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Direito Processual doTrabalho Aula 2

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PROCESSO DO TRABALHO II
	
	9º Período do Curso de Direito
	
	Professor: Vagner dos Santos da Costa
OBS.: A leitura deste material não exime o aluno da leitura de Legislação e Doutrina indicados pelo professor, que se fazem necessárias para o devido aprendizado e resultado nas avaliações desta matéria.
A PROVA NO PROCESSO DO TRABALHO
1. PRINCÍPIOS
Em relação às provas no Processo do Trabalho, importante se faz destacar os seguintes princípios:
a) Necessidade da Prova: os fatos narrados pelas partes na RT (Reclamação Trabalhista) devem ser deveras provados. A simples alegação não garante o direito. Se o fato não é provado, ele simplesmente não existe no mundo jurídico.
b) Unidade da Prova: a prova deve ser apreciada no seu conjunto, como um todo, não devendo a prova ser considerada isoladamente. Isto não significa dizer que o magistrado deva decidir, necessariamente, com exclusividade, em favor de um dos litigantes.
c) Lealdade da Prova ou Probidade: As provas devem ser produzidas com ética e lealdade. Com efeito, o ordenamento jurídico vigente é dotado de instrumentos que objetivam coibir a produção de provas ilícitas, falsas ou desleais. 
Nossa Carta Magna preceitua, em seu artigo 5º, LVI, que são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
O STF adota a aplicação da “Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada” (fruits of the poisonous tree), com entendimento de que todas as provas conseguidas a partir de outra prova ilícita são, igualmente ilícitas, ou seja, a prova ilícita contamina todas as provas produzidas a partir dela.
d) Contraditório: uma vez apresentada a prova por uma das partes, o ex adverso poderá impugná-la, podendo até mesmo realizar a chamada ‘contraprova’ (que tem por objetivo eliminar a prova da parte contrária, constituindo-se numa outra prova). O artigo 5º, LV de nossa Constituição preconiza que aos litigantes, nesse caso as partes no processo do trabalho, são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
e) Igualdade de Oportunidades: o magistrado deve tratar igualmente as partes, inclusive no que condiz à respeito das provas, devendo ser conferida igualdade de condições e oportunidades para apresentação das provas no momento processual devido;
f) Oportunidade da Prova: a prova deverá ser produzida no momento processual adequado, oportuno. Exemplificativamente, é evidente que não será admitida, em regra, a produção de provas em grau de recurso (Súmula 8 do TST).
g) Legalidade – as partes envolvidas na demanda se submetem à lei, que disciplinará o regramento quanto à produção das provas, considerando o momento de sua produção, bem como o lugar onde serão produzidas, como também os meios de prova admitidos e a utilização da prova adequada à natureza do fato a ser provado.
h) Imediação – o art. 765 da CLT determina que os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. O art. 848 do mesmo dispositivo, por sua vez, faculta ao juiz, de ofício, interrogar os litigantes. Já o art. 852-D da CLT (procedimento sumaríssimo) dispõe que o juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, considerando o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica; 
i) Livre convencimento ou persuasão racional – o juiz deve formar o seu convencimento mediante de acordo com as provas apresentadas nos autos, desde que atenda aos fatos e circunstâncias ali contidos, mesmo que não alegados pelas partes. Com efeito, determina o art. 371 do CPC que: “O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.”. De igual forma, o artigo 832 da lei Trabalhista preceitua que na sentença deverá constar “a apreciação das provas” e os “fundamentos da decisão”.
2. OBJETO DA PROVA
O objeto da prova são os fatos relevantes, pertinentes e controvertidos narrados no processo pelo autor e réu.
Os fatos devem ser provados pelas partes, uma vez que o direito não depende de prova. Em outras palavras, o juiz concede o direito, mas cabe às partes narrar e provar os fatos, e ao juiz aplicar a norma legal cabível à espécie.
No direito processual do trabalho, o juiz pode determinar que a parte invoque o direito previsto em norma coletiva, sentença normativa ou regulamento empresarial para que se faça provar o alegado.
A regra geral dispões que os fatos devem ser provados. Porém o art. 374 do CPC aponta algumas exceções:
Art. 374.  Não dependem de prova os fatos:
I - notórios;
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III - admitidos no processo como incontroversos;
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
No processo do trabalho, podemos mencionar 2 (dois) exemplos de presunção legal de existência ou veracidade do fato:
CLT - Art. 447 - Na falta de acordo ou prova sobre condição essencial ao contrato verbal, esta se presume existente, como se a tivessem estatuído os interessados na conformidade dos preceitos jurídicos adequados à sua legitimidade.
CLT - Art. 456. A prova do contrato individual do trabalho será feita pelas anotações constantes da carteira profissional ou por instrumento escrito e suprida por todos os meios permitidos em direito. 
Parágrafo único. A falta de prova ou inexistindo cláusula expressa e tal respeito, entender-se-á que o empregado se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com a sua condição pessoal. 
3. ÔNUS DA PROVA
Sobre o ônus da prova, assim assevera Fredie Didier Júnior:
Ônus é o encargo cuja inobservância pode colocar o sujeito numa posição de desvantagem. Não é um dever e, por isso, não se pode exigir o seu cumprimento. Normalmente, o sujeito a quem se impõe o ônus tem interesse em observá-lo, justamente para evitar essa situação de desvantagem que pode advir de sua observância.
O artigo 818 da CLT relata que, incube a quem alega, a apresentação de provas, como vemos, in verbis:
Art. 818 - A prova das alegações incumbe à parte que as fizer.
Esse é o mesmo entendimento do artigo 373 do CPC, que é usado de forma subsidiária à CLT:
Art. 373.  O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
O ônus da prova também pode ser acordado entre as partes, salvo as exceções previstas no §3º do art. 373 do CPC:
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando:
I - recair sobre direito indisponível da parte;
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
O CPC/2015, novamente em seu artigo 373, §1º, ainda confere ao juiz a distribuição do ônus da prova, consideradas as particularidades do caso concreto, sendo denominada como distribuição dinâmica do ônus da prova.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
Vale salientar que a situação citada acima deverá ser fundamentada pelo juiz, dando oportunidade à parte de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
Em algumas situações, o TST já vem entendendo pela inversão do ônus da prova, como por exemplo:
Súmula nº 338 do TST
JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10(dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário.
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário.
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. 
Embora o ônus da prova das horas extras seja do Reclamante, o Tribunal impõe ao empregador o encargo probatório da jornada de trabalho, quando tiver mais de 10 empregados, pois nos termos do art. 74, §2º, da CLT, neste caso, cabe a ele o registro de jornada, sendo muito maior a aptidão do reclamado de produzir a prova.
Recentemente, o TST editou a Súmula 443 do TST, que também atribui ao empregador ônus que seria do empregado. Vejamos:
Súmula nº 443 do TST
DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO PORTADOR DE DOENÇA GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO À REINTEGRAÇÃO 
Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador do vírus HIV ou de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o empregado tem direito à reintegração no emprego.
Sobre a Súmula acima citada, vale aqui uma observação IMPORTANTÍSSIMA:
NOS CASOS DE DISPENSA POR JUSTA CAUSA, O ÔNUS DA PROVA SERÁ DO EMPREGADOR.
3.1 Prova do fato negativo
A prova de um fato negativo se faz por meio da prova de um outro positivo. Assim por exemplo, quando o empregador, na defesa, nega que tenha dispensado o empregado (fato negativo), estará aquele, de forma implícita, afirmando que o empregado pediu demissão ou abandonou o emprego (fato afirmativo), carreando para si o ônus da prova dessa alegação.
3.2 Finalidade da Prova
Consiste no convencimento do juiz, considerado destinatário da prova.
Manoel Antônio Teixeira ensina que a prova pode assumir uma finalidade secundária, destinando-se também a persuadir a própria parte contra a qual foi produzida.
3.3 Produção antecipada da Prova
Em regra, as provas são produzidas no curso da ação principal. Ocorre, porém, de algumas vezes surgir o interesse de uma das partes de produzir determinada prova antes do momento processual oportuno fixado pela norma processual.
Assim, se a parte demonstrar motivo relevante, poderá o interessado produzir prova antecipadamente utilizando-se uma medida cautelar, seja no curso do processo principal (cautelar incidental), ou mesmo antes da propositura da ação principal (cautelar preparatória).
3.4 Produção antecipada da Prova
O nCPC/2014 criou uma inovação legal ao tipificar dois meios de provas (além dos já conhecidos – documentos e depoimentos): a prova emprestada e a ata notarial.
A prova emprestada encontra previsão legal no art. 372 do CPC, tendo o constituinte ressaltado a necessidade da importância do contraditório e determinando que o juiz atribua a ela o valor que considerar adequado.
Art. 372.  O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
Em se tratando de ata notarial, seu objetivo é o de documentar ou atestar a existência de algum fato mediante ata lavrada por tabelião, que tem fé pública. Assim aduz o artigo 384 do CPC:
Art. 384.  A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único.  Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial.
3.4.1 Depoimento Pessoal e Interrogatório
- O interrogatório sempre é determinado de ofício pelo juiz, enquanto o depoimento pessoal pode também ser requerido pela parte contrária;
- o interrogatório pode ser determinado pelo juiz em qualquer estado do processo, enquanto o depoimento pessoal deve ser colhido na audiência de instrução e julgamento;
- o interrogatório pode repetir-se várias vezes, enquanto o depoimento pessoal é único;
- o interrogatório tem em vista a obtenção de certos esclarecimentos sobre os fatos, enquanto o depoimento tem por objetivo principal a confissão, embora não despreze os esclarecimentos.
Na CLT, não há uma definição acerca de Interrogatório e Depoimento. Ora se utiliza uma, ora se utiliza outra, como podemos ver nos artigos 819 e 848 da CLT.
Art. 819 - O depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente.
Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes.
O artigo 848 da CLT toma sentido quando lido juntamente com o artigo 820 do mesmo dispositivo, o que estabelece
Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados.
3.4.2 Confissão
Há confissão quando o ex adverso admite a verdade dos fatos narrados, fatos esses contrários aos seus interesses e favoráveis à outra parte (art. 389 do CPC).
A confissão pode ser tanto espontânea como provocada. Ambas geram presunção absoluta de veracidade dos fatos narrados pela parte contrária.
A confissão ficta ocorre pelo não comparecimento do Reclamado na audiência em que deveria prestar depoimento pessoal.
Outrossim, se o reclamado não comparecer a audiência inaugural, além da revelia, também incidirá sobre o mesmo a confissão ficta, a teor do artigo 844 da CLT:
Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
A Súmula 74 do TST também dispõe sobre a confissão ficta:
Súmula nº 74 do TST
CONFISSÃO. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 
I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor. (ex-Súmula nº 74 - RA 69/1978, DJ 26.09.1978)
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores. (ex-OJ nº 184 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.
A confissão ficta goza de presunção relativa, prevalecendo, se não houver outros meios de prova nos autos capazes de elidi-la.
O empregado da mesma profissão ou representante do sindicato que comparecerem em substituição a parte (art. 843, §2º da CLT) não poderão confessar, pois apenas substituem o reclamante naquela audiência, e não como detentores do direito.
A CONFISSÃO É IRREVOGÁVEL, salvo quando emanar de erro de fato ou de coação (artigo 339 do CPC), nesse caso, podendo ser revogada por ação anulatória.
Estabelece o art. 385, §2º da CPC que é vedado a quem ainda não depôs assistir ao interrogatório da outra parte, ou seja, primeiro o reclamante e depois o reclamado.
4. TESTEMUNHAS
Sobre a prova testemunhal, vale destacar que no âmbito da Justiça Trabalhista, ela é o meio de prova mais utilizado e, muitas vezes, o único meio de prova existente.
4.1 Obrigação de Testemunhar
Prevê o artigo 463 do CPC que o depoimento prestado em juízo é considerado serviço público, então, dessa forma, testemunhar não é uma faculdade, mas um dever público.
Art. 463.  O depoimento prestado em juízo é consideradoserviço público.
Aqui vale dizer que, no parágrafo único do aludido artigo, em se tratando de legislação trabalhista, a testemunha não sofrerá perda de salário e nem desconto no tempo de serviço em caso de comparecimento a audiência.
Parágrafo único. A testemunha, quando sujeita ao regime da legislação trabalhista, não sofre, por comparecer à audiência, perda de salário nem desconto no tempo de serviço.
Salvo em caso de incapacidade, impedimento ou suspeição (art. 477 do CPC), todas as pessoas são obrigadas a testemunhar a respeito de fatos que são do seu conhecimento e que interessam à causa.
O artigo 448 do Código de Processo Civil relata algumas exceções em que a testemunha não seria obrigada a depor sobre determinados fatos, como vemos:
Art. 448.  A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos:
I - que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou companheiro e aos seus parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau;
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.
Muito embora os incapazes, suspeitos e impedidos não possam prestar depoimento como testemunhas, poderá o magistrado ouvi-los como simples informantes, como esculpidos nos §§ 4º e 5º do artigo 447 e artigo 829 da CLT:
Art. 447.  Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas.
§ 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores, impedidas ou suspeitas.
§ 5º Os depoimentos referidos no § 4o serão prestados independentemente de compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer.
Art. 829 - A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples informação.
Não obstante, deverá o juiz, antes do início do depoimento, inquirir se a testemunha tem interesse jurídico no resultado do litígio.
É lícito à parte contraditar a testemunha, arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a suspeição. Se a testemunha negar os fatos imputados a ela, a parte poderá provar a contradita com documentos ou testemunhas, até o número de três, apresentadas no ato ou em separado. Comprovado os fatos, o juiz poderá dispensar a testemunha ou tomar seu depoimento, mas na qualidade de informante (art. 477. §§ 1º e 2º do CPC).
4.2 Limite legal de Testemunhas
De acordo com o rito processual, cada parte poderá indicar no:
- Procedimento Ordinário – três testemunhas, conforme artigo 821 da CLT
- Inquérito para apuração de falta grave - seis testemunhas, como preceitua o artigo 821 da CLT
- Procedimento Sumaríssimo – duas testemunhas, conforme artigo 852-H, § 2º da CLT.
Não obstante o limite de testemunhas acima especificado, o juiz pode determinar, na condução do processo, a intimação de outras testemunhas citadas nos depoimentos das partes ou de outras testemunhas em juízo (art. 461, I do CPC).
No Processo do Trabalho, não há a necessidade de rol prévio de testemunhas, devendo essas comparecerem independente de notificação.
Caso não compareçam, e forem consideradas essenciais pelas partes, elas serão intimadas de ofício pelo juiz ou a requerimento da parte interessada, conforme descreve no artigo 825, parágrafo único da CLT.
4.3 Procedimento de Inquirição de Testemunhas
Antes do início da inquirição da testemunha, ela será qualificada, indicando o nome, nacionalidade, profissão, idade, endereço e, quando empregada, o tempo de serviço prestado ao empregador (art. 828 da CLT).
Ao iniciar, a testemunha prestará o compromisso de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado (art. 458 do CPC), sendo ela advertida pelo juiz que incorrerá em sanção penas caso faça afirmação falsa, se cale ou oculte a verdade (crime de falso testemunho – CP, art. 342).
A CLT previa, em seu artigo 828, parágrafo único e artigo 852-F que os depoimentos seriam reduzidos a termo na ata de audiência, devendo o juiz e os depoentes a assinarem.
 Art. 828 - Toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal, será qualificada, indicando o nome, nacionalidade, profissão, idade, residência, e, quando empregada, o tempo de serviço prestado ao empregador, ficando sujeita, em caso de falsidade, às leis penais.
Parágrafo único - Os depoimentos das testemunhas serão resumidos, por ocasião da audiência, pelo secretário da Junta ou funcionário para esse fim designado, devendo a súmula ser assinada pelo Presidente do Tribunal e pelos depoentes.
Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova testemunhal.
Caso a testemunha seja funcionário público ou militar e tiver de depor em hora de serviço, será requisitado ao chefe da repartição para comparecer a audiência marcada. (art. 823 da CLT).
O artigo 454 do CPC elenca uma série de autoridades que deverão ser inquiridas em sua residência ou onde exercerem a sua função, in verbis:
Art. 454.  São inquiridos em sua residência ou onde exercem sua função:
I - o presidente e o vice-presidente da República;
II - os ministros de Estado;
III - os ministros do Supremo Tribunal Federal, os conselheiros do Conselho Nacional de Justiça e os ministros do Superior Tribunal de Justiça, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral, do Tribunal Superior do Trabalho e do Tribunal de Contas da União;
IV - o procurador-geral da República e os conselheiros do Conselho Nacional do Ministério Público;
V - o advogado-geral da União, o procurador-geral do Estado, o procurador-geral do Município, o defensor público-geral federal e o defensor público-geral do Estado;
VI - os senadores e os deputados federais;
VII - os governadores dos Estados e do Distrito Federal;
VIII - o prefeito;
IX - os deputados estaduais e distritais;
X - os desembargadores dos Tribunais de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho e dos Tribunais Regionais Eleitorais e os conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal;
XI - o procurador-geral de justiça;
XII - o embaixador de país que, por lei ou tratado, concede idêntica prerrogativa a agente diplomático do Brasil.
§ 1o O juiz solicitará à autoridade que indique dia, hora e local a fim de ser inquirida, remetendo-lhe cópia da petição inicial ou da defesa oferecida pela parte que a arrolou como testemunha.
§ 2o Passado 1 (um) mês sem manifestação da autoridade, o juiz designará dia, hora e local para o depoimento, preferencialmente na sede do juízo.
§ 3o O juiz também designará dia, hora e local para o depoimento, quando a autoridade não comparecer, injustificadamente, à sessão agendada para a colheita de seu testemunho no dia, hora e local por ela mesma indicados.
Os membros do Ministério Público da União também gozam da prerrogativa processual de serem ouvidos como testemunha em dia, hora e local previamente ajustados com o magistrado ou a autoridade competente, conforme previsão no art. 18, II, g, da LC 75/1993 (Estatuto do Ministério Público da União).
As testemunhas que não souberem falar a língua nacional prestarão depoimento por meio de intérprete nomeado pelo juiz (art. 819 da CLT), o mesmo ocorrendo em relação ao surdo-mudo ou mudo que não saiba escrever. As despesas de intérprete correrão por conta da parte interessada no depoimento (art. 819, §2º da CLT).
Art. 819 - O depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente.
§ 1º - Proceder-se-á da forma indicada neste artigo, quando se tratar de surdo-mudo, ou de mudo que não saiba escrever.
§ 2º - Em ambos os casos de que este artigo trata, as despesas correrão por conta da parte a que interessar o depoimento.
5. DOCUMENTOS
A CLT pouco falou sobre a questão da prova documental.
Caso uma das partes junte documento de conhecimento comum de ambas as partes sem a devida autenticação,este terá validade, se não for impugnado pela parte contrária.
O TST firmou entendimento nesse sentido, como pode ser visto na OJ 36 da SDI-I:
36. INSTRUMENTO NORMATIVO. CÓPIA NÃO AUTENTICADA. DOCUMENTO COMUM ÀS PARTES. VALIDADE (título alterado e inserido dispositivo) - DJ 20.04.2005
O instrumento normativo em cópia não autenticada possui valor probante, desde que não haja impugnação ao seu conteúdo, eis que se trata de documento comum às partes.
O artigo 456 da Legislação Trabalhista preceitua que a prova do contrato de trabalho pode ser verificada pelas anotações constantes na CTPS ou por instrumento escrito (contrato) e suprida por todos os meios permitidos de direito. Tais anotações, portanto, geram presunção relativa (iuris tantum), sendo admitida prova em contrário, como vemos na Súmula 12 do TST e 225 do STF:
Súmula nº 12 do TST
CARTEIRA PROFISSIONAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção "juris et de jure", mas apenas "juris tantum".
SÚMULA 225 do STF
Não é absoluto o valor probatório das anotações da carteira profissional.
Quanto em relação ao pagamento de salário, o artigo 464 da CLT prevê que ele seja efetuado mediante contra recibo, assinado pelo empregado, mesmo menor de 18 anos e, tratando-se de pessoa iletrada, mediante sua impressão digital ou a rogo. Assim fica por óbvio que a apresentação do recibo de salários é essencial para a validade do ato e, preterida tal exigência, considerar-se-á que o pagamento não foi realizado pelo empregador, salvo se o obreiro confessar que recebeu salários.
O pedido de demissão ou o recibo de quitação da rescisão do contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de um ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do respectivo sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho (art. 477, §1º).
Ainda sobre a prova documental, para as empresas que tiverem mais de 10 trabalhadores é exigido o registro manual, mecânico ou eletrônico de entrada e saída do funcionário, conforme artigo 74, §2º da CLT.
Art. 74 - O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma. 
§ 1º - O horário de trabalho será anotado em registro de empregados com a indicação de acordos ou contratos coletivos porventura celebrados.
§ 2º - Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso.
Caso o trabalho seja executado fora do estabelecimento comercial ou industrial, o horário dos empregados devem constar em ficha ou papeleta que ficará em seu poder, conforme §3º do mesmo artigo.
§ 3º - Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará, explicitamente, de ficha ou papeleta em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o § 1º deste artigo.
5. 1 Momento da Apresentação dos documentos
O artigo 787 da CLT estabelece que a reclamação escrita deverá ser formulada em duas vias e desde logo acompanhada dos documentos em que se fundar.
Art. 787 - A reclamação escrita deverá ser formulada em 2 (duas) vias e desde logo acompanhada dos documentos em que se fundar.
Em complemento, o artigo 845 do mesmo dispositivo dispõe que reclamante e reclamado comparecerão à audiência acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas.
Carlos Henrique Bezerra Leite leciona que, o descumprimento dessa regra, pode ensejar o seguinte:
a) o encerramento da instrução sem direito das partes à suspensão ou adiamento da audiência para apresentação dos documentos que deveriam acompanhar a petição inicial e a contestação, salvo se a parte provar motivo relevante;
b) a desconsideração do documento juntado serodiamente;
c) a preclusão.
O TST firmou entendimento, em sua súmula 8, que a juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando provado o justo impedimento para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à sentença.
Súmula nº 8 do TST
JUNTADA DE DOCUMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando provado o justo impedimento para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à sentença.
5. 2 Falsidade documental
O artigo 430 do novo Código de Processo Civil, usado subsidiariamente à CLT, dispõe que a arguição da falsidade documental tem lugar em qualquer tempo e grau de jurisdição, incumbindo à parte, contra quem foi produzido o documento, suscitá-lo na contestação, na réplica ou no prazo de 15 dias, contados da intimação de sua juntada nos autos.
Art. 430.  A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos.
Parágrafo único.  Uma vez arguida, a falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como questão principal, nos termos do inciso II do art. 19.
Intimada a parte que juntou o documento suspeito a responder no prazo de 15 dias, pode o juiz ordenar o exame pericial para livre convencimento. Logo que for suscitado o incidente de falsidade, o juiz suspenderá o processo principal.
Não se procederá ao exame pericial se a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo e a parte contrária não se opuser ao desentranhamento (art. 432, parágrafo único).
Art. 432.  Depois de ouvida a outra parte no prazo de 15 (quinze) dias, será realizado o exame pericial.
Parágrafo único.  Não se procederá ao exame pericial se a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo.
5. 3 Exibição dos documentos
Em muitos casos, a parte pretende provar o alegado com documentos que se encontram em poder do ex adverso ou de um terceiro. Nessa hipótese, deverá a parte interessada requerer ao juiz a exibição desses documentos, sob pena de serem considerados verdadeiros os fatos o que a outra parte arguir.
Com efeito, o artigo 396 do nCPC/2015 que o magistrado poderá ordenar que a parte exiba o documento ou coisa que se ache em seu poder.
Art. 396.  O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder.
Uma vez requerida a exibição dos documentos, o Requerido terá o prazo de 5 (cinco) dias para dar sua resposta. Caso afirme que não possua o documento, o magistrado permitirá que o requerente prove, por qualquer meio, que as declarações não correspondem à verdade.
Caso o Requerido não exiba o documento solicitado ou não se manifeste no prazo de 5 dias, ou ainda se, nos termos do artigo 399 do CPC, a recusa for ilegítima, o juiz proferirá decisão interlocutória, admitindo como verdadeiros os fatos. (artigo 400 do CPC)
Art. 399.  O juiz não admitirá a recusa se:
I - o requerido tiver obrigação legal de exibir;
II - o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir prova;
III - o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar se:
I - o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma declaração no prazo do art. 398;
II - a recusa for havida por ilegítima.
Parágrafo único.  Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja exibido.
Se o documento estiver com um terceiro, o Juiz determinará sua citação em até 15 dias para que a responda (art. 401). Se a parte se negar a entregar ou exibir o documento, será designado audiência especial, tomando o depoimento do terceiro, bem como daspartes e, se necessário, de testemunhas. Após, será proferido parecer decidindo o incidente.
6. PERÍCIA
O artigo 156 do CPC determina que, quando a prova que poderá constituir o direito depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito, considerado como uma auxiliar da justiça.
Art. 156.  O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico.
O perito deverá cumprir o ofício no prazo que lhe assina a lei, empregando toda a sua diligência. Pode, porém, declinar do encargo, desde que alegue motivo legítimo. O declínio será apresentado dentro do prazo de quinze dias, contados da intimação ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direito de alega-lo, conforme previsto nos arts. 157, §1º e 467 do CPC.
O artigo 158 do mesmo dispositivo determina que, se o perito, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficando inabilitado, por dois a cinco anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.
No Processo do Trabalho, a produção da prova pericial poderá ser requisitada pela parte ou determinada de ofício pelo magistrado.
IMPORTANTE: ainda que decretada a confissão ficta, caso exista pedido de insalubridade ou periculosidade, o juiz deverá determinar a realização de perícia, em razão do disposto no art. 195, §2º da CLT, nada impedindo que o Reclamado revel indique assistente técnico e produza provas em face de tal perito.
Art . 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.
§ 2º - Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.
O artigo 790-B da CLT determina que a responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária da justiça gratuita, caso em que os honorários serão custeados pela União (Súmula 457 do TST).
Nas demandas envolvendo relação de emprego, não há previsão legal para exigência de depósito prévio de honorários periciais, conforme OJ 98 da SDI-II do TST.
Muito se é discutido sobre os honorários prévios, mas o não pagamento já encontra resguardo na jurisprudência moderna.
RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO PRÉVIO DE HONORÁRIOS PERICIAIS.
Nos termos da Orientação Jurisprudencial nº 98 da SBDI-2 do TST, é ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários periciais, dada a incompatibilidade com o processo do trabalho. Recurso de revista conhecido e provido.
RR 14005020095170191, relator Walmir Oliveira da Costa, 1ª Turma. Julgado em 24 de Junho de 2015
As partes poderão nomear Assistentes Técnicos periciais, que correrão os honorários por sua conta.
Uma vez apresentado o laudo, o juiz determinará a intimação das partes para, se desejarem, se manifestar sobre a perícia. Se desejar, o Juiz ainda poderá ouvir o perito em audiência para eventuais esclarecimentos (art. 827 da CLT).
Art. 827 - O juiz ou presidente poderá argüir os peritos compromissados ou os técnicos, e rubricará, para ser junto ao processo, o laudo que os primeiros tiverem apresentado.
Poderá também o juiz determinar, de ofício ou a requerimento, a realização de nova perícia, quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida, caso em que a segunda perícia terá por objeto os mesmos fatos sobre que recaiu a primeira, destinando-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu.
Insta destacar que a segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz atribuir o valor de uma e de outra.
O juiz não está vinculado ao laudo pericial, entretanto, na sentença, o magistrado deverá indicar os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado pelo perito (art. 479 do CPC).
7. INSPEÇÃO JUDICIAL
Não há previsão legal de inspeção judicial na CLT, então se usa subsidiariamente os artigos 481 a 484 do CPC.
Com efeito, estabelece o artigo 481 do CPC que o juiz pode, de ofício ou a requerimento da parte, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa.
Na inspeção direta, o juiz poderá ser assistido por um ou mais peritos. O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa quando: 
- julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar;
- quando a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis despesas ou graves dificuldades, ou
- quando o magistrado determinar a reconstituição dos fatos.
As partes poderão sempre assistir a inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que reputem de interesse a causa. Para isso, torna-se necessária a intimação prévia do dia, hora e local da diligência, em observância ao princípio do contraditório e da ampla defesa.
Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa, podendo o auto ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia.
8. PROVA EMPRESTADA
Consiste em prova emprestada na transferência de provas realizadas no bojo de um processo para o outro, mediante certidão. É o que ocorre quando se transfere de um processo para outro determinado documento, depoimento pessoal, prova testemunhal, pericial, etc.
A prova emprestada será inserida no processo como mera prova documental, devendo ser utilizada apenas excepcionalmente, uma vez que, em regra, as provas devem ser produzidas no mesmo juízo onde corre a demanda.
Um exemplo de utilização da prova emprestada nos domínios do processo do trabalho seria na hipótese de a empresa ter fechado o estabelecimento onde trabalhava o reclamante, descaracterizando o local de trabalho.
O CPC prevê expressamente a prova emprestada, prevista no artigo 372, sempre devendo ser observado o Contraditório e a Ampla defesa.
Art. 372.  O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.

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