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PROCESSO TRABALHISTA MATÉRIA DA V2

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PROCESSO TRABALHISTA – MATÉRIA DA V2 
 
1. Ação - Rito Ordinário; Rito Sumário e Rito Sumaríssimo 
2. Atos, Termos e Prazos processuais - Atos Processuais. Notificação / Citação / Intimação. Termos Processuais 
3. Respostas do Réu/Reclamado - Preliminares em Contestação e Mérito da Contestação 
4. Provas - Depoimento Pessoal; Prova Testemunhal; Prova Pericial; Prova Documental 
5. Audiência 
6. Sentença 
7. Recursos Trabalhistas 
 
1- AÇÃO 
DIFERENÇA ENTRE OS RITOS DO PROCESSO TRABALHISTA 
 
RITO ORDINÁRIO - ARTIGOS 837 A 852 DA CLT 
Até o início dos anos 1970, o rito ordinário era o único no processo laboral, tendo como sua marca principal a 
concentração dos atos processuais em um único procedimento, isso, conforme o art. 843 da CLT preceitua, as ações 
individuais trabalhistas devem ser solucionadas numa única audiência. 
 
Com o passar dos anos e em razão do aumento substancial do número de processos e da complexidade dos novos 
conflitos, essa norma deixou de ter eficácia, sendo que, hodiernamente, as audiências realizadas nos processos sob o 
rito comum ordinário trabalhista passaram a ser divididas em três partes: 
 
a) Audiência inaugural de conciliação, na qual tentasse um acordo entre as partes, com base no art. 846 da CLT, 
e em caso de insucesso, o réu apresentará sua defesa, consoante art. 847; 
 
 
Art. 846. Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. 
 § 1º - Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos litigantes, 
consignando-se o prazo e demais condições para seu cumprimento. 
§ 2º - Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser estabelecida a de 
ficar a parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer integralmente o pedido ou pagar 
uma indenização convencionada, sem prejuízo do cumprimento do acordo. 
 
Art. 847. Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a 
leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes. 
Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial 
eletrônico até a audiência. 
 
 
b) Audiência de instrução, que ocorrerá caso não haja conciliação na primeira oportunidade, com o intuito de 
serem ouvidos os depoimentos pessoais, inquiridas as testemunhas e requeridas eventuais novas provas; 
 
Art. 848. Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex 
officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes. § 1º - Findo o 
interrogatório, poderá qualquer dos litigantes retirar-se, prosseguindo a instrução com o seu 
representante. § 2º - Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os técnicos, se 
houver. 
 
Art. 849. A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de 
força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a 
primeira desimpedida, independentemente de nova notificação. 
 
Art. 850. Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não 
excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a 
proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão. 
Parágrafo único - O Presidente da Junta, após propor a solução do dissídio, tomará os votos 
dos vogais e, havendo divergência entre estes, poderá desempatar ou proferir decisão que 
melhor atenda ao cumprimento da lei e ao justo equilíbrio entre os votos divergentes e ao 
interesse social. 
 
 
c) Audiência de julgamento que, em regra, jamais ocorre, sendo apenas um prazo para que o juiz publique a 
sentença, do qual as partes ficam intimadas e começa a fluir o prazo para eventual interposição de recursos. 
 
Art. 851. Os tramites de instrução e julgamento da reclamação serão resumidos em ata, de 
que constará, na íntegra, a decisão. 
§ 1º - Nos processos de exclusiva alçada das Juntas, será dispensável, a juízo do presidente, os 
depoimentos, devendo constar da ata a resumo da conclusão do Tribunal quanto à matéria de 
fato. 
§ 2º - A ata será, pelo presidente ou juiz, junta ao processo, devidamente assinada, no prazo 
improrrogável de 48 (quarenta e oito) horas, contado da audiência de julgamento, e assinada 
pelos juízes classistas presentes à mesma audiência. 
 
Art. 852. Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, 
na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida no § 1º 
do art.841. 
 
Tendo em vista suas especificidades, o rito ordinário é considerado o procedimento mais completo e complexo, sendo 
aplicável quando não couberem os demais procedimentos e/ou a demanda tiver valor da causa que ultrapasse quarenta 
salários mínimos. 
 
Como vimos, trata-se de um formato procedimental em que a instrução processual ocorre de maneira mais sólida e 
dilatada. 
 
AS CARACTERÍSTICAS MAIS IMPORTANTES DESSE RITO SÃO: 
 
a) A oitiva de até três testemunhas de cada polo da reclamação; 
b) A possibilidade de produção de prova pericial sem vedação expressa; 
c) A ocorrência, em regra, de audiência inicial e de audiência de prosseguimento; 
d) É admitida a citação por edital em caso de reclamada que esteja em local incerto ou não sabido, e, 
 
e) Podem figurar como reclamadas as entidades públicas, o que é vedado nos demais procedimentos 
trabalhistas. 
 
 
RITO SUMÁRIO - ART. 2º, § 3º E 4º DA LEI Nº 5.584/70 
 
Rito sumário é o procedimento previsto na Lei nº 5584/70, para ações cujo valor da causa não exceda a 2 salários 
mínimos (art. 2º, §§ 3º e 4º). 
 
Também é conhecido como rito de alçada 
 
Quanto à constitucionalidade do referido dispositivo, assim se posicionou o Tribunal Superior do Trabalho: 
 
Súmula 356 TST - O art. 2º, § 4º, da Lei n. 5.584, de 26.06.1970 foi recepcionado pela CF/1988, 
sendo lícita a fixação do valor da alçada com base no salário mínimo. 
 
A característica principal deste procedimento é a celeridade, razão pela qual a ata da audiência é mais simplificada, 
devendo constar a conclusão do juiz quanto à matéria fática. Não é admitido reconvenção ou intervenção de terceiros. 
 
Além disso, neste procedimento, não há possibilidade de recurso, salvo se versar sobre matéria constitucional. Contudo, 
admite-se embargos de declaração, se presente uma das hipóteses do artigo 535 do CPC e 897-A da CLT. 
 
Assim estabelece o artigo 2º, § 1º da Lei n. 5584/70: “Em audiência, ao aduzir razões finais, 
poderá qualquer das partes impugnar o valor fixado e, se o juiz o mantiver, pedir revisão da 
decisão, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente do Tribunal Regional. ” 
 
Trata-se da previsão legal do recurso denominado Pedido de Revisão. Contudo, na prática, o valor da causa deixou de 
ser fixado pelo juiz (a lei é de 1970, quando o procedimento era de o juiz fixar o valor da causa e não a parte). 
 
Pois bem, fixado pelo autor valor da causa inferior a 2 salários mínimos, a parte contrária poderá impugnar o valor e, se 
mantido pelo juiz, caberá o Pedido de Revisão ao Tribunal. 
 
O pedido de revisão deverá ser instruído com cópia da petição inicial e da ata da audiência que rejeitou a impugnação 
e interposto diretamente no Tribunal Regional do Trabalho, no prazo de 48 horas. 
 
Trata-se de recurso de competência do Presidente do Tribunal, que deverá apreciar em 48 horas. 
Assim, de modo simplificado podem ser evidenciadas as PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO: 
 
a) Causas de única instância, cabível para demandas cujo valor não excedam dois salários mínimos, conhecidos 
como dissídios de alçada; 
 
b) Não caberá recurso da sentença, somente recurso extraordinário se ocorrer ofensa à Constituição. 
 
c) A referida lei não dispôs acerca do número máximo de testemunhas, mas por analogia, entendesse que serão 
três. 
 
Não obstante haver pouca aplicabilidadeprática do rito sumário, sobretudo diante do descaso do trabalhador ou do 
próprio advogado que opta por não ajuizar ações de baixa monta, este rito é por muitas vezes objeto de provas de 
concurso e do Exame de Ordem. 
 
RITO SUMARÍSSIMO - ARTS. 852-A A 852-I DA CLT 
 
Em conformidade com o disposto no art. 852-A, acrescido à CLT pela Lei n. 9.957/2000, o procedimento sumaríssimo só 
pode ser observado no dissídio individual, sendo, por via de consequência, vedada a sua adoção nos dissídios coletivos. 
 
Muitos dos artigos concernentes a este procedimento tomaram por base a Lei nº 9.099/95, sendo que alguns estão 
disciplinados em sua literalidade. 
 
O primeiro dispositivo dessa inovação da CLT, estabelece que, os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta 
vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação fica submetidos ao procedimento sumaríssimo. 
 
O principal objetivo deste rito é o atendimento ao princípio da celeridade processual, que pode ser evidenciado pela 
redução das formalidades, das provas, além da maior liberdade do magistrado na condução do processo, visando de 
tal modo, a solução do litígio o mais breve possível. 
 
As demandas sujeitas ao rito sumaríssimo são instruídas e julgadas em audiência una, isto é, todo procedimento se 
exaure praticamente no mesmo dia (852-C, da CLT). 
 
Além disso, pela celeridade, as testemunhas limitam-se a duas para cada parte, as quais comparecerão à audiência de 
instrução e julgamento independentemente de intimação (852-H, § 2º, da CLT). 
 
 
OS REQUISITOS BASILARES DESTE RITO (852-B, DA CLT): 
 
a) O pedido deve ser certo ou determinado e indicar o valor correspondente; 
 
b) Deve ser indicado o nome e endereço do reclamado, pelo fato de não ter citação por edital; 
 
c) A apreciação da reclamação deverá ser feita em no máximo 15 dias do ajuizamento. 
 
 
A CLT TRATA DAS HIPÓTESES DE AUSÊNCIA DOS REQUISITOS, NAS QUAIS HAVERÁ CONSEQUÊNCIAS PROCESSUAIS, 
QUAIS SEJAM: 
 
a) O arquivamento da reclamação trabalhista (sem resolução do mérito: a sentença será terminativa ou 
processual); 
 
b) O reclamante será condenado ao pagamento das custas, calculados sobre o valor da causa (852-B, § 1º, da 
CLT). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 - ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS 
 ARTIGOS 770 A 782 DA CLT 
 
 
ATOS PROCESSUAIS 
 
É todo ato oriundo da vontade humana, praticado pelos sujeitos do processo, gerando efeitos jurídicos, dentro do 
processo. 
 
Art. 770 - Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o interesse 
social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. 
Parágrafo único - A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante 
autorização expressa do juiz ou presidente. 
 
Art. 771 - Os atos e termos processuais poderão ser escritos a tinta, datilografados ou a 
carimbo. 
 
 
 
NOTIFICAÇÃO / CITAÇÃO / INTIMAÇÃO 
 
 
A notificação vem englobar a citação e a intimação. Quando ajuizamos uma ação trabalhista, ao ser cientificado dessa 
ação, o reclamado não é intimado ou citado. Ele é notificado. Recebe uma notificação. 
 
Art. 841 - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 
(quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, 
notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do julgamento, que será a 
primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias. 
 
Diante da previsão contida no art. 841 da CLT, o servidor judiciário que recebe a inicial da ação trabalhista deve fazer a 
notificação ao réu, encaminhando-lhe a segunda via da reclamação para, querendo, apresentar resposta e comparecer 
à audiência de conciliação, instrução e julgamento 
 
A notificação, poderá também ser feita também por meio de edital, caso o réu crie embaraços para que não seja 
efetivamente recebida ou não for encontrado (841, § 1º, segunda parte). Há, porém, casos que a citação é realizada por 
mandato, por intermédio do oficial de justiça, como na hipótese de retorno da citação postal sem cumprimento. 
 
Art. 841 – (...) § 1º - A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado 
criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, 
inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede 
da Junta ou Juízo. 
 
Cabe destacar que no processo do trabalho a notificação (citação inicial), não há o princípio da pessoalidade (841, § 1º), 
isto é, se dirigida ao endereço correto do réu, poderá ser recebida por qualquer pessoa que lá se encontre, 
independentemente de ser representante legal ou procurador. 
 
A Súmula 16 do TST, por sua vez, estabelece que deverá o destinatário demonstrar a irregularidade da citação. Figura-
se na legislação trabalhista apenas uma situação, nos termos do art. 880 da CLT , que a citação deverá ser pessoal. 
 
Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir mandado de 
citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e sob 
 
as cominações estabelecidas ou, quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de 
contribuições sociais devidas à União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta 
a execução, sob pena de penhora. (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007). 
 
§ 1º - O mandado de citação deverá conter a decisão exequenda ou o termo de acordo não 
cumprido. 
 
§ 2º - A citação será feita pelos oficiais de diligência. § 3º - SE O EXECUTADO, PROCURADO POR 
2 (DUAS) VEZES NO ESPAÇO DE 48 (QUARENTA E OITO) HORAS, NÃO FOR ENCONTRADO, FAR-
SE-Á CITAÇÃO POR EDITAL, publicado no jornal oficial ou, na falta deste, afixado na sede da 
Junta ou Juízo, durante 5 (cinco) dias. 
 
Depois da notificação inicial do processo trabalhista, os demais atos serão comunicados por meio de intimações, que é 
o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos termos e atos do processo para que faça ou deixe de fazer alguma coisa (art. 
269 CPC). Em regra, a intimação é dirigida ao advogado e não à parte, uma vez que ele possui aptidão para praticar os 
atos processuais. 
 
No processo do trabalho as intimações são feitas, em regra, pelo sistema informatizado, mediante a comunicação 
eletrônica por nota de expediente. Por sua vez, a intimação do Ministério Púbico do Trabalho, seja atuando como parte, 
ou oficiando como causa legis, será realizada pessoalmente, através do oficial de Justiça. 
 
Por fim, as intimações da União serão feitas nas pessoas do Advogado da União, do Procurador Federal ou do Procurador 
da Fazenda Nacional. 
 
O efeito/ o objeto da notificação, da citação e da intimação, é o mesmo: cientificar a uma das partes, sobre a prática de 
um ato processual, que por consequências, irá gerar outro ato processual. 
 
 
 
TERMOS PROCESSUAIS 
 
 
É a expressão do ato processual, expressa, escrita, a redução a escrita do termo processual, a reprodução gráfica de um 
ato processual, levar para o papel aquilo que é dito. 
 
Ex: Termo de audiência, em que os acontecimentos ocorridos durante a solenidade são escritos e materializam 
documentalmente, por exemplo, um acordo, os depoimentos pessoais e a colheita da prova testemunhal. 
 
Art. 772 - Os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas partes interessadas, 
quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a rogo, na presença 
de 2 (duas) testemunhas, sempre que não houver procurador legalmente constituído. 
 
Art. 773 - Os termos relativos ao movimento dos processos constarão de simples notas, 
datadas e rubricadas pelos secretários ou escrivães. 
 
 
PRAZOS PROCESSUAIS 
 
Os prazos processuais correspondem ao lapso de tempo para a prática de um ato processual. 
Considerando que o processo é um “caminhar adiante” onde se objetiva a satisfação final, os prazos servem para que 
esse processo não se perpetue no tempo, colocando em risco a paz social e a própria segurançada atividade jurisdicional 
do Estado. 
 
 
QUANTO À ORIGEM DA SUA FIXAÇÃO, OS PRAZOS PODEM SER: 
 
a) Legais: considerados os que são fixados pela própria lei, como o prazo para recorrer; 
 
b) Judiciais: os fixados pelo próprio juiz da causa, como aquele fixado para o perito apresentar seu lado; e 
 
c) Convencionais: que são aqueles baseados na convenção entre as partes, como a suspensão do processo para 
tratativas de conciliação, por exemplo. 
 
QUANTO À SUA NATUREZA, CLASSIFICAM-SE EM: 
 
a) Dilatórios, também chamados de prorrogáveis, são os que decorrem de normas de natureza dispositiva, ou 
seja, que são passiveis de disposição entre as partes, como o pedido de dilação do prazo para manifestação 
acerca de documentos, que precisa ser deferido pelo juiz; ou 
 
b) Peremptórios, também chamados de prazos fatais ou improrrogáveis, que são aqueles decorrentes de normas 
cogentes imperativas ou de ordem pública, que não podem ser dilatados. 
 
A contagem dos prazos no processo trabalhista está determinada pelos artigos 774 e 775 da CLT, além de serem 
aplicadas, de forma subsidiária (desde que não importe em incompatibilidade, considerando as novas regras processuais 
da Lei 13.105), as normas dos arts. 218 e seguintes do CPC. 
 
O art. 774 da CLT assim dispõe: Art. 774. Salvo disposição em contrário, os prazos previstos 
neste Título contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou 
recebida a notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que 
publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital 
na sede da Junta, Juízo ou Tribunal. 
 
A regra geral, quanto à contagem dos prazos, é de que se conta a partir do conhecimento dos termos da comunicação. 
Ademais, o art. 775 da CLT deixa claro que: Contam-se com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, 
da mesma forma que prevê o art. 224 do CPC. 
 
Com a Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17) foi alterado o art. 775 da CLT, seguindo o novo CPC (Lei 13.105/15), que já 
previa em seu art. 219 que na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente 
os dias úteis. 
 
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão 
do dia do vencimento. 
 
Merece destaque a regra da Súmula 16 do TST, a qual estabelece que nos casos de notificações postais, presume-se seu 
recebimento após 48 horas da postagem. A presunção de recebimento é apenas relativa, admitindo que o “destinatário 
prove que não recebeu a comunicação postal ou que a entrega foi feita após o referido prazo” 
 
Com a Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17) tornou-se lei a suspensão dos prazos processuais no final de cada ano, o que 
antes era realizado apenas por resoluções de cada Tribunal isoladamente 
 
Art. 775-A. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de 
dezembro e 20 de janeiro, inclusive. 
§ 1° Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros do 
Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça 
exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput deste artigo. 
§ 2° Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento. 
 
3 - RESPOSTAS DO RÉU/RECLAMADO 
CONTESTAÇÃO 
 
 
CONCEITO: “Contestação é o instrumento processual utilizado pelo réu para opor-se, formal ou materialmente, à 
pretensão deduzida em Juízo pelo autor”. (Humberto Theodoro Júnior). 
 
Decorre daí o princípio da Concentração ou da Eventualidade. (Art. 336 do nCPC). Não o fazendo, ocorre a preclusão. 
 
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões 
de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que 
pretende produzir. 
 
A defesa em geral tem como objetivo impugnar a pretensão do(a) autor(a), contestando-a. Os arts. 146, 335 a 343 do 
CPC mencionam que a resposta do réu compreende: contestação, exceção e reconvenção. 
 
A CLT utiliza o termo DEFESA (art. 847, 848 § 1° , 799 c/c 767). 
 
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a 
leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes. 
Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial 
eletrônico até a audiência. 
 
Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da 
reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto 
à matéria de fato. § 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, 
serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados. 
 
Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex 
officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes. 
 
Digamos que o reclamado compareceu à audiência, mas o seu advogado, até aquele momento, não apareceu, tampouco 
deu notícias. O juiz informou ao reclamado que não há contestação nos autos (sistema PJE). O juiz não vê motivos para 
o adiamento da audiência (art. 362 do CPC/2015). 
 
Art. 362. A audiência poderá ser adiada: 
I - por convenção das partes; 
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva 
necessariamente participar; 
III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário 
marcado. 
§ 1º O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz 
procederá à instrução. 
§ 2º O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou 
defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao 
Ministério Público. 
§ 3º Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas. 
 
 
A resposta está na previsão contida no art. 847 da CLT, pois a contestação verbal pode representar a “salvação” do réu. 
Mesmo na era do PJE, a defesa oral continua possível. 
 
 
A defesa é apresentada em audiência, após a primeira tentativa de conciliação (art. 846 CLT), a qual pode ser feita 
oralmente, no prazo de 20 minutos (art. 847 CLT), sem prorrogação, vez que não há previsão legal. Quando houver mais 
de um(a) reclamado(a), cada um(a) terá 20 minutos. 
 
O reclamado, naquele momento, poderá requerer o prazo de 20 minutos para ofertar oralmente a sua defesa. Esse 
prazo é legal, e, portanto, não pode ser encurtado pelo magistrado. 
 
O réu não pode ser coagido para se apressar. 
 
Ele tem 20 minutos integrais, só para ele, e ninguém tem o direito de podar esse tempo. Se quiser ficar calado por 5 
minutos, ficará. 
 
Se quiser ficar calado por 10 minutos, ficará. 
 
A concessão, a requerimento do reclamado, do prazo para apresentação da defesa oral gera preclusão consumativa 
para a apresentação da defesa escrita. 
Digamos que o reclamado, diante da ausência do seu advogado, requereu a oportunidade para apresentar defesa oral. 
Concedido o prazo de 20 minutos, se porventura aparecer no sistema uma contestação escrita, enviada pela internet, 
ela deverá ser desentranhada, posto que a preclusão, quanto à contestação escrita, já se operou. 
 
O mesmo acontece se o advogado do reclamado entrar na sala de audiência no decorrer do prazo da defesa oral, 
podendo, o profissional, a partir dali, tomar a palavra para ofertar contestação verbal, não sendo admitida, entretanto, 
a juntada de defesa escrita. 
 
No caso de Processo Judicial Eletrônico – PJE, quando a contestação já está no sistema, o advogado do reclamado 
simplesmente informa o fato ao juiz. 
 
ATENÇÃO: Normas internas prevendo que a defesa deve ser juntada no PJE até 24 horas antes do início da audiência 
são consideradas inconstitucionais, pois os Tribunais não podem revogar legislação processual trabalhista e modificar 
procedimentos previstosexpressamente em lei. 
 
Na defesa da reclamação trabalhista o(a) reclamado(a) pode alegar toda matéria com a qual pretende se defender, salvo 
suspeição e impedimentos, que são matérias de exceção, assim como a exceção de incompetência relativa, que deve 
ser apresentada conforme previsto no art. 800 da CLT. 
 
EXCEÇÃO: Compreende a DEFESA PROCESSUAL ou indireta contra processo: 
 
a) Suspeição ou impedimento (art. 144 CPC e art. 799 da CLT); 
b) Incompetência relativa (art. 799 e 800 da CLT); 
 
Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com 
suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência. 
 
As causas de suspeição do juiz, aplicáveis também ao órgão do Ministério Público, aos serventuários da justiça e aos 
peritos (art. 148 do CPC), são definidas pela CLT no seu art. 801, senão vejamos: 
 
Art. 801 - O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito, e pode ser recusado, 
por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos litigantes: 
a) Inimizade pessoal; 
b) Amizade íntima; 
c) Parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau civil; 
d) Interesse particular na causa. 
 
 
Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da 
notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á 
o procedimento estabelecido neste artigo. 
 
§ 1º Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se 
refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção. 
 
§ 2º Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se 
existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias. 
 
§ 3º Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo 
o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo 
que este houver indicado como competente. 
 
§ 4º Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a 
designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo 
competente. 
 
 
PRELIMINARES PROCESSUAIS 
 
Neste tipo de contestação a reclamada não está discutindo o mérito da causa, mas sim, sustentando que por alguma 
razão PROCESSUAL a tutela jurisdicional não pode ser entregue. 
 
Incumbe então ao reclamado, antes de discutir o mérito, suscitar as questões elencadas no art. 337 do CPC/2015. Trata-
se da chamada “defesa indireta”, porque não é dirigida ao mérito da causa, mas contra o processo ou a ação (“defeitos” 
que maculam o processo ou a ação). 
 
As matérias que podem ser alegadas neste tipo de contestação estão relacionadas no art. 337 do Código de Processo 
Civil e são chamadas de “Preliminares Processuais”. 
 
Isto porque a alegação destas matérias deve ser feita ANTES da discussão do mérito da causa. Aqui, ao considerar a 
matéria preliminar, deve-se pedir a extinção SEM resolução do mérito, consoante previsto no art. 485 do CPC. 
 
Art. 485 (CPC 2015) O juiz não resolverá o mérito quando: (...) 
 
As “preliminares” podem ser meramente dilatórias (não conduzem à extinção do processo) ou peremptórias (capazes 
de gerar decisão sem resolução do mérito – art. 485 do CPC/2015). 
 
 
Assim, considerando a extinção (preliminar peremptória) ou a continuidade posterior do processo (preliminar dilatória) 
ficaria a classificação das questões preliminares, tomando por base o art. 337 do CPC/2015: 
 
 
PRELIMINARES 
 
➢ INEXISTÊNCIA OU NULIDADE DA CITAÇÃO (DILATÓRIA). 
 
SÃO EXEMPLOS DE CITAÇÃO NULA: 
 • enviada para endereço comprovadamente errado e recebida por engano pelo destinatário; 
• aquelas endereçadas a homônimos que não souberam explicar o desentendimento; 
• aquelas efetuadas por edital sem que tenha havido esgotamento das vias postais disponíveis; e 
 
• aquelas que deixaram de ser realizadas, evidentemente, como nos casos de vários réus no polo passivo, com o 
esquecimento de comunicar a existência da ação a um deles em particular. 
 
Entre a citação e a audiência, o prazo mínimo de cinco dias deve ser respeitado, à luz do art. 841 da CLT. Significa dizer 
que, para a elaboração de sua defesa, o reclamado tem direito a, no mínimo, cinco dias. 
 
Art. 841 CLT - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 
(quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, 
notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do julgamento, que será a 
primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias. 
 
P.Ex: O reclamado foi citado numa sexta-feira (12/09), para comparecer a uma audiência na sexta-feira seguinte (19/09). 
O início do prazo ocorreu na sexta (12/09), mas o início da contagem só se deu na segunda-feira (15/09) – arts. 774 e 
775 da CLT c/c Súmula 01 do TST. 
 
A audiência, no caso, não poderá ser realizada na sexta-feira (19/09), já que ela corresponde exatamente ao quinto dia. 
O juiz do trabalho deve respeitar o prazo mínimo de cinco dias, ou seja, a audiência só pode ser realizada do sexto dia 
em diante. Nesse caso, a audiência deve ser adiada e, consequentemente, o prazo de defesa será devolvido ao 
reclamado. 
 
ATENÇÃO: O art. 219 do CPC tornou-se compatível com o processo trabalhista, em face da nova redação do art. 775 da 
CLT, imposta pela Lei 13.467/2017. Logo, a contagem dos prazos processuais ocorre apenas em dias úteis. 
 
Ex: O reclamado foi citado numa terça-feira. O início da contagem ocorrerá na quarta-feira. Contamos, então, quarta, 
quinta e sexta. E paramos. No sábado e no domingo o prazo fica suspenso. A contagem será retomada na segunda-feira. 
Daí temos a contagem completa dos cinco dias: quarta, quinta, sexta, segunda e terça (a audiência poderá ser realizada 
a partir da quarta-feira, que é o sexto dia). 
 
 
 
➢ INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA (PEREMPTÓRIA). 
 
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações decorrentes das relações de trabalho – art. 114, I, 
da CF. 
 
Embora por ser de ordem pública e por esta razão deva ser reconhecida e declarada de ofício, há situações que merecem 
atenção do advogado de defesa. 
 
A competência da Justiça do Trabalho não alcança os servidores públicos que mantêm relação estatutária com os órgãos 
públicos – liminar do STF na ADI 3.395. 
 
Digamos que um servidor público estatutário ajuíze reclamação trabalhista em face de um município, pleiteando 
diferenças salariais por desvio de função. 
Na contestação, o procurador do município, antes de discutir o “desvio de função” (mérito), deve suscitar a preliminar 
de incompetência absoluta da Justiça do Trabalho (art. 337, II, do CPC/2015), trazendo à baila a liminar concedida pelo 
STF, na ADIN 3.395-6, em 2005, que afastou, da competência da Justiça Laboral, as causas envolvendo o Poder Público 
e seus servidores a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 
 
Imaginem a falta de lógica de o procurador, nas primeiras laudas da contestação, enfrentar, meritoriamente, o desvio 
de função, para, depois, já no final da peça, arguir a incompetência da Justiça do Trabalho, como se dissesse ao 
magistrado: “tudo o que Vossa Excelência leu a respeito do desvio de função não era para ser lido, pois Vossa Excelência 
não tem competência para apreciar o tema”. 
 
Súmula 363: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por 
profissional liberal contra cliente. O enunciado define que a competência para processar e 
julgar ação de cobrança de honorários de profissionais liberais contra clientes é da Justiça 
Estadual. 
 
 
 
 
➢ INCOMPETÊNCIA RELATIVA – PEÇA APARTADA - (DILATÓRIA). 
 
 
 
➢ INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA (DILATÓRIA). 
 
Por conta da reforma Trabalhista, o reclamante é obrigado a liquidar TODOS os pedidos, seja qual for o rito, do contrário 
extinção sem resolução de mérito. 
 
Art. 840 - A reclamaçãopoderá ser escrita ou verbal. 
§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, 
a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, 
determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu 
representante. 
§ 3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º deste artigo serão julgados extintos sem 
resolução do mérito. 
 
TÍTULO II- A DO DANO EXTRAPATRIMONIAL Art. 223-A. Aplicam-se à reparação de danos de natureza extrapatrimonial 
decorrentes da relação de trabalho apenas os dispositivos deste Título. 
 
Art. 223-A. Aplicam-se à reparação de danos de natureza extrapatrimonial decorrentes da 
relação de trabalho apenas os dispositivos deste Título. Art. 223-B. Causa dano de natureza 
extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física 
ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação. 
§ 1º Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser paga, a cada um dos 
ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação: 
I – ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do ofendido; 
II – ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do ofendido; 
III – ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do ofendido; 
IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário contratual do ofendido. 
 
 
➢ INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL (PEREMPTÓRIA). 
 
O CPC, no art. 321, prevê que, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts. 319 e 320, 
ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, o juiz determinará que o autor 
a emende ou a complete, no prazo de quinze dias, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Caso 
o reclamante não cumpra a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial, extinguindo, sem resolução meritória, o 
processo. 
 
Quando se fala em inépcia, o art. 330, § 1º, do CPC surge como a base jurídica mais importante. 
 
 
 
 
CONSIDERA-SE INEPTA A PETIÇÃO INICIAL: 
• sem pedido; 
• sem causa de pedir; 
• quando o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico (§ 1º do art. 
324 do CPC); 
• quando da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
• quando contiver pedidos incompatíveis entre si. 
 
 
➢ “PEREMPÇÃO TRABALHISTA” (PEREMPTÓRIA). 
 
No processo do trabalho, não se aplica a perempção prevista no Código de Processo Civil. No processo civil, o fato de o 
autor deixar de promover atos e diligências que deveria ter realizado, abandonando a causa por mais de trinta dias, gera 
a extinção do processo sem julgamento do mérito, conforme previsto no art. 485, III, do CPC. Isso não impede, 
entretanto, que o autor ajuíze ação idêntica à anterior. 
 
Caso a inércia do autor se repita por três vezes, ou seja, por três vezes o processo foi extinto sem resolução do mérito, 
devido ao abandono da causa por mais de trinta dias, incidirá a perempção, impedindo a propositura de uma quarta 
ação idêntica contra o réu – previsão do § 3º do art. 486 do CPC. 
 
No processo trabalhista, há duas situações que, uma vez ocorrendo, impedirão o reclamante de ajuizar reclamação 
trabalhista idêntica, contra o mesmo reclamado, por seis meses (tipo de perempção temporária). 
 
 
Art. 731- Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar, 
no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por 
termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante 
a Justiça do Trabalho. 
 
Art. 732- Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes 
seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844. 
 
Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da 
reclamação, e o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto 
à matéria de fato. 
 
1º) Arquivamento de duas reclamações consecutivas, pelo não comparecimento do reclamante à audiência – art. 732 
c/c o art. 844 da CLT. 
 
Observem que o arquivamento tem de atingir “duas reclamações consecutivas” e ter o mesmo fato gerador: “não 
comparecimento do reclamante à audiência”. 
 
2º) Propositura de reclamação verbal no setor de distribuição e o não comparecimento do reclamante à vara do 
trabalho para a qual foi distribuída a demanda, dentro de cinco dias, para redução a termo – parágrafo único do art. 
786 c/c o art. 731 da CLT. 
 
Observem que a redução a termo de uma reclamação verbal jamais é feita pelo distribuidor. Reclamação verbal 
apresentada no setor de distribuição será distribuída para uma das varas do trabalho, antes de sua redução a termo. O 
reclamante, a partir daí, tem cinco dias para comparecer à vara do trabalho, sob pena de “perempção trabalhista”. 
 
 
 
 
➢ LITISPENDÊNCIA (PEREMPTÓRIA) X COISA JULGADA (PEREMPTÓRIA). 
 
Tanto a litispendência como a coisa julgada são objeções que requerem “identidade de ações”. Duas ações são idênticas 
quando possuem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido (os mesmos elementos da ação) – § 2º 
do art. 337 do CPC. 
 
HÁ LITISPENDÊNCIA QUANDO SE REPETE AÇÃO QUE ESTÁ EM CURSO. 
 
HÁ COISA JULGADA QUANDO SE REPETE AÇÃO QUE JÁ FOI DECIDIDA POR DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO – §§ 
3º e 4º do art. 337 do CPC. 
 
EXEMPLO DE COISA JULGADA: Reclamante celebra acordo devidamente homologado na Justiça do Trabalho e 
posteriormente ingressa com nova ação contra a mesma Reclamada fazendo os mesmos pedidos da ação do acordo, fez 
coisa julgada. 
 
Ocorre também quando a parte sucumbente deixa de recorrer de certos pedidos, estes, transitaram em julgado, 
operando-se, pois, a coisa julgada. 
 
 
➢ CONEXÃO (DILATÓRIA). 
 
Entende-se por conexão quando uma ação guarda uma estreita relação com outra ação. Pelo fato processual de já estar 
em curso a primeira ação, a segunda tem os autos remetidos para o primeiro Juiz que conheceu da prioritária ação 
 
Ocorre quando entre duas ações existe um ponto em comum, tal como a causa de pedir ou o pedido. É a reunião de 
duas ações que tramitam perante juízos diferentes. 
Ex.: conexão de uma reclamação trabalhista com uma consignatória (sem audiência e/ou julgamento). 
 
 
➢ INCAPACIDADE DA PARTE, DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO OU FALTA DE AUTORIZAÇÃO (PEREMPTÓRIA). 
 
 
➢ CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM (PEREMPTÓRIA). 
 
O art. 507-A da CLT, incluído pela Lei 13.467/2017, dispõe que, nos contratos individuais de trabalho, cuja remuneração 
do empregado seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de 
Previdência Social, as partes poderão inserir uma “cláusula compromissória de arbitragem”, desde que por iniciativa do 
empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos da Lei 9.307/1996. 
 
Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a DUAS 
VEZES O LIMITE MÁXIMO estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência 
Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa 
do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei nº 9.307, 
de 23 de setembro de 1996. 
 
 
O compromisso arbitral representa a renúncia ao Poder Judiciário. Isso mesmo. Quando os sujeitos de um contrato 
acordam que os litígios gerados pelo pacto serão dirimidos por um árbitro (escolhido por eles), estão, na verdade, 
abrindo mão de levar as suas pretensões ao Judiciário (inciso VII do art. 485 do CPC e inciso X do art. 337 do CPC). 
 
A cláusula compromissória arbitral deve ser estipulada por escrito, como exige o § 1º do art. 4º da Lei 9.307/1996, 
podendo estar inserta no próprio contrato ou em documento apartado que a ele se refira. Em se tratando de contratode adesão, a cláusula arbitral deve, por cautela, constar de documento anexo, à luz da previsão contida no § 2º do art. 
4º da Lei 9.307/1996, ou em negrito no próprio contrato, com a assinatura de, no mínimo, duas testemunhas. O contrato 
de trabalho é considerado um contrato de adesão 
 
Com a Reforma Trabalhista, portanto, a CLT passou a reconhecer a validade do compromisso arbitral firmado por 
empregado que possuir remuneração mensal específica, sem exigir, contudo, como o fez no parágrafo único do art. 444 
da CLT, nível educacional diferenciado do obreiro (diploma de nível superior). 
 
 
➢ AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE OU DE INTERESSE PROCESSUAL (PEREMPTÓRIA). 
 
CARÊNCIA DE AÇÃO – Cuida-se a impossibilidade de a ação prosperar em face de uma das partes alegar e provar que a 
outra não tem condições da ação. (Legitimidade; interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido). 
 
 
➢ FALTA DE CAUÇÃO OU DE OUTRA PRESTAÇÃO, QUE A LEI EXIGE COMO PRELIMINAR (PEREMPTÓRIA). 
 
 
 
➢ INDEVIDA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA (DILATÓRIA). 
 
Art. 790, § 3º da CLT - É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do 
trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça 
gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou 
inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de 
Previdência Social. (Até R$ 2.335,78 nos dias de hoje) 
 
§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de 
recursos para o pagamento das custas do processo. 
 
 
 
DA QUITAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
 
1º) TERMO DE CONCILIAÇÃO FIRMADO EM COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA – Apesar de o STF ter suspendido, 
mediante liminar, a eficácia do art. 625-D CLT, tornando facultativa a ida do trabalhador à comissão, cuja criação também 
é opcional, caso o empregado a procure e firme, com a empresa, termo de conciliação, este ensejará a quitação plena 
e irrevogável de todos os direitos decorrentes do contrato de trabalho, salvo quanto às verbas “expressamente 
ressalvadas” no respectivo Termo Conciliatório, como prevê o parágrafo único do art. 625-E da CLT. 
 
2º) TERMO DE ADESÃO A PDV OU PIDV – À luz do art. 477-B da CLT, o plano de demissão voluntária ou incentivada, 
para dispensa individual, plúrima ou coletiva, enseja, a exemplo da comissão de conciliação prévia, quitação plena e 
irrevogável de todos os direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo as verbas “expressamente ressalvadas”, 
desde que esteja previsto em acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho. 
 
3º) TERMO DE QUITAÇÃO ANUAL – O art. 507-B da CLT faculta a empregados e empregadores, na vigência ou não do 
contrato de emprego, firmar o Termo de Quitação Anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos empregados 
da categoria. O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação 
anual dada pelo empregado, com eficácia liberatória exclusiva das parcelas nele especificadas. 
 
O mesmo se diga do termo de adesão a plano de incentivo à demissão voluntária previsto em acordo coletivo ou 
convenção coletiva de trabalho (PIDV ou PDV) – vide art. 477-B da CLT, incluído pela Lei 13.467/2017 (Reforma 
 
Trabalhista). O STF, desde 2015, quando do julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 590.415, já tinha declarado válida 
essa quitação geral, irrestrita e irrevogável, mas a FGV não usou a decisão do Pretório no Exame de Ordem 
 
Agora, com a previsão legal, essa preliminar cairá nas provas. É só uma questão de tempo. O examinando deve atentar 
para o fato de a OJ 270 da SDI-1 estar superada quando dispõe “que a transação, mediante a adesão do empregado a 
plano de demissão voluntária, implica quitação exclusivamente das parcelas e valores constantes do recibo”, pois tal 
assertiva se transformou em exceção, já que a regra passou a ser de quitação geral, “desde que isso esteja previsto em 
acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho”. 
 
 
 
MERITO DA CONTESTAÇÃO 
 
IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA - RESPOSTAS DO RÉU 
 
 
Princípio extremamente importante na defesa trabalhista porque não se pode, em hipótese alguma fazer impugnação 
genérica. A impugnação é especifica, pedido por pedido. 
 
O aconselhável ao profissional responsável pela elaboração da defesa do Reclamado (Contestação) é digitar no 
computador os pedidos iniciais, fazer a estrutura da contestação e depois contestar uma a uma. 
 
Não concordando com os documentos juntados pelo(a) reclamante, o(a) reclamado(a) deverá impugná-los em 
contestação dando o motivo, sob pena de serem aceitos como verdadeiros (art. 436 CPC) 
 
A PRETENSÃO DO(A) RECLAMADO(A) PODE SER: 
1.Extinção do processo sem e/ou com julgamento do mérito. 
2.Improcedência total ou parcial dos pedidos. 
 
Deve-se fazer o protesto por provas. 
 
 
 
RECONVENÇÃO 
 
Pedido proposto pelo(a) réu em face do(a) autor(a), no mesmo processo em que está sendo demandado. A CLT é omissa 
em relação a reconvenção, logo se aplica o CPC. É oferecida na contestação (art. 343 CPC), mas pode ser apresentada 
sem contestação (art. 343, § 6º CPC). 
 
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor RECONVENÇÃO para manifestar pretensão 
própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. (...) 
 
§ 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação. 
 
Reconvinte = autor(a) da reconvenção 
Reconvindo(a) = réu da reconvenção 
 
Reconvenção e ação principal serão julgadas na mesma sentença (art. 318 do CPC), portanto, se a parte não se 
conformar com a sentença, no processo trabalhista, caberá recurso ordinário, no prazo de 8 dias. 
 
 
 
 
 
4 - DAS PROVAS 
 ARTS. 818 A 830 DA CLT 
 
 
Provar significa formar a convicção do juiz sobre a existência ou não de fatos relevantes no processo. 
 
É o conjunto de motivos produtores da certeza, ou seja, a conformidade entre os fatos constitutivos do mundo exterior 
e a demonstração legal da verdade de um fato. 
 
O grande objetivo da prova é de demonstrar a verdade. Como há dois polos na discussão de um direito, teoricamente 
haverá duas verdades. 
 
A prova tentará conferir a veracidade dos fatos alegados por cada uma das partes. 
 
Aplica-se o princípio da comunhão das provas, que afirma que as provas pertencem ao processo e não à uma parte 
especifica. 
 
Ao autor cabe provas os fatos que alega (constitutivo) ao réu cabe provar os fatos impeditivo, extintivo ou modificativos 
do direito do autor. 
 
Art. 818. O ônus da prova incumbe 
I - Ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - Ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito 
do reclamante 
 
Na Justiça do Trabalho, existem algumas regras específicas (Sumuladas) no tocante ao ônus da prova, que variam de 
acordo com o objeto da prova: 
 
Sumula 6, VIII - TST - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação 
salarial 
 
Súmula nº 338 do TST JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA (incorporadas as 
Orientações Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 
I - E ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada 
de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles 
de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser 
elidida por prova em contrário. 
 
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento 
normativo, pode ser elidida por prova em contrário. III - Os cartões de ponto que demonstram 
horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus 
da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da 
inicial se dele não se desincumbir. 
 
OJ 215 SDI-1 do TST. VALE-TRANSPORTE. ÔNUS DA PROVA.É do empregado o ônus de 
comprovar que satisfaz os requisitos indispensáveis à obtenção do vale-transporte. 
 
Súmula nº 16 do TST NOTIFICAÇÃO - Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) 
horas depois de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso desse 
prazo constitui ônus de prova do destinatário. 
 
 
Súmula nº 254 do TST SALÁRIO-FAMÍLIA. TERMO INICIAL DA OBRIGAÇÃO O termo inicial do 
direito ao salário-família coincide com a prova da filiação. Se feita em juízo, corresponde à data 
de ajuizamento do pedido, salvo se comprovado que anteriormente o empregador se recusara 
a receber a respectiva certidão. 
 
 
DEPOIMENTO PESSOAL 
 
O depoimento pessoal consiste na oitiva das partes sobre os fatos narrados no processo. É a via que poderá levar o 
julgador o mais próximo possível da verdade dos fatos, porém, em razão do envolvimento emocional e o interesse 
pelo êxito da causa podem levar à distorção da realidade dos fatos. 
 
Justifica-se como meio de prova que efetiva o princípio da oralidade, colocando as partes em contato direto com o 
juiz. 
 
Depoimento pessoal é, portanto, o meio de prova destinado a realizar a oitiva da parte contrária, no curso do 
processo. Como o autor e o réu se submetem ao ônus de comparecer em juízo e responder ao juiz, aplica-se tanto ao 
autor como ao réu. 
 
 
DEPOIMENTO PESSOAL E INTERROGATÓRIO SÃO SINÔNIMOS? 
 
Existe distinção entre o depoimento pessoal e o interrogatório livre. O interrogatório busca esclarecimentos de que o 
magistrado pode se valer para se inteirar dos fatos, podendo ser determinada de ofício e em qualquer fase processual. 
 
De modo diverso, o depoimento é fonte de prova, com o intuito de alcançar a confissão da parte ouvida. Por isto, este 
deve respeitar o momento em que será produzido, que será na audiência de instrução e julgamento, e as regras previstas 
nos artigos 819, 820 e 848 da CLT. 
 
Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex 
officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes. 
 
Art. 819 - O depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional 
será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente. 
§ 1º - Proceder-se-á da forma indicada neste artigo, quando se tratar de surdo-mudo, ou de 
mudo que não saiba escrever. 
 
Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser 
reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes 
ou advogados. 
 
O interrogatório então é ato pelo qual o juiz inquire a parte reclamante ou a parte reclamada sobre questões que ajudem 
a formular e sirvam como fundamento para sua decisão. 
 
No interrogatório o magistrado busca clarear e entender os pontos controvertidos, podendo ser requerido pelo juiz em 
qualquer momento do processo, sempre que o mesmo considerar que é importante contar com a fala do autor ou réu. 
 
A realização de interrogatórios é ilimitada, podendo, sempre que o magistrado tenha dúvidas, chamar as partes para 
que colaborem com a solução do litígio, em qualquer fase do processo, através de despacho. 
 
Além do mais, o interrogatório pode servir incidentalmente como meio de prova, visto que em seu transcorrer pode 
existir a confissão. A confissão, não é o objetivo do interrogatório, porém é o objetivo do depoimento pessoal. 
 
 
De acordo com o § 2º do art. 385 do CPC, não pode a parte, que ainda não depôs, ouvir o depoimento da outra. Deve-
se então, em regra, a parte ré sair da sala enquanto a parte autora presta seu depoimento pessoal e então a parte ré 
retorna para que prossiga com o seu depoimento (se requerido). 
 
No momento do depoimento pessoal, o advogado da parte contrária tem a possibilidade de formular perguntas ao 
depoente, porém as perguntas devem ser direcionadas ao magistrado, que as deferirá ou indeferirá. Caso as defira, 
perguntará ao depoente os termos questionados pelo advogado. 
 
No depoimento pessoal, o advogado do depoente não poderá fazer perguntas ao seu cliente. Todavia, no interrogatório, 
apenas o magistrado realiza as questões, não sendo aberto ao advogado da parte contrária se manifestar sobre qualquer 
questionamento 
 
A novidade trazida pelo CPC de 2015 está, principalmente, na modernização dos meios pelos quais será possível produzir 
a prova. Assim, será possível colher o depoimento pessoal por vídeo conferência ou qualquer outro meio que permita 
enviar e receber imagens e sons em tempo real. 
 
Como dito, a finalidade desse meio de prova é dupla: provocar a confissão da parte e esclarecer fatos discutidos na 
causa 
 
À parte incumbe em primeiro lugar comparecer em juízo e, sendo assim, prestar o depoimento pessoal, respondendo 
ao que lhe for perguntado pelo juiz. Se a parte não comparecer, ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz lhe aplicará 
a pena de confissão 
 
No caso de pessoa jurídica, deve ser feita a oitiva (colhido o depoimento pessoal) do seu representante (preposto) como 
forma de viabilizar a ocorrência de confissão. 
 
 
 
PROVA TESTEMUNHAL 
 
A prova testemunhal é o meio de prova em que um terceiro estranho à causa deponha em juízo sobre fatos que 
presenciou ou que tomou conhecimento e sejam pertinentes ao deslinde do processo. 
A Prova Testemunhal com grande frequência é criticada sob o fundamento de que a memória humana é falha, e que 
por circunstâncias emocional ou psicológica podem influenciar a visão ou lembranças das testemunhas. 
 
Ainda assim, é considerada como um dos meios de prova mais utilizada na Justiça do Trabalho, principalmente em razão 
da obediência ao princípio da primazia da realidade. 
 
Não se confundem os papéis da testemunha, do depoente e do perito. Esse último analisa determinados fatos e dá uma 
declaração e o depoente é parte no processo. 
 
A testemunha pode ser presencial (presenciou o fato provando), de referência (soube do fato por outra pessoa), referida 
(existência foi apurada por outro depoimento), judiciária (relata em juízo seu conhecimento a respeito do fato) ou 
instrumentária (presenciou a assinatura de instrumento de ato jurídico). 
 
A prova testemunhal é vedada, via de regra, para fatos já provados por documento ou confissão ou, logicamente, para 
fatos que só possam ser provados por documento ou exame pericial. 
 
A prova testemunhal será, via de regra, produzida perante o juiz da causa, durante a audiência de instrução e 
julgamento. Exceção à regra da testemunha ser ouvida perante o juiz da causa, é o depoimento ser objeto de carta 
precatória ou de ordem que permite que outro juiz ouça a testemunha (quando residentes em outra Comarca). 
 
 
 
 INTIMAÇÃO DA TESTEMUNHA 
 
A testemunha deve comparecer na audiência independente de intimação, devendo a parte fornecer essa informação ao 
juiz, e caso a mesma não comparecer será considerado como desistência. 
 
Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de notificação ou 
intimação. 
Parágrafo único - As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento da 
parte, ficando sujeitas a condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, sem 
motivo justificado, não atendam à intimação. 
 
O advogado deve informar que levará a testemunha independente de intimação ou intimar a testemunha arrolada por 
ele, informando o local, dia e hora da audiência, através de Carta Convite. 
 
Somente comprovando que convidou a testemunha ausente, por ele arrolada, poderá o advogado requerer sua 
intimação nos moldes previstos no parágrafo único. 
 
Caso a testemunha não compareça sem motivo justificado será conduzida e responderá pelas despesas do adiamento 
(o juiz poderá lhe aplicar multa) 
 
Art. 730 - Aqueles que se recusarem a depor como testemunhas, sem motivo justificado, 
incorrerão na multa de Cr$ 50,00 (cinquenta cruzeiros) a Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros). 
 
 
A TESTEMUNHA 
 
Em regra, qualquer terceiro podetestemunhar, não existe previsão legal ou requisitos específicos para ser testemunha, 
no entanto, nos termos do art. 447, do Código de Processo Civil, há previsões das hipóteses que impossibilitam a oitiva 
de testemunhas. 
 
SÃO OS CASOS DE CASOS DE INCAPACIDADE, SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO. 
 
Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas. 
 
§ 1º SÃO INCAPAZES: 
I - O interdito por enfermidade ou deficiência mental; 
II - O que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que ocorreram 
os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a 
transmitir as percepções; 
III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos; 
IV - o cego E o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam. 
 
As testemunhas previstas nos incisos I e II são incapazes pela faltado discernimento para discorrer sobre os fatos; 
 
No inc. III pela falta de maturidade necessária; 
 
No inc. IV, pela falta de aptidão para ter informações a respeito dos fatos. 
 
Na hipótese inc. IV, a proibição está relacionada ao fator perceptivo, nada impede que o surdo testemunhe sobre fatos 
que viu, nos termos do art. 162, inc. II, desde que com o auxílio de profissional habilitado na língua brasileira de sinais 
(LIBRAS) ou equivalente, para intermediar a comunicação, e ainda, se a testemunha for cega poderá testemunhar sobre 
fatos que ouviu. 
 
 
§ 2º SÃO IMPEDIDOS: 
I - O cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o colateral, 
até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir 
o interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter 
de outro modo a prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; 
II - O que é parte na causa; 
III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da pessoa 
jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes. 
 
No tocante aos cônjuges, companheiros, ascendentes ou descendentes, em qualquer grau e colateral até terceiro grau, 
a proibição se dá devido ao parentesco consanguíneo ou por afinidade com a parte. 
 
§ 3º SÃO SUSPEITOS: 
I - O inimigo da parte ou o seu amigo íntimo; 
II - O que tiver interesse no litígio 
 
Serão considerados suspeitos para depor, todos àqueles que possuem relação de inimizade com aparte, ou seja, aqueles 
considerados inimigos, também são considerados suspeitos os amigos íntimos e todos aqueles que por qualquer motivo 
tiver interesse no objeto do litígio. 
 
A suspeição nos inc. I do art. 447, deverá ser analisada dentro das peculiaridades de cada caso, devido as hipóteses 
serem subjetivas, pois a mera amizade (coleguismo) ou a desavença não é suficiente para comprometer o depoimento. 
 
Se o juiz verificar que a testemunha embora seja incapaz, impedida ou suspeita, mas tenha presenciados fatos direta ou 
indiretamente, pela falta de outra testemunha, o juiz avaliará essa prova e demais elementos de convicção para 
esclarecimento dos fatos. O TERCEIRO DEIXA DE SER TESTEMUNHA E PASSA A SER OUVIDO COMO “INFORMANTE”. 
 
Art. 829 - A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de 
qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples 
informação. 
 
 
DA CONTRADITA 
 
Art. 828 - Toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal, será qualificada, indicando 
o nome, nacionalidade, profissão, idade, residência, e, quando empregada, o tempo de serviço 
prestado ao empregador, ficando sujeita, em caso de falsidade, às leis penais. 
 
Na audiência de instrução, antes do depoimento da testemunha, as partes podem contraditar a testemunha, impedindo 
que ocorra sua oitiva, portanto devem manifestar em momento oportuno para impedir o testemunho. 
 
O juiz só admitirá a contradita se a testemunha ainda não foi advertida e nem começou a depor. Depois disso, será 
intempestiva. 
 
A contradita é a forma adequada para a parte contraditar a testemunha por meio de arguição de incapacidade, 
impedimento ou suspeição. 
 
PROVA TESTEMUNHAL SUSPEIÇÃO DE TESTEMUNHA. AUSÊNCIA DE CONTRADITA. 
PRECLUSÃO. A suspeição da testemunha deve ser arguida por meio de contradita, ato a ser 
praticadono interregno entre a qualificação e o compromisso da testemunha. Não tendo 
sidoapresentada a contradita no momento oportuno, inviável a arguição de suspeição emsede 
de recurso ordinário, eis que incide a preclusão. (TRT, 18ª Região, RO 01005-2012-171-18-00-
 
9, Relator: Desembargador Federal do Trabalho Breno Medeiros, Data dePublicação: DEJT 
27.07.2012) 
 
 
O fato ensejador da contradita pode ser comprovado por qualquer meio de prova admitido no direito, podendo gerar, 
inclusive, o adiamento da audiência e a marcação de uma assentada exclusiva para a instrução da própria contradita. A 
decisão que acolhe ou rejeita a contradita é uma decisão interlocutória, e, dessa forma, irrecorrível de imediato, nos 
termos do art. 893, § 1º, da CLT. Decidido o incidente, o advogado da parte “sucumbente”, caso discorde dos 
fundamentos lançados pelo juiz, deve protestar. 
 
 
TROCA DE FAVORES 
 
SÚMULA 357 TST Na Súmula 357, o TST decreta que “não se pode presumir a suspeição” de 
uma testemunha pelo simples fato de ela também ter ajuizado reclamação trabalhista contra 
o mesmo empregador. 
 
TESTEMUNHA. AÇÃO CONTRA A MESMA RECLAMADA. SUSPEIÇÃO. Não torna suspeita a testemunha o simples fato de 
estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador. 
 
Para o TST, portanto, “o simples fato” de a testemunha possuir ou ter possuído reclamação contra o mesmo reclamado 
não a torna suspeita. 
 
Na SDI-1 do TST, o ministro José Roberto Freire Pimenta proferiu voto em julgamento através do qual destacou que “o 
TST tem entendimento consolidado no sentido de que o só fato de a testemunha postular judicialmente contra o mesmo 
demandado, mesmo com pleitos idênticos, por si só, não acarreta a sua suspeição, tampouco torna seus depoimentos 
carentes de valor probante, tudo em consonância com o entendimento sedimentado na Súmula nº 357 do TST”. 
 
 Para o ministro, a repudiada troca de favores não deve ser presumida e, sim, devidamente comprovada, “circunstância 
efetivamente não configurada nos autos”. 
 
O ministro relator pontuou, ainda, que essa modalidade de prova não pode ser inviabilizada em vista da notória 
dificuldade de empregados se disporem a depor em ação ajuizada por colega quando ainda vigente o contrato de 
trabalho, aliado ao fato de que, por vezes, as testemunhas tiveram ou ainda se vinculam à parte com quem estão em 
litígio. (Decisão de 06/09/2012, RR-197040-64.2002.5.02.0381). 
 
Há, portanto, uma presunção de inexistência de suspeição sobre a testemunha, mesmo que a parte, anteriormente, 
tenha sido também testemunha em seu processo. Sendo assim, caberá à parte adversa (aquela que suscitou a 
contradita) provar, cabalmente, a ausência de imparcialidade da testemunha contraditada. 
 
 
DA INQUIRIÇÃO DAS TESTEMUNHAS 
 
Para inquirição das testemunhas, em regra, serão ouvidas primeiramente as do autor, depois as do réu, portanto, tal 
ordem poderá ser modificada com a concordância das partes nos termos do art. 456parágrafo único do Código de 
Processo Civil. 
 
Art. 456. O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente, primeiro as do autor e 
depois as do réu, e providenciará para que uma não ouça o depoimento das outras. 
Parágrafo único. O juiz poderá alterar a ordem estabelecida no caput se as partes 
concordarem. 
 
 
As testemunhas serão inquiridas separadamente, providenciando de modo que uma não ouça o depoimento da outra, 
garantindo a individualidade da prova testemunhal. 
 
Art. 824 - O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de uma testemunha não 
seja ouvido pelas demais que tenham de depor no processo. 
 
Em suma, o procedimento se dá da seguinte forma:o magistrado formula suas perguntas sobre o fato a ser provado, 
depois é facultado à parte que arrolou a testemunha formular outras perguntas que entenda pertinente para o 
esclarecimento ou complemento do depoimento. Em seguida, a parte contrária pode proceder seus questionamentos. 
 
 
O depoimento da testemunha deverá ser documentado, de acordo com o parágrafo único do art. 828 da CLT. 
 
Art. 828 - Toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal, será qualificada, indicando 
o nome, nacionalidade, profissão, idade, residência, e, quando empregada, o tempo de serviço 
prestado ao empregador, ficando sujeita, em caso de falsidade, às leis penais. 
Parágrafo único - Os depoimentos das testemunhas serão resumidos, por ocasião da 
audiência, pelo secretário da Junta ou funcionário para esse fim designado, devendo a súmula 
ser assinada pelo Presidente do Tribunal e pelos depoentes. 
 
 
 
DOS DIREITOS E DOS DEVERES DAS TESTEMUNHAS 
 
O Código de Processo Civil, prevê que todo tem o dever de colaborar com a justiça, com o objetivo de chegar a verdade 
dos fatos, e ainda, estabelece que os depoimentos prestados pelas testemunhas são considerados serviço público. 
 
As testemunhas possuem direitos e deveres a serem cumpridos na forma da lei, no que diz aos deveres são eles: o de 
comparecer em juízo, o de prestar depoimento e o de dizer a verdade. 
 
CPC Art. 458. Ao início da inquirição, a testemunha prestará o compromisso de dizer a verdade 
do que souber e lhe for perguntado. 
Parágrafo único. O juiz advertirá à testemunha que incorre em sanção penal quem faz 
afirmação falsa, cala ou oculta a verdade. 
 
Caso a testemunha prestar depoimento falso esta responderá penalmente pelo crime de falso testemunho e condenada 
em litigância de má-fé. Quanto as testemunhas informantes, essa também tem o dever de dizer a verdade, mas sua 
mentira não constitui crime. 
 
Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante, 
reclamado ou interveniente. 
 
Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que: 
I - Deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; 
II - Alterar a verdade dos fatos; 
 
Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa, 
que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido 
da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os 
honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. (...) 
 
Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que 
intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa. 
 
Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos. 
 
A testemunha tem o direito de não depor a respeito de fatos que está ligada com o dever de sigilo, como no caso de 
estado religioso (padre) ou profissional (advogados e médicos) nessas situações os religiosos e o profissional não 
deverão revelar os fatos. 
 
DA PROVA PERICIAL 
 
O perito é o profissional legalmente habilitado ou o órgão que possui conhecimento especializado (técnico ou científico) 
sobre os fatos objeto de prova, e deve ser inscrito em cadastro de peritos do Tribunal. 
 
O CPC apresenta direcionamento claro quanto à escolha do perito, conforme disposição do art. 156 o qual apresenta 
procedimento para que seja constituído rol de peritos, sendo que o atuante na causa deve, preferencialmente, ser 
escolhido dentre esses. 
 
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento 
técnico ou científico. 
§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos 
técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz 
está vinculado 
§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de 
divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de 
consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria 
Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos 
técnicos interessados. 
§ 3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro, 
considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos 
peritos interessados. 
 
Não é permitido que novos peritos sejam introduzidos no processo caso haja, no rol supracitado, perito igualmente 
capacitado para a produção daquela mesma prova. 
 
O perito é eventual auxiliar da justiça; o laudo pericial é o instrumento escrito apresentado pelo perito, no qual 
apresenta seu posicionamento quanto ao ponto que seria provado por ela. 
 
É possível a recusa ou a escusa do perito, podendo esse justificar sua atitude com base em motivos justo se legítimos, 
segundo o art. 467, CPC, que seriam a suspeição e o impedimento. 
 
Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou suspeição. Parágrafo 
único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente a impugnação, nomeará novo perito. 
 
Em resumo, o perito é a pessoa natural ou jurídica com conhecimento especializado, técnico ou científico, sobre o tema 
a ser apreciado, independentemente do seu grau de escolaridade. 
 
Por isso, por exemplo, um técnico em edificações e um técnico em segurança do trabalho podem ser perito sem processo 
judicial. 
 
Ainda que o próprio juiz tenha conhecimento técnico sobre o assunto (por exemplo, na realização de determinado 
cálculo), deve designar o perito para a produção da prova, quando as partes não apresentarem o cálculo. 
 
A realização de perícia é necessária quando as questões controvertidas sobre determinado fato exigirem conhecimentos 
técnicos ou científicos especializados, que não podem ser demonstrados ou esclarecidos por pessoas sem habilitação 
profissional na área. 
 
 
As fontes da prova pericial são pessoas e coisas. Diz-se, portanto, que há necessidade de produção de prova pericial 
sempre que se fizer necessário conhecimento técnico-científico não-jurídico para o julgamento da pretensão. 
 
Quando do deferimento da produção de prova pericial, às partes é facultada a apresentação de perito assistente 
 
Art. 826 - É facultado a cada uma das partes apresentar um perito ou técnico. 
 
CPC Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, 
independentemente de termo de compromisso. 
§ 1º Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento ou 
suspeição. 
§ 2º O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das 
diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com 
antecedência mínima de 5 (cinco) dias. 
 
O laudo deve observar os requisitos previstos no art. 473 do CPC, que são os seguintes: (a) a exposição do objeto da 
perícia; (b) a análise técnica ou científica realizada pelo perito; (c) a indicação do método utilizado, com os 
esclarecimentos pertinentes e a demonstração de que é predominantemente aceito pelos especialistas da sua área do 
conhecimento; (d) e a resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e outros sujeitos 
processuais eventuais (terceiros, Ministério Público etc.). 
 
Art. 473. O laudo pericial deverá conter: I - a exposição do objeto da perícia; II - a análise 
técnica ou científica realizada pelo perito; III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-
o e demonstrando ser predominantemente aceito pelos especialistas da área do 
conhecimento da qual se originou; IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados 
pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do Ministério Público. 
 
A delimitação desse conteúdo mínimo do laudo busca uniformizar os trabalhos entregues pelos peritos, fazer com que 
o laudo seja compreendido por seus destinatáriose facilitar o controle pelo juiz e pelas partes. 
 
Assim, os quesitos devem ser respondidos em linguagem simples e com coerência lógica (sem o uso desnecessário de 
termos técnicos, mas com sua utilização de forma didática), para que os sujeitos processuais possam compreender o 
laudo 
 
Art. 473. O laudo pericial deverá conter: (...) 
§ 1º No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem simples e com 
coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões 
 
Ainda, o perito não pode ultrapassar os limites de sua designação, tampouco emitir opiniões pessoais que excedam o 
exame técnico ou científico do objeto da perícia 
 
Art. 473. O laudo pericial deverá conter: (...) 
§ 2º É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, em como emitir opiniões 
pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia. 
 
Com a entrega do laudo no processo, as partes têm o prazo comum para apresentar manifestação. Nesse prazo, cada 
uma das partes também pode apresentar o parecer de seu assistente técnico 
 
Se for necessário, o juiz deve intimar o perito para prestar esclarecimentos ou para responder quesitos complementares 
 
Caso as informações complementares prestadas pelo perito não forem suficientes, ele pode ser ouvido em audiência, 
para completar o laudo oralmente 
 
 
Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex 
officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes. 
§ 1º - Findo o interrogatório, poderá qualquer dos litigantes retirar se, prosseguindo a 
instrução com o seu representante. 
§ 2º - Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os técnicos, se houver. 
 
Ainda, é possível a realização de uma nova perícia (com outro profissional), determinada de ofício pelo juiz ou mediante 
requerimento de uma das partes, quando a questão objeto do laudo não tiver sido suficientemente esclarecida 
 
O art. 790-B da CLT, com a redação atribuída pela Lei n.º 13.467/17, estabelece novas regras em relação aos honorários 
periciais: 
 
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte 
sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita. 
§ 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo 
estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. 
§ 2º O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. 
§ 3º O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias. § 4º 
Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos 
capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro processo, a União 
responderá pelo encargo. 
O dispositivo legal do art. 790 B da CLT manteve a regra de acordo com a qual a obrigação de pagamento dos honorários 
periciais deve recair sobre a parte sucumbente no objeto da perícia, passando a prever, entretanto, que tal 
responsabilidade subsistirá mesmo que o sujeito processual seja beneficiário da gratuidade de justiça. 
 
Em interpretação literal, o §4º determina que o valor concernente aos honorários periciais seja abatido dos créditos 
eventualmente obtido pelo beneficiário da justiça gratuita, ainda que em outros processos. 
 
Assim, a União apenas responderia pelos honorários do expert em caso de inexistência de créditos do beneficiário da 
gratuidade suficientes a custear a despesa. 
 
 
 
PROVA DOCUMENTAL 
 
A doutrina conceitua documento como qualquer coisa que possa demonstrar a existência de um fato, destinado a 
estabilizá-lo permanentemente e de forma idônea perante o juízo. 
 
O termo prova documental abrange os instrumentos e os documentos, públicos e privados. 
 
Qualquer representação material que sirva para reconstituir e preservar através do tempo a representação de um 
pensamento, ordem, imagem, situação, ideia, declaração de vontade etc., pode ser denominada documento. 
 
Os documentos do autor devem ser juntados com a petição inicial e os do réu com a defesa. Contudo, é lícito às partes, 
em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois 
dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos. 
 
O documento público faz prova da sua formação e também dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião 
ou servidor declarar que ocorreram em sua presença. 
 
 * ART. 405 DO CPC 
 
 
Documento particular, conforme definição do CPC é o documento elaborado sem a intervenção de um oficial público, 
podendo ser escrito e assinado pelas partes, escrito por terceiro e assinado pelo declarante ou nem escrito e nem 
assinado pela parte (p.ex. fotografia, áudio, vídeo, etc). 
 
 
O DIREITO DO TRABALHO POSSUI ALGUNS DOCUMENTOS PRÓPRIOS, QUE SÃO UTILIZADOS POR EXCELÊNCIA EM 
UMA DEMANDA TRABALHISTA. PODE-SE CITAR, ENTRE OUTROS: 
• Carteira de Trabalho e Previdência Social 
• Recibos de pagamento e quitação da rescisão contratual 
• Convenções Coletivas/Acordo Coletivo • Cartões de ponto 
 
CPC - Art. 422. Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, a cinematográfica, a 
fonográfica ou de outra espécie, tem aptidão para fazer prova dos fatos ou das coisas 
representadas, se a sua conformidade com o documento original não for impugnada por 
aquele contra quem foi produzida. 
§ 1º As fotografias digitais e as extraídas da rede mundial de computadores fazem prova das 
imagens que reproduzem, devendo, se impugnadas, ser apresentada a respectiva autenticação 
eletrônica ou, não sendo possível, realizada perícia. 
§ 2º Se se tratar de fotografia publicada em jornal ou revista, será exigido um exemplar original 
do periódico, caso impugnada a veracidade pela outra parte. 
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à forma impressa de mensagem eletrônica 
 
 
 
AUTENTICIDADE DA PROVA DOCUMENTAL 
 
O CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL PREVÊ AS HIPÓTESES EM QUE O DOCUMENTO SERÁ CONSIDERADO AUTÊNTICO, QUAIS 
SEJAM: 
 
a) Autenticação do tabelião da assinatura posta no documento (admitindo prova em contrário nesse caso); 
b) Quando a autoria do documento for comprovada por qualquer outro meio legal de certificação que não seja o 
anterior mencionado, inclusive eletrônico. 
c) Quando a parte contra quem for produzido o documento não impugná-lo, será considerado autêntico. 
 
Art. 411. (CPC) - Considera-se autêntico o documento quando: 
I - o tabelião reconhecer a firma do signatário; 
II - a autoria estiver identificada por qualquer outro meio legal de certificação, inclusive 
eletrônico, nos termos da lei; 
III - não houver impugnação da parte contra quem foi produzido o documento. 
 
O ADVOGADO TEM FÉ PUBLICA? PODE AUTENDICAR DOCUMENTOS? 
 
O Advogado poderá provar a autenticidade do documento que junta no processo do trabalho, ainda que seja em cópia, 
sob sua responsabilidade pessoal. 
 
Se a parte adversa impugnar a autenticidade do documento, o advogado deverá levar o original ou a cópia autenticada 
até a secretaria 
 
Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo 
próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. 
Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada 
para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original, cabendo ao serventuário 
competente proceder à conferência e certificar a conformidade entre esses documentos. 
 
 
No âmbito administrativo, junto ao INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), também tem o advogado fé pública 
para autenticar documentos conforme dispõe o §§ 1º e 2º do artigo 584 da Instrução Normativa 45/10 editada pela 
própria autarquia federal 
 
Art. 584. Observado o disposto no § 1º do art. 11 da Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006, os documentos 
digitalizados e juntados aos processos de benefício pelos órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e 
seus auxiliares, pelas procuradorias, pelas

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