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Pergunta 1. Inicie analisando os aspectos gerais sobre como a história da ciência está sendo abordada nestes espaços, com destaque para o contexto das investigações científicas luso- brasileiras. Se precisar, busque informações complementares em outros sites ou textos que tratam da história das ciências em Portugal e no Brasil no século XVIII. A exploração dos sites dos museus é livre, mas indicamos aqui a página sobre “Espaços históricos” da exposição permanente do Museu da Ciência (Universidade de Coimbra); e o Museu de Ciências e História Natural (Lisboa) entre em “Visita interativa” (entre em “Visita” na página principal e, posteriormente, em “Visita interativa”) e em “História e Patrimônio” (entrar em “Missão e estrutura” e, posteriormente, em “História e Patrimônio”). Inicialmente as fonte de informações que permitiu o desenvolvimento da História Natural e a ciência européia do século XVI fora os países coloniais, especialmente as Américas. Posteriormente, a partir do século XVIII, começariam a se formar núcleos de investigação científica no próprio território colonial e, a partir do século XIX, se constituiria uma ciência nacional independente. A história da Ciência no Brasil se insere no contexto do desenvolvimento da ciência nos países coloniais entre os séculos XVI e XVII e com a exploração colonial do Novo Mundo. Nesse contexto exigiu um esforço científico inicial dos navegadores europeus no sentido de obter informações geográficas e produzir uma cartografia. Em seguida, de comunicar-se com os nativos e obter informações botânicas, zoológicas e mineralógicas. Galeria de Mineralogia do Museu da Ciência Na primeira fase da história da ciência luso-brasileira incorporaram-se elementos dos saberes indígenas à ciência, particularmente no campo do conhecimento dos vegetais por seus efeitos medicinais para o homem e animais, e ainda a cultura da mandioca, do tabaco, o conhecimento do curare, do timbó, da ayahuasca, da quina, do guaraná, entre muitas outras plantas. A ciência das comunidades indígenas não só continha classificações exaustivas da flora e da fauna como correlações entre plantas e efeitos farmacológicos. Na fase posterior a colonização, adaptaram-se uma série de técnicas européias destinadas a exploração econômica nas quais: - as técnicas do plantio da cana-de-açúcar desenvolvida nas ilhas atlânticas iria se ampliar nos trópicos (os engenhos logo tornaram-se empreendimentos pioneiros de um sistema fabril, onde instalava-se a produção em série junto a aplicação de processos químicos) e - a mineração que aplicará técnicas resultantes da ciência europeia e com adaptações das técnicas africanas trazidas pelos escravos. As ciências naturais no Brasil começaram assim pelas mãos dos holandeses que, em 1637, quando trouxeram médicos e naturalistas como Guilherme Piso e Jorge Marcgrave, autores da primeira História Natural do Brasil Ilustrada, e construíram em Recife o primeiro observatório astronômico. A medicina, a botânica, a zoologia, especialmente a ictiologia, a ornitologia e a entomologia, além da cartografia e da descrição etnográfica enriqueceram-se com as informações colhidas no Brasil. Com a ascensão do marquês de Pombal, a partir de 1750, trouxe não só a expulsão dos jesuítas (1759), e a reforma educacional, com a reorganização da Universidade de Coimbra (1772), como a promoção das idéias científicas, que serviram não só para explicar o terremoto de Lisboa, em 1755, como para justificar o envio das primeiras expedições científicas portuguesas ao Brasil. Como resultado das reformas pombalinas da Universidade de Coimbra, a inclusão de matérias científicas no currículo acadêmico e dois brasileiros se tornarão os principais cientistas em mineralogia e geologia, são eles José Bonifácio e Manuel F. da Câmara. O primeiro dirigirá a cadeira de mineralogia, para ele criada, em Coimbra, e será o Intendente Geral das Minas e Metais do Reino. No total, cerca de 430 brasileiros se formaram em ciências em Coimbra desde as reformas de 1772 até o final do século XVIII. Analisando os sites dos museus indicados e a evolução da história das ciências, concluo que apesar de hoje esses espaços serem dedicados a museu em outrora foi um espaço destinado a pesquisa e desenvolvimento do pensamento cientifico. Em cada exposição e espaço é possível se ambientar com o esforço que foi empregado para entender a ciências e transforma-la em conhecimento que hoje usamos no nosso cotidiano. Tanto Museu de Ciências e História Natural (Coimbra) quanto o Museu Nacional de História Natural e Ciências (Lisboa) há espaços que apresentam diversas exposições e/ou atividades interativas voltadas ao público. Nesses espaços a educação não formal privilegia a evolução da história das diversas áreas, sendo cada vez mais um campo de produção de conhecimento científico de qualidade e de forma acessível a sociedade. Pergunta 2. Posteriormente, analise como aparecem os laboratórios químicos, sua história, sua disposição, as alterações realizadas nos processos de remodelação museológica. Como patrimônio cultural e histórico, Portugal tem o privilégio de possuir três laboratórios químicos que são: • Laboratorio Chimico na Universidade de Coimbra (séc. XVIII) • Laboratorio Chimico da Escola Politécnica, na Universidade de Lisboa (séc. XIX) • Laboratório Químico Ferreira da Silva, na Universidade do Porto (início século XX, sendo restaurado) E os estudos de museológica se darão no: - Museu de Ciências e História Natural (Coimbra) é formado pelo Laboratório Chimico e o Colégio de Jesus: Entrada do Museu de Ciências e História Natural de Coimbra LABORATORIO CHIMICO Objetos do Laboratório Chimico – Museu da Ciência – Universidade de Coimbra) O Laboratório Chimico foi concebido para o ensino experimental da química no século XVIII e hoje transformado em museu é composto por uma vasta coleção com objetos antigos usados para o ensino de química (instrumentos, vidrarias, reagentes, livros, etc ). COLÉGIO DE JESUS Gabinete de História Natural No Colégio de Jesus é formado pelo o Gabinete de Física e a Galeria de História Natural. A coleção de instrumentos científicos e didáticos de física da Universidade de Coimbra é, sem dúvida, uma das mais notáveis e raras da Europa. Com origem no Colégio dos Nobres em Lisboa foi trazida para Coimbra para fundar o Gabinete de Física anexo à cadeira de Física Experimental, criada na Universidade pelos Estatutos Pombalinos de 1772. O Gabinete de História Natural da Universidade de Coimbra foi criado em 1772 para o ensino experimental na Faculdade de Philosophia. Possui uma coleção didática de animais, plantas, fósseis, minerais, rochas e modelos. Os espécimes eram usados em demonstrações no teatro da Natureza e permitiam a observação direta pelos estudantes. Constitui o mais antigo museu de Portugal que se mantém no seu espaço de origem. - Museu Nacional de História Natural e Ciências (Lisboa) é formado pelo Museu Nacional de História Natural e ao Museu de Ciência que por sua vez integra as suas coleções, os antigos edifícios da Escola Politécnica, o Jardim Botânico de Lisboa, Laboratório Chimico, Real Picadeiro do antigo Colégio dos Nobres e o Observatório Astronómico da Ajuda Entrada do Museu Nacional de História e Ciências Natural de Lisboa AMPHITEATRO E LABORATORIO CHIMICO O Laboratorio e o Amphiteatro de Chimica da Escola Politécnica são a referência histórica e científica da Universidade de Lisboa, da cidade e do país. É, possivelmente, o único sobrevivente dos grandes laboratórios de ensinoe de investigação das universidades europeias. Do ponto de vista histórico, a evolução do Laboratório Chimico ao longo do tempo é muito relevante para a história da Química e do seu ensino, particularmente em Portugal. É aqui que se concentra uma das mais importantes coleções de Química da Europa, proveniente deste mesmo espaço. Cadinhos de fusão de ouro e cloreto de mercúrio É esta integração coleção-espaço-arquivo que torna o Laboratório particularmente singular, possibilitando inúmeras e frutuosas abordagens, quer para a divulgação da ciência e do ensino da ciência junto do público em geral, quer para a investigação histórica. JARDIM BOTÂNICO DE LISBOA E JARDIM TROPICAL A enorme diversidade de plantas recolhidas pelos seus primeiros jardineiros, o alemão E. Goeze e o francês J. Daveau, provenientes dos quatro cantos do mundo em que havia territórios sob soberania portuguesa, patenteava a importância da potência colonial que Portugal então representava, mas que na Europa não passava de uma nação pequena e marginal. As coleções sistemáticas servem vários ramos da investigação botânica, demonstram junto do público e das escolas a grande diversidade de formas vegetais e múltiplos processos ecológicos, ao mesmo tempo que representam um meio importante e efetivo na conservação de plantas ameaçadas de extinção. Algumas coleções merecem menção especial. A notável diversidade de palmeiras, vindas de todos os continentes, confere inesperado cunho tropical a diversas localizações do Jardim. As cicadáceas são um dos ex-libris do Jardim. Autênticos fósseis vivos, representam floras antigas, que na maioria se extinguiram. Hoje, são todas de grande raridade, havendo certas espécies que só em jardins botânicos se conservam. O Jardim é particularmente rico em espécies tropicais originárias da Nova Zelândia, Austrália, China, Japão e América do Sul, o que atesta a amenidade do clima de Lisboa e as peculiaridades dos microclimas criados neste Jardim. Banco de sementes OBSERVATÓRIO ASTRONÔMICO DA ESCOLA POLITÉCNICA E DA AJUDA O Observatório de Astronomia da Escola Politécnica foi construído como objetivo de mapear os limites do território português e das colônias. Na época, o primeiro passo no processo de mapeamento, o estabelecimento de uma rede de triangulação primária, dependia da Astronomia. Era recorrendo a esta ciência que se determinava a longitude e a latitude dos pontos geodésicos principais e era em função do cálculo dos azimutes que se orientava a rede de triangulação. Astrolábio A importância científica e histórica do Observatório, em conjunto com a sua coleção, biblioteca e arquivo históricos, não tem igual no país. Trata-se de patrimônio científico de excecional qualidade. A coleção compreende mais 200 instrumentos de observação astronômica. A maioria foi adquirida entre 1860 e 1870. Pergunta 3. Por fim, você faça análises detalhadas de alguns objetos dos acervos desses museus. Acesse os dados relativos ao acervo dos museus e faça análises detalhadas sobre: a) Escolha um objeto relacionado à química e analise como ele está tratado no site: as descrições, a contextualização histórica, a representação visual (fotografias, desenhos, relações com outras imagens etc). Museu Nacional de História Natural e da Ciência (Lisboa) Estojo com amostras de minério de chumbo das Minas do Braçal (1851) O estojo, com amostras de minério de chumbo das Minas do Braçal, foi oferecido a D. Pedro V, em 1852, por Diederich Mathias Feuerheerd (1791-1874), proprietário das Minas está em exposição na Galeria de Mineralogia do Museu de Ciências. Galeria de Mineralogia do Museu da Ciência O site apresenta a história do objeto até preservação no MUHNAC, contudo não menciona onde e como era usado, apenas a contextualização histórica como descrito abaixo: As coleções de história natural do Museu têm origens seculares. Além de compras e trocas regulares com instituições nacionais e estrangeiras, cresceram substancialmente em duas ocasiões, com a doação de coleções científicas particulares da antiga Casa Real portuguesa. Primeiro, em 1858, com a integração do Real Museu da Ajuda, fundado em 1768 para a educação dos príncipes portugueses. Com milhares de exemplares, provenientes na maioria das antigas colónias, e uma rica biblioteca especializada, o Real Museu foi entregue, em 1836, à Academia das Ciências de Lisboa para a fundação de um Museu Nacional. Todavia, volvidas duas décadas, por carta de lei de 9 de Março de 1858 - há precisamente 158 anos, o rei D. Pedro V (1837-1861) ordenaria a sua transferência para a Escola Politécnica. Num segundo momento, em 1863, com a integração das coleções do Museu Real das Necessidades, reunidas por D. Pedro V e o seu irmão D. Luís (1838-1889). Ambos, particularmente interessados na história natural, acumularam, a partir de 1848, na sua residência das Necessidades, uma coleção de milhares de exemplares ornitológicos, conquiológicos e paleontológicos, importante no contexto europeu e objeto de visita regular por alguns dos mais reconhecidos naturalistas da época. O estojo, com amostras das Minas do Braçal, representativas dos produtos das diferentes fases do tratamento do minério até à obtenção de chumbo, em exposição este mês, é proveniente das Necessidades. Construído para a Exposição Universal de Londres de 1851, foi oferecido a D. Pedro V, em 1852, por Diederich Mathias Feuerheerd (1791-1874), proprietário das Minas. Transferido em 1863 para a Escola Politécnica, sobreviveu ao incêndio de 1978, e faz parte dos cerca de 1000 objetos provenientes das coleções científicas da antiga Casa Real portuguesa, ainda preservados no MUHNAC. O minério é constituído essencialmente por Galena, um mineral cuja composição química é sulfureto de chumbo. Museu de Ciências e História Natural (Coimbra) Pote de Vandelli Museu de Ciência (Laboratório de Chimico – Universidade de Coimbra O site apresenta a história do objeto até preservação no museu, cita como era usado e a contextualização histórica como descrito abaixo: Pote ou canudo de botica com tampa, em cerâmica fina ou de Vandelli também conhecida por louça “Vandel” ou de “Vandelles”. Faz parte de um conjunto de sete potes do fim do século XVIII, um dos objetos mais preciosos da coleção de Química do Museu da Ciência. Cada pote possui uma inscrição a castanho, enquadrada por filete debruado a amarelo, com o número e designação de uma classe do reino Plantae, do sistema de classificação de Lineu: Cl. VIII Octandria, Cl. X Decandria, Cl. XI Dodecandria, Cl. XII Icosandria, Cl. XIV Didynamia, Cl. XV Tetradynamia, e Cl. XVI Monadelphia. Os potes de botica costumam conter o produto correspondente à sua inscrição ou rótulo. Neste caso uma classe do sistema de Lineu corresponde a um vasto número de famílias, gêneros e espécies de plantas. Supõe-se que o conjunto faça parte de uma coleção de potes decorativos que abrangiam as 24 classes de plantas, realizada por Vandelli em homenagem à sua amizade por Lineu. Os sete potes de faiança permaneceram no Laboratório Chimico até à década de 1970 e retornaram ao Laboratório para integrar as coleções do Museu da Ciência da Universidade. b) Escolha um objeto africano e analise suas descrições, destacando os usos deste objeto, as etnias, o histórico (caso haja informações sobre isso), o tipo de material, a origem do objeto etc. Qual a abordagem destes textos em relação à cultura material africana, ou seja, como o conhecimento e os aspectos culturais foram abordados? Por fim, discutacomo o conhecimento e a cultura africana foram tratadas, confrontando com o texto-base desta aula (PAIVA, 2002). O objeto africano escolhido para a descrição é a bateia, contudo não há registro do objeto no site dos museus portugueses pesquisado, há apenas citações das contribuições africanas na metalurgia e mineralogia. Para entender a descrição do objeto (bateia) abaixo está sendo usada uma ilustração do Museu de História Natural de Ouro Preto: Bateia A bateia era o instrumento utilizado para exploração de minério para obter um concentrado de minerais entre os quais o ouro. Através da sua agitação com movimentos circulares, o sedimento colocado juntamente com alguma água permite efetuar a separação destes. Assim como as bateias, o couro de boi a contrapelo e as técnicas de canoas (“recipiente” que se estende um couro para reter o ouro) são importantes contribuições africanas as técnicas para extração de minérios e aos estudos de mineralogia luso-brasileira. Nas encostas das minas, os africanos tinham tradição e o uso da bateia com fundo cônico (canoas de mineração ou carumbés) que separava o ouro por diferença de densidade. O uso de couro era comum, era usado como uma espécie de membrana para cobrir as bateias e assim o ouro ficava preso e depois separado. Com essa riqueza no contexto de exploração do ouro, as técnicas foram aproveitadas e os contextos culturais se enraizavam na forma de produção extração. A mistura de conhecimentos técnicos é tão patente, quanto a reformulação dos anteriormente existentes e a construção de novos, a partir de condição peculiares e das demandas mineratórias (PAIVA, 2002). Bibliografia MUSEU DE CIÊNCIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA. Museu de ciência. Disponível em: http://www.museudaciencia.pt/index.php?module=content&option=museum . Acesso em 01 Dez. 2017. MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL E DA CIÊNCIA. Todo o universo na cidade. Disponível em: http://www.museus.ulisboa.pt/pt-pt . Acesso em 01 Dez. 2017. PAIVA, E. F. BATEIAS, Carumbés, tabuleiros: mineração africana e mestiçagem no novo mundo. 2002. Disponível em: http://www.fafich.ufmg.br/pae/apoio/bateiascamburestabuleirosmineracaoafricanaemesticagemnonovomundo. pdf . Acesso em: Acesso em 01 Dez. 2017. https://www.tripadvisor.com.br Disponível em: https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-g189143- d3292210-Reviews-Cience_Museum- Coimbra_Coimbra_District_Central_Portugal.html#photos;geo=189143&detail=3292210&ff=229946716&albu mViewMode=hero&aggregationId=101&albumid=101&baseMediaId=229946716&thumbnailMinWidth=50&cnt =30&offset=-1&filter=7&autoplay/. Acesso em 01 Dez. 2017. https://www.tripadvisor.com.br Disponível em: https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-g189158-d521856-Reviews- Natural_History_Museum_and_Botanical_Garden- Lisbon_Lisbon_District_Central_Portuga.html#photos;geo=189158&detail=521856&ff=162591820&albumVie wMode=hero&aggregationId=101&albumid=101&baseMediaId=162591820&thumbnailMinWidth=50&cnt=30& offset=-1&filter=7&autoplay Acesso em 01 Dez. 2017.
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