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(Artigo) Anderson Antonio Denardin - Macroeconomia II

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12/01/2010
1
Prof.: Dr.: Anderson Antonio Denardin
TEORIAS DO CONSUMO E 
POUPANÇA
12/01/2010
2
 O consumo agregado representa uma variável fundamental para a formulação da
política econômica, dado que representa uma das mais importantes componentes
da função de demanda agregada.
 Estímulos ao consumo via redução de impostos ou via implementação de
medidas de estímulos ao crédito ao consumidor são instrumentos poderosos,
freqüentemente, utilizado pelos formuladores de políticas econômicas com o
propósito de elevar o nível de utilização da capacidade produtiva da economia
(aquecimento da demanda agregada).
 Por outro lado, quando a economia está produzindo a plena capacidade, com o
propósito de evitar eventuais pressões inflacionárias, é comum adotar-se
medidas restritivas ao consumo (aumento de impostos, redução do crédito ao
consumidor,...).
 Em nível da economia agregada, o efeito cumulativo das decisões individuais de
consumo e poupança ajuda a determinar a taxa de crescimento da economia, o
saldo da balança comercial, o nível de produção e emprego.
TEORIAS DO CONSUMO E DA POUPANÇA
 Diferentes concepções teóricas tem concentrado a atenção na análise do
comportamento do consumo e da poupança na literatura econômica,
destacando-se:
 A teoria Keynesiana da função consumo;
 A teoria do consumo e da renda permanente (teoria da escolha
intertemporal);
 A teoria do ciclo de vida do consumo e da poupança (teoria da
escolha intertemporal).
TEORIAS DO CONSUMO E DA POUPANÇA
12/01/2010
3
 A função consumo proposta por keynes constitui a primeira tentativa
formal para descrever o padrão de comportamento do consumo e da
poupança baseado na renda familiar.
 Sua contribuição teve um papel fundamental para o desenvolvimento das
idéias que se sucederam nesse campo de estudos.
 De acordo com a análise de Keynes, a renda constitui o principal
determinante do consumo agregado: quanto maior a renda, maior tende
a ser o dispêndio das famílias.
 A relação entre consumo e renda é dada pela Propensão marginal a
Consumir, definida como a proporção de unidades monetárias adicionais
de renda que é destinadas ao consumo.
 De acordo com o que keynes chama de Lei Psicológica Fundamental, a
propensão marginal a consumir situa-se entre zero e um, o que significa
que as pessoas aumentam o consumo quando sua renda aumenta, mas
não na mesma proporção.
TEORIAS KEYNESIANA DO CONSUMO E DA 
POUPANÇA
 O principal determinante do consumo é a renda ou, de maneira mais
precisa, a renda disponível, isto é, a renda que fica depois que os
consumidores receberam transferências do governo e pagaram seus
impostos. Formalmente temos:
 Essa forma funcional descreve o comportamento do consumidor.
 Como pode-se verificar, a função descreve uma relação linear entre o
consumo e a renda disponível, onde:
 C = o consumo agregado;
 Yd = renda disponível;
 c0 = (c0>0) um parâmetro que representa o consumo autônomo, ou seja,
aquele que independe da renda;
 c = (0 < c < 0) um parâmetro denominado propensão marginal a
consumir (PMgC) (mostra o efeito de um Real adicional de renda
disponível sobre o consumo).
 T = impostos.
cYdcYdC  0)(
)()( 0 TYccYdC 
TEORIAS KEYNESIANA DO CONSUMO E DA 
POUPANÇA
12/01/2010
4
cYdcYdC  0)(
10  c
C
co
c = inclinação da função consumo
Yd
0
)( 




c
Yd
YdC
Yd
C
TEORIAS KEYNESIANA DO CONSUMO E DA 
POUPANÇA
 A partir da definição de renda nacional, temos:
 O qual podemos reescrever:
 Verificamos que a renda disponível é igual ao consumo somado à
poupança. No caso da teoria keynesiana temos:
 Onde,
 S = a poupança agregada
 S=(1-c) = propensão marginal a poupar (PMgS) (representa o incremento da
poupança por aumento unitário na renda disponível.
 OBS.: observa-se que a poupança é uma função crescente do nível de renda
disponível, porque a propensão marginal a poupar (s=1-c) é positiva.
TSCY 
SCTYYd 
YdccS )1(0 
sYdcS  0
TEORIAS KEYNESIANA DO CONSUMO E DA 
POUPANÇA
12/01/2010
5
10  c
S
-co
(1-c) = inclinação da função poupança
Yd
YdccS )1(0 
0)1(
)( 




c
Yd
YdS
Yd
S
TEORIAS KEYNESIANA DO CONSUMO E DA 
POUPANÇA
 Em virtude da função consumo keynseiana depender da renda, tem importante
implicação na eficácia da política fiscal sobre a renda de equilíbrio, em decorrência
do efeito multiplicador que gera sobre a renda de equilíbrio.
 Considerando que a função demanda agregada é determinada por:
 Onde temos:
 Consumo:
 Investimento:
 Gastos do Governo
 Assim, a função de demanda agregada pode ser representada por:
)()( 0 TYcCYdC 
0II 
0GG 
GICYDA 
000 )( GITYcCY 
TEORIAS KEYNESIANA DO CONSUMO E DA 
POUPANÇA
12/01/2010
6
 Para a determinação do multiplicador da política fiscal, faz-se as
seguintes manipulações algébricas:
000 GIcTcYCY 
000 GIcTCcYY 
000)1( GIcTCYc 
 
Autônomos
 Gastos
000
Autônomos Gastos
dos
dorMultiplica
Equilíbrio de Produtoou Renda )1(
1
GIcTC
c
Y 


TEORIAS KEYNESIANA DO CONSUMO E DA 
POUPANÇA
 
Autônomos
 Gastos
000
Autônomos Gastos
dos
dorMultiplica
Equilíbrio de Produtoou Renda
1
GIcTC
s
Y 
 Diferenciando a equação de demanda agregada com relação aos
gastos do governo, temos que:
 Esta expressão representa o multiplicador da política fiscal que é,
evidentementemaior que um.
 Verifica-se que, se “c” fosse igual a zero (inexistência de relação
entre renda e consumo), o valor do multiplicador seria exatamente
igual a unidade, significando uma relação de um para um entre
variações em G e Y.
 O fato de o consumo depender da renda, e de “c” estar entre zero e
um, resulta nummaior poder da política fiscal sobre a renda.
scG
Y 1
)1(
1
0





TEORIAS KEYNESIANA DO CONSUMO E DA 
POUPANÇA
12/01/2010
7
 Também, com base na função consumo keynesiana, podemos verificar que
a razão entre o nível de consumo e o nível de renda, conhecida como
Propensão Média a Consumir, cai à medida que a renda aumenta.
 Considerando a função consumo, temos que:
 Essa derivação sugere que na medida que a renda média da família
aumenta, o consumo diminui e, conseqüentemente, a poupança aumenta.
Isso significa que famílias de renda mais alta tendem a poupar mais do que
as de baixa renda.
TEORIAS KEYNESIANA DO CONSUMO E DA 
POUPANÇA
0
1)/(
02
0
0
0



 





C
YY
YC
c
Y
c
Y
C
Y
cY
Y
c
Y
C
cYcC
dd
d
dd
d
d
dd
d
 Simon Kuznets testou empiricamente a hipótese keynesiana. Com base em uma
série temporal para o período de 1869 a 1938, constatou uma proporcionalidade
entre a renda e o consumo, rejeitando a hipótese da propensão média a consumir
ser decrescente em relação a renda. Isso por que:
 Essa evidência sugere que, no longo prazo, a função consumo se comportaria
diferentemente da análise keynesiana. Teríamos assim duas funções consumo,
uma de curto prazo e outra de longo prazo.
TEORIAS KEYNESIANA DO CONSUMO E DA 
POUPANÇA
0
)/( 





d
d
d
d
d
d
d
Y
YC
c
Y
C
Y
cY
Y
C
cYC
12/01/2010
8
 Assim, as funções consumo de curto e de longo prazo podem ser
representadas como segue:
cYdcYdC  0)(
C
co
c = inclinação da função consumo de curto prazo
TEORIAS KEYNESIANA DO CONSUMO E DA 
POUPANÇA
Y
cYdYdC )(
c = inclinação da função consumo de longo prazo
 Uma provável explicação para essa diferença pode residir no fato de que a função
consumo de curto prazo deve ser considerada em dado ano, com basenas classes
de renda (dados em cross-section), chamada de função consumo a partir de
orçamentos familiares, enquanto a longo prazo, tem-se uma função consumo a
partir de séries de tempo.
C
TEORIAS KEYNESIANA DO CONSUMO E DA 
POUPANÇA
Y = Classe de renda
cYdYdC )(
c = inclinação da função consumo de longo prazo
C
Função Consumo a partir de 
Séries de Tempo
Y = Anos
cYdYdC )(
Função Consumo a partir de 
Orçamento Familiar
12/01/2010
9
 O formato da função consumo com base em orçamentos familiares revela que,
se a renda se eleva, o consumo também se eleva, mas a taxas decrescentes, já
que há uma elevação da propensão a poupar nas classes mais elevadas de renda.
Ou seja, a propensão média a consumir seria decrescente, dentro da hipótese
keynesiana.
 Quanto ao formato da função consumo de longo prazo, os resultados estatísticos
têm revelado que é linear, e que a propensão marginal e média a consumir são
iguais (ou seja, uma reta partindo da origem) e constantes.
 Os resultados dos trabalhos empíricos motivaram uma série de novas
explicações para o comportamento do consumo, grande parte das quais, derivam
da contribuição de Irving Fischer nos anos 30, acerca da escolha intertemporal,
que leva em conta os interesses presente e futuros nas decisões de consumo.
 Essa evidência sugere que, no longo prazo, a função consumo se comportaria
diferentemente da análise keynesiana. Teríamos assim duas funções consumo,
uma de curto prazo e outra de longo prazo.
TEORIAS KEYNESIANA DO CONSUMO E DA 
POUPANÇA
 Ao contrário do que sugere a teoria Keynesiana, que considera que os agentes
tomam suas decisões de consumo e poupança com base na renda corrente
disponível, a hipótese da escolha intertemporal considera que os agentes
econômicos tomam suas decisões de consumo e poupança com base em suas
expectativas de renda futura e também com base na taxa de juros que ganham
quando poupam ou que devem pagar, quando tomam emprestado.
 Este padrão de comportamento caracteriza um padrão de escolha intertemporal,
ou seja, as decisões presentes são tomadas levando em conta suas possíveis
implicações futuras. Tomando como referência a hipótese das escolhas
intertemporais, duas abordagens teóricas se destacam:
 A teoria do consumo e da renda permanente;
 A teoria do ciclo de vida do consumo e da poupança.
CONSUMO E POUPANÇA - AS TEORIAS DA 
ESCOLHA INTERTEMPORAL
12/01/2010
10
 MODELO:
 A família representa a unidade básica de análise;
 Uma família dispõe de um fluxo de renda Y1, Y2, ....Yt em t período de tempo e
consome uma quantidade C1, C2,.....,Ct. Em um modelo de dois períodos temos
que a renda nos dois períodos é dada por Y1 e Y2 e o consumo C1 e C2.
 Supõe-se que as famílias não herdam ativos do passado (T0 = 0) e que morrem
também sem ativos (T2 = 0), isso demonstra um resultado importante, ou seja,
quando as famílias começam e terminam sem ativos, a poupança do primeiro
período é exatamente igual à despoupança do segundo período (S2 = -S1);
 A decisão das famílias consiste não entre poupar ou tomar empréstimos, mas em
resolver quando poupar e quando tomar empréstimos. Se as famílias poupam
enquanto “jovens” (período 1), vão despoupar quando “idosas” (período 2), e, se
despouparem quando jovens, vão poupar quando idosas.
 Pela definição de poupança, sabe-se que:
RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA INTERTEMPORAL 
EM UM MODELO DE DOIS PERÍODOS
2122
1111
CrTYS
TCYS


 MODELO:
 Como S2 = -S1, podemos combinar as equações, obtendo que:
 Onde W representa a riqueza. Essa equação representa a “Restrição
Orçamentária Intertemporal “ da família. Ela nos informa que o valor presente
do consumo deve ser igual ao valor presente da produção. O valor presente da
produção corresponde a riqueza da família.
RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA INTERTEMPORAL 
EM UM MODELO DE DOIS PERÍODOS
1
2
1
2
1
212
1
1212
112112
112112
11212
12
)1()1(
)1()1(
)1(
)1(
)1()1(
)(
)(
W
r
Y
Y
r
C
C
r
C
r
rY
r
Y
C
CrCYrY
YCCrCrYY
YCCCYrY
CYCrTY
SS
















12/01/2010
11
 MODELO:
 Se uma família começa com ativos que recebe de herança, ela terá mais recursos
para gastar durante a vida, assim, sua restrição orçamentária seria representada
por:
 Onde (1+r)T0 representa o valor da herança no primeiro período, incluindo tanto
o principal T0 como o pagamento de juros rT0.
 Se, em vez de dois períodos, a família viver muitos períodos, a restrição
orçamentária será naturalmente ampliada, podendo ser representada por:
RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA INTERTEMPORAL 
EM UM MODELO DE DOIS PERÍODOS
1
2
10
2
1 )1(
)1(
)1(
W
r
Y
YTr
r
C
C 




112
32
1012
32
1 )1(
...
)1()1(
)1(
)1(
....
)1()1(
W
r
Y
r
Y
r
Y
YTr
r
C
r
C
r
C
C
t
t
t
t 











 
 O modelo de dois períodos tem a vantagem de ser facilmente representado em
forma gráfica. O eixo horizontal representa as variáveis do primeiro período e o
eixo vertical representa as variáveis do segundo período como segue:
RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA INTERTEMPORAL EM UM 
MODELO DE DOIS PERÍODOS
11212121
2
1
2
1 )1()1()1( )1()1(
CrWCCrYYrCW
r
Y
Y
r
C
C 




C2
-(1+r) = inclinação da 
restrição orçamentária
C1
B
Y
A
C2
C2
Y2
C1 C1Y1 W1
12/01/2010
12
 A reta representa a restrição orçamentária intertemporal, ou seja, cada ponto
representa diferentes combinações de consumo (C1, C2) intertemporal que a
família pode optar.
 Pode trazer renda futura para o presente tomando um empréstimo à taxa r, ou
pode transferir a quantidade atual de renda para o futuro concedendo
empréstimos à taxa r.
 Assim, r mede as oportunidades de mercado de transformar o consumo atual em
consumo futuro, ou vice-versa, por meio da manutenção de ativos financeiros.
 Se a família decidir consumir no ponto A, vai estar tomando um empréstimo no
primeiro período, pois C1 > Y1. A família seria devedora no final do primeiro
período. Como resultado C2 < Y2, pois a dívida deve ser paga.
 No ponto B, a família estará restringindo o consumo do primeiro período C1<
Y1, ou seja, estará realizando uma poupança que permitirá consumir mais no
futuro C2 > Y2.
RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA INTERTEMPORAL 
EM UM MODELO DE DOIS PERÍODOS
12121
2
1
2
1 )1()1( )1()1(
CrYYrCW
r
Y
Y
r
C
C 




 Supõe-se que as famílias obtêm utilidade no consumo de cada período.
 Supõe-se que o nível de utilidade obtido por meio de uma certa combinação de
C1 e C2 é caracterizado por uma função de utilidade U = U(C1, C2).
 No primeiro período, imaginamos que a família escolhe a combinação de C1 e
C2 que traga o maior valor de utilidade desde que C1 e C2 esteja dentro da
restrição orçamentária.
O PROCESSO DE DECISÃO FAMILIAR
Período 1
Período2
C2A
C1A
A = (C1A C2A)
U0=U(C1, C2)
U1 > U0C
B
12/01/2010
13
 Em A, o consumo no primeiro período ultrapassa a produção, de modo que a
família é um tomador líquido de empréstimos. No segundo período, a família
consome menos do que sua renda, portanto, pode pagar a dívida contraída no
primeiro período.
 No ponto B, a família concede empréstimos no primeiro período e pode
consumir mais do sua renda no segundo período.
O PROCESSO DE DECISÃO FAMILIAR
Período2
C2
C1
A = (C1A C2A)
Período 1
Y2
Y1
Período2
Y2
Y1
B = (C1A C2A)
Período 1
C2
C1
B
B
 Para um determinado nível de renda atual Y1, o consumo C1 depende não
somente da renda atual mas também da rendafutura, da taxa de juros (que
determina a inclinação da restrição orçamentária), e das preferências (gostos)
específicas da família (que determina o formato das curvas de indiferença).
 A situação de uma unidade familiar torna-se melhor quando consegue tomar ou
conceder empréstimos no mercado financeiro do que quando permanece em
isolamento financeiro (ou autarquia financeira).
 Sem o mercado financeiro, a família deve restringir-se a consumir apenas sua
renda em cada período.
 O nível de utilidade atingido por uma família que se encontra no ponto B, onde
não há a possibilidade de recorrer-se ao mercado financeiro, é inferior ao nível
de utilidade alcançado no ponto A, onde a família pode dispor do mercado
financeiro.
 De um modo geral, constata-se que, a possibilidade de usufruir de ativos
financeiros aumenta o bem estar da família, dado que permite uma
redistribuição intertemporal de consumo.
O PROCESSO DE DECISÃO FAMILIAR
12/01/2010
14
 A idéia básica foi desenvolvida na década de 1950 pelo economista Milton
Friedman, que usou o termo “renda permanente” no sentido da renda média
que a família espera em um prazo muito longo (horizonte estimado de vida). O
modelo da renda permanente foi apresentado pela primeira vez em 1957, no
estudo clássico “A theory of the Consumptio Function”.
 Uma das principais implicações do modelo de dois períodos é que o consumo
familiar deve depender não só da renda atual, mas também da renda esperada no
futuro, ou seja, o consumo deste ano deve depender de um nível “médio” de
renda esperado neste ano e nos próximos anos.
 O modelo sugere que a família tende a nivelar o consumo no decorrer do
tempo, dado que a família prefere manter um padrão de consumo estável no
decorrer do tempo.
 Como a renda tende a flutuar de ano para ano (renda corrente), as famílias
utilizam o mercado de capitais para manter o consumo relativamente estável,
para se proteger contra flutuações na renda corrente.
A TEORIA DO CONSUMO DA RENDA 
PERMANENTE
 Conforme sugere o modelo da renda permanente, o consumo tende a reagir à
renda permanente (Yp), que é definida como a média da renda atual e futura, ou
seja, para uma família que possui um fluxo de renda corrente flutuante, Yp é
definida como o nível constante de renda que daria à família a mesma restrição
orçamentária intertemporal que tem com o fluxo de renda flutuante.
 A restrição orçamentária intertemporal no modelo de dois períodos em que a
renda corrente difere Y1≠Y2, é representada por:
 Com base no conceito de renda permanente, devemos descobrir uma valor para
Yp que assegure as mesmas possibilidades intertemporais de consumo se a
produção for igual a Yp (constante) em cada período
A TEORIA DO CONSUMO DA RENDA 
PERMANENTE
)1()1(
2
1
2
1 r
Y
Y
r
C
C




12/01/2010
15
 Assim, temos que a renda permanente (Yp) deve satisfazer a seguinte igualdade:
 A restrição orçamentária intertemporal no modelo de dois períodos pode ser
solucionada para Yp em termos de Y1 e Y2:
 Nota-se que a renda permanente é exatamente a média da produção atual e
futura para o caso específico em que a taxa de juros é zero (e quando a família
não tenha herdado um estoque de ativos financeiros no tempo 1).
 Uma vez que a taxa de juros não é zero, a renda permanente torna-se um tipo de
média da futura produção
A TEORIA DO CONSUMO DA RENDA 
PERMANENTE
)1()1(
2
1 r
Y
Y
r
Y
Y pp 













)1()2(
)1( 2
1 r
Y
Y
r
r
Yp
 Para encontrar Yp, traçamos uma reta de 45° da origem até a restrição orçamentária. O
valor de Yp está na interseção das duas retas, no ponto A, o qual constitui o único ponto
com produção igual nos dois períodos e que está na restrição orçamentária. Em um ponto
como B temos que Y1 > Yp e Y2 < Yp.
 A curva de indiferença tangencia a reta do orçamento no mesmo ponto em que a reta do
orçamento intercepta a reta de 45°. Neste ponto, o consumo é o mesmo nos dois períodos
e igual à renda permanente Yp.
A TEORIA DO CONSUMO DA RENDA 
PERMANENTE
Período 2
-(1+r) = inclinação da 
restrição orçamentária
Período 1
A
B
C2 =Yp
Y2
45°
Y1C1 =Yp
12/01/2010
16
 Se houver estoque inicial de ativos financeiros, a equação da restrição
orçamentária deve ser modificada, nesse caso, a renda permanente (Yp) seria
encontrada resolvendo-se a equação:
 A restrição orçamentária intertemporal no modelo de dois períodos pode ser
solucionada para Yp em termos de Y1 e Y2 e T0, como segue:
A TEORIA DO CONSUMO DA RENDA 
PERMANENTE
)1(
)1(
)1(
2
10 r
Y
YTr
r
Y
Y pp 













)1(
)1(
)2(
)1( 2
10 r
Y
YTr
r
r
Yp
 Com base na teoria da renda permanente (Yp), as famílias decidem o nível de consumo
em cada período tomando como base a renda permanente, e não a renda transitória ou
corrente.
 Quando a renda corrente for maior do que a média, as unidades familiares procurarão
poupar e, quando for menor do que a média, as famílias despoupam, e tomam recursos
emprestados para manter o nível de consumo constante.
 É conveniente distinguir os efeitos sobre o consumo de três tipos de choques sobre a
renda: choques atuais temporários, choques permanentes e choques futuros
antecipados.
 Choques Atuais Temporários: ocorre quando Y1 diminui enquanto Y2 permanece
inalterado. Nestas circunstâncias, as famílias tendem a despoupar em resposta a um
choque temporário, pois C1 cai menos que Y1.
 Choques Permanentes: ocorre quando Y1 e Y2 caem no mesmo montante. As
famílias procuram ajustar-se totalmente a um choque permanente, em que C1 cai no
mesmo montante que Y1, com pouca modificação na poupança.
 Choques Futuros Antecipados: ocorre quando Y1 permanece inalterado, porém, a
família espera uma queda de Y2. Neste caso, as famílias procuram aumentar a
poupança atual em resposta a um choque antecipado, sendo que C1 cai mesmo que
Y1 permaneça inalterado.
A TEORIA DO CONSUMO DA RENDA 
PERMANENTE
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 Friedman supôs que as expectativas de renda futura são definidas por meio de um
mecanismo denominado “expectativas adaptativas”. Este mecanismo sugere que as
pessoas reajustam (“adaptam”) suas estimativas de renda permanente (Yp) em cada
período, tomando por base as estimativas anteriores da Yp, e das mudanças reais que
ocorrem na produção.
 Especificamente, a expectativa do período atual sobre a renda permanente Yep, é uma
média ponderada das expectativas do último período, Yep-1 e da renda real deste período
Y:
A TEORIA DO CONSUMO DA RENDA 
PERMANENTE
YYY ep
e
p
)1(1   
 Franco Modigliani , Richard Brumberg e Albert Ando desenvolveram o modelo do ciclo
de vida nas décadas de 1950 e 1960.
 O modelo do ciclo de vida, assim como o modelo da renda permanente, baseia-se na
teoria de que o consumo de um determinado período depende das expectativas de renda
da vida toda, e não da renda corrente.
 A contribuição da hipótese do ciclo de vida está em observar que a renda tende a sofrer
flutuações sistemáticas no decorrer da vida de uma pessoa e que, portanto, o
comportamento da poupança é determinado fundamentalmente pelo estágio da família no
ciclo de vida.
 Quando as pessoas são jovens, sua renda é baixa, e freqüentemente elas contraem dívidas
(despoupam) porque sabem que ganharão mais dinheiro no futuro. Nos anos de trabalho,
a renda atinge um pico por volta da meia idade, e elas pagam a dívida contraída
anteriormente e poupam para dispor de uma velhice tranqüila. Quando atingem a
aposentadoria, a renda de trabalho é zero, e as famílias consomem os recursos
acumulados.
O MODELO DO CICLO DE VIDA DO CONSUMO E 
DA POUPANÇA
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 Percebe-se que ocorre dois períodos de despoupança na vida daspessoas: nos anos que
são muito jovens e nos anos em que são mais velhas (aposentadas).
O MODELO DO CICLO DE VIDA DO CONSUMO E 
DA POUPANÇA
Y, C
Tempo
A
S
C
Y
-S
 Em um modelo de dois períodos, e considerarmos o período 1 como os anos de trabalho
e o período 2 como os anos de aposentadoria, chagaremos a mesma conclusão. As
pessoas poupam nos anos produtivos visando à aposentadoria, e o fazem porque a renda
do primeiro período é maior do que a do segundo (ou a renda do primeiro período é
maior do que a renda permanente).
 O consumo durante a aposentadoria é financiada tanto pela poupança acumulada nos
anos produtivos como pelas transferências recebidas do governo e dos descendentes.
Anos de
Aposentadoria
-(1+r) = inclinação da 
restrição orçamentária
Anos de
Trabalho
A
B
C2
Y2
45°
Y1C1
O MODELO DO CICLO DE VIDA DO CONSUMO E 
DA POUPANÇA
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 Quando se analisa a relação entre consumo poupança e taxa de juros, a questão
relevante que surge é:
 O que ocorre com a poupança e o consumo quando a taxa de juros
aumenta?
 Costuma-se pensar que à medida em que a taxa de juros sobe e, portanto, à
medida que a taxa de retorno sobre a poupança aumenta, a poupança também
aumenta.
 Entretanto, essa suposição não é correta, dado que a relação entre a taxa de juros
e a taxa de poupança é muito mais complexa.
CONSUMO, POUPANÇA E TAXA DE JUROS
 Considere uma família cuja disponibilidade de rendimento encontra-se no ponto
“E”, e que a taxa de juros é representada pela inclinação da restrição orçamentária.
Inicialmente o consumo está no ponto “A”. Quando a taxa de juros sobe, a restrição
orçamentária sofre uma rotação no sentido horário em torno do ponto “E”. O novo
ponto de equilíbrio está no ponto A’, C1 cai e C2 aumenta em relação ao equilíbrio
inicial. Verifica-se uma situação onde o aumento na taxa de juros reduz o consumo
atual e aumenta a poupança atual.
CONSUMO, POUPANÇA E TAXA DE JUROS
Período2
C2
C1
A = (C1A C2A)
Y2
Y1
B
Período 1
C’2
C’1
E
A’ = (C’1A C’2A)
A → B = Efeito Substituição
B → A’ = Efeito Renda
A → A’ = Efeito Total
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 Considere uma família cuja disponibilidade de rendimento encontra-se no ponto
“E”, e que a taxa de juros é representada pela inclinação da restrição orçamentária.
Inicialmente o consumo está no ponto “A”. Quando a taxa de juros sobe, a restrição
orçamentária sofre uma rotação no sentido horário em torno do ponto “E”. O novo
ponto de equilíbrio está no ponto A’, C1 e C2 aumentam em relação ao equilíbrio
inicial. Verifica-se uma situação onde o aumento na taxa de juros aumenta o
consumo atual e reduz a poupança atual.
CONSUMO, POUPANÇA E TAXA DE JUROS
Período2
Y2
Y1
A = (C1A C2A)
Período 1
C2
C1
B
E
A’ = (C’1A C’2A)C’2
C’1
A → B = Efeito Substituição
B → A’ = Efeito Renda
A → A’ = Efeito Total
 Uma importante tema que surge no modelo de comportamento do
consumidor é tentar entender: Como o consumo e a poupança
mudam quando as taxas de juros mudam?
 Quando a taxa de juro aumenta, existe pelo menos duas razões que
procuram explicar mudanças na no consumo e na poupança:
 Efeito Substituição (ES): mudanças no consumo e na poupança
promovida por mudanças na renda relativa, mantendo o nível de
utilidade constante.
 Efeito Renda (ER): mudanças no consumo e na poupança
promovida por alteração na riqueza, promovida pelo aumento na
taxa de juros.
 Efeito Total (ET): soma do efeito substituição e do efeito renda.
CONSUMO, POUPANÇA E TAXA DE JUROS
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 Para analisar a ambigüidade que se verifica na análise gráfica, é conveniente
dividir o efeito do aumento da taxa de juro em duas partes: “efeito substituição”
e “efeito renda”.
 O efeito substituição representa a alteração do nível de consumo desejado de C1
e C2 quando a taxa de juros muda, porém, o nível de satisfação não é alterado,
ou seja, supondo que as famílias permanecem sobre a mesma curva de
indiferença original. Nota-se que o efeito substituição é sempre positivo, uma
vez que um aumento na taxa de juros sempre promove um aumento na
poupança.
 O “efeito renda”, por sua vez, mede o efeito sobre o consumo promovido por
uma alteração na riqueza da família.
 Se a família inicialmente concede empréstimos, o aumento na taxa de juros a
torna mais rica, porque, com C1 inalterado, a família poderá, sem dúvida, dar-se
ao luxo de um nível mais alto de C2.
 Se a família inicialmente toma empréstimos, o aumento da taxa de juros deixa a
família, sem dúvida alguma, mais pobre, porque, com C1 inalterado, a família
não poderá se dar ao luxo de arcar com o nível original de C2.
CONSUMO, POUPANÇA E TAXA DE JUROS
 Em resumo temos que:
 O efeito substituição sempre tende a aumentar a poupança.
 O efeito renda tende a aumentar a poupança para os que tomam mais do que
concedem empréstimos e a reduzir a poupança dos que concedem mais do
que tomam empréstimos.
 O efeito total do aumento na taxa de juros é aumentar, sem dúvida
nenhuma, a poupança no caso de uma família que toma empréstimos e
aumentar ou reduzir a poupança no caso de uma família que concede mais
do que toma empréstimos (dependendo da dominância do efeito renda ou do
efeito substituição).
CONSUMO, POUPANÇA E TAXA DE JUROS
EFEITO DO AUMENTO DA TAXA DE JUROS SOBRE A POUPANÇA
Toma mais do que 
concede 
empréstimos
Concede mais do 
que toma 
empréstimos.
Efeito Substituição + +
Efeito Renda + -
Efeito Total + ?

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