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Profa. DSc. Jussara Aparecida de Oliveira Cotta 1 CONCEITO DE DIFUSÃO Primeira e segunda lei de FICK As primeiras medidas sistemáticas de um processo de difusão foram feitas pelo químico escocês Thomas Graham (1805-1869), que estudou difusão de gases e líquidos entre 1828 e 1850. Por exemplo, para estudar a difusão de substâncias na água, Graham encheu dois reservatórios com diferentes concentrações de ácidos ou sais em água, permitiu que os conteúdos dos dois reservatórios se comunicassem por vários dias, e então analisou os seus conteúdos. Graham observou que a quantidade de soluto transportada decrescia em função do tempo e que a quantidade de soluto que se difundia durante um período fixo de tempo de um recipiente cheio para um recipiente vazio era proporcional à quantidade de soluto inicialmente presente. Em 1855, o médico e fisiologista alemão Adolf Fick (1829-1901), então professor associado de anatomia e fisiologia da Universidade de Zurique, propôs leis fenomenológicas para a difusão de um soluto em um solvente (que atualmente levam o seu nome). 2 Introdução Vale a pena reproduzir um trecho dos escritos de Fick: “Há alguns anos atrás, Graham publicou uma vasta investigação sobre a difusão de sais em água, na qual ele especificamente comparou a difusibilidade de diferentes sais. Me parece, no entanto, lamentável que em tal investigação tão valiosa e abrangente o desenvolvimento de uma lei fundamental para a operação da difusão em um único elemento de espaço tenha sido desprezado, e eu tenho trabalhado no sentido de suprir esta omissão. Foi bastante natural supor que essa lei para a difusão de um sal no seu solvente deva ser idêntica àquela que descreve a difusão de calor em um meio condutor, com base na qual Fourier fundou sua celebrada teoria do calor, e que é a mesma que Ohm aplicou com extraordinário sucesso à difusão de eletricidade em um condutor. De acordo com essa lei, a transferência de sal e água durante uma unidade de tempo entre dois elementos de espaço preenchidos com soluções do mesmo sal em concentrações diferentes deve ser, caetaris paribus, diretamente proporcional à diferença de concentração e inversamente proporcional à distância entre os dois elementos.” Portanto, Fick nada mais fez do que propor um modelo para difusão de um soluto em um solvente análogo aos modelos de Fourier para a condução de calor e de Ohm para a condução de eletricidade (mostrando que um tipo de processo pode ser comum a vários sistemas físicos). 3 Introdução Fenômeno de transporte de material (massa). Movimento de átomos ou moléculas de uma área de maior concentração para uma área de concentração menor. A difusão não é restrita a materiais diferentes. Conceitos de DIFUSÃO CONCEITO DE DIFUSÃO 5 Da mesma forma que a corrente elétrica está associada ao transporte de cargas elétricas através de um fio condutor quando este está sujeito a uma diferença de potencial elétrico, a DIFUSÃO está associada ao transporte de massa que ocorre em um sistema quando nele existe um gradiente de concentração química. • Governada por diferentes mecanismos e manifestando-se com magnitudes bastante distintas, a difusão ocorre no interior de sólidos, líquidos e gases. Uma gota de tinta que se dilui na água, é um exemplo de difusão no interior de um líquido. O odor de um perfume que se espalha por uma sala, é um exemplo de difusão no interior de um gás. CONCEITO DE DIFUSÃO 6 Os átomos, em gases, líquidos e sólidos, estão em movimento constante e migram ao longo do tempo. Nos gases, os movimentos atômicos são relativamente rápidos. Nos líquidos, os movimentos atômicos são, em geral, mais lentos do que nos gases, como é evidenciado pelo movimento da tinta em água líquida. Nos sólidos, os movimentos atômicos são dificultados devido à ligação dos átomos em posições de equilíbrio. Contudo, as vibrações térmicas que ocorrem nos sólidos permitem o movimento de alguns átomos. Nos metais e ligas metálicas, a difusão dos átomos é particularmente importante, já que a maior parte das reações no estado sólido envolve movimentos atômicos. Como exemplos importantes do efeito da difusão na Engenharia pode-se citar a cementação, a sinterização, a soldagem por difusão, tratamentos térmicos, e as operações de transferência de massa. CEMENTAÇÃO Difusão de átomos de carbono na estrutura de átomos de Fe numa camada superficial da peça. Na fotografia da Figura mostrada uma engrenagem de aço que foi “endurecida superficialmente”. A camada externa da superfície foi endurecida seletivamente por tratamento térmico a alta temperatura, durante o qual o carbono da atmosfera circundante difundiu-se para o interior da superfície. PROCESSAMENTO USANDO DIFUSÃO Figura - Difusão de átomos na superfície na cementação. Difusão atômica em sólido É o fenômeno de transporte de massa por movimentação atômica (no caso de metais), de cátions e ânions (no caso de cerâmicas iônicas) e de macromoléculas (no caso de polímeros). De uma perspectiva atômica, a difusão é a migração de átomos de um sitio da rede para outro. Os átomos nos sólidos estão em constante movimento, assim para que um átomo sofra movimento de translação duas condições devem ser satisfeitas: 1) Deverá haver um sito adjacente vago; 2) O átomo deve ter suficiente energia (vibracional) para romper sua ligação com a rede e poder causar alguma distorção. Esta energia vibracional será expressa em cal/mol ou J/mol. Fluxo de átomos nos materiais ocorre pelo movimento de Defeitos Pontuais. DIFUSÃO x TEMPERATURA Um grande número de processos em ciência e engenharia compartem uma característica em comum - a rapidez do processo aumenta exponencialmente em função da temperatura. A capacidade de difusão dos elementos numa liga metálica , a rapidez de deformação por fluência em materiais estruturais e a condutividade dos semicondutores são alguns desses exemplos. A velocidade da difusão aumenta exponencialmente com a temperatura. Veremos a relação entre a temperatura e o número desses defeitos (vacâncias), especialmente a concentração deles, que aumenta exponencialmente com a elevação da temperatura. DIFUSÃO x TEMPERATURA A taxa (velocidade) de movimentação dos átomos está associada à temperatura do material através da equação de Arrhenius. Taxa = c0 e -Q/RT c0 = constante pré-exponencial R = constante universal dos gases = 1,987 cal/mol-K T = temperatura absoluta (K) Q = energia de ativação (cal/mol) EQUAÇÃO DE ARRHENIUS Taxa = c0 e -Q/RT ln (Taxa) = ln (c0) -Q/RT θ Q R tan ln ( T a x a ) 1/T Fazendo-se um gráfico em escala semilogarítmica ln(taxa) x recíproco da temperatura (1/T), linha reta dos dados da taxa. Inclinação: -Q/R Intercepto: ln C A taxa em que uma liga de metal oxida em uma atmosfera que contém oxigênio é um exemplo típico da utilidade prática da equação de Arrhenius. Por exemplo, a taxa de oxidação de uma liga de magnésio é representada por uma constante de taxa, K. O valor de k a 300ºC é 1,05 x 10-8 kg/(m4.s). A 400ºC, o valor de k sobe para 2,95 x 10-4 kg/(m4.s). Calcule a energia de ativação, Q, para esse processo de oxidação (em unidades de kJ/mol). Solução: QUESTÃO 1 Difusão de átomos da mesma espécie. Migração em escala atômica de uma espécie na própria fase. Átomos do próprio sólido se movem de uma posição para outra da estrutura cristalina. Ex: moléculas de H2O na própria água pura estão em movimento contínuo e migrando pelo líquido. AUTODIFUSÃO