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Provas - CPC 2022

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Caderno de Resumos – Direito Processual Civil II - 2022
2
Direito Processual Civil II 
Da Comunicação Dos Atos Processuais
PROVAS
Prova é todo elemento ou todo instrumento previsto, ou não, em lei, capaz de demonstrar a
veracidade de algum fato ou de alguma situação jurídica que interessa a solução do litígio. É como se convence alguém de como o fato ocorreu.
Tem como finalidade influenciar eficazmente na convicção do juiz.
Classificação Das Provas
As provas podem ser classificadas em:
Provas Típicas E Atípicas
• Provas típicas: são aquelas expressamente previstas no CPC. Ex.: depoimento pessoal das
partes, prova pericial etc.
• Provas atípicas: são provas não positivadas no CPC. Podem ser empregadas por não serem ilícitas (princípio da atipicidade dos meios de prova – art. 369 do CPC). 
Ex.: exibição de um vídeo em audiência, inspeção in loco realizada pelo oficial de justiça etc.
Provas Ilícitas
Provas ilícitas são as provas produzidas em violação ao ordenamento jurídico, em
desconformidade às normas constitucionais ou infraconstitucionais. A vedação das provas ilícitas está prevista na Constituição, não se podendo admitir no processo qualquer prova obtida por meio ilícito.
Lembrando que não apenas a prova ilícita deve ser desconsiderada, mas também a prova que surgiu como decorrência dela. É a aplicação da teoria dos frutos da árvore envenenada. Apesar da não previsão legal no CPC, surge da decorrência lógica da vedação constitucional das provas ilícitas.
Provas Indiciárias /Indiretas
São provas que não têm expressa previsão no CPC. Trata-se de uma prova que é obtida através de indícios. Por vezes, a prova vai recair sobre fatos que não são pertinentes à análise do magistrado.
A prova vai recair sobre outros fatos, os quais irão permitir que o juiz faça um raciocínio indutivo, a fim de chegar à conclusão de que uma das partes está afirmando. Não é regulada pelo CPC.
Prova Emprestada
É possível que uma prova produzida em um processo seja aproveitada em outro, mas, para tanto, é necessário que tenha sido observado o contraditório tanto na origem quanto no destino.
O art. 372 do CPC passa a admitir expressamente o uso da prova emprestada, que é uma prova que se junta no processo judicial, podendo ter sido produzida num processo judicial ou mesmo num processo administrativo.
Para o STJ, não é necessário que as partes do processo de destino sejam as mesmas do processo de origem (EREsp 617.428/SP, rel. Min. Nancy Andrighi, Corte Especial, j. 4/6/2014, p. 17/6/2014).
A prova emprestada receberá do direito processual civil o tratamento de uma prova documental.
Prova De Fora Da Terra
A prova de fora da terra, apesar do nome, é a prova produzida num juízo de outra base territorial, distinta da base em que tramita o processo.
Quando uma prova é produzida por meio de carta precatória, por exemplo é ouvida uma
testemunha em outra comarca, há uma prova de fora da terra (da terra do juízo).
Prova Diabólica
Prova diabólica é aquela que se faz presente nos casos em que a produção da prova é impossível, ou é extremamente difícil para a parte que alegou aquele fato.
Isto é típico de fato negativo. Por exemplo, João não apareceu no escritório no dia X. Como
comprovar que João não compareceu nesse dia, se o escritório não tem câmera?
Neste caso, o próprio João poderá comprovar que não compareceu ao escritório, pois é mais fácil para ele comprovar o fato positivo do que para a outra parte comprovar o fato negativo.
Objeto da Prova
A prova vai recair sobre fatos relevantes, os quais normalmente são pretéritos. A parte tem o
objetivo de demonstrar ao magistrado que aquele fato efetivamente ocorreu.
Se a tutela é inibitória, ou seja, que visa impedir que alguém venha a fazer algo, o objeto da prova deverá recair sobre os atos preparatórios ou fatos que indicam que há uma intenção de praticar o ilícito.
O objeto da prova também pode recair sobre atos normativos, apesar de isso ser pouco comum. O CPC autoriza que o juiz possa exigir prova da existência e da vigência de lei municipal, lei estadual, lei estrangeira ou mesmo de normas decorrentes de costumes.
Fatos Que Independem De Prova
Existem alguns fatos que não precisam ser provados:
• Fatos notórios (ex.: dia 7 de setembro é feriado nacional);
• Fatos afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
• Fatos admitidos no processo como incontroversos;
• Fatos em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
No caso de fatos afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária, a parte tem uma postura ativa, enquanto, no caso de fatos admitidos no processo como incontroversos, a parte tem uma postura passiva.
Em falta de normas jurídicas particulares, o juiz aplicará as chamadas máximas de experiência, salvo quanto à experiência técnica, o exame pericial.
Etapas Para A Produção Da Prova
As provas podem ser determinadas de ofício pelo magistrado. E isso não retira a sua
imparcialidade.
São etapas para a produção da prova:
• Requerimento da prova;
• Deferimento da prova;
• Produção da prova.
Nem sempre será necessário passar por cada uma dessas fases, como é o caso da prova
documental. A parte requer a produção de prova documental, mas, caso deferida, é produzida num único momento.
Em relação ao requerimento para produção de prova, geralmente, deverá constar da petição
inicial e já da contestação. O juiz deferirá as provas, em regra, na decisão de saneamento. Sendo deferidas, as provas serão produzidas.
Sendo uma prova oral, ela será realizada numa audiência de instrução e julgamento.
Sendo uma prova pericial, será realizada, provavelmente, no local do evento, mas pouco provável em juízo.
Critérios Para A Valoração Da Prova
Existem três grandes sistemas de valoração da prova, sendo eles: 
- sistema legal
- sistema da íntima convicção 
- sistema da persuasão racional.
Para o sistema legal, também conhecido como sistema da prova tarifada, as provas possuem um valor predeterminado, ou seja, a carga probatória é estabelecida pelo próprio legislador, cabendo ao juiz tão somente aplicá-la. Na maior parte dos casos, não é adotado, mas encontra respaldo em alguns pontos do CPC, como, por exemplo, o artigo 406, que diz que quando a lei exigir instrumento público como da substância do ato, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.
Para o sistema da íntima convicção, o juiz possui ampla liberdade, sendo desnecessário motivar sua decisão. É possível, nesse sistema, que o juiz se valha de situação extra-autos para formar sua convicção. Não é permitido no ordenamento jurídico brasileiro por violação ao disposto no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, o qual impõe a fundamentação das decisões judiciais.
Como se sabe, o sistema adotado no Brasil é o da persuasão racional ou do livre convencimento motivado, segundo o qual o juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento (art. 371 do CPC).
Nota-se, portanto, que a prova não pertence à parte que a produziu e sim ao processo, é o princípio da comunhão das provas.
Ônus Da Prova
O ônus da prova é a incumbência de provar. Em regra, é estático, conforme dispõe o art. 373 do CPC.
Isso porque compete ao demandante o ônus da prova quanto ao fato constitutivo de seu direito e incumbe ao réu o ônus da prova quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Todavia o CPC adota expressamente a possibilidade de o ônus da prova ter caráter dinâmico quando prevê que a prova deverá ser produzida pela parte que tem maiores condições de produzi-la, independentemente de ter sido esta parte requerente ou não da medida (art. 371, § 1º).
Existem três espécies de inversão do ônus da prova: 
a) convencional – decorre de um acordo de vontades entre as partes, que poderá ocorrer antes ou durante o processo; 
b) legal – prevista em lei; 
c) judicial – o juiz inverterá o ônus da prova no caso concreto.
DistinçãoEntre Inversão Do Ônus Da Prova E Dispensa Do Ônus Da Prova
Na inversão do ônus da prova, o juiz determina que uma das partes produza a prova do fato
alegado pela outra parte.
Na dispensa do ônus da prova, o juiz dispensa o demandante de produzir a prova dos fatos
alegados. Se o demandado quiser produzir prova em contrário, poderá fazê-lo. É o que ocorre no artigo 12, §3º, c/c art. 14, §3º, ambos do CDC, quando diz que o fabricante ou fornecedor somente não serão responsabilizados quando demonstrarem que não colocaram o produto no mercado.
Momento De Inversão Do Ônus Da Prova
Até que momento é possível que o magistrado promova ou defira a inversão do ônus da prova? Até o saneamento do feito? Até o momento da sentença? - É possível a inversão do ônus da prova até o saneamento do processo, com base no contraditório e ampla defesa, conforme preceitua o art. 373, § 2º, CPC (regra de procedimento). 
A decisão de inversão do ônus da prova não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil, ou seja, ao magistrado é vedado realizar a inversão do ônus na própria sentença, pois tornaria impossível a incumbência do encargo pela parte.
Ônus Financeiro Da Prova Determinada De Ofício Pelo Juiz
No caso de prova pericial determinada de ofício pelo juiz, os custos serão rateados entre as partes, mesma divisão ocorrendo quando a prova técnica for requerida por ambas as partes.
Produção Antecipada De Provas
Produção antecipada de provas é a prova produzida antes do momento em que ela normalmente seria produzida. Materializa-se pela propositura de uma ação probatória autônoma.
A competência para produção antecipada de provas é concorrente, sendo, geralmente, do juízo do foro em que a prova deva ser produzida ou do juízo do foro do domicílio do réu, conforme art. 381, § 2º, do CPC.
O órgão jurisdicional onde está produção antecipada de provas tramitar não fica prevento para eventual demanda posterior (art. 381, § 3º, CPC).
O juízo estadual tem competência para produção antecipada de prova requerida em face da União, de entidade autárquica ou de empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal.
Detalhe: de acordo com a redação do art. 15, III, da Lei n.º 5.010/1966, atribuída pela Lei n.º
13.876/2019 — Cuja entrada em vigor, ao menos para o dispositivo retro citado (art. 15 da Lei n.º 5.010/1966), ocorreu em 1º de janeiro de 2020 (art. 5º, I) — quando a comarca não for sede de Vara Federal, poderão ser processadas e julgadas na Justiça Estadual as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado e que se referirem a benefícios de natureza pecuniária, quando a comarca de domicílio do segurado estiver localizada a mais de 70 km (setenta quilômetros) de município sede de vara Federal.
Em suma, restou mantida a existência da competência material delegada, da Justiça Federal para a Estadual em ações para obtenção de benefício de natureza pecuniária contra o INSS (autarquia federal), porém, apenas se a comarca da Justiça Estadual do domicílio do segurado estiver localizada a mais de 70 (setenta) quilômetros de município sede de Vara Federal.
São hipóteses em que se admite a produção antecipada de provas:
• quando houver fundado receio de que essa prova venha a se tornar impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação (ex.: testemunha com 99 anos e internada).
• quando a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito;
• quando o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
O processamento da produção antecipada de provas seguirá o CPC com a possibilidade de requerer outras provas não discriminadas na petição inicial.
O magistrado não se pronuncia sobre fatos que não sejam objetos de prova e nem sobre as
consequências jurídicas do fato. Ele apenas preside a instrução para que a prova seja produzida.
Tanto é que é vedado o oferecimento de defesa ou de recurso neste procedimento, salvo se o juiz indeferir totalmente a produção antecipada de provas, qual seja, o recurso de apelação. Para a doutrina, a vedação a interposição de recurso, em especial, a vedação a interposição de apresentação de defesa, não se aplica a questões cognoscíveis de ofício — matérias de ordem pública, que podem ser alegadas a qualquer tempo ou grau de jurisdição.
Produzida a prova, os autos da produção antecipada de provas são entregues ao requerente.
PROVAS EM ESPÉCIE
Ata Notarial
Ata notarial é uma ata ou certidão lavrada pelo tabelião. Pode estar representada por uma imagem ou som que ateste a existência ou modo de existir de determinado fato (art. 384, CPC). Trata-se de prova pré-constituída, que pode ser comprovada através da forma documental. Todavia como seu conteúdo é de prova oral, estamos diante de verdadeira prova documentada, e não de prova documental.
Depoimento Pessoal
Depoimento pessoal é a colheita em juízo das declarações de uma das partes principais do processo (demandante ou demandado).
O depoimento pessoal é realizado na audiência de instrução e julgamento. Se houver urgência poderá ser prestado em sede de produção antecipada de prova.
A parte poderá se recusar a depor em juízo. Neste caso, o juiz deverá interpretar a recusa como confissão.
O mesmo vai acontecer se a parte deixar de comparecer à audiência de instrução em
julgamento, ou se o depoente deixar de apresentar respostas ou for evasivo. Nestes casos, o juiz entenderá que houve confissão (art. 386 do CPC).
O depoimento pessoal da parte que residir em outra comarca ou seção judiciária poderá ser
colhido por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, podendo ocorrer durante a realização da audiência de instrução e julgamento.
A parte deverá responder pessoalmente sobre os fatos articulados, não podendo utilizar de escritos preparados, permitindo-se a consulta a notas breves, desde que objetivem completar esclarecimentos.
O depoente não é obrigado a depor sobre:
• Fatos criminosos ou torpes que lhe sejam imputados (direito a não autoincriminação);
• Fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo;
• Fatos acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu
companheiro ou de parente em grau sucessível;
• Fatos que coloquem em perigo a vida do depoente ou de seu cônjuge, de seu companheiro ou de parente em grau sucessível.
Cabe ressaltar que estes casos não se aplicam às ações de estado e de família.
Confissão
Confessar é admitir a ocorrência de um fato contrário ao interesse próprio em favor à outra parte.
A confissão, que será judicial ou extrajudicial, ocorre quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.
A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada:
• Confissão espontânea: pode ser feita pela própria parte ou por representante com poder
especial.
• Confissão provocada: constará do termo de depoimento pessoal.
• Confissão judicial: ocorrida nos próprios autos. Faz prova contra o confitente, não
prejudicando, todavia, os litisconsortes.
• Confissão extrajudicial: ocorre fora do processo. Quando feita oralmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal.
• Confissão simples: é a confissão comum.
• Confissão qualificada: é aquela em que o réu confessa o fato, mas apresenta a defesa de
mérito direta. Isto é, ele confessa os fatos, mas nega os efeitos pretendidos pelo demandante.
• Confissão complexa: é aquela confissão em que o réu reconhece os fatos, mas argui um outro fato modificativo, extintivo ou impeditivo do direito do autor. Há uma defesa de mérito
indireta.
No caso de confissão na seara judicial ou na seara extrajudicial, deverá ser realizada pela própria parte ou por mandatário com poderes especiais.
Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá sema do outro. A confissão valerá se o regime de casamento for o de separação absoluta de bens.
A confissão não pode prejudicar os demais litisconsortes, independentemente da natureza do litisconsórcio, seja unitário, simples, necessário ou facultativo.
A confissão também não pode ser admitida quando ela se referir a fatos relacionados a direitos indisponíveis, conforme art. 392 do CPC.
A confissão será ineficaz se feita por quem não for capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados. A confissão feita por um representante somente é eficaz nos limites em que este pode vincular o representado.
A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.
A legitimidade para a ação é exclusiva do confitente e pode ser transferida a seus herdeiros se ele
falecer após a propositura.
O art. 395 do CPC diz que a confissão é, em regra, indivisível. Isto é, a parte não pode invocar a confissão como meio de prova num tópico que a beneficia e rejeitá-la num tópico que a prejudica.
Entretanto, é possível que a confissão aborde mais de um fato, sendo possível que em relação a um dos fatos seja verdadeira e em relação a outro não admita.
Exibição De Documento Ou Coisa
Qualquer parte pode requerer ou o juiz pode determinar a exibição, de ofício, de um documento ou uma coisa que se encontre com qualquer um dos litigantes ou que estejam em poder de uma terceira
pessoa.
Na hipótese de requerimento cabe ao demandante demonstrar (nos termos do que dispõe a Lei n.º 14.195/2021, que alterou a redação do art. 397 do CPC):
• Descrição, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa, ou das categorias de
documentos ou de coisas buscados;
• Finalidade da prova, com indicação dos fatos que se relacionam com o documento ou com a coisa, ou com suas categorias;
• Circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe, ainda que a referência seja a categoria de documentos ou de coisas, e se acha em poder da parte contrária.
Nada impede que a exibição de documento seja requerida pelo réu, ou seja, tanto o autor como o réu podem requerer a exibição.
Feito o requerimento, o juiz determinará que a parte contrária apresente a coisa ou documento, bem como se manifeste no prazo de 5 (cinco) dias. Isso porque, por vezes, a legislação autoriza que haja uma recusa, situação na qual a parte irá se manifestar nesse sentido.
Após a apresentação da resposta, caberá ao magistrado determinar a intimação do requerente a fim de, em seguida, decidir.
O juiz não admitirá a recusa se o:
• Requerido tiver obrigação legal de exibir;
• Requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir
prova;
• Documento for comum às partes.
Supondo que a parte recuse apresentar o documento e o juiz entenda pela sua necessidade de exibição, bem como pela falta de justa causa na recusa, o CPC autoriza que os fatos que o documento ou a coisa atestariam sejam considerados como verdadeiros.
Desse modo, serão presumidos como verdadeiros os fatos quando:
• Requerido não exibir e nem fizer nenhuma declaração no prazo de 5 (cinco) dias da intimação;
• Recusar ilegitimamente a exibição.
Caso a coisa não esteja em poder das partes, mas, sim, em poder de terceiros, deverá haver a emenda da inicial para que este terceiro seja incluído no polo passivo no prazo de 15 (quinze) dias. Haverá um litisconsórcio passivo necessário.
Estando em poder de terceiro, e se o juiz entender que a recusa não é legítima, não é possível o juiz considerar legítima as alegações do autor contra o réu, visto que foi o terceiro que se recusou. Nesta situação, o juiz determinará um mandado de apreensão, a fim de consolidar a medida.
A parte e o terceiro podem deixar de exibir, em juízo, se o documento ou a coisa:
• For relacionado a negócios da própria vida da família;
• Puder violar dever de honra;
• A publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes
consanguíneos ou afins até o 3º grau, ou lhes representar perigo de ação penal;
• Sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, devam guardar segredo;
• Houver outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição;
• Houver disposição legal que justifique a recusa da exibição.
Se os motivos da recusa disserem respeito a apenas uma parcela do documento, a parte ou o terceiro exibirá a outra em cartório, para dela ser extraída cópia reprográfica, de tudo sendo lavrado auto circunstanciado.
Prova Documental
Documento é toda e qualquer coisa, não necessariamente escrita, que representa um fato,
podendo ser público (elaborado por oficial público sem o intuito de servir de prova, mas podendo, eventualmente, assim ser utilizado) ou particular (que não foi elaborado por oficial público, ou o foi, mas de forma irregular).
A prova documental deve acompanhar a petição inicial ou a contestação.
É lícito que o interessado traga aos autos, em qualquer momento antes da sentença, a prova
documental.
I. Força probante dos documentos
O documento público faz prova:
• Da sua formação e;
• Dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o servidor declarar que ocorreram em sua presença.
Se a lei exigir instrumento público como da substância do ato, nenhuma outra prova poderá suprir sua falta. Vigora o princípio da prova tarifada nesse ponto.
O documento feito por oficial público incompetente ou sem a observância das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, terá a mesma eficácia probatória do documento particular.
As declarações de documento particular escrito e assinado ou somente assinado presumem-se verdadeiras em relação ao signatário. Todavia, se contiver declaração de ciência de determinado fato, o documento particular prova a ciência, mas não o fato em si, incumbindo o ônus de prová-lo ao interessado em sua veracidade.
A data do documento particular, quando a seu respeito surgir dúvida ou impugnação entre os litigantes, poderá ser provado por todos os meios de direito.
Em relação a terceiros, será considerado datado o documento particular:
• No dia em que foi registrado;
• Desde a morte de algum dos signatários;
• A partir da impossibilidade física que sobreveio a qualquer dos signatários;
• Da sua apresentação em repartição pública ou em juízo;
• Do ato ou do fato que estabeleça, de modo certo, a anterioridade da formação do documento.
Será considerado autor do documento particular:
• Quem o fez e o assinou;
• Aquele por conta de quem ele foi feito, estando assinado;
• Aquele que, mandando compô-lo, não o firmou porque, conforme a experiência comum, não se costuma assinar, como livros empresariais e assentos domésticos.
Será considerado autêntico o documento quando:
• Tabelião reconhecer a firma do signatário;
• Autoria estiver identificada por qualquer outro meio legal de certificação, inclusive eletrônico;
• Não houver impugnação da parte contra quem foi produzido o documento.
O documento de cuja autenticidade não se tem dúvida prova que o seu autor fez a declaração que a ele é atribuída.
O documento particular admitido expressa ou tacitamente é indivisível, sendo vedado à parte que pretende utilizar-se dele aceitar os fatos que lhe são favoráveis e recusar os que são contrários ao seu interesse, salvo se provar que estes não ocorreram.
O telegrama, o radiograma ou qualquer outro meio de transmissão tem a mesma força probatória do documento particular se o original constante da estação expedidora tiver sido assinado pelo remetente.
A firma do remetente poderá ser reconhecida pelo tabelião, declarando-se essa circunstância no original depositado na estação expedidora.
O telegrama ou o radiograma presume-se conforme com o original, provando as datas de sua expedição e de seu recebimento pelo destinatário.
As cartas e os registros domésticos provam contra quem os escreveu quando:
• Enunciam o recebimento de um crédito;
• Contêm anotação que visa a suprir a falta de título em favor de quemé apontado como credor;
• Expressam conhecimento de fatos para os quais não se exija determinada prova.
O escrito pelo credor em qualquer parte de documento que expresse uma obrigação, ainda que não assinada, faz prova em benefício do devedor.
Os livros empresariais provam contra seu autor, sendo lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos. Se eles preencherem os requisitos exigidos por lei, provam a favor de seu autor no litígio entre empresários.
A escrituração contábil é indivisível e, se dos fatos que resultam dos lançamentos uns são
favoráveis ao interesse de seu autor e outros lhe são contrários, ambos serão considerados em conjunto, como unidade.
O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibição integral dos livros empresariais e dos documentos do arquivo:
• Na liquidação de sociedade;
• Na sucessão por morte de sócio;
• Quando e como determinar a lei.
Neste caso, o juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos livros e dos documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, bem como reproduções autenticadas.
Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, a cinematográfica, a fonográfica ou de outra espécie, tem aptidão para fazer prova dos fatos ou das coisas representadas, se a sua conformidade com o documento original não for impugnada por aquele contra quem foi produzida.
As fotografias digitais e as extraídas da rede mundial de computadores fazem prova das imagens que reproduzem. Se se tratar de fotografia publicada em jornal ou revista, será exigido um exemplar original do periódico, caso impugnada a veracidade pela outra parte.
As reproduções dos documentos particulares, fotográficas ou obtidas por outros processos de repetição, valem como certidões sempre que o escrivão ou o chefe de secretaria certificar sua conformidade com o original.
Terão o mesmo valor do original a cópia de documento particular, desde que o escrivão, intimadas as partes, conferir e certificar a conformidade entre a cópia e o original.
Fazem a mesma prova que os originais:
• Certidões textuais de qualquer peça dos autos, do protocolo das audiências ou de outro livro a cargo do escrivão ou do chefe de secretaria, se extraídas por ele ou sob sua vigilância e por ele subscritas;
• Traslados e as certidões extraídas por oficial público de instrumentos ou documentos lançados em suas notas;
• Reproduções dos documentos públicos, desde que autenticadas por oficial público ou
conferidas em cartório com os respectivos originais;
• Cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial declaradas autênticas pelo
advogado, sob sua responsabilidade pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade;
• Extratos digitais de bancos de dados públicos e privados, desde que atestado pelo seu
emitente, sob as penas da lei, que as informações conferem com o que consta na origem;
• Reproduções digitalizadas de qualquer documento público ou particular, quando juntadas
aos autos pelos órgãos da justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares,
pela Defensoria Pública e seus auxiliares, pelas procuradorias, pelas repartições públicas em
geral e por advogados, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração.
Os originais dos documentos digitalizados deverão ser preservados pelo seu detentor até o final do prazo para propositura de ação rescisória.
Tratando-se de cópia digital de título executivo extrajudicial ou de documento relevante à instrução do processo, o juiz poderá determinar seu depósito em cartório ou secretaria.
Sendo declarado falso, cessará a fé do documento público ou particular.
A falsidade consiste em:
• Formar documento não verdadeiro;
• Alterar documento verdadeiro.
Cessa a fé do documento particular quando:
• Impugnada sua autenticidade e enquanto não se comprovar sua veracidade;
• Assinado em branco, for impugnado seu conteúdo, por preenchimento abusivo.
Haverá abuso quando quem recebeu documento assinado com texto não escrito no todo ou em parte completá-lo, violando o pacto feito com o signatário.
Incumbe o ônus da prova:
• Falsidade de documento ou de preenchimento abusivo: caberá à parte que a arguir a falsidade o ônus da prova;
• Impugnação da autenticidade: caberá à parte que produziu o documento alegar a falsidade.
II. Arguição De Falsidade
A falsidade deve ser suscitada:
• Na contestação;
• Na réplica;
• No prazo de 15 (quinze) dias da intimação da juntada do documento aos autos.
Arguida a falsidade, será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como questão principal. Nesse caso, a parte deverá expor os motivos que fundamentam a falsidade e os meios com que provará o alegado.
Após a oitiva da parte contrária no prazo de 15 (quinze) dias, será realizado o exame pericial. Não haverá perícia se a parte concordar em retirar o documento falso.
A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada como questão principal, constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a autoridade da coisa julgada.
III. Produção Da Prova Documental
Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados a provar suas alegações.
Se o documento for produzido como reprodução cinematográfica ou fonográfica, a parte deverá trazer nos autos a sua exposição, a qual será realizada em audiência, intimando-se previamente as partes.
É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.
Admite-se a juntada posterior de documentos formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o princípio da boa-fé.
A parte, intimada a falar sobre documento constante dos autos, poderá:
• Impugnar a admissibilidade da prova documental;
• Impugnar sua autenticidade;
• Suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração do incidente de arguição de falsidade;
• Manifestar-se sobre seu conteúdo.
O réu se manifestará na contestação sobre os documentos anexados à inicial e o autor se
manifestará na réplica sobre os documentos anexados à contestação.
Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu
respeito, a outra parte, que disporá do prazo de 15 (quinze) dias para impugnação.
Poderá o juiz, a requerimento da parte, dilatar o prazo para manifestação sobre a prova
documental produzida, levando em consideração a quantidade e a complexidade da documentação.
O juiz requisitará às repartições públicas, em qualquer tempo ou grau de jurisdição:
• Certidões necessárias à prova das alegações das partes;
• Procedimentos administrativos nas causas em que forem interessados a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios ou entidades da administração indireta.
Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no prazo máximo e improrrogável de 1 (um) mês,
certidões ou reproduções fotográficas das peças que indicar e das que forem indicadas pelas partes, e, em seguida, devolverá os autos à repartição de origem.
As repartições públicas poderão fornecer todos os documentos em meio eletrônico, conforme
disposto em lei, certificando, pelo mesmo meio, que se trata de extrato fiel do que consta em seu banco de dados ou no documento digitalizado.
Arguição De Falsidade Do Documento
A arguição de falsidade do documento deve ser apresentada na contestação (caso tenha sido apresentado na petição inicial), na réplica (caso tenha sido apresentado na contestação), ou mesmo em qualquer outra petição (caso tenha sido apresentado posteriormente), desde que tenha sido apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contados da juntada aos autos do documento.
O ônusda prova quanto à falsidade compete à parte que arguir a falsidade do documento, salvo quando a impugnação se referir à autenticidade do documento. Neste caso, competirá à parte que o produziu.
Após as manifestações das partes, haverá o exame pericial para averiguar a falsidade, salvo se a parte que está sendo acusada da falsificação concordar em retirar o documento dos autos.
Essa questão é decidida por decisão interlocutória, pois, geralmente, a decisão que encerra a arguição de falsidade de documento é interlocutória.
Todavia é possível que qualquer das partes requeira que não seja analisada a questão da falsidade do documento sob o viés de uma questão prejudicial, mas sim sob o viés de uma questão principal, conforme previsão do art. 430, parágrafo único, do CPC. Nesses casos, a declaração de falsidade passará a constar da parte dispositiva da sentença, situação na qual será cabível recurso de apelação.
Documentos Eletrônicos
Os documentos eletrônicos são disciplinados pelo CPC.
Impõe que seja necessária a forma impressa dos documentos eletrônicos, bem como a necessária certificação de sua autenticidade. Somente serão admitidos os que forem produzidos e conservados conforme a legislação específica (Lei n.º 11.419/2006).
Prova Testemunhal
A prova testemunhal consiste na tomada do depoimento prestado por alguém que não é parte principal no processo.
A atuação da testemunha deve se limitar a informar se o fato ocorreu, como ocorreu, se ele não ocorreu, em que circunstâncias ocorreu.
A testemunha não pode realizar um juízo de valor dos fatos, mas sim, narrar os fatos.
Cada parte poderá arrolar até 10 (dez) testemunhas no processo. Se esta espécie de prova for deferida no saneamento do processo, as partes terão mais 15 (quinze) dias para que o rol seja apresentado, caso ele não tenha sido indicado anteriormente.
A lei processual civil permite que a intimação de testemunha seja realizada diretamente pelo
patrono da parte (advogado), visando, assim, dar maior agilidade à intimação. No entanto, a própria parte pode se comprometer a levar a testemunha em audiência, independentemente de intimação.
Se a parte se comprometeu a levá-la, mas a testemunha não compareceu ao ato, essa ausência será interpretada como desistência.
Caso a testemunha tenha sido intimada, mas não compareceu, não haverá desistência, autorizando a expedição de um mandado de condução coercitiva.
O art. 447 do CPC proíbe que sejam arroladas testemunhas incapazes (interditadas, menores de 16 anos etc.), bem como as testemunhas impedidas (ascendentes e descendentes das partes etc.). Também não se permite a inquirição de testemunhas suspeitas (aquelas que têm algum interesse no litígio, amigo íntimo ou inimigo das partes etc.). Todavia, sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores, impedidas ou suspeitas, que serão prestados independentemente de compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer (art. 447, §§ 4º e 5º, CPC).
Apresentado o rol de testemunhas, só é possível a substituição nos seguintes casos: 
I) quando a testemunha falecer;
II) quando não estiver em condições de depor em razão de enfermidade; 
III) quando não for encontrada em virtude de ter mudado de residência ou de local de trabalho.
Durante a audiência de instrução e julgamento, o juiz seguirá a seguinte ordem:
• Oitiva das testemunhas arroladas pelo autor;
• Oitiva das testemunhas arroladas pelo réu.
Esta é a ordem, podendo ser alterada se as partes de comum acordo não se opuserem a isso.
Não sendo caso de impedimento, suspeição ou incapacidade da pessoa, o juiz vai exigir que a testemunha preste o compromisso, ou ainda na qualidade de informante, bem como advertirá à testemunha no sentido de que poderá incorrer no crime de falso testemunho.
São hipóteses em que a testemunha poderá se silenciar:
• Quando o seu depoimento puder gerar grave dano pessoal ou material a sua pessoa;
• Quando o seu depoimento puder gerar grave dano patrimonial ao seu companheiro, cônjuge ou a parente até 3º grau;
• Quando o fato a cujo respeito deva guardar sigilo ou por estado ou por profissão.
A oitiva da testemunha se dá através do sistema cross examination. O advogado efetua pergunta diretamente à testemunha.
I. Incidente De Recusa De Prova Testemunhal - O art. 457, § 1º, CPC, autoriza que qualquer das partes contradite a testemunha arrolada pela outra parte, arguindo incapacidade, impedimento ou suspeição, por meio de petição ou oralmente, no momento imediatamente anterior à tomada de compromisso daquela testemunha.
Caberá ao juiz indagar a testemunha a respeito dessa condição. Se a testemunha concordar, será dispensada ou ouvida na qualidade de informante.
Se a testemunha discordar da contradita, é possível que pessoa prove a contradita, seja por meio de prova documental ou por meio de oitiva de até 3 (três) testemunhas que tenham sido apresentadas no ato.
Finda a instrução, o juiz irá proferir uma decisão interlocutória para resolver a contradita.
Prova Pericial
Prova pericial é a prova do perito, sendo essencialmente técnica, visto que exige conhecimento específico sobre o assunto em questão.
A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
No procedimento comum, cabe às partes requerer a produção da prova pericial, no momento
oportuno, isto é, até o momento do saneamento do feito.
Deferida a produção da prova, as partes serão intimadas para indicar assistente técnico e arguir o impedimento ou suspeição do perito nomeado, podendo apresentar os quesitos no prazo de 15 (quinze) dias, os quais serão direcionados ao aludido profissional.
O perito não precisa prestar compromisso, mas a sua função e o seu encargo devem ser prestados escrupulosamente (art. 466 do CPC).
As partes serão previamente intimadas da data e do local em que será realizada a diligência para que possam acompanhá-la.
Feita a diligência, o perito deverá apresentar um laudo no prazo em que o juiz determinar,
admitindo a prorrogação motivada.
Na hipótese de já ter sido designada uma audiência de instrução e julgamento, o laudo deverá ser apresentado pelo perito com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência da audiência.
Os assistentes técnicos apresentarão os seus pareceres no prazo de 15 (quinze) dias após a
intimação do laudo juntado aos autos.
Se for necessário algum esclarecimento, o perito será intimado para realizar o esclarecimento por escrito. Não sendo suficiente, será prestado em sede de instrução e julgamento.
O art. 478 do CPC disciplina que o juiz não fica adstrito ao laudo pericial, deixando claro que o sistema de provas adotado é o do livre convencimento motivado.
O art. 464, §§ 2º, 3º e 4º, do CPC, consagra a possibilidade de o juiz determinar uma prova técnica simplificada para os pontos controvertidos que tiver deixado no saneamento do processo. Esta prova
técnica simplificada consiste na inquirição de um especialista em audiência.
Inspeção Judicial
A inspeção é judicial, ou seja, do juiz. Pode ser realizada de ofício ou a requerimento da parte, em qualquer fase do processo.
Sempre que for necessário, o magistrado deve fazer esta inspeção, deslocando-se para onde está a pessoa ou a coisa, quando não for possível apresentá-las em juízo sem grandes dificuldades, ou quando for ordenada a reconstituição dos fatos. Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado (que poderá ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia), mencionando nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa, mas sem expressar qualquer juízo de valor.
Muito comum é a inspeção realizada pelo oficial de justiça, quando o magistrado não puder
comparecer. Trata-se de prova atípica, porém válida.
Interceptação De Dados Telemáticos E Uso Desta Prova No Processo Civil
Segundo a Constituição da República, o afastamento do sigilo, e, portanto, da interceptação dos dados telemáticos, só pode recair sobre comunicações telefônicas se estiverem presentes 3 (três) requisitos:
• Ordem judicial;
• Investigação penal ou instrução processual penal;
• Nas hipótesesem que a lei estabelece. A lei que regulamenta é a Lei n.º 9.296/1996.
Como se sabe, essa prova poderá ser utilizada no processo civil, desde que a interceptação seja determinada no processo penal, situação em que será anexada ao processo civil ou a processo administrativo, na qualidade de prova documental (prova emprestada).

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