, fazendo com que fique retido partículas solidas 
contida na água. Na desinfecção é um processo químico com o objetivo de inativar 
microrganismos patogênicos presente na água. Fluoretação, nessa etapa é adicionado 
componentes contendo o íon fluoreto, para ajudar no combate a cárie infantil. E por fim, a 
estabilização química, adição de compostos químicos para atenuar efeitos corrosivos ou 
incrustantes. 
Outro artigo que foi avaliado, intitulado por Diagnóstico do Abastecimento de Água 
na Zona Urbana do Município de Morro Redondo - RS, originalmente escrito como trabalho 
de conclusão de curso, avaliou o sistema de abastecimento de água do município de Morro 
Redondo com o objetivo de criar subsídios técnicos para a melhor gestão do abastecimento 
de água no município. Os índices avaliados foram: Nível de universalização dos serviços 
de água, porcentagem da população atendida, perdas na distribuição, perdas de 
faturamento, consumo per capita e produção per capita. Os dados utilizados eram dados 
secundários, obtidos através dos órgãos CORSAN, SNIS, IBGE, além de levantamento a 
campo no município para a geração dos índices. Por fim, este artigo trouxe que o município 
teve uma melhora considerável nos últimos anos, reduzindo seus índices de perdas em 
mais de 50% e chegando muito próximo da universalização do serviço de abastecimento 
de água na área urbana (FERRAZ, 2016). 
Outro artigo avaliado trouxe uma análise geral dos processos de captação, 
tratamento de água e sua posterior distribuição à população de Porto Velho, Estado de 
Rondônia. Neste estudo, para conhecer todo o processo produtivo foi realizada observação 
em campo em visita à Estação de Tratamento de Água (ETA). Após a obtenção dos dados, 
foi sistematizado todo o processo operacional, desde a captação até a distribuição da água 
tratada para a população, com o objetivo de identificar os riscos inerentes ao processo, 
suas implicações a saúde humana e para degradação do meio ambiente, haja visto que a 
produção de água tratada requer gestão dos recursos hídricos para inibir os efeitos 
causados ao meio ambiente, a saúde pública, à fauna e à flora (SILVA, 2010). 
Para avaliar a segurança de um plano implementado em uma estação de tratamento, 
o artigo realizado por Ventura et al., (2019) observou que para tratamento de água, a 
companhia gestora do saneamento na Região Metropolitana de São Paulo adotou a 
metodologia de Beuken et al. (2008) e a proposta de Brasil (2012) para caracterização do 
perigo e avaliação de riscos. A avaliação indica que quanto maior o valoratribuído a 
determinado parâmetro, maior é a atenção necessária a este ao longo do sistema de 
abastecimento de água. A empresa instituiu o Plano de Segurança da Água para otimizar 
os processos de tratamento e garantir qualidade na distribuição de água potável de forma 
eficiente. Essa empresa iniciou discussões internas sobre o instrumento em 2006, 
identificou uma metodologia que pudesse expressar as diretrizes da política ambiental, 
elaborou o modelo do Plano de Segurança da Água, realizou reuniões técnicas e implantou 
o plano na estação de tratamento do Guaraú. Os principais resultados foram a 
sistematização de registros, a implementação de novos procedimentos, a aquisição de 
equipamentos, a capacitação técnica e a identificação de pontos de controle. O maior 
desafio foi implantar um instrumento preventivo viável e dinâmico para gestão hídrica. 
Ressalta-se que o sucesso do plano depende, entre outros fatores, de dados atualizados, 
da participação da alta administração e dos ajustes necessários requeridos pela própria 
metodologia. Há falta de estudos científicos e manuais práticos sobre o tema. 
 
CONCLUSÃO 
 
A água é o elemento mais essencial para a sobrevivência da espécie, com isso em 
visto, desde os tempos antigos o ser humano vem aperfeiçoando técnicas e métodos para 
poder está capitando a água e tratando o mesmo para o seu consumo, visando sempre o 
jeito mais eficiente de estar sendo realizada. 
Em parâmetro nacional, observou-se que aqui no Brasil no século XX ouve uma 
crescente de 1745% em 45 anos nos números de cidade providas de água tratada, 
contando de 1922 com 106 municípios há 1967 com 1956 municípios com acesso a água 
tratada, esse foi uns dos maiores salto nos sistemas de abastecimento no país. 
A água nas últimas décadas deixou de ser considerada apenas um bem essencial, 
passando a ser considerado um produto alimentar de excelência. Produzir água com a 
qualidade que os consumidores atualmente exigem e capaz de cumprir com a rigorosa 
legislação em vigor é portanto um desafio enorme para o estado, já que em nosso país, a 
distribuição de água também configura-se como direito humano básico e, portanto, é dever 
do estado fornecer ou conceder à empresas privadas, como é feito em algumas cidades. 
Em necessidade desse padrão de qualidade na água, foram desenvolvidas com o 
avanço das tecnologias as Estações de Tratamento de Água (ETA), nos possibilitando está 
fornecendo o abastecimento de água dentro dos padrões, mesmo com uma captação de 
água não muito favorável. 
Por fim, hoje em dia já temos sistemas bem avançados de tratamento de água, 
porém como o mesmo é limitado, mesmo com essa tecnologia a disposição e a falta de 
investimento por parte do governo em várias áreas carentes vem sofrem com a falta de 
água tratada, ou não tem água encanada. 
 
REFERÊNCIAS 
 
AZEVEDO NETTO, J. M.; MARTINS, J.A.; PUPPI, I.C.; BORSARI NETTO, F.; FRANCO, 
P.N.C. Planejamento de sistemas de abastecimento de água. Curitiba: Universidade 
Federal do Paraná e Organização PanAmericana de Saúde, 1973. 
 
BATALHA, B.H.L. Tratamento de água e os riscos à saúde. Revista de Gerenciamento 
Ambiental, São Paulo, n. 6, p. 32-38, março/abril, 1999. 
 
BRASIL. Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o 
saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de 
maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a 
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