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O DIREITO PENAL E SEUS PRINCÍPIOS (Salvo Automaticamente)

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INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS - ICJ
CURSO DE DIREITO
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL
Fernanda Peres de Souza RA T41009-6
Professor Arlindo Peixoto Gomes Rodrigues
SÃO JOSÉ DO RIO PARDO – SP
 2015
	
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL
Trabalho apresentado como exigência para aprovação na disciplina Atividades Práticas Supervisionadas, do curso de Direito da Universidade Paulista, sob orientação do professor Arlindo Peixoto Gomes Rodrigues.
SÃO JOSÉ DO RIO PARDO – SP
2015
RESUMO
O Direito Penal é construído com base em princípios constitucionais, os quais norteiam a sua construção e a sua vida, devendo consequentemente ser respeitados. Estes princípios servem como ponto de partida no auxílio ao entendimento do instituto penal, traçando as suas regras e a sua própria razão fundamental. 
 O presente trabalho tem como objetivo fazer uma análise a respeito dos Princípios Constitucionais do Direito Penal, ressaltando seus aspectos gerais e dogmáticos, analisando também como estes tem sido aplicados na sociedade moderna.  
 
 Palavras-chave: Direito Penal. Princípios Constitucionais do Direito Penal. 
ABSTRACT
The criminal law is built based on constitutional principles, which guide its construction and its life and should therefore be respected. These principles serve as a starting point to aid the understanding of the criminal Institute, tracing its rules and its own rationale.
 	 This paper aims to make an analysis about the Constitutional Principles of Criminal Law, highlighting its general and dogmatic aspects, also analyzing how these have been applied in modern society.
   Keywords: Criminal Law. Constitutional Principles of Criminal Law.
SUMÁRIO
	
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................
	
06
	2 Direito Penal e seus princípios.........................................................................
	07
	
3 Princípio da legalidade ou reserva legal ...........................................................
	07
	4 Princípio da intervenção mínima......................................................................
	08
	5 Princípio da Insignificância ..............................................................................
	08
	6 Princípio da fragmentariedade..........................................................................
	10
	7 Princípio da culpabilidade.................................................................................
	11
	8 Princípio da humanidade..................................................................................
	12
	9 Princípio da Irretroatividade da Lei Penal........................................................
	13
	10 Princípio da Anterioridade da Lei Penal.........................................................
	14
	11 Princípio da adequação social........................................................................
	15
	12 Princípio da alteridade ou transcendentalidade..............................................
	16
	13 Princípio da proporcionalidade ou razoabilidade...........................................
	16
	14 Princípio da dignidade da pessoa humana....................................................
	18
	15 Princípio do in dúbio pro réo...........................................................................
	18
	16 Princípio da igualdade...................................................................................
	19
	17 Princípio da presunção de inocência.............................................................
	20
	18 Princípio do ne bis in idem.............................................................................
	21
	19 Princípio da pessoalidade e da individualização da pena..............................
	22
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	
	
	
	
	
	
	
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por finalidade, demonstrar a importância dos princípios constitucionais incidentes sobre matéria penal no Direito Brasileiro.
O Direito Penal possui como fundamentos, princípios que estão presentes na Constituição Federal (1988), norteando as normas penais que vêm a ser elaboradas. Qualquer norma penal criada em desacordo com os princípios constitucionais deve ser banida do ordenamento jurídico.
	 Posta assim a questão, demonstraremos principalmente a importância dos princípios constitucionais ao Direito Penal, os quais, representam uma grande fonte para todas as legislações em geral, além do que, evidenciam-se como institutos ricos para o estudo do Direito e aplicação das leis.
Cumpre-nos ressaltar que o direito é uno e indivisível, está dividido em segmentos, mas com finalidade meramente didática, pois o Direito Penal está interligado a todos os ramos do Direito, especialmente Direito Constitucional.
2. DIREITO PENAL E SEUS PRINCÍPIOS
A Constituição de 1988 estabeleceu para o Brasil, o perfil de Estado Democrático de Direito, deste modelo, partem princípios regradores dos mais diversos campos da atuação humana. No que diz respeito ao âmbito penal, o princípio da dignidade da pessoa humana serve de fundamento a inúmeros princípios penais, sendo assim, o legislador penal, formaliza as condutas atentatórias através das leis e materializa os princípios, conforme a evolução social. (CAPEZ, 2011, p 25).
A norma penal, em um Estado Democrático de Direito, não é somente aquela que descreve um fato como infração penal, ela deverá obrigatoriamente selecionar, dentre todos os comportamentos humanos, somente aqueles que realmente possuam lesividade social. 
 	Os Princípios Constitucionais Penais devem direcionar o Direito Penal, transformando-o no meio eficaz de ressocializar, sem, de alguma forma, desrespeitar as Garantias e Direitos Fundamentais do cidadão. Segue abaixo, uma análise dos principais princípios constitucionais penais e algumas considerações acerca destes.
3.PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA RESERVA LEGAL
Alguns doutrinadores não estabelecem diferenças entre o Princípio da Reserva Legal em face do Princípio da Legalidade, no entanto, os clássicos do Direito Penal diversificam este, atribuindo ao princípio da legalidade, uma consistência monopolizadora tendo em vista sua abstrata abrangência.
A constituição de 1988 em seu artigo 5º, inc. XXXIX determina que “não haverá crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”, neste sentido, não se admite sanções criminais de expressões vagas, equívocas ou ambíguas, impedindo o Estado de interpretá-las de forma errônea. Ao interpretar esse artigo, através do princípio da legalidade, fica esclarecido que o Estado não poderá usar a analogia ou costumes para instituir crime ou sanção.
EXEMPLO:
Um exemplo bem simples, seria o art. 121 do Código Penal diz: “matar alguém: pena – reclusão de 6 (seis) a 20(vinte anos).” Ou seja, o homicídio está tipificado (matar alguém), não podendo o intérprete/aplicador usar esta tipificação para aplicá-la a uma situação não prevista como por exemplo, usando um caso bem fácil, alguém que mate um rato, claramente, não pode responder perante juízo por homicídio. Logo, ao juiz é vedado impor pena a condutas distintas da descrita pelo tipo penal. (http://jus.com.br/artigos/23745/algumas-lucubracoes-sobre-o-principio-da-legalidade-no-direito-penal-brasileiro#ixzz3qRnojb7r)
4. PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA
De acordo o princípio da intervenção mínima, o Direito Penal deve influir no meio social apenas em última instância, sendo este empregado somente após esgotarem todas as demais esferas da ordem jurídica capazes de resolver o impasse, por este motivo, assume a característica de ser subsidiário. 
O princípio da intervençãomínima norteia e restringe o poder incriminador do Estado, ou seja, no caso da existência de outras formas de sanção ou outros meios de controle social e estas forem suficientes para a tutela desse bem, sua criminalização é inadequada e não recomendável.
Somente quando os demais ramos do direito revelarem-se incapazes de tutelar os bens sociais relevantes, é que se aplica o Direito Penal, recomendando-se, assim, que a criminalização de uma conduta só deva ser efetivada, se essencialmente for o meio necessário para a proteção de determinado bem jurídico. (BITENCOURT, 2009, P 17).
Desta forma, caso as medidas civis ou administrativas sejam suficientes para restabelecer a ordem jurídica, aplicar-se-á estas e não as penais. 
5. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Segundo este princípio, não cabe ao Direito Penal preocupar-se com bagatelas, do mesmo modo que não podem ser admitidos tipos incriminadores que descrevam condutas totalmente inofensivas ou incapazes de lesar o bem jurídico.
A tipicidade penal reclama de um mínimo de lesividade ao bem jurídico tutelado, pois, é inacreditável que o legislador tenha pensado em inserir em um tipo penal nas condutas totalmente inofensivas ou incapazes de lesar o interesse protegido. (CAPEZ, 2011, p 29).
Nesse contexto, se a finalidade do tipo penal é assegurar a proteção de um bem jurídico, sempre que a lesão for insignificante, a ponto de se tornar incapaz de ofender o interesse tutelado, não haverá adequação típica.
EXEMPLO:
Julgamento de Habeas Corpus do STF:
"Princípio da insignificância — Identificação dos vetores cuja presença legitima o reconhecimento desse postulado de política criminal — Consequente descaracterização da tipicidade penal em seu aspecto material — Delito de furto simples, em sua modalidade tentada — Res furtiva no valor (ínfimo) de R$ 20,00 (equivalente a 5,26% do salário mínimo atualmente em vigor) — Doutrina — Considerações em torno da jurisprudência do STF — Pedido deferido. O princípio da insignificância qualifica-se como fator de descaracterização material da tipicidade penal. O princípio da insignificância — que deve ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima> do Estado em matéria penal — tem o sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material. Doutrina. Tal postulado — que considera necessária, na aferição do relevo material da tipicidade penal, a presença de certos vetores, tais como (a) a mínima ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada — apoiou-se, em seu processo de formulação teórica, no reconhecimento de que o caráter subsidiário do sistema penal reclama e impõe, em função dos próprios objetivos por ele visados, a do Poder Público. O postulado da insignificância e a função do direito penal: de minimis, non curat praetor. O sistema jurídico há de considerar a relevantíssima circunstância de que a privação da liberdade e a restrição de direitos do indivíduo somente se justificam quando estritamente necessárias à própria proteção das pessoas, da sociedade e de outros bens jurídicos que lhes sejam essenciais, notadamente naqueles casos em que os valores penalmente tutelados se exponham a dano, efetivo ou potencial, impregnado de significativa lesividade. O direito penal não se deve ocupar de condutas que produzam resultado, cujo desvalor — por não importar em lesão significativa a bens jurídicos relevantes — não represente, por isso mesmo, prejuízo importante, seja ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social." (HC 92.463, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16-10-07, DJ de 31-10-07). No mesmo sentido: HC 93.288, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 11-3-08, DJE de 24-10-08.
6.PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE
O princípio da fragmentariedade é consequência dos princípios da reserva legal e da intervenção mínima. 
O Direito Penal não protege todos os bens jurídicos de violações, e não os tutela de todas as lesões, intervindo apenas nos casos de maior gravidade, protegendo um fragmento dos interesses jurídicos. Por isso é fragmentário. (JESUS, DAMÁSIO, 2001, P 10).
Nem todas as ações contundentes aos bens jurídicos são proibidas pelo Direito Penal, como nem todos os bens jurídicos são por ele tutelados. “O Direito Penal limita-se a castigar ações mais graves, praticadas contra os bens jurídicos mais importantes, decorrendo daí o seu caráter fragmentário, uma vez que, se ocupa somente de uma parte dos bens jurídicos protegidos pela ordem jurídica”. (BITENCOURT, 2009, p 15).
EXEMPLO:
A Sétima Turma do Tribunal Regional Federal da 4 ª Região, no julgamento da Apelação Criminal n.0001729-14-2007.404.7002/PR, no dia 17 de janeiro de 2012, decidiu por negar provimento ao Apelo do Ministério Público Federal. O caso é o seguinte: o acusado LRS foi denunciado como incurso nas sanções do art. 334, § 1.º, d, do Código Penal, por ter sido flagrado, em 08.03.2005, na posse de grande quantidade de mercadorias estrangeiras, internalizadas em solo pátrio, sem o pagamento de tributos no valor de R$ 3.496,52 (três mil, quatrocentos e noventa e seis reais e cinqüenta e dois centavos). A denúncia foi recebida e o agente processado. Ao final o juiz julgou improcedente a acusação, absolvendo o acusado. O MPF recorreu e o TRF/4 manteve a absolvição, sustentando que o total de tributos era inferior ao patamar de R$ 10.000,00 (dez mil reais), previsto no art. 20 da Lei n.10.522/02, mostrando-se acertado o reconhecimento da atipicidade da conduta no âmbito penal.
(http://rodrigocastello.jusbrasil.com.br/artigos/121936751/principio-da-fragmentariedade-no-direito-penal) 
7.PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE
A Culpabilidade ou a responsabilidade penal é sempre pessoal, inexiste no direito penal responsabilidade coletiva, subsidiária, solidária ou sucessiva, então o Estado não punirá sem determinar a culpa e individualizar a pena.
A pena só pode ser imposta a quem, agindo com dolo ou culpa, e merecendo juízo de reprovação, cometeu um fato típico e antijurídico. É um fenômeno individual. (JESUS, DAMÁSIO, 2001, P 11).
Uma vez, determinada a culpa pelo fato típico e antijurídico, nela será fundamentada a pena com a intensidade de acordo com a conduta reprovável, ou seja, conduta mais reprovável deverá receber uma pena maior que outra, menos reprovável.
EXEMPLO:
STJ - HABEAS CORPUS HC 121264 RS 2008/0256111-9 (STJ)
Dados Gerais
	Processo:
	HC 121264 RS 2008/0256111-9
	Relator(a):
	Ministro PAULO GALLOTTI
	Julgamento:
	16/04/2009 
	Órgão Julgador:
	T6 - SEXTA TURMA
	Publicação:
	DJe 07/12/2009
Data de publicação: 07/12/2009
Ementa: PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. DESCAMINHO. DIVERSAS MERCADORIAS TRANSPORTADAS EM AUTOMÓVEL. VÁRIOS RÉUS. CORRELAÇÃO ENTRE OS BENS E SEUS ADQUIRENTES. AUSÊNCIA. ATRIBUIÇÃO GLOBAL DE DÉBITO FISCAL. IMPROPRIEDADE. PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE. VIOLAÇÃO. RATEIO DO VALOR ENTRE TODOS OS RÉUS. QUANTUM INFERIOR A DEZ MIL REAIS. ART. 20 DA LEI 10.522 /02. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INCIDÊNCIA. 1. A ilusão fiscal, concernente ao crime de descaminho, deve ser apurada em relação a cada um dos adquirentes das mercadorias internalizadas conjuntamente dentro de dado veículo. Caso contrário, tem-se por violado o princípio da culpabilidade, determinante da responsabilidade pessoal de cada um dos agentes do delito. Diante da irregular atribuição, indiscriminada, do valor global do tributo a todos os ocupantes de determinado meio de transporte, deve-se promover a divisão equânime de tal montante entre os acusados para se aferir a aplicabilidade do princípio da insignificância nos moldes do artigo 20 da Lei 10.522 /02. Sendo o valor do tributo devido inferior a dez mil reais, tem-se a atipicidade material do crime previsto no artigo 334 do Código Penal. Precedentes do STF e do STJ. 2. Ordem concedida. (com voto-vencido)
(Http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/8637668/habeas-corpus-hc-121264-rs-2008-0256111-9-stj)8.PRINCIPIO DA HUMANIDADE
Este princípio sustenta que o poder punitivo estatal, não pode aplicar sanções que atinjam a respeitabilidade individual ou que lesionem a integridade físico-psíquica dos condenados. (BITENCOURT, 2009, p 16).
A Constituição veda a tortura, o tratamento desumano ou degradante a qualquer pessoa (art. 5º, III), a proibição da pena de morte, da prisão perpétua, de trabalhos forçados, de banimento e das penas cruéis (art. 5º, XLVII), o respeito e proteção à figura do preso (art. 5º, XLVIII, XLIX E L) e ainda normas disciplinadoras da prisão processual (art. 5º, LXI, LXII, LXIII, LXIV, LXV e LXVI), (BRASIL, 2009).
Sendo assim, através da ótica do Estado Democrático e Humanista de Direito, a pena deve visar somente conduzir o apenado a uma possibilidade de correção de sua conduta delituosa, bem como sua reinserção social, justamente por não ter a pena um caráter de castigo, e sim de ressocializador.
EXEMPLO:
Dados Gerais
	Processo:
	REsp 509947 RS 2003/0005193-1
	Relator(a):
	Ministro PAULO MEDINA
	Julgamento:
	15/09/2005
	Órgão Julgador:
	T6 - SEXTA TURMA
	Publicação:
	DJe 29/09/2008
PENAL. PROCESSO PENAL. RECURSO ESPECIAL. TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTE. DELITO EQUIPARADO A HEDIONDO. REGIME INTEGRALMENTE FECHADO. IMPOSSIBILIDADE. PROGRESSÃO DE PENA. CONSTITUCIONALIDADE. A Constituição da República recepcionou o sistema progressivo de cumprimento de pena, constante do Código Penal e daLei de Execução Penal, negá-lo ao condenado por crime hediondo gera descabida afronta aos princípios da humanidade das penas e da sua individualização. Recurso a que se nega provimento. (http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/814592/recurso-especial-resp-535584-rs-2003-0051935-8) 
9. PRINCIPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL
A lei penal mais severa nunca retroagirá para prejudicar o cidadão, ao passo que uma lei mais favorável atingirá os fatos ocorridos no passado. A Constituição em seu artigo 5º, inc. XL dita a regra da impossibilidade da lei penal retroagir, no entanto, deixou a exceção do retrocesso quando este for vantajoso ao agente infrator. (CAPEZ, 2011, p 67).
Ao exercitar este princípio, a conduta punida pela lei postergada, deixa de constituir ilícito, ocorrendo o fenômeno do “abolitio criminis”, no qual exclui-se os efeitos condenatórios tramitados em julgado, retroagindo a primariedade e antecedentes.
Há algumas exceções na aplicação do princípio da irretroatividade da lei penal, são casos de leis temporárias e leis excepcionais por possuir prazo de vigência pré-estabelecidos ou estabelecidos até perdurar a situação emergencial que lhe deu origem.
EXEMPLO:
Dados Gerais
	Processo:
	HC 14362 SP 2000/0097041-7
	Relator(a):
	Ministro VICENTE LEAL
	Julgamento:
	10/04/2001
	Órgão Julgador:
	T6 - SEXTA TURMA
	Publicação:
	DJ 28.05.2001 p. 171
RT vol. 793 p. 554
CONSTITUCIONAL. PENAL. SEQUESTRO. ROUBO QUALIFICADO. ALTERAÇÃO INTRODUZIDA PELA LEI Nº 9.426/96. RETROATIVIDADE FAVORÁVEL. - Denunciado o réu por crime de sequestro e roubo qualificado, em concurso material, a condenação exclusiva por crime de roubo qualificado, com incidência introduzida por lei posterior ao fato (inciso V), não afronta o princípio da irretroatividade penal, por se tratar de norma mais benigna (CF, art.5º, XL). - Habeas-corpus denegado. (http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/312367/habeas-corpus-hc-14362-sp-2000-0097041-7)
10. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI PENAL
O princípio da Anterioridade da lei Penal, está expresso na Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, inc. XXXIX, e no Código Penal em seu art. 1º, onde “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. (BRASIL, 2009).
Este preceito limita o comportamento do cidadão, delineando normas e disciplinando a sua conduta, sendo assim, o legislador pré-determina o fato criminoso, antes mesmo que ocorra, portanto, deve existir uma lei definindo-o como tal e culminando a sanção correspondente.
EXEMPLO:
	Processo:
	HC 80759 MS
	Relator(a):
	Min. MAURÍCIO CORRÊA
	Julgamento:
	28/08/2001
	Órgão Julgador:
	Segunda Turma
	Publicação:
	DJ 19-10-2001 PP-00031 EMENT VOL-02048-02 PP-00242
	Parte(s):
	JOSÉ EDUARDO DE JESUS
JOSÉ EDUARDO DE JESUS
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
	
HABEAS-CORPUS. CRIME DE RECEPTAÇÃO. RECEBIMENTO E POSSE DE VEÍCULO, SEM PROVA DA ORIGEM LÍCITA. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI PENAL. IMPROCEDÊNCIA.
Alegação de afronta ao princípio da anterioridade da lei penal, porque à época do fato (01/04/96) não constavam do artigo 180 do Código Penal as expressões conduzir e transportar, somente acrescidas em 24/12/96 pela Lei nº 9.426/96. Improcedência: diversamente do que alega o impetrante, a condenação, por receptação, funda-se em que o paciente recebeu bem cuja origem ilícita era de seu conhecimento, sendo que o verbo receber já integrava o referido tipo penal. Habeas-corpus indeferido. (http://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/14750759/habeas-corpus-hc-80759-ms)
11. PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL
No princípio da adequação social a lei deve tipificar apenas condutas humanas de intolerável relevância social, isto implica numa seleção e valoração de comportamentos, vale lembrar que o crime de adultério não está mais tipificada, pois passou a ser uma conduta aceitável pela sociedade, este princípio é intimamente relacionado com o princípio da insignificância, onde neste último, a irrelevância da conduta formal tipificada é imaterial.
EXEMPLO:
O juiz da 10ª Vara Criminal de Goiânia, Adegmar José Ferreira, absolveu a feirante Priscila Monteiro da Silva do crime de violação de direito autoral, popularmente conhecido por pirataria, enquadrado no artigo 184 do Código Penal. O Ministério Público (MP) pediu a condenação de Priscila por entender que a materialidade e autoria do crime estavam satisfatoriamente comprovadas. O magistrado, no entanto, considerou que a comerciante deveria ser absolvida, em atenção ao princípio da adequação social. Para ele, “é possível afirmar que não são consideradas crimes as condutas praticadas dentro do limite de ordem social normal da vida, visto que essa é uma prática tolerada pela própria sociedade”. (Fonte: Tribunal de Justiça de Goiás. http://professordebem.blogspot.com.br/2013/09/principio-da-adequacao-social.html) 
12. PRINCÍPIO DA ALTERIDADE OU TRANSCENDENTALIDADE
O princípio da alteridade, também em sintonia com o princípio da insignificância, veda a incriminação de conduta meramente subjetiva ou que não ofenda a nenhum bem jurídico. 
O fato típico pressupõe um comportamento que transcenda a esfera individual do autor e seja capaz de atingir o interesse do outro (altero). “Ninguém pode ser punido por ter feito mal só a si mesmo, não há lógica em punir o suicida frustrado ou a pessoa que se açoita na lúgubre solidão de seu quarto. Se a conduta se esgota na esfera do próprio autor, não há fato típico”. (CAPEZ, 2011, p 32).
EXEMPLO:
O caso foi julgado em novembro de 2009 e a ementa foi publicada logo em seguida. Ei-la: "A Turma concedeu a ordem de habeas corpus para trancar a ação penal instaurada em desfavor de ex-prefeito denunciado pela suposta prática do crime de poluição ambiental (art. 54, § 3º, da Lei n. 9.605/1998). 
In casu, o tribunal a quo consignou que a autoridade emissora da medida de controle ambiental descumprida seria o próprio paciente, a quem, na condição de representante máximo do município, caberia tomar providências para fazer cessar o dano e recuperar a área atingida. Contudo, segundo a Min. Relatora, essa conclusão conduz ao entendimento de que o acusado seria, ao mesmo tempo, o agente e o sujeito passivo mediato do delito, o que contraria característica inerente ao direito penal moderno consubstanciada na alteridade e na necessidade de intersubjetividade nas relações penalmente relevantes. Com essas considerações, reconheceu a atipicidade da conduta por ausência de elementar do tipo. (http://brunogilaberte.blogspot.com.br/2011/01/ressureicao-do-principio-da-alteridade.html)13. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE OU RAZOABILIDADE
O princípio da proporcionalidade aparece em diversas passagens de nosso Texto Constitucional, quando proíbe certos tipos de sanções (art. 5º, XLVII), exige individualização da pena (art. 5º, XLVI), maior rigor para casos de maior gravidade (art., XLII, XLIII e XLIV) e moderação para infrações menos graves. (CAPEZ, 2011, P 39).
A razoabilidade ou a proibição de excesso são critérios que servem de parâmetros para o pressuposto da proporcionalidade, a graduação e imposição das penas aos delitos, bem como da irrelevância penal do fato, observando-se certos limites entre o fato ofensivo considerado típico e a sanção respectivamente preconizada na norma de sanção. 
O princípio da proporcionalidade é utilizado na criação normativa, onde o legislador ao prever um fato de forma abstrata, prevê também uma pena proporcional à gravidade da ofensa. Esse princípio impõe limites ao Estado, evitando a imposição de penas excessivas e desproporcionais à gravidade do delito tipificado na norma.
EXEMPLO:
Dados Gerais
	Processo:
	RHC 53926 GO 2014/0308809-6
	Relator(a):
	Ministro GURGEL DE FARIA
	Julgamento:
	19/05/2015
	Órgão Julgador:
	T5 - QUINTA TURMA
	Publicação:
	DJe 01/06/2015
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO E TRÁFICO DE DROGAS. EXCESSO DE PRAZO NA INSTRUÇÃO PROCESSUAL. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE MANIFESTA.
1. Conforme entendimento consolidado na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o alegado constrangimento ilegal da prisão preventiva por excesso de prazo para conclusão da instrução criminal deve ser analisado à luz do princípio da razoabilidade.
2. Cuidando-se de processo com certo grau de dificuldade para o desenvolvimento da instrução criminal, não só em virtude da pluralidade de réus, mas também da necessidade de expedição de cartas precatórias, expediente que todos sabem ser demorado, torna-se razoável e justificada a delonga na formação da culpa, de modo a afastar, por ora, o alegado constrangimento ilegal.
3. Recurso desprovido. (http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/194525198/recurso-ordinario-em-habeas-corpus-rhc-53926-go-2014-0308809-6)
14. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
O princípio da dignidade humana está previsto na Constituição Federal de 1988, em seu art. 1º, inciso III, “a dignidade da pessoa humana”, o homem antes de ser considerado como cidadão passa a valer como pessoa. (BRASIL 2009).
O princípio defende a dignidade do ser humano, protegendo-o de ações arbitrárias e indevidas por parte do Estado, pois sua intervenção jurídico-penal jamais deve servir de instrumento vexatório ou repugnante, devendo agir com a razão e abster-se de emoção para tratar da criminalidade.
15. PRINCÍPIO DO IN DÚBIO PRO RÉO
O princípio do “in dúbio pro réo” determina que o acusado da prática de uma infração penal por ocasião de seu julgamento final, ao persistir dúvida da autoria e culpabilidade deverá o Estado acatar a interpretação mais favorável ao réu, absolvendo-o.
EXEMPLO:
Dados Gerais
	Processo:
	AP 00001254920087010201 RJ
	Relator(a):
	Artur Vidigal de Oliveira
	Julgamento:
	12/05/2015 
	Publicação:
	Data da Publicação: 25/05/2015 Vol: Veículo: DJE
APELAÇÃO. MPM. ESTELIONATO. INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO IN DUBIO PRO REO.
A insuficiência de provas quanto ao dolo e à efetiva obtenção de vantagem indevida impõe a manutenção da absolvição em relação ao delito previsto no art. 251 do CPM, uma vez que, no processo penal brasileiro, vigora o Princípio do In Dubio Pro Reo. Recurso conhecido e não provido. Decisão unânime. (http://stm.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/192157244/apelacao-ap-1254920087010201-rj)
16. PRINCÍPIO DA IGUALDADE
O princípio da igualdade previsto na Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, caput, “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...”, busca a indiscriminalização na aplicação da norma penal formal e material igualitariamente a todos os cidadãos, proibindo as diferenciações de tratamento. (Brasil, 2009).
EXEMPLO:
Dados Gerais
	Processo:
	AGV 70052073764 RS
	Relator(a):
	Ícaro Carvalho de Bem Osório
	Julgamento:
	31/01/2013 
	Órgão Julgador:
	Sexta Câmara Criminal
	Publicação:
	Diário da Justiça do dia 21/02/2013
AGRAVO EM PROCESSO DE EXECUÇÃO CRIMINAL. RECURSO DEFENSIVO. TRABALHO REALIZADO POR APENADO DO REGIME ABERTO. REMIÇÃO. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE EXPRESSA VEDAÇÃO LEGAL. PRINCÍPIO DA IGUALDADE.
Com fulcro no princípio constitucional da isonomia, a distinção da remição no aberto com os demais regimes seria uma afronta direta ao Estado Democrático de Direito. Ademais, não pode ser inviabilizado ao reeducando em regime aberto o benefício da remição, pois inexiste expressa vedação legal. Além disso, a entrada em vigor da nova lei modificou a redação do art. 126 da LEP, junto com o seu § 6º, traz a possibilidade cristalina da remição por estudo no aberto, e assim, de acordo com o princípio da igualdade, não pode ser feita qualquer discriminação entre o estudo e trabalho realizado pelos reeducando, pois ambas as formas são de suma importância para a ressocialização do apenado, ficando a critério do mesmo escolher a melhor para praticar. Tratando-se de 720 horas trabalhadas e utilizando-se o critério de 18 horas trabalhadas para 01 dia de pena, o reeducando adquire 40 dias remidos. RECURSO DEFENSIVO PROVIDO. UNÂNIME. (Agravo em Execução Nº 70052073764, Sexta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ícaro Carvalho de Bem Osório, Julgado em 31/01/2013)
(http://tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/112554519/agravo-em-execucao-agv-70052073764-rs) 
	17. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
O princípio da presunção de inocência está previsto na Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, inciso LVII, “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. (BRASIL 2009).
O autor do fato tipificado como antijurídico mesmo preso em flagrante, será indiciado em inquérito policial e submetido a processo judicial a fim de ser verificada a formalidade, materialidade e culpabilidade pelo fato, pois a culpa não se presume no Direito Penal, portanto só é culpado após a sentença condenatória irrecorrível.
EXEMPLO:
Dados Gerais
	Processo:
	HC 10000140184102000 MG
	Relator(a):
	Jaubert Carneiro Jaques
	Julgamento:
	15/04/2014 
	Órgão Julgador:
	Câmaras Criminais / 6ª CÂMARA CRIMINAL
	Publicação:
	25/04/2014
HABEAS CORPUS - TENTATIVA DE HOMICÍDIO QUALIFICADO - NEGATIVA DO DIREITO DE RECORRER EM LIBERDADE - DECISÃO FUNDAMENTADA - PRESENÇA DOS PRESSUPOSTOS E REQUISITOS DOS ARTIGOS 312 E SEGUINTES DO CPP - GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA - REQUISITO CONSTITUCIONAL - CRIME GRAVE - REITERAÇÃO DELITIVA - PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA - COMPATIBILIDADE - AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL - DENEGADA A ORDEM.
- Réu preso durante toda a instrução criminal que demonstrou ser pessoa perniciosa ao convívio social, deve permanecer segregado por ocasião de sentença de pronúncia, se presentes os pressupostos e requisitos autorizadores da prisão preventiva, dispostos nos art. 312 e 313 do CPP.
- O requisito da garantia da ordem pública é constitucional, uma vez que, diante da periculosidade do agente ou da real probabilidade de reiteração delitiva, busca acautelar o meio social.
- A prisão cautelar é plenamente compatível com o princípio constitucional da presunção de inocência, não havendo que se falar que o paciente só deve ter sua liberdade limitada, quando, em seu desfavor, for proferida uma decisão condenatória definitiva.
http://tj-mg.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/120510866/habeas-corpus-hc-10000140184102000-mg
18. PRINCÍPIO DO NE BIS IN IDEM
O princípio do “ne bis in idem”, intrínseco no artigo 8º do código Penal elimina a possibilidade do Estado punir em duplicidade o autor da prática de uma única infração penal. (Brasil, 1999)
 	Por outro enfoque nãoimpede punições administrativas ou civis, que não caracteriza o princípio onde preceitua que ninguém será punido penalmente pelo mesmo fato, mas sem dúvida poderá ser punido pelo Direito Civil, sendo obrigado a indenizar um dano ou punido administrativamente, quando funcionário público, com a perda da função.
EXEMPLO:
Dados Gerais
	Processo:
	HC 105568020098070000 DF 0010556-80.2009.807.0000
	Relator(a):
	SILVÂNIO BARBOSA DOS SANTOS
	Julgamento:
	27/08/2009 
	Órgão Julgador:
	2ª Turma Criminal
	Publicação:
	20/10/2009, DJ-e Pág. 128
Habeas Corpus. Crime de competência da justiça militar. Instauração paralela de inquéritos na justiça comum e na justiça militar. Sentença de arquivamento na esfera da justiça comum. Desinteresse das vítimas no prosseguimento do feito. Coisa julgada. Prevalência do princípio do ne bis in idem. Ordem concedida.
1. o conceito de coisa julgada deve ser ampliado. Os princípios do favor rei, do favor libertatis e do ne bis in idem imperam sobre o rigor técnico.
2. se o fato delituoso já foi objeto de persecução penal, ainda que perante juiz absolutamente incompetente, deve-se reconhecer a coisa julgada, impedindo que o mesmo fato seja objeto de outra ação penal.
3. ordem concedido para arquivar o processo em trâmite no juízo da auditoria militar do distrito federal.
(http://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/5430401/hbc-hc 105568020098070000-df-0010556-8020098070000)
19. PRINCÍPIO DA PESSOALIDADE E DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
O princípio da pessoalidade estabelece que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, previsto na art. 5º incisos, XLV e XLVI da constituição Federal de 1988, torna impossível a punição de fato alheio. (BRASIL, 2009).
EXEMPLO:
Dados Gerais
	Processo:
	HC 215680 SP 2011/0191032-5
	Relator(a):
	Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA
	Julgamento:
	18/04/2013
	Órgão Julgador:
	T6 - SEXTA TURMA
	Publicação:
	DJe 29/04/2013
Ementa
Habeas corpus. Tráfico ilícito de entorpecentes. Apelação julgada. Impetração substitutiva de recurso especial. Impropriedade da via eleita. Ilegalidade manifesta. Ocorrência. Dosimetria da pena. Patente ausência de fundamentação. Sistema trifásico. Princípio da individualização da pena. art. 93, inciso ix, da constituição federal de 1988. Inobservância. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida, de ofício.
1. É imperiosa a necessidade de racionalização do emprego do habeas corpus, em prestígio ao âmbito de cognição da garantia constitucional, e, em louvor à lógica do sistema recursal. In casu, foi impetrada indevidamente a ordem como substitutiva de recurso especial.
2. Hipótese em que há ilegalidade manifesta a ser reconhecida. O Magistrado sentenciante não logrou fundamentar de maneira idônea a dosimetria da pena, porquanto não procedeu à análise das circunstâncias judiciais do art. 59, nem analisou a existência de atenuantes, agravantes, causas de diminuição e de aumento de pena, consoante determina o art. 68 do Código Penal, em patente inobservância ao sistema trifásico, ao princípio da individualização da pena, e ao art. 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988. 3. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida, de ofício, para, mantida a condenação, anular a sentença e, por conseguinte, o acórdão guerreado, no tocante à dosimetria da pena, a fim de que seja proferida nova sentença, de forma fundamentada.
(http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/23317285/habeas-corpus-hc-215680-sp-2011-0191032-5-stj)
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer do presente trabalho foram expostos alguns princípios penais constitucionais de vital importância dentro do nosso ordenamento jurídico e principalmente ao Direito Penal.
	Com a necessidade de distinguir os fatos que importem maior amplitude de aplicação do Direito Penal, expôs-se o princípio da insignificância, fragmentariedade e alteridade, nos quais aplica-se os chamados crimes de bagatela – denotados como tipos penais inferiores que, ensejam desconsideração da punibilidade estatal como medida de política criminal. 
Também foi mencionado o princípio da legalidade, que é a maior garantia constante em nosso ordenamento penal, uma vez que, para que ocorra aplicação da pena, deve existir a lei penal e o fato deve estar previsto como um ilícito penal, bem como, sua cominação legal.
Exemplificando a temática, também foram expostos alguns julgados a respeito de diversos casos de tipos penais específicos em que verifica a aplicação dos princípios constitucionais. 
 Desta forma, verificou-se a interligação entre o Direito Penal e o Direito Constitucional, mostrando que os princípios presentes em nossa Constituição Federal, regem o Direito Penal, norteiam o legislador quanto da elaboração da norma, os juízes para fazer sua aplicação, e os operadores em geral.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, Texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais n.ºs 1/92 a 57/20086 e pelas Emendas Constitucionais de Revisão n.ºs 1 a 6/94 – 31 ED - Brasília: Câmara dos deputados, Edições Câmara,2009.
BRASIL. Código Penal / Organização dos textos, nota remissivas e índices por Juarez de Oliveira. - 29. Ed., São Paulo: Saraiva, 1999. (Legislação brasileira) "Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, atualizado e acompanhado de Legislação Complementar, também atualizada, de dispositivos da Constituição Federal de 1988, de súmulas e índices. "
BITENCOURT, Cezar Roberto; Tratado de direito Penal, Parte Geral, V1, 14 ed São Paulo: Saraiva 2009.
 Capez, Fernando. Curso de Direito Penal I. 16. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2011. 651p.
 DAMÁSIO, E de Jesus; Direito Penal, Parte Geral, V1, 24 ed São Paulo: Saraiva 2001.

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