Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Caso Concreto 5_Penal IV Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os crimes em espécie e crimes hediondos e equiparados, responda de forma objetiva e fundamentada se a capitulação da conduta de ROMOALDO está correta. Resp.: A conduta de Romoaldo ao submeter L.T. de 11 anos de idade a intenso sofrimento físico e mental com o fins de castigá-la é tipificada como tortura, previsto no art.1, inciso II da lei 9.455/97. Art. 1º Constitui crime de tortura: II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. TJ-PR - Apelação Crime ACR 4407310 PR 0440731-0 (TJ-PR) Ementa: 1. APELAÇÃO CRIME. CRIME DE TORTURA PRATICADO CONTRA CRIANÇA. PRETENSÃO DE DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DE MAUS-TRATOS. IMPOSSIBILIDADE. EXISTÊNCIA DE PROVAS DE QUE A ACUSADA LESIONOU A VÍTIMA SIMPLESMENTE POR TER FICADO IRRITADA COM O SEU CHORO. RECURSO DESPROVIDO. - Havendo provas de que a ora apelante Elizete Sprengler lesionou a vítima A. A. O. S., que contava com apenas 09 (nove) meses de idade à época dos fatos, simplesmente por ter ficado irritada com o seu choro, consoante ela própria admitiu em seu interrogatório judicial, resta configurada a prática do crime de tortura qualificada previsto no art. 1º , § 3º , da Lei nº 9.455 /1997, e não do crime de maus-tratos (art. 136 do CP ). De Plácido e Silva leciona, de forma extremamente genérica, que tortura "é o sofrimento ou a dor provocada por maus tratos físicos ou morais". Hungria conceitua tortura como o "meio supliciante, a inflição de tormentos, a ‘judiaria’, a exasperação do sofrimento da vítima por atos de inútil crueldade". Para Aníbal Bruno, tortura consiste no "sofrimento desnecessário e atormentador, deliberadamente infligido à vítima". Noronha conceitua o termo como o ato de "infligir-se um mal ou sofrimento desnecessário e fora do comum". Finalmente, dentre outras diversas conceituações doutrinárias, Mirabete expõe que "tortura é a inflição de mal desnecessário para causar à vítima dor, angústia, amargura, sofrimento". Tem-se na literatura que a primeira manifestação do legislador ordinário pátrio acerca da tipificação do crime de tortura deu-se com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90). Em seu artigo 233, o ECA previa como crime o ato de "submeter criança ou adolescente, sob sua autoridade, guarda ou vigilância a tortura". Também a Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8072/90), logo em seguida, veio a equiparar o crime de tortura aos chamados crimes hediondos, em plena consonância com a disposição constitucional (art. 5º., XLIII, CF c/c arts. 1º. e 2º. da Lei 8072/90). Questão objetiva Crisóstomo, policial militar, e Elesbão, agente da Polícia Civil, agindo em comunhão de esforços e desígnios, buscando a confissão de um crime, provocaram intenso sofrimento físico a Nicanor. Posteriormente, Vitorino, delegado de polícia, ao saber do ocorrido, mesmo possuindo atribuição investigativa, opta por não apurar o caso, visando a abafá- lo. Nesse contexto é correto afirmar que: a) todos praticaram crimes da Lei nº 9.455, contudo a conduta do delegado não é equiparada a crime hediondo. b) o policial militar cometeu crime militar, equiparado a hediondo; o agente cometeu crime previsto na Lei n° 9.455, também equiparado a hediondo; e o delegado cometeu crime de prevaricação, não hediondo. c) O policial militar e o agente cometeram crime previsto na Lei n° 9.455, equiparado a hediondo; e o delegado cometeu crime de prevaricação, não hediondo. d) todos praticaram crimes equiparados a hediondo, previstos na Lei n° 9.455. e) o policial militar cometeu crime militar, não hediondo; o agente cometeu crime previsto na Lei n° 9.455, equiparado a hediondo; e o delegado cometeu crime de prevaricação, não hediondo. Resp.: A
Compartilhar