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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE VALENÇA (FACTIVA) - ENGENHARIA CIVIL EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ATÉ OS PANORAMAS ATUAIS Bernardo Vitorino¹ Paulo Santos de Almeida² Davi Rosário dos Santos³ Paulo André Mondim Vianna4 1.Professor Orientador, ministra Saneamento Básico para o Curso de Engenharia Civil FACTIVA. 2. Aluno do curso de Engenharia Civil FACTIVA. 3. Aluno do curso de Engenharia Civil FACTIVA. 4. Aluno do curso de Engenharia Civil FACTIVA. RESUMO Introdução: Nos primórdios das comunidades humanas era de pratica se instalar próximos a rios e nascentes. Com o passar do tempo o homem sentiu a necessidade de está tratando e removendo algumas impurezas da mesma, depois foi começando a existir pequenas redes de tubos de cobre em palácios nobre, assim foi dando início ao conceito de abastecimento de água. Metodologia: Uma revisão com base buscada através das ferramentas Google Acadêmico e Scielo para a revisão dos dados acerca do tema. Resultados e discussão: Apuração dos dados históricos encontrados em artigos e livros, que mostram a evolução dos parâmetros do abastecimento de água, desde os tempos antigos até os dias de hoje. Conclusão: A água nas últimas décadas veio se valorizando e se tonando um produto de excelência, devido os rigores imposto pela legislação para manter um padrão de qualidade constante. Palavras-chave: Água. Abastecimento. Evolução. Saneamento. ABSTRACT Introduction: In the early days of human communities, it was practical to settle near rivers and springs. As time went by, the man felt the need to treat and remove some impurities from it, then small networks of copper tubes began to exist in noble palaces, thus beginning the concept of water supply. Methodology: A review based on Google Scholar and Scielo tools to review data on the topic. Results and discussion: Determination of historical data found in articles and books, which show the evolution of water supply parameters, from ancient times to the present day. Conclusion: Study outcome and a few brief words on the topic addressed. Keywords: Water. Supply. Evolution. Sanitation. INTRODUÇÃO As primeiras comunidades de seres humanos costumavam se instalar em regiões onde a água era abundante e acessível, especialmente onde o clima também era favorável (Mendes & Oliveira, 2004). Ao longo da evolução do conhecimento humano, registrou-se também a necessidade de se preocupar com a qualidade da água destinada ao consumo humano. No ano 2000 a.c. data-se uma transcrição em sânscrito, com a seguinte orientação: “É bom manter a água em vasos de cobre, expô-la à luz do sol e filtrá-la através do carvão de madeira” (PLACE, 1905). Quando César tomou Alexandria, no ano 47 a.c., encontrou aquedutos subterrâneos que conduziam água do Nilo para cisternas, e acontecia sedimentação natural para uma melhor qualidade da água distribuída (BATALHA, 1999). No período, pré-industrial houveram muitas epidemias, como a cólera na Europa. Em 1848, John Snow, em Londres, demonstrou que a mortalidade da cólera era maior nas cidades cuja captação de água era realizada em locais próximos dos lançamentos dos esgotos domésticos. Só a partir desta descoberta que os sanitaristas desenvolveram ações que combateram a transmissão desta doença (BATALHA, 1999). Também em Londres, em 1829, foi construída a primeira Estação de Tratamento de Água, a qual, através de areia, filtrava a água captada do Rio Tamisa. Posteriormente passou a adicionar cloro para desinfecção, em 1951, flúor para prevenção de cáries dentárias (AZEVEDO NETTO et al., 1973). “O Consumo de Água sem qualquer tipo de tratamento pode levar a doenças mortais nos Humanos. Até final do séc. XIX, o controlo da qualidade da água para consumo humano era feito sobretudo de forma empírica, valorizando-se apenas a aparência para o seu consumo. Investigações epidemiológicas desenvolvidas por John Snow demonstraram que existia uma ligação estreita entre o consumo de água com contaminação fecal e um surto de cólera ocorrido em Londres” (Snow, 1855 in Vieira et al., 2005 apud Martins, 2014). Os sistemas de tratamento têm por objetivo remover contaminações microbiológicas e resíduos orgânicos que afetam o padrão de potabilidade da água. A desinfecção deve estar presente no tratamento, independe do seu tamanho ou complexidade (WHO, 2012). Figura 1. Sistema de abastecimento de água. (Fonte: COPASA, http://www.copasa.com.br/media2/PesquisaEscolar/COPASA_TratamentoDeAgua.pdf acesso em 06/07/2020). METODOLOGIA Este trabalho foi realizado a partir de uma revisão literária, com busca entre 01 de julho de 2020 a 9 de julho de 2020, com busca nas bases Google Acadêmico e Scielo, com os descritores “abastecimento de água”, “distribuição de água”, “tratamento de água”, “saneamento”. Este método de pesquisa bibliográfica foi utilizado para identificar títulos e resumos de estudos relevantes para esta revisão. As bibliografias de todos os artigos elegíveis para inclusão nesta revisão foram analisadas a fim de identificar outros estudos potencialmente elegíveis. Os resultados encontrados foram lidos e revisados criteriosamente por todos os autores. Assim, este estudo inserido na graduação de engenharia civil no âmbito de saneamento básico, fazendo-se necessário buscar esta temática de exacerbada importância para a sociedade de modo geral, trazendo para a mesma o desenvolvimento teóricos a tecnologia, para se atentar aos benefícios de alcançar água potável para toda sociedade seguindo todos os parâmetros de turgidez e limpeza da água, para que gestores integre recursos e influencie ferramentas que integre dados subsequente destas serviços com ligação com outras corporação comprometidas. EMBASAMENTO HISTÓRICO A necessidade de utilização da água para abastecimento é indissociável da história da humanidade. Essa demanda determinou a própria localização das comunidades, desde que o homem passou a viver de forma sedentária, adotando a agricultura como meio de subsistência e abandonando a vida nômade, mais centrada na caça. A vida sedentária tornou mais complexo o equacionamento das demandas de água, que passaram então a incluir o abastecimento de populações — e não mais de indivíduos ou famílias — tanto para atender as necessidades fisiológicas das pessoas, preparar alimentos e promover a limpeza, quanto para manter a agricultura, irrigando as culturas (HELLER, 2010). Heller (2010) diz que existem várias evidencias de que desde os tempos antigos já existia o desenvolvimento de tecnologias para a captação, transporte, o tratamento e distribuição de água, e que além dos registros, estudos comprovam o crescimento consciente da humanidade para o papel de fornecimento de água no desenvolvimento cultural e na proteção à saúde, no aspecto observado entorno do crescimento da consciência em relação da importância da qualidade da água. Tabela 1 – Eventos relevantes na história do abastecimento de água Data Evento Referência 3570 a.C. utilização de coletores de esgotos na cidade de Nipur (Babilônia) Azevedo Netto et al. (1998) 3200 a.C. utilização de sistemas de água e drenagem no Vale do Hindus Rezende e Heller (2002) 2750 a.C. utilização de tubulações em cobre no palácio real do faraó Chéops Rezende e Heller (2002) 2600 a.C. existência de reservatórios de terra e utilização de captação subterrânea pelos povos orientais Rezende e Heller (2002) 2500 a.C. uso corriqueiro de métodos de perfuração para obter água do subsolo pelos egípcios e chineses UJD (1978) 950 a.C. construção das clássicas represas de Salomão, entre Belém e Hebron, de onde a água era aduzida ao templo e à própria cidade de Jerusalém, local em que foram implantadas grandes cisternas para acumular águas das chuvas e levantadosreservatórios servidos por túneis-canais de alvenaria Barsa (1972) 691 a.C. construção do aqueduto de Jerwan (Assíria), constituinte do primeiro sistema público de abastecimento de água conhecido Azevedo Netto et al. (1998) 625 a.C. construção de aqueduto para abastecer a cidade de Mégara e, posteriormente, a cidade de Samos, ambas na Grécia Barsa (1972) 580 a.C. obras de elevação de água do rio Eufrates, para alimentar as fontes dos famosos jardins suspensos da Babilônia, no império de Nabucodonosor Barsa (1972) 312 a.C. construção do primeiro grande aqueduto romano, o Aqua Apia, com cerca de 17 km de extensão Azevedo Netto et al. (1998), Barsa (1972) 270 a.C. construção do segundo grande aqueduto romano, com extensão de 63 km Barsa (1972) 250 a.C. invenção da bomba parafuso, por Arquimedes Azevedo Netto et al. (1998) 200 a.C. invenção da bomba de pistão, idealizada pelo físico grego Ctesebius e construída pelo seu discípulo Hero Azevedo Netto et al. (1998) 144 a.C. construção do terceiro grande aqueduto romano, o Aqueduto de Márcia, com 92 km Barsa (1972) 305 construção do 14° grande aqueduto romano, elevando para 580 km o comprimento dos aquedutos abastecedores da cidade de Roma, dos quais 80 km em arcos. A vazão total aduzida era de 12 m3/s. Barsa (1972) Até o século III d.C. no período, a população de Roma totalizava entre 700.000 e 1.000.000 de habitantes, ocupando área de cerca de 200 ha, sendo que, no tempo de Constantino (306-337 d.C.), a cidade possuía 247 reservatórios, 11 grandes termas, 926 banheiros públicos e 1.212 chafarizes. Azevedo Netto et al. (1998), Barsa (1972) séc. V-XIII (Idade Média) consumo de água de apenas 1 IVhab.dia na maior parte da Europa Rezende e Heller (2002) 1126 perfuração do primeiro poço artesiano jorrante, na cidade de Artois, na França UJD (1978) 1620 início da construção do aqueduto do rio Carioca, para abastecimento da cidade do Rio de Janeiro, por iniciativa de Aires Saldanha, com comprimento de 270 m e altura de 18 m (obra concluída inteiramente apenas em 1723) Azevedo Netto et al. (1998), Barsa (1972) 1664 invenção dos tubos de ferro fundido moldado, por Johan Jordan, na França, e sua instalação no palácio de Versailles Azevedo Netto et al. (1998), Dacach (1990) 1664 invenção da bomba centrífuga, por Johan Jordan, na França Azevedo Netto et al. (1998) 1712 invenção do motor a vapor, por Thomas Newcomen, na Inglaterra Bono (1975) 1723 conclusão do primeiro sistema coletivo de abastecimento de água do Brasil, no Rio de Janeiro Azevedo Netto et al. (1998) 1804 construção da primeira instalação coletiva de tratamento de água para consumo humano, por meio de filtro lento, concebido por John Gibb, na Escócia Azevedo Netto et al. (1975) 1824 construção de conjunto de filtros lentos para utilização no abastecimento de parte da cidade de Londres Azevedo Netto et al. (1975) 1841 invenção da borracha vulcanizada Bono (1975) 1846 - 1862 a cólera mata 180 mil pessoas na Europa, tendo sido comprovada a sua origem na água, em Londres, por John Snow Bono (1975) 1846 invenção das manilhas cerâmicas extrudadas, por Francis, na Inglaterra Azevedo Netto et al. (1998) 1856 invenção do aço Bessemer Bono (1975) 1857 conclusão da perfuração do poço artesiano jorrante de Passy, para abastecimento de água da cidade de Paris, com 586 m de profundidade e vazão de 230 l/s Barsa (1972) 1860 invenção do motor de combustão interna Barsa (1972) 1867 invenção dos tubos de concreto, por J. Monier, na França Azevedo Netto et al. (1998) 1875 utilização de tubos de ferro fundido na adução de água dos rios D'Ouro e São Pedro, para abastecimento do Rio de Janeiro Azevedo Netto et al. (1998) 1893 criação da Repartição de Água e Esgoto da cidade de São Paulo, com a encampação da Cia. Cantareira, Azevedo Netto et al. (1976) empresa privada que era responsável pelo abastecimento da cidade 1905 primeira aplicação do cloro como desinfetante de água de abastecimento, feita Azevedo Netto por Sir Alexander Houston ("o pai da cloração"), na Inglaterra Azevedo Netto et al. (1976) 1908 primeira aplicação do cloro na desinfecção de água de abastecimento nos EUA, em Nova Jersey Azevedo Netto et al. (1976) 1913 invenção dos tubos de cimento amianto, por A. Mazza, na Itália Azevedo Netto et al. (1998) 1914 invenção dos tubos de ferro fundido centrifugado, por Fernando Arens Jr. e Dimitri de Lavaud, na cidade de Santos - SP, no Brasil Azevedo Netto et al. (1998) 1936 Lançamento do tubo de PVC, na Alemanha, com a montagem de uma rede Tigre (1987) experimental enterrada para teste de durabilidade (amostras dessa rede, retiradas em 1957, mostraram que os tubos não sofreram qualquer alteração) Tigre (1987) Fonte: Adaptado de HELLER (2010) Segundo a tabela adaptada de Heller (2010) mostra que no período neolítico por volta de 3000 a.C. com o surgimento da agricultura e do sedentarismo do ser humano, o homem sentiu a necessidade ter o acesso a água de uma forma mais fácil. Os primeiros indícios de redes de distribuição de água foi tubulações feito de cobre em palácios nobres, sulfato de alumínio na clarificação da água, decantação para purificar a água, represas e aquedutos. Azevedo Netto (1998) diz que o primeiro sistema de rede de água que se tem notícia foi por volta de 619 a.C., o aqueduto de Jerwan, construído na Assíria, logo após a partir 312 a.C. começou a serem construído vários grandes aquedutos por volta do mundo. Com o surgimento do tubo de ferro fundindo no século XIX, e a importância cada vez mais do abastecimento de água em grandes cidades teve um progresso rápido e acentuado. Azevedo Netto (1984) sita uns dos principais fatos históricos que desenvolveu o abastecimento de água que temos hoje, fala que em 1744 foi construído o primeiro chafariz em são Paulo, em 1746 foi introduzida os tubos de ferro fundido em redes de abastecimento na Inglaterra, diz também que foi construída a primeira grande estação de tratamento em Quai de Celestins em Paris na França, a introdução de uso de tubos de cobre produzido industrialmente em redes de abastecimento em 1810, em 1867 foram introduzidos tubos de concreto armado por J. Monier na França, já em 1880 foi criado o decantador Dortmund, usado para sedimentar materiais sólidos contidos na água, no ano de 1893 foi adotada a aplicação de tubos de aço em Bradford na Inglaterra, em 1900 iniciou a produção de tubos de Cimento-Amianto por Ludwig Hatscher na Áustria, já em 1905 começou a cloração de água em Lincoln, Inglaterra por iniciativa de Sir Alexandre Houston, por volta de 1908 a criação do primeiro motor elétrico submerso por W. R. Mc Donald, foi inventado no ano de 1916 o primeiro removedor de lodo mecânico por Van Dorr, 1953 começou a ser industrializado os tubos PVC na Inglaterra, em 1963 é estabelecido os padrões internacional de potabilidade da água da organização mundial de saúde. RESULTADOS E DISCUSSÃO Segundo o livro Abastecimento de água para o consumo humano, mostra que a ideia de ter um acesso a uma água tratada vem desde os tempos antigos, mesmo com as tecnologias limitadas da época, mas ainda assim existia algum mecanismo para está purificando e transportando a água. Essas tecnologias arcaicas foram de extrema importância, pois com base na mesma tivemos a capacidade de estamos evoluindo e chegar no patamar que temos disponíveis hoje em dia, assim dando oportunidade para a maioria da população ter acesso a água de qualidade. O livro ainda retrata que, ainda hoje “a carência de instalações suficientes de abastecimento de água para as populações constitui uma das maiores dívidas sociais ainda persistentes no mundo. Permanece um contingente considerável da população mundialainda afastada ao acesso a esse bem, que deveria ser assumido como um direito indiscutível das pessoas. Obviamente, essa carência está indissociavelmente relacionada com a pobreza mundial, havendo uma convergência entre a localização dos pobres e a dos excluídos do acesso ao abastecimento de água.” (HELLER 2010). O seguinte artigo analisado intitulado O direito fundamental de acesso à água e a interrupção do serviço público de abastecimento, traz o acesso a água como direito básico fundamental, pois está disposto no texto da Constituição brasileira. O mesmo artigo também enfatiza que a Organização das Nações Unidas – ONU - aprovou em 2010 uma resolução que garante a água e o saneamento como direitos humanos fundamentais. A água e o saneamento foram reconhecidos como direitos humanos com a justificativa de que o direito à água e ao saneamento é derivado do direito a um padrão de vida adequado e indispensável para a realização de outros direitos humanos. A partir deste ponto, traz-se um conceito amplo sobre o serviço público responsável pelo abastecimento de água tratada. Este artigo define serviço público através da citação de Marçal Justen Filho que conceitua serviço público de tal modo: “é uma atividade pública administrativa de satisfação concreta de necessidades individuais ou transindividuais, materiais ou imateriais, vinculadas diretamente a um direito fundamental, destinada a pessoas indeterminadas e executada sob regime de direito público” (2005, p. 478). O artigo também traz que os serviços públicos de abastecimento de água no Brasil historicamente estiveram sob responsabilidade do poder público que executa tais serviços por meio de empresas estatais. Contudo, a partir da década de 90, com início do programa de desestatização das empresas públicas, esses serviços passaram a ser executados em vários municípios brasileiros por empresas privadas no regime de concessão de serviços públicos. O serviço de abastecimento de água potável no Brasil tem o regime jurídico e marco regulatório definido na Lei que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, Lei nº 11.445, de 05.01.2007 (BRASIL, 2007). O art. 3º define “saneamento básico” como conjunto de serviços infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Na Lei do Saneamento Básico, o serviço de abastecimento de água potável é referido assim: “constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição” (BRASIL, 2007). O artigo analisado, intitulado por O abastecimento de água e seus reflexos na saúde da população, traz inicialmente o panorama inicial do abastecimento hídrico no Brasil, onde, no século XX era possível enumerar, no Brasil, 36 sistemas de abastecimento de água. Em 1922, 106 cidades brasileiras já estavam providas desses sistemas e, no ano de 1967, 1.956 dos 3.938 municípios brasileiros eram abastecidos com água tratada, correspondendo a 38,81% da população total de 85.780.000 habitantes (AZEVEDO NETTO et al., 1973). Conforme a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, 1989 apud LIBÂNIO, M. et al. (2002) “83,6% dos municípios brasileiros já possuíam sistemas de abastecimento de água no ano de 1989” (FLORENÇANO, COELHO, 2014). Por fim, este artigo traz que no panorama atual, faz-se necessário destinação de maiores recursos físicos, materiais e humanos, por parte dos governos federal, estaduais e municipais, visando a implantação de um eficiente programa de vigilância e controle de qualidade das águas de abastecimento em todo o território nacional. Continuando na parte do tratamento é valido a abordagem do livro Abastecimento de água para o consumo humano, para estar estudando os parâmetros atuais de uma Estação de Tratamento de Água (ETA). Pádua (2010) diz que para o tratamento de água existem vários processos que devem ser usados, que são, micropeneiramento, oxidação, adsorção em carvão ativado, coagulação e mistura rápida, floculação, decantação, flotação, filtração rápida, desinfecção, fluoretação, estabilização química. Ainda Pádua (2010) explicada cada processo no tratamento de água. O micropeneiramento é constituído por malhar com diferentes aberturas, com o intuito de estar removendo partículas solidas. A oxidação oxida os materiais orgânico e os que são inorgânicos contidos na água, assim deixando mais fácil sua remoção. A adsorção em carvão ativado é utilizada para remover os contaminantes eles sendo orgânicos ou inorgânicos. A coagula e mistura rápida lança um coagulante com o intuito de desestabilizar as impurezas presentes na água, ajudando a o aumento de tamanho das partículas solidas na floculação. Na parte de floculação tem o papel de promover o contato entre essas partículas, dessa forma formando partículas maiores. Já a decantação tem o papel de depositar essas impurezas nos fundos dos tanques. Flotação é a parte que essas impurezas depositadas no fundo do tanque são arrastadas para a superfície por meio de microbolhas. A filtração rápida é uma filtração por meio granular, fazendo com que a água corra pela camada, geralmente de areia, fazendo com que fique retido partículas solidas contida na água. Na desinfecção é um processo químico com o objetivo de inativar microrganismos patogênicos presente na água. Fluoretação, nessa etapa é adicionado componentes contendo o íon fluoreto, para ajudar no combate a cárie infantil. E por fim, a estabilização química, adição de compostos químicos para atenuar efeitos corrosivos ou incrustantes. Outro artigo que foi avaliado, intitulado por Diagnóstico do Abastecimento de Água na Zona Urbana do Município de Morro Redondo - RS, originalmente escrito como trabalho de conclusão de curso, avaliou o sistema de abastecimento de água do município de Morro Redondo com o objetivo de criar subsídios técnicos para a melhor gestão do abastecimento de água no município. Os índices avaliados foram: Nível de universalização dos serviços de água, porcentagem da população atendida, perdas na distribuição, perdas de faturamento, consumo per capita e produção per capita. Os dados utilizados eram dados secundários, obtidos através dos órgãos CORSAN, SNIS, IBGE, além de levantamento a campo no município para a geração dos índices. Por fim, este artigo trouxe que o município teve uma melhora considerável nos últimos anos, reduzindo seus índices de perdas em mais de 50% e chegando muito próximo da universalização do serviço de abastecimento de água na área urbana (FERRAZ, 2016). Outro artigo avaliado trouxe uma análise geral dos processos de captação, tratamento de água e sua posterior distribuição à população de Porto Velho, Estado de Rondônia. Neste estudo, para conhecer todo o processo produtivo foi realizada observação em campo em visita à Estação de Tratamento de Água (ETA). Após a obtenção dos dados, foi sistematizado todo o processo operacional, desde a captação até a distribuição da água tratada para a população, com o objetivo de identificar os riscos inerentes ao processo, suas implicações a saúde humana e para degradação do meio ambiente, haja visto que a produção de água tratada requer gestão dos recursos hídricos para inibir os efeitos causados ao meio ambiente, a saúde pública, à fauna e à flora (SILVA, 2010). Para avaliar a segurança de um plano implementado em uma estação de tratamento, o artigo realizado por Ventura et al., (2019) observou que para tratamento de água, a companhia gestora do saneamento na Região Metropolitana de São Paulo adotou a metodologia de Beuken et al. (2008) e a proposta de Brasil (2012) para caracterização do perigo e avaliação de riscos. A avaliação indica que quanto maior o valoratribuído a determinado parâmetro, maior é a atenção necessária a este ao longo do sistema de abastecimento de água. A empresa instituiu o Plano de Segurança da Água para otimizar os processos de tratamento e garantir qualidade na distribuição de água potável de forma eficiente. Essa empresa iniciou discussões internas sobre o instrumento em 2006, identificou uma metodologia que pudesse expressar as diretrizes da política ambiental, elaborou o modelo do Plano de Segurança da Água, realizou reuniões técnicas e implantou o plano na estação de tratamento do Guaraú. Os principais resultados foram a sistematização de registros, a implementação de novos procedimentos, a aquisição de equipamentos, a capacitação técnica e a identificação de pontos de controle. O maior desafio foi implantar um instrumento preventivo viável e dinâmico para gestão hídrica. Ressalta-se que o sucesso do plano depende, entre outros fatores, de dados atualizados, da participação da alta administração e dos ajustes necessários requeridos pela própria metodologia. Há falta de estudos científicos e manuais práticos sobre o tema. CONCLUSÃO A água é o elemento mais essencial para a sobrevivência da espécie, com isso em visto, desde os tempos antigos o ser humano vem aperfeiçoando técnicas e métodos para poder está capitando a água e tratando o mesmo para o seu consumo, visando sempre o jeito mais eficiente de estar sendo realizada. Em parâmetro nacional, observou-se que aqui no Brasil no século XX ouve uma crescente de 1745% em 45 anos nos números de cidade providas de água tratada, contando de 1922 com 106 municípios há 1967 com 1956 municípios com acesso a água tratada, esse foi uns dos maiores salto nos sistemas de abastecimento no país. A água nas últimas décadas deixou de ser considerada apenas um bem essencial, passando a ser considerado um produto alimentar de excelência. Produzir água com a qualidade que os consumidores atualmente exigem e capaz de cumprir com a rigorosa legislação em vigor é portanto um desafio enorme para o estado, já que em nosso país, a distribuição de água também configura-se como direito humano básico e, portanto, é dever do estado fornecer ou conceder à empresas privadas, como é feito em algumas cidades. Em necessidade desse padrão de qualidade na água, foram desenvolvidas com o avanço das tecnologias as Estações de Tratamento de Água (ETA), nos possibilitando está fornecendo o abastecimento de água dentro dos padrões, mesmo com uma captação de água não muito favorável. Por fim, hoje em dia já temos sistemas bem avançados de tratamento de água, porém como o mesmo é limitado, mesmo com essa tecnologia a disposição e a falta de investimento por parte do governo em várias áreas carentes vem sofrem com a falta de água tratada, ou não tem água encanada. REFERÊNCIAS AZEVEDO NETTO, J. 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