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Trauma pediátrico Mod 3

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Prévia do material em texto

1 1
Urgências Traumáticas
Gestão para Educação Permanente dos 
Profissionais da Rede de Atenção às Urgências
GEPPRAU
Urgências traumáticas
Módulo 3
Tema 4 - Trauma pediátrico
2
Urgências Traumáticas
Este conteúdo foi elaborado por Thiago Rodrigues Araújo Calderan, 
médico, cirurgião geral e do trauma, mestre em ciências da cirurgia e 
seus direitos foram cedidos ao Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) 
que desenvolveu este material em parceria com o Ministério da Saúde 
(MS) no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional 
do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). A parceria entre o Ministério 
da Saúde e as entidades de saúde portadoras do Certificado de Entidade 
Beneficente de Assistência Social em Saúde (CEBAS-SAÚDE) e de 
Reconhecida Excelência, a exemplo do HAOC, é regulamentada pela Lei 
Federal nº 12.101, de 27 de novembro de 2009.
2 3
Urgências Traumáticas
URGÊNCIAS 
TRAUMÁTICAS
Neste material, serão apresentadas as 
principais emergências na área da cirurgia 
do trauma. O profissional de saúde que atua 
na área terá informações importantes sobre 
anatomia, fisiologia, manejo e principais 
condutas a serem tomadas no atendimento 
ao traumatizado.
Tema 4
Trauma pediátrico
Objetivos de 
aprendizagem
Conhecer a epidemiologia do trauma pe-
diátrico.
Conhecer as particularidades da criança e 
sua relação com o atendimento ao trau-
matizado.
Saber as diferenças das vias aéreas da 
criança.
Conhecer as particularidades da ventilação 
e respiração da criança.
Entender os aspectos relacionados à circu-
lação da criança e reposição volêmica.
Conhecer a adaptação de avaliação neuro-
lógica para a faixa pediátrica.
Conhecer as particularidades do trauma 
torácico pediátrico.
Conhecer as particularidades do trauma 
abdominal pediátrico.
Conhecer as particularidades do trauma-
tismo craniano pediátrico.
Conhecer as particularidades do trauma 
raquimedular pediátrico.
Conhecer as particularidades do trauma 
musculoesquelético pediátrico.
Reconhecer sinais de abuso infantil.
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
4
Urgências Traumáticas
Trauma pediátrico 5
1. Introdução ......................................................................................... 6
2. Epidemiologia ..................................................................................... 7
3. Vias aéreas ........................................................................................ 8
3.1. Anatomia .................................................................................... 8
3.2. Dispositivos para manutenção das vias aéreas ............................... 10
3.3. Dispositivos supraglóticos ............................................................ 11
3.4. Via aérea definitiva ..................................................................... 13
3.5. Sequência de intubação rápida ..................................................... 14
3.6. Tamanho dos equipamentos pediátricos......................................... 15
4. Respiração e ventilação ..................................................................... 15
4.1. Drenagem de tórax .................................................................... 16
5. Circulação e choque .......................................................................... 16
5.1. Sinais vitais ............................................................................... 17
5.2. Reposição volêmica .................................................................... 18
6. Neurológico ...................................................................................... 19
7. Exposição ........................................................................................ 20
8. Trauma por sistemas ......................................................................... 20
8.1. Trauma torácico ......................................................................... 20
8.2. Trauma abdominal ...................................................................... 21
8.3. Traumatismo craniano ................................................................. 22
8.4. Trauma raquimedular .................................................................. 23
8.5. Trauma musculoesquelético ......................................................... 23
9. Abuso infantil ................................................................................... 24
10. Medicações na faixa pediátrica .......................................................... 26
Síntese ............................................................................................... 28
Referências bibliográficas....................................................................... 29
Sumário
4 5
Urgências Traumáticas
Trauma 
pediátrico
6
Urgências Traumáticas
criança possui algumas particularidades que a diferenciam do adulto 
e precisam ser conhecidas e reconhecidas para promover o adequado 
Voltar Sumário
Introdução1.
A
atendimento ao traumatizado. 
Algumas respostas fisiológicas da criança são diferenciadas, bem como algu-
mas condições anatômicas. Por isso, identificaremos os principais tópicos de 
atenção no atendimento e cuidado desses pacientes.
O atendimento inicial do paciente pediátrico traumatizado respeita os mes-
mos princípios e a mesma sequência de prioridade de atendimento do pacien-
te adulto, ou seja, deve-se seguir o protocolo do “ABCDE”. A seguir, identifi-
caremos as particularidades dessa faixa etária para o manejo no atendimento 
inicial.
6 7
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
Segundo informações do Ministério da Saúde, mais de um terço dos traumas 
admitidos no pronto-socorro ocorre na faixa pediátrica, sendo de 14 a 20% na 
faixa de 0 a 9 anos, de 9 a 10% na faixa de 10 a 14 anos, e 8 a 9% na faixa de 
15 a 19 anos.
As causas externas (categoria em que os traumas estão incluídos) represen-
tam a principal causa de morte em todas as faixas etárias de 1 a 19 anos, 
chegando a 74,2% nos maiores de 15 anos, conforme a tabela abaixo.
Com esses números elevados, 
entendemos que a prevenção 
de trauma na faixa pediátrica 
é uma medida imprescindível 
para diminuir as mortes.
Com relação ao mecanismo de trauma que originou a morte por causas exter-
nas, os afogamentos e atropelamentos (dentro de transporte) são as prin-
cipais causas em menores de 15 anos. Na população adolescente, aumenta a 
incidência de agressões e eventos com motocicletas.
Causas de mortalidade na faixa pediátrica
Mecanismo de trauma e mortalidade
2.Epidemiologia
Ordem/
Faixa etária (anos) 1 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19
1ª 17,3%Causas externas
29,7%
Causas externas
42,7%
Causas externas
74,2%
Causas externas
2ª 15,3%Respiratório
18,% 
Neoplasias
13,8%
Neoplasias
4,6%
Neoplasias
3ª 9,2%Infecção
11,7%
Sistema nervo-
so central
9,6%
Sistema nervo-
so central
3,4%
Circulatório
Ordem/
Faixa etária (anos) 1 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19
1ª 27,9%Afogamento
40,2%
Transporte
30,4%
Agressões
60,9%
Agressões
2ª 26,2%Transporte
20,7%
Afogamento
29,0%
Transporte
20%
Transporte 
(9% em 
motocicletas)
3ª 8,7%Agressões
11,5%
Agressões
17,3%
Afogamento
4,6%
Suicídio
Total de óbitos em 
2015 1.269 970 2.089 15.852
Fonte: DATASUS
Fonte: DATASUS
8
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
A causa mais comum de parada cardíaca na criança é a incapacidade de 
manter as vias aéreas pérvias. Somado este conceito ao conhecimento de 
manutenção das vias aéreas desobstruídas, temos um reforço na necessidade de 
manter os cuidados no primeiro item do atendimento inicial (letra “A”).
3.Vias aéreas
Com relação à diferença anatômica, existem alguns pontos que devem ser leva-
do em consideração e que você verá a seguir.
• A criançapossui uma desproporção entre a cabeça e a face, o que re-
sulta em uma flexão passiva da coluna cervical ao ser colocada na posição 
deitada em decúbito dorsal.
3.1.Anatomia
O objetivo do cuidado está em manter o plano da face em paralelo à prancha de 
imobilização, na “posição de cheirar”. Pode ser necessário colocar um acolchoa-
mento sob o tronco da criança nos primeiros anos de vida.
8 9
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
• A anatomia da laringe da criança (em funil) facilita o acúmulo de secre-
ções na região retrofaríngea. 
• O tamanho da traqueia da criança é menor. Deve-se ter cuidado na intu-
bação para não a tornar seletiva.
Faixa etária Comprimento da traqueia
Bebê 5 cm
18 meses 7 cm
• A criança possui uma língua mais flácida, o que facilita a “queda” da lín-
gua com obstrução de vias aéreas posteriormente. 
• A criança possui a epiglote mais cefálica e flexível, o que é uma carac-
terística a ser observada na obtenção de via aérea definitiva através de 
intubação orotraqueal.
Crianças
Desproporção entre 
cabeça e face
Língua grande 
e flácida
Laringe em 
funil na área da 
cartilagem cricoide
Epiglote mais cefálica, 
alongada e flexível
10
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
Os dispositivos para manutenção das vias aéreas são os mesmos usados 
para adultos (cânula orofaríngea e nasofaríngea), com adequação con-
forme a idade (peso).
Porém, a introdução da cânula orofaríngea (cânula de Guedel), utilizada 
somente em crianças inconscientes, é feita de forma diferente: a cânula deve 
ser introduzida diretamente na posição final, sem direcionamento para o palato 
(como feito no adulto). Pode-se usar abaixador de língua para auxiliar o proce-
dimento.
É importante atentar para a escolha do tamanho correto, medido de forma 
igual no paciente adulto: a cânula deve preencher a distância entre a rima labial 
e o ângulo da mandíbula.
3.2.Dispositivos para manutenção das vias aéreas
Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp - Acervo pessoal 2017. 
10 11
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
Os dispositivos supraglóticos podem ser usados na criança da mesma 
forma que no adulto, respeitando o tamanho a ser usado pela faixa de 
peso. 
Um método simples para determinar o tamanho da máscara laríngea é com-
parar o dispositivo com a orelha da criança. Também podemos seguir a reco-
mendação de peso no verso da embalagem, de fácil acesso.
3.3.Dispositivos supraglóticos
Número da 
máscara laríngea Volume a infundir (mL) Peso do paciente (kg)
#1 < 4 < 5
#2 < 10 10-20
#2,5 < 14 20-30
#3 < 20 30-50
#4 < 30 50-70
#5 < 40 70-100
Anotações:
12
Urgências Traumáticas
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Com relação ao tubo laríngeo, a cor do dispositivo tem correlação direta com 
o peso do paciente.
12 13
Urgências Traumáticas
A indicação de via aérea definitiva ocorre independentemente da idade do pa-
ciente.
• Intubação orotraqueal: deve-se usar tubo sem balonete até os 8-9 anos 
de idade, já que a criança possui, anatomicamente, uma diminuição do ca-
libre da via aérea ao nível do anel cricoide, que funciona como selo natural.
• Intubação nasotraqueal: não deve ser realizada em criança menor de 9 
anos de idade.
 • Cricotireoidostomia cirúrgica: não deve ser realizada em crianças me-
nores de 10-12 anos de idade, por não apresentarem o arcabouço das vias 
aéreas superiores completamente formado, sendo a cartilagem cricoide a 
única sustentação da traqueia superiormente. Realiza-se esse procedimen-
to quando é possível, ao exame físico, fazer a palpação de forma fácil da 
membrana cricotireoidiana.
3.4.Via aérea definitiva
Comparação da via aérea da criança e do adulto
Área de 
cricoide estreitada
Osso hioide
Músculo 
esterno-hióideo
Cartilagem 
tireoide
Cartilagem 
cricoide
Glândula 
tireoide
Membrana 
cricotireóidea
Veia jugular 
interna
Artéria carótida 
comum
Manúbrio 
esternal
Músculo esterno-
cleidomastóideo
14
Urgências Traumáticas
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A criança apresenta reflexo vagal exacerbado em resposta às medicações seda-
tivas, hipóxia ou durante a laringoscopia para a intubação. O reflexo vagal, de-
corrente de uma anormal estimulação do nervo vago, faz com que ocorra grande 
desaceleração cardíaca e queda abrupta da pressão arterial, com consequente 
redução do aporte de sangue e oxigênio aos sistemas, principalmente o cérebro.
Dessa forma, após a pré-oxigenação do paciente e antes de administrar as dro-
gas sedativas, deve-se usar atropina na dose de 0,1 a 0,5 mg (0,02 mg/kg).
3.5.Sequência de intubação rápida
Anotações:
14 15
Urgências Traumáticas
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3.6.Tamanho dos equipamentos pediátricos
Idade/
Peso
Máscara 
de O2
Cânula 
de 
Guedel
Balão 
com 
válvula
Lâmina 
de larin-
goscopia
Tubo 
endotra-
queal
Mandril Cânula de aspiração
Pré-termo/ 
3kg
Pré-termo 
ou recém-
-nascido
Lactente Lactente 0 – reta 2,5-3,0 Sem cuff 6 Fr 6-8 Fr
0-6 meses/ 
3,5 kg
Recém-
-nascido
Lactente/
Pequena Lactente 1 – reta
3,0-3,5
Sem cuff 6 Fr 8 Fr
6-12 meses/ 
7kg Pediátrico Pequena Pediátrico 1 – reta
3,5-4,0
Sem cuff 6 Fr 8-10 Fr
1-3 anos/ 
10-12 kg Pediátrico Pequena Pediátrico 1 – reta
4,0-4,5
Sem cuff 6 Fr 10 Fr
4-7 anos/ 
16-18 kg Pediátrico Média Pediátrico
2 – reta 
ou curva
5,0-5,5
Sem cuff 14 Fr 14 Fr
8-10 anos/ 
24-30 kg Adulto
Média/
Grande
Pediátrico/
Adulto
2-3 – reta 
ou curva
5,5-6,5
Com cuff 14 Fr 14 Fr
Prosseguindo a avaliação inicial do traumatizado, temos a letra “B”, que 
consiste na respiração e ventilação. A principal causa de parada cardiorres-
piratória na faixa pediátrica é a hipoventilação com consequente hipóxia. Todos 
os quadros apresentados pelo adulto podem ser apresentados pela criança.
Há maior chance de ocorrer quadro de pneumotórax hipertensivo na 
criança do que no adulto, por apresentar maior mobilidade das estruturas 
mediastinais.
4.Respiração e ventilação
16
Urgências Traumáticas
A única diferença entre crianças e adultos é o tamanho do dreno de tórax.
4.1.Drenagem de tórax
Idade/Peso Dreno de tórax
Pré-termo/3 kg 10-14 Fr
0-6 meses/3,5 kg 12-18 Fr
6-12 meses/7 kg 14-20 Fr
1-3 anos/10-12 kg 14-24 Fr
4-7 anos/16-18 kg 20-32 Fr
8-10 anos/24-30 kg 28-38 Fr
Perda 
volêmica < 30% 30-45% > 45%
Cardiovascular Aumento da FCPulso periférico fraco
PAS no limite inferior.
Diminuição da pressão de 
pulso.
Pulsos periféricos ausentes.
Pulso central fraco.
Hipotensão
Taquicardia extrema 
seguida de bradicardia
Alterações 
neurológicas
Ansioso, irritado, con-
fuso
Letárgico, sem resposta à 
dor. Coma
Pele
Fria
Tempo de reenchi-
mento capilar prolon-
gado
Cianose.
Tempo de reenchimento 
capilar muito prolongado.
Pálido
Com relação à avaliação da circulação (letra “C”), a criança apresenta maior 
reserva fisiológica, de forma que os sinais vitais permanecem normais 
mesmo em situação de choque grave. Ou seja, somente haverá alterações 
de sinais vitais após perda de mais de 30% da volemia. 
Além disso, situações de estresse por si só geram aumento da frequência car-
díaca da criança. Portanto, deve-se avaliá-la de forma geral, e não somente pela 
alteração de frequência cardíaca, conforme a tabela.
Cálculo da pressão arterial da criança:
PAS = 70 + 2x idade (anos)
PAD = 2/3 PAS
PAS = pressão arterial sistólica; PAD = pressão arterial diastólica
5.Circulação e choque
FC = frequência cardíaca; PAS = pressão arterial sistólica; pressão de pulso = amplitude de variação entre a pressão 
sistólica e a pressão diastólica.
Voltar Sumário
16 17
Urgências Traumáticas
Os sinais vitais da criança variam conforme a idade.
5.1.Sinais vitais
GrupoIdade FR (irm) FC (bpm) Limite PAS (mmHg)
Recém-nascido 0-6 semanas 30-50 120-160 60
Lactente 7 semanas-1 ano 20-30 80-140 70
Criança pequena 1-2 anos 20-30 80-130 70
Pré-escolar 2-6 anos 20-30 80-120 75
Escolar 6-13 anos 12-30 60-100 80
Adolescente 13-16 anos 12-20 60-100 90
FR = frequência respiratória; FC = frequência cardíaca; PAS = pressão arterial sistólica
Voltar Sumário
FC FC
PA
PA
FR
FR
Anotações:
T
18
Urgências Traumáticas
Com relação à reposição volêmica da criança, há alguns aspectos particulares 
em relação ao adulto: a solução de escolha para ser reposta é a mesma (cris-
taloide) e deve ser feita da mesma forma (aberta e aquecida a 39ºC). Porém, 
devemos ressaltar aspectos como por onde repor e quanto repor.
Por onde?
Quanto?
O acesso venoso na criança deve ser, como no 
adulto, periférico. Mas como é difícil obter esse 
acesso, tem sido usado mais frequentemente o 
acesso intraósseo. Os locais preferenciais se-
guem a seguinte ordem:
• Percutâneo periférico (duas tentativas)
• Intraósseo
• Veia femoral (percutâneo)
• Dissecção venosa (flebotomia)
A reposição volêmica deve ser feita com solução cristaloide. Deve ser feito 
um bolus inicial de 20 mL/kg e, se o paciente mantiver sinais de choque, de-
ve-se repetir por mais uma vez a mesma quantidade. Na persistência de sinais 
de choque após o segundo bolus de cristaloide, deve-se indicar reposição de 
hemoderivados.
5.2.Reposição volêmica
Voltar Sumário
Primeiro bolus de cristaloide
20 mL/kg
Segundo bolus de cristaloide
20 mL/kg Hemoderivados
Anotações:
18 19
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
A avaliação do estado neurológico da criança é igual à do adulto e deve 
ser feita no item “D” da avaliação inicial do traumatizado.
A escala de coma de Glasgow é igual na avaliação tanto da abertura ocular 
e quanto da resposta motora, porém há uma adequação da resposta verbal 
à faixa pediátrica de crianças menores de 4 anos, como mostra a tabela a 
seguir:
*Igual ao adulto
6.Neurológico
Abertura ocular*
Espontânea 4
Ao estímulo verbal 3
Ao estímulo doloroso 2
Sem resposta 1
Resposta verbal
Palavras apropriadas ou sorriso social, fixa e segue objetos 5
Chora, mas é consolável 4
Persistentemente irritável 3
Inquieto, agitado 2
Sem resposta 1
Melhor resposta motora*
Obedece a comandos 6
Localiza dor 5
Flexão normal (retirada) 4
Flexão anormal (decorticação) 3
Extensão (descerebração) 2
Sem resposta 1
20
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
Os pacientes da faixa pediátrica apresentam 
maior risco de hipotermia por apresentarem 
maior superfície corporal em relação ao peso, pele 
mais fina e menor isolamento térmico pelo tecido 
subcutâneo. Assim, trocam calor mais facilmente 
com o meio ambiente, o que agrava a situação do 
trauma.
Podemos avaliar algumas particularidades de lesões por sistemas que di-
ferenciam os achados de lesões e cuidados da criança traumatizada em relação 
ao adulto.
7.
8.
Exposição
Trauma por sistemas
Crianças com lesões torácicas podem apresentar lesões em outros seg-
mentos em 60-70% dos casos.
A criança possui seus órgãos em formação, principalmente articulações, ossos 
e músculos, de forma que são estruturas maleáveis, com necessidade de alta 
energia para ocasionar fraturas.
• Com relação ao tórax, não é frequente a presença 
de fraturas de costelas, porém pode haver lesões 
intratorácicas, como contusão pulmonar, pneu-
motórax e hemotórax.
• As estruturas do mediastino possuem uma in-
tensa mobilidade, de forma que a criança é mais 
susceptível a desenvolver pneumotórax hiper-
tensivo.
• Trauma de diafragma, ruptura traumática de aor-
ta, lesão traqueobrônquica, tórax instável e contu-
são cardíaca são condições raras na faixa pe-
diátrica.
8.1.Trauma torácico
20 21
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
Ao chorar, a criança apresenta grande deglutição de ar, de forma que há um 
intenso risco de vômitos e consequente broncoaspiração. Além disso, o exame 
físico dificilmente terá boa sensibilidade para detectar ou suspeitar de possíveis 
lesões, porque a criança traumatizada poderá estar chorando e assustada.
• Por ter uma boa reserva fisiológica, a criança responde bem ao trata-
mento não operatório de vísceras abdominais parenquimatosas (fí-
gado, baço e rim). Porém, não está indicado esse tratamento em situações 
de impossibilidade de compensação hemodinâmica com uma reposição vo-
lêmica adequada.
• Atentar para o alto risco de lesões de vísceras ocas passarem desperce-
bidas.
• Trauma de pâncreas e hematoma no duodeno são mais frequentes 
porque as crianças apresentam desenvolvimento incompleto do tônus do 
abdome. Um mecanismo possível para essa lesão é o trauma de epigastro 
ou hipocôndrio direito com o guidão da bicicleta.
• A pelve da criança forma uma cavidade pequena, sendo mais comum a 
ruptura de bexiga.
• Maior susceptibilidade a lesões do trato gastrointestinal decorrentes de 
lesões por cinto de segurança na coluna lombar (fratura de Chance).
8.2.Trauma abdominal
22
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
O sistema nervoso da criança está em formação, com achados essenciais para a 
avaliação do paciente traumatizado nessa faixa etária. Há um prognóstico me-
lhor em lesões graves em comparação ao adulto.
• A criança tem menor proteção do espaço subaracnóideo por ser relati-
vamente pequeno, o que permite menos flutuabilidade do cérebro. 
• Pode ocorrer choque em criança decorrente de hematoma subgaleal ou 
epidural.
• As fontanelas, que ainda não estão fechadas, quando se apresentam abau-
ladas indicam possível quadro de hipertensão intracraniana.
• A criança pode apresentar, com certa frequência, vômitos, amnesia e 
convulsões após o trauma, que são achados que podem não indicar gra-
vidade.
• A criança tem menor tendência a originar lesões focais decorrentes do 
traumatismo craniano, porém maior frequência de edema cerebral.
8.3.Traumatismo craniano
Fontanela anterior
Fontanela anterior
Fontanela posterior
Fontanela posterior
Fontanela esfenoidal
22 23
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
• Como os ligamentos são mais flexí-
veis e os ossos e articulações estão 
em formação, a criança pode apresen-
tar lesão da medula espinhal, sem 
fratura da coluna em 2/3 dos casos.
• Achados normais de subluxação da 
vértebra cervical C2 em relação à 
C3, que podem ser encontrados em 
40% dos pacientes abaixo de 7 anos 
e em 20% dos pacientes abaixo de 16 
anos.
• Aumento da distância do odontoi-
de e arco anterior da vértebra C1 
em 20% das crianças mais jovens.
• A presença da fratura de coluna lombar (fratura de Chance) apresenta 
alto índice de associação com a lesão do trato gastrintestinal.
• O transporte pré-hospitalar da criança traumatizada deve respeitar as 
orientações de uso de prancha longa, colar cervical e imobilização. Não 
deve ser transportada no colo de familiares ou socorristas sob a alegação de 
deixar a criança mais tranquila, visto que não há segurança no transporte.
O trauma raquimedular ocorre somente em 5% dos casos na faixa pe-
diátrica.
8.4.Trauma raquimedular
Como reforçado anteriormente, o sistema osteomuscular da crian-
ça está em desenvolvimento, então é pouco frequente a presença 
de fraturas, luxações e entorses. Quando essas lesões estão pre-
sentes, trata-se de um mecanismo de alta energia.
Uma fratura que compromete a área de crescimento do osso pode 
comprometer o desenvolvimento normal.
• Fratura em “galho verde” – situação de fratura incom-
pleta do osso, mantendo a cortical, que pode acontecer em 
crianças.
8.5.Trauma musculoesquelético
Raio X cervical normal
24
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
HISTÓRIA
EXAME FÍSICO
A criançaé um indivíduo que ainda não possui condições de se defender adequa-
damente e está sujeita a alta incidência de violência.
Nas crianças menores de 1 ano, chama-se síndrome do bebê sacudido.
Quando se deve suspeitar de abuso:
9.Abuso infantil
• Discrepância entre história e achados da lesão.
• Respostas inadequadas e evasivas dos cuidadores/familiares.
• Intervalo prolongado entre o atendimento médico e o evento traumático.
• História de lesão incompatível com o desenvolvimento neuropsicomotor da 
criança.
• Discrepância entre história e achados da lesão.
• Respostas inadequadas e evasivas dos cuidadores/familiares.
• Intervalo prolongado entre o atendimento médico e o evento traumático.
• História de lesão incompatível com o desenvolvimento neuropsicomotor da 
criança.
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Urgências Traumáticas
• Hematomas múltiplos em diferentes estágios de evolução.
• Lesões estranhas como mordidas, marca de corda, queimaduras de cigarro.
• Hematomas subdurais múltiplos sem fratura de crânio recente.
• Hemorragia retiniana.
• Trauma genital ou perianal.
• Fraturas de ossos longos em menores de 3 anos.
• Queimaduras em áreas não usuais ou bem delimitadas.
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Anotações:
26
Urgências Traumáticas
COR Peso em kg
CINZA 3-5 kg
ROSA 6-7 kg
VERMELHO 8-9 kg
ROXO 10-11 kg
AMARELO 12-14 kg
BRANCO 15-18 kg
AZUL 19-23 kg
LARANJA 24-29 kg
VERDE 30-36 kg
Existem diversos aplicativos que ajustam a dose das medicações para a 
faixa pediátrica baseados no peso. Além disso, existe um dispositivo de fácil 
acesso denominado fita de Broselow.
É uma métrica dividida por cores, em que cada uma representa um peso. Corre-
laciona a altura da criança com o peso e fornece doses corretas das medicações 
a serem usadas. Com isso, há uma diminuição do tempo para decidir a dose da 
medicação.
Como usar: colocar a fita ao lado da criança. A marca com setas fica junto ao pé 
da criança em posição neutra, e o limite é marcado pela cabeça da criança, onde 
estão anotados os valores.
10.Medicações na faixa pediátrica
Anotações:
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Urgências Traumáticas
Anotações:
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Urgências Traumáticas
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Síntese
Os números relacionados ao trauma pediátrico são alarmantes. Conhe-
cer a epidemiologia e promover a prevenção podem melhorar essa es-
tatística. Além disso, diante de um paciente nessa faixa etária, saber reco-
nhecer as particularidades que o diferenciam do adulto para promover a 
melhor conduta também é uma maneira de minimizar óbitos e sequelas.
28 29
Urgências Traumáticas
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American College of Surgeons. Committee on Trauma. (2016). ATLS, advanced 
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Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva): 2009, 2010 e 2011. 
Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2013 [acesso em 26 set 2017]. 
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Atheneu; 2001. 
Haliloglu M, Bilgen S, Uzture N, Koner O. Método simples para determinar o 
tamanho da máscara laríngea ProSeal em crianças: um estudo observacional, 
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Brasil; 2014.
Referências bibliográficas
	Marcador 16
	Trauma pediátrico
	Introdução
	Epidemiologia
	Vias aéreas
	Anatomia
	Dispositivos para manutenção das vias aéreas
	Dispositivos supraglóticos
	Via aérea definitiva
	Sequência de intubação rápida
	Tamanho dos equipamentos pediátricos
	Respiração e ventilação
	Drenagem de tórax
	Circulação e choque
	Sinais vitais
	Reposição volêmica
	Neurológico
	Exposição
	Trauma por sistemas
	Trauma torácico
	Trauma abdominal
	Traumatismo craniano
	Trauma raquimedular
	Trauma musculoesquelético
	Abuso infantil
	Medicações na faixa pediátrica
	Síntese
	Referências bibliográficas

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