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02 Aplicação da lei penal lei penal no tempo

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Prof. Antônio Pequeno www.focusconcursos.com.br 1 
Direito Penal 
A lei penal no tempo e no espaço 
1.2 A lei penal no tempo e no espaço 
1.2.1- “Tempus regit actum” (o tempo rege o ato) 
A regra geral é a da prevalência da lei que se encontrava em vigor quando da 
prática do fato, vale dizer, aplica-se vigente quando da prática da conduta (tempus 
regit actum). Dessa forma, resguarda-se a reserva legal, bem como a anterioridade 
da lei penal, em cumprimento às diretrizes do texto constitucional. 
***Princípio da irretroatividade: “ ART.5º, XL - a lei penal não 
retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
1.2.2- Extra-atividade 
A exceção é a extra-atividade, ou seja, a possibilidade de aplicação de uma lei 
a fatos ocorridos fora do âmbito de sua vigência. O fenômeno da extratividade, no 
campo penal, realiza-se em dois ângulos: 
A) Retroatividade 
Abre-se exceção à vedação à irretroatividade quando se trata de lei penal 
benéfica. Esta pode voltar no tempo para favorecer o agente, ainda que o fato tenha 
sido decidido por sentença condenatória com trânsito em julgado (art. 5.º, XL, CF; 
art. 2.º, parágrafo único, CP). 
 
B) Ultra-atividade 
Significa a aplicação da lei penal benéfica, já revogada, a fato ocorrido após o 
período da sua vigência. 
1.2.3- Sucessão de Leis no Tempo 
1.2.3.1 – Sucessão de Lei incriminadora (neocriminalização) 
Exemplo de NEOCRIMINALIZAÇÃO foi o caso da cola eletrônica. Antes do 
advento da lei 12550/2011 quem fraudava concurso público, avaliação ou exames 
públicos, processo seletivo para ingresso de ensino superior ou exame ou processo 
previsto em lei, segundo o STF a conduta do agente era considerada atípica. Hoje, 
temos a tipificação dessa conduta prevista no artigo 311-A do Código Penal: 
 
 
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim 
de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade 
 
Prof. Antônio Pequeno www.focusconcursos.com.br 2 
Direito Penal 
A lei penal no tempo e no espaço 
do certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 
2011) 
I - concurso público, (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) 
II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550. 
de 2011) 
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou 
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011) 
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:(Incluído 
pela Lei 12.550. de 2011) 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011) 
1.2.3.2- Lei Penal nova mais grave ou “Novatio Legis in pejus” 
É A LEI POSTERIOR QUE TRAZ UMA GRAVIDADE PARA O AGENTE. PODE 
SER ATRAVÉS DE UMA PENA MAIS GRAVE, MUDANÇA NO TIPO DE AÇÃO 
PENAL, MUDANÇA NO PRAZO PRESCRICIONAL DO CRIME, SÃO EXEMPLOS 
QUE VÃO PREJUDICAR O RÉU. 
Ela não poderá retroagir. Nesse caso será aplicado o efeito ultra-ativo para que 
lei antiga, mesmo depois de revogada ou cessado os seus efeitos, seja aplicada, para 
que a lei posterior não prejudique o réu. 
Qual lei deverá ser aplicada se no decorrer da conduta de crime 
permanente e crime continuado vier surgir uma lei mais grave??? 
De acordo com a súmula. 711 do STF, será aplicada a lei mais grave no caso 
de crime permanente e continuado, por uma questão de lógica! Ex.: Mário sequestro 
Maria sob a vigência da lei A (que trazia a pena do crime de sequestro de reclusão 
de 2 a 3 anos), a conduta do sujeito se prolongou pelo período de 3 meses, nesse 
período surge a lei B que traz a conduta de forma mais grave (pena do crime passa 
a ser reclusão de 2 a 5 anos). Por uma questão lógica, a conduta de Mário só veio a 
cessar depois do advento da lei mais grave, então essa que deverá ser aplicada. 
 
“ ART.5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”; 
1.2.3.3 – “Abolitio criminis” (abolição do crime) 
É a nova lei que exclui do âmbito do Direito Penal um fato até então considerado 
criminoso. Encontra previsão legal no art. 2º, caput, do CP. Alcança a execução e os 
efeitos penais da sentença condenatória, não servindo como pressuposto da 
reincidência, nem configurando maus antecedentes. Sobrevivem, entretanto, os 
efeitos civis de eventual condenação, isto é, a obrigação de reparar o dano provocado 
pela infração penal e a constituição de título executivo judicial. 
 
Prof. Antônio Pequeno www.focusconcursos.com.br 3 
Direito Penal 
A lei penal no tempo e no espaço 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior 
deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução 
e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984). 
A natureza jurídica do “Abolitio Criminis” é ser uma causa de extinção 
da punibilidade, conforme o artigo 107, III, C.P. 
Exemplo de abolição do crime foi o que ocorreu com o crime de 
adultério (art.240 do C.P), extirpado do ordenamento jurídico pela lei 
11106/2005. 
1.2.3.4 – Novatio legis in mellius (lei nova mais benéfica) 
Por vezes, o legislador prefere alterar determinado tipo penal incriminador, 
variando a descrição da conduta, de forma a excluir certas maneiras de execução, 
bem como modificando a sanção penal, conferindo-lhe abrandamento ou 
concedendo-lhe benefícios penais antes inexistentes. Assim, mantém-se a figura 
delitiva, embora com outra face. Quando isso acontece, não se trata de abolição do 
crime, mas apenas de modificação benéfica da lei penal. 
Exemplo: foi o que aconteceu com o artigo 28 da lei de Drogas 
(11343/2006), que veio trazendo uma despenalização comparando com o 
artigo 16 da lei 6368/1976 (antiga lei de entorpecentes). Os dois crimes 
supracitados tratam do porte para consumo próprio, sendo que a lei 
6368/1976 foi revogada totalmente pela lei 11343/2006. 
Previsão da “ NOVATIO LEGIS IN MELLIUS” está no artigo 2ª, § único do C.P, 
conforme abaixo: 
Art.2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer 
modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que 
decididos por sentença condenatória transitada em 
julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). 
 
 
Prof. Antônio Pequeno www.focusconcursos.com.br 4 
Direito Penal 
A lei penal no tempo e no espaço 
Para beneficiar o réu, admite-se combinação de leis? 
 
Pode ocorrer o conflito entre duas leis penais sucessivas no tempo, cada qual 
com partes favoráveis e desfavoráveis ao réu. A discussão reside na possibilidade ou 
não de o juiz, na determinação da lei penal mais branda, acolher os preceitos 
favoráveis da primitiva e, ao mesmo tempo, os da posterior, combinando-os para 
utilizá-los no caso concreto, de modo a extrair o máximo benefício resultante da 
aplicação conjunta dos aspectos mais interessantes ao réu. 
Atualmente, o Supremo Tribunal Federal não admite a combinação de 
leis penais. 
O Superior Tribunal de Justiça, de seu turno, editou a Súmula 501, igualmente 
contrária à combinação de leis penais: “É cabível a aplicação retroativa da Lei 
11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, 
seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei 6.368/1976, sendo 
vedada a combinação de leis” 
1.2.3.5- Princípio da continuidade normativo-típica 
O princípio da continuidade normativa, também conhecido como princípio 
da continuidade típico-normativa, pois o fato subsiste criminoso, embora 
disciplinado em tipo penal diverso. 
Exemplo da aplicação desse princípio foi o que ocorreu com o tipo penal do 
art.214, atentado violento ao pudor. Este não foi abolido, e sim, migrou do artigo 
214 para o artigo 213do C.P. O que era atentado violento ao pudor, hoje é estupro 
depois do advento da lei 12105/2009. 
LEI A
PENA: 1 A 3
MULTA
LEI B
PENA: 2 A 6
SEM MULTA
LEI A + LEI B
PENA 1 A 3 
SEM MULTA

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