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FUNÇÕES PSIQUICAS

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FUNÇÕES PSÍQUICAS
			
1.	INTRODUÇÃO
A abordagem das Funções Psíquicas e suas alterações torna-se prioritária para a iniciação do aprendizado do cuidado de enfermagem para os pacientes portadores de transtornos mentais. Através do entendimento dessas funções e suas alterações presentes no comportamento desses pacientes, torna-se possível o entendimento da Equipe de Enfermagem da linguagem utilizada, o que fomentará a base para que os transtornos mentais possam ser entendidos em sua magnitude pela equipe, diminuindo a ansiedade existente na relação do cuidado em Psiquiatria.
2.	FUNÇÕES PSÍQUICAS:
O ser humano se distingue de outros seres vivos por possuir linguagem articulada, atividade psíquica, raciocínio desenvolvido, além de manter as dimensões biológicas, psicológicas, sociais, culturais, espirituais e intelectuais integradas entre si. No curso de sua existência, o ser humano experimenta emoções, sentimentos, recordações e impulsos e a vivência desses fenômenos faz parte do processo natural e saudável da sua existência. No entanto, na experiência desses fenômenos o ser humano pode apresentar alterações dessas funções, o que vem a caracterizar a Psicopatologia. Dessa forma, abordaremos a seguir as alterações mais comuns do psiquismo, apresentadas separadamente apenas por uma questão didática, já que essas alterações se manifestam ou resultam da associação de mais de uma área.
2.1 – Alterações da Consciência:
A Consciência é a capacidade do ser humano em interagir ao mundo externo, o quanto ela está acordada, alerta ou vigilante.
	 Coma: é o grau profundo de inconsciência ou total ausência de atividade psíquica; a pessoa não demonstra conhecimento de si e do meio externo, não respondendo a estímulos do ambiente. Sua avaliação se dá pela Escala de Coma de Glasgow;
	Hipervigilância: é o estado de intensa clareza da consciência, apresentando um aumento da capacidade de apreensão de impressões pela percepção;
	Obnubilação: é o estado de diminuição da atividade psíquica, geralmente associada à sonolência e à lentidão do curso do pensamento;
	Delirium: é a perturbação da consciência acompanhada por uma alteração cognitiva, caracterizada por confusão mental, desorientação tempo-espacial, convulsão, agitação, alucinações visuais e táteis;
	Desrealização: é a vivência de que o ambiente em que a pessoa está inserida é irreal, causando-lhe uma sensação de estranheza;
	Despersonalização: é a vivência na qual a pessoa informa que percebe a si mesma como irreal e estranha, às vezes a pessoa afirma ser outra pessoa, como um ator interpretando um personagem.
2.2 – Alterações da Atenção:
A Atenção permite à pessoa concentrar a atividade psíquica sobre um evento do ambiente, podendo a pessoa selecionar percepções, representações, significados ou conceitos que são de seu interesse. Está diretamente relacionada ao nível da consciência e nem sempre depende da vontade do indivíduo.
	 Aprosexia: é a abolição da atenção;
	Hipoprosexia: é a diminuição da atenção, podendo ocorrer por desinteresse do estímulo, déficit intelectual ou por alteração do nível de consciência;
	Atenção espontânea: é o fenômeno que ocorre naturalmente decorrente de estímulos externos ou internos e que atraem a atenção da pessoa independentemente de sua vontade; pode estar aumentada ou diminuída;
	Atenção voluntária: é a capacidade de focalizar um ponto de interesse por vontade própria e mantê-lo pelo tempo desejado, exigindo esforço do indivíduo para concentrar-se; pode estar aumentada ou diminuída;
	Distração: é a dificuldade em concentrar-se e manter a atenção no objeto ou evento de forma voluntária.
2.3 – Alterações da Orientação:
A Orientação é a capacidade de a pessoa situar-se no tempo e ao espaço, a si mesmo e ao ambiente na qual está inserida. É a associação das funções da atenção, memória, percepção, da consciência e da inteligência.
	 Desorientação autopsíquica: é a incapacidade da pessoa fornecer informações sobre si (nome, endereço etc);
	Desorientação alopsíquica: é a incapacidade da pessoa reconhecer o ambiente na qual está inserida e também as pessoas das quais se relaciona;
	Desorientação temporal: é a incapacidade da pessoa de se localizar no tempo (hora, dia da semana, mês e ano);
	Desorientação espacial: é a incapacidade de a pessoa reconhecer o local na qual se encontra.
2.4 – Alterações da Memória:
A Memória é a função psíquica que permite registrar, fixar e recuperar informações ou fatos ocorridos no decorrer da vida da pessoa.
	 Hipermnésia: é o aumento da capacidade da pessoa em evocar lembranças com grande vivacidade e detalhe, podendo ocorrer nos gênios e nos oligofrênicos;
	Hipomnésia: é a redução da capacidade da pessoa em evocar suas lembranças;
	Amnésia: é a incapacidade da pessoa de recordar eventos/lembranças na memória, podendo ser de origem orgânica ou emocional;
	Amnésia parcial: é a incapacidade de recordar as experiências a partir de certo período da vida da pessoa;
	Déjà-vu: é uma sensação nunca vivenciada pela pessoa, porém reconhecida por ela como já experimentada;
	Confabulação: é o preenchimento inconsciente e fantasioso da lacuna da memória, mas aceito como real pela pessoa que o faz.
2.5 – Alterações da Sensopercepção:
A Sensopercepção é o processo mental de reação psicológica a um estímulo físico, que permite a tomada de consciência dos objetos que são percebidos pelos órgãos dos sentidos. É a informação psicológica do estímulo físico.
	 Anestesia: é a insensibilidade parcial ou total aos estímulos dolorosos;
	Ilusão: é a percepção deformada de estímulos sensoriais externos; o estímulo é real, porém a forma como é percebido está distorcida;
	Alucinação: é a percepção sem objeto, sem associação a um estímulo real, porém percebido e vivenciado pelo indivíduo como real e presente;
	Pseudo-alucinação: é a impressão de ouvir ou ver algo, mas sem convicção de que esteja presente, o indivíduo relata que “vem de dentro da minha cabeça”, sendo então uma representação mental e não uma experiência perceptiva;
	Sensação de transformação corporal: a pessoa sente como se seu corpo ou parte dele estivesse transformado, dizendo que seu braço é de madeira ou que sua pele é azul.
2.6 – Alterações do Pensamento:
O Pensamento é sucessão de ideias ou representações mentais, expressas através da linguagem.
	 Taquipsiquia ou aceleração do pensamento: é a aceleração do curso do pensamento, sendo que a expressão das ideias não ocorre de modo completo, nem em uma sequência lógica;
	Aborização do pensamento: é a perda da direção e objetivo final do pensamento; a pessoa muda de um assunto a outro sem concluir seu raciocínio frente ao assunto anterior;
	Fuga de ideias: é caracterizada por mudanças súbitas de assunto decorrente do grande volume de ideias, mas pode haver ligação lógica entre elas;
	Salada de palavras: é caracterizada por uma mistura de palavras e frases sem significado lógico para quem ouve;
	Lentidão do pensamento ou Bradipsiquia: é a lentidão do pensamento, caracterizada pela sensação da incapacidade de pensar;
	Prolixidade: é caracterizada pela descrição repetitiva de ideias, com palavras supérfluas, onde a pessoa tem dificuldade em distinguir o essencial do desnecessário;
	Bloqueio do pensamento: é a interrupção súbita do pensamento, com cessação do discurso sem retomada posterior;
	Roubo do pensamento: é a sensação de que seus pensamentos foram retirados de sua mente por outras pessoas;
	Eco do pensamento: é a sensação de que os pensamentos se repetem fora de sua mente ou de que outras pessoas possam ouvi-los;
	Neologismo: é a criação de novas palavras;
	Desagregação do pensamento: é a perda da unidade, do fluxo do discurso, perdendo a ligação entre as ideias, tornando o pensamento sem sentido;
	Incoerência: é a ausência da ligação compreensível entre as ideias expressas;
	Ecolalia: é a repetição imitativa e persistente de palavras ou frases ouvidas e pronunciadas com a mesma entonação da outra pessoa;
	Verbigeração: é a repetição de palavrasde modo estereotipado e sem significado;
	Mutismo: é a abolição total e temporária da linguagem falada;
	Logorréia: é a expressão sem coerência lógica do fluxo acelerado de ideias;
	Ideia obsessiva: é constituída por pensamentos ou imagens recorrentes e persistentes com caráter intenso e inadequado, que se impõem involuntariamente à pessoa, gerando ansiedade intensa e sofrimento;
	Delírio: é um conjunto de falsas ideias e crenças acompanhadas de convicção e certeza, sem compreensão de uma argumentação lógica e fora de um contexto social ou cultural da pessoa. Exemplos: delírio persecutório, de grandeza ou megalomaníaco, de influência, de culpa ou de auto acusação, místico, de controle, ciúme patológico, erotomaníaco, hipocondríaco, de negação, de transformação corporal.
2.7 – Alterações da Autopreservação:
Os Impulsos são necessidades inatas para determinado comportamento. Quando excessivos ou intensos, podem escapar ao controle dos indivíduos.
	Episódios bulímicos: ato de ingerir alimentos em quantidade excessiva sem controle sobre essa ação, em quantidade maior do que a média que as pessoas costumam ingerir, havendo entretanto uma preocupação excessiva com o ganho de peso, dando origem a vômitos auto induzidos, uso de laxantes, e à prática excessiva de exercícios físicos;
	Anorexia nervosa: situação na qual a pessoa não se alimenta em decorrência da distorção da sua imagem corporal; mesmo estando com o peso muito abaixo do normal não se alimenta adequadamente e usa diuréticos, anorexígenos e provoca vômitos;
	Pica ou malácia: é o ato de ingerir substâncias não alimentícias como sabão, tijolos, terra, entre outros;
	Piromania: impulso que leva o indivíduo a atear fogo, com a sensação de tensão antes do ato e prazer após;
	Cleptomania: é a prática de furtos desconsiderando-se o valor ou utilidade do objeto;
	Impulso homicida: ato pelo qual uma pessoa mata a outra sem motivo aparente;
	Ritual: atividade de natureza compulsiva, derivada de impulsos obsessivos, para diminuir a ansiedade;
	Jogo patológico: ímpeto de jogar compulsivamente, sem fins lucrativos, mas que contrai prejuízos para si e para sua família; a pessoa é incapaz de jogar por vontade própria;
	Tricotilomania: é o ato impulsivo de arrancar os cabelos, podendo ocasionar alopécia.
2.8 – Alterações da Afetividade e Emotividade:
Afetividade é a capacidade de experimentar e expressar sentimentos e emoções que independem da vontade do indivíduo. Os estados afetivos compreendem humor ou ânimo, emoções, sentimentos e paixões. As oscilações determinam o estado do humor, que pode variar de tristeza profunda, com presença de ideação suicida, euforia ou supervalorização dos afetos, sensação de grandeza e de poder.
	Embotamento: é a ausência ou diminuição da capacidade de sentir emoções;
	Labilidade emocional ou do humor: é a oscilação rápida de estado do humor;
	Apatia: é a não manifestação de sentimentos, interesse ou emoção diante dos acontecimentos que ocorrem em torno do indivíduo;
	Ansiedade: sentimento de apreensão provocado pela antecipação de uma ameaça ou perigo; é uma reação caracterizada por perturbação emocional (irritabilidade), dificuldade de concentração e sintomas somáticos (fadiga, tensão muscular);
	Angústia: é sensação intensa de sofrimento psíquico acompanhada de componentes fisiológicos e comportamentais, em geral com queixa intensa de opressão no peito, ligada a estados ansiosos ou depressivos;
	Fobia: é o medo irracional, persistente ou patológico de algum objeto ou situação específica, resistente a qualquer argumento lógico.
2.9 – Alterações da Atividade:
Atividade é a realização de um ato, é o conjunto de atos de uma pessoa.
	Hipoatividade: é a diminuição e a lentidão na execução de um ato, com afrouxamento da vontade do indivíduo;
	Hiperatividade: é a exaltação da atividade motora, em níveis acima do que o esperado para o ambiente ao qual o indivíduo está exposto. É caracterizada por multiplicidade de movimentos, como falar, gesticular, quebrar objetos;
	Apraxia: é a impossibilidade de executar tarefas específicas ou um ato adequado ao seu objetivo;
	Apragmatismo: é a perda da capacidade para o trabalho útil.
2.10 – Alterações da Vontade:
Vontade é a disposição da pessoa para a eleição de um impulso, um desejo ou uma motivação entre vários deles. A vontade não produz desejos ou impulsos, nessa reação há a participação de fatores sociais, culturais e educacionais, e os atos são voluntários, podendo ser controlados pelo indivíduo.
	Abulia: é a incapacidade para realizar o ato de forma voluntária;
	Hipobulia: é a diminuição do impulso volitivo;
	Hiperbulia: é a exaltação do impulso volitivo;
	Sugestibilidade: é a receptividade e a submissão às influências externas exercidas por outras pessoas;
	Negativismo: é a oposição ou a resistência imotivada às solicitações externas;
	Maneirismo: é a repetição estereotipada de movimentos extravagantes ou rebuscados;
	Tiques: são movimentos reflexos, não controlados pela vontade do indivíduo, espasmódicos, repetidos em intervalos variáveis;
	Estereotipia motora: é a repetição automática de movimentos executados de forma constante e uniforme, sem razão plausível nem objetivo conhecido;
	Compulsão: é a repressão do impulso no qual a pessoa se sente propensa a realizar um ato sem razão lógica; na tentativa de interrupção desse ato a pessoa sente intensa ansiedade;
	Estupor catatônico: é a cessação dos movimentos voluntários, que pode chegar à imobilidade total. Pode estar acompanhado de rigidez muscular, palidez, pele fria, diminuição do ritmo cardíaco e respiratório.
2.11 – Alterações do Sono:
Sono é o estado fisiológico caracterizado pela supressão reversível da atividade perceptiva, com modificação do nível de consciência e da motricidade voluntária, tendo função reparadora para o organismo.
	Insônia: é a abolição do sono;
	Hipossônia: é a diminuição do sono;
	Hipersônia: é o aumento do período do sono;
	Sonambulismo: é o fenômeno no qual a pessoa, durante o sono, levanta-se, deambula, podendo executar ações motoras complexas, não respondendo aos estímulos externos, com amnésia desse episódio ao despertar;
	Narcolepsia: é uma sonolência excessiva e crônica, podendo surgir o sono abruptamente, levando a pessoa a dormir em locais e momentos inapropriados; o sono se inicia e termina sem causa aparente;
	Terror noturno: em geral está presente em crianças na forma de medo intenso e súbito. Na maioria das ocasiões inicia-se com um grito súbito e estridente, seguido de taquicardia, taquipnéia e sudorese; a pessoa acorda aterrorizada e não lembra do ocorrido após despertar;
	Pesadelo: é uma experiência durante o sono na qual a pessoa experimenta ansiedade e pavor e relata com detalhes ao despertar.
3.	BIBLIOGRAFIA
	STEFANELLI, M. C., FUKUDA, I. M.K., ARANTES, E. C. Enfermagem psiquiátrica em suas dimensões assistenciais. São Paulo. Manole. 2008. 668p. 
	MELLO, I.M. Enfermagem Psiquiátrica e de Saúde Mental na Prática. São Paulo. Atheneu. 2008. 288p.

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