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Aula 5- Abordagem Fisioterapêutica nas Lesões do Tecido Mole Profª Iradir Abordagem Fisioterapêutica nas Fases do Processo de Reparo das Feridas. As intervenções fisioterapêuticas possuem três componentes: Coordenação Comunicação Documentação Instruções ao paciente: não basta que o paciente compreenda com orientações verbais, escritas ou ilustrações, demonstrações do que você quer que o paciente faça em casa, vídeos também são uma forma de educação. Intervenções diretas: serão selecionada com base nos achados feitos na avaliação ou durante o exame de uma paciente Intervenções de Procedimento: modelo de intervenção Exercícios terapêuticos (incluindo condicionamento aeróbico) - Treinamento funcional e auto tratamento domiciliar (AVD: alimentar-se, tomar banho, arrumar-se, vestir-se, e AVDis: cozinhar, fazer compras, lavar roupa) Treinamento funcional para reintegração na comunidade e no trabalho - Técnica de terapia manual (incluindo, manipulação e mobilização) - Prescrição, aplicação e fabricação de dispositivos e equipamentos - Manipulação de ferimentos - Modalidades eletroterapêuticas - Agentes físicos e modalidades mecânicas Perguntas imprescindíveis para o planejamento de uma intervenção. As intervenções só terão sucesso se tiverem uma base em conjunto de experiências clínicas e de dados científicos, mantendo-se a relação entre o nível de melhorias, a definição e o cumprimento de metas. Qual o estágio da cicatrização? Agudo, subagudo ou crônico? Quanto tempo você deverá tratar o paciente? Quais são as atividades principais do paciente? - O paciente se queixa muito? Quanto de fisioterapeuta especializado é necessário para o caso? Qual orientação deve ser dada ao paciente para evitar a ocorrência de recaída? É necessário encaminhar o paciente para outro especialista? Quais aspectos da intervenção foram bem-sucedidos em outros pacientes com problemas semelhantes? Quais precauções devem ser tomadas? Qual seu nível de especialização? Ferramentas Como em qualquer lesão, o objetivo principal é controlar os estágios iniciais da lesão. Para isso, o fisioterapeuta dispõe de várias ferramentas para auxiliar no controle da dor, da inflamação e do edema. Ferramentas: modalidades físicas/eletroterapêuticas, cinesioterapia técnicas de terapia manual. 1º Princípio - Proteção: as cargas excessivas nos tecidos devem ser evitadas - Repouso: repouso não quer dizer ficar sem atividade e sim evitar os abusos Gelo: na fase aguda, tem papel importante no controle do edema Compressão: bandagem elástica é o método mais comum. Junto com a crioterapia é importante no controle do edema Elevação: auxilia no retorno venoso Terapia Manual: sua aplicação tem vários benefícios terapêuticos Mobilização precoce: recomendada para evitar hipotrofia muscular e rigidez articular 2º Princípio Promover o processo de cicatrização - O fisioterapeuta deve promover um ambiente ideal para que o processo ocorra sem interrupção. - O fisioterapeuta não tem condições de acelerar o processo de cicatrização, mas, com critérios e uma supervisão, poderá garantir o resultado satisfatório final. - Na fase aguda, o princípio PRICEMEM(proteção, repouso, gelo, compressão, elevação, terapia manual, movimento precoce e medicação) tem papel importante no controle do sangramento, remoção dos exsudatos inflamatórios e controle do edema e da dor. - Os exercícios isométricos devem ser encorajados ao paciente de forma a evitar rigidez, hipotrofia muscular. - Os exercícios não devem aumentar a dor do paciente. As técnicas manuais podem ser utilizadas. Nas fases de migração e proliferação, devemos continuar ganhar ADM com movimentos suaves para produzir tensões naturais nos tecidos que ainda estão em fase de cicatrização. Este procedimento deve começar em média no quinto dia. - Na fase de remodelação, o paciente ainda pode sentir dor no final ADM passivo. A sugestão é continuar com exercícios com tensões controladas. Os tecidos nessa fase respondem às tensões por meio da adaptação (adaptação específica para demanda imposta). Orientações Gerais do Tratamento Estágio Agudo a) Clínica durante Estágio Agudo (Inflamatório) da Lesão do Tecido Mole 1. Dor e dificuldade de movimento: Substâncias químicas irritantes Edema Proteção muscular e espasmo Derrame articular 2. Repouso Reduzir efeitos da inflamação reduzir efeitos da imobilidade. 3. Final de tratamento: exercícios passivos. 4. Dosagens e técnicas específicas para tecidos 4.1 Articulações e ligamentos: Amplitude de movimento passivo Tração ou deslizamento passivo (grau I ou II) Massagem para edemas Contrações isométricas 4.2 Músculos Movimentos passivos Isometria Estimulação elétrica Massagem Trações, deslizamentos (grau I ou II) 4.3 Tendões Massagens leves Exercícios passivos Movimento intra-articular (grau I ou II) 4.4Tecidos conectivos Amplitude de movimento passiva Isometria Movimentos intra-articulares passivos Massagem 5. Durante a fase de proteção Exercícios de amplitude de movimento Aumenta força muscular Atividades funcionais Melhorar circulação b) Considerações sobre Tratamento: Estágio Agudo - Fase de Proteção 1. Comprometimentos - Inflamação, dor, edema, espasmo Crioterapia, compressão, elevação, massagem, repouso com talas, etc. - Movimento prejudicado: exercícios - Efusão articular (articulação lesada) Intervenção médica? Derrame: repouso com tala, crioterapia - Manutenção da integridade das áreas associadas Exercícios Aparelhos adaptativos - Orientações ao paciente Tempo previsto de recuperação Proteção da parte lesada Manter atividades funcionais Estágio Subagudo a)Clínica do Estágio Subaguda de Cicatrização: Fase de Mobilização Controlada 1. Dor e inflamação diminuem Exercícios progridem. 2. Enfraquecimento muscular Isometria Exercícios ativos 3. Restrição de movimento 3.1 Articulação e ligamento Movimento passivo Massagem 3.2 Músculo Alongamento Massagem Movimentos intra-articulares (grau II) 3.3 Tendão e bainha tendínea Movimentos intra-articularer (grauII) b) Considerações sobre Tratamento: estágio Subagudo – Fase de Mobilização Controlada Metas gerais 1.1 Promover a cicatrização dos tecidos Exercícios na intensidade correta Proteção com talas, envoltórios. 1.2 Aumentar progressivamente a mobilidade dos tecidos 1.3 Fortalecer musculatura 2.Manter integridade das áreas associadas Alongamento Atividades funcionais 3. Orientar o paciente Programa domiciliar Estágio Crônico Considerações Clínicas durante o Estágio Crônico de Remodelamento: Fase de Retorno a Função 1. A dor surge quando contraturas ou adesões são sobrecarregadas além da amplitude de movimento. 2. Adesões em fáscia, pele ou outros tecidos moles restringem a mobilidade. b) Considerações sobre o Tratamento: Estágio Crônico – Fase de retorno à Função Metas gerais 1. Diminuir a dor devido sobrecarga em contraturas ou adesões Alongamento Controle e estabilização Aconselhamento biomecânico 2. Aumentar mobilidade de tecido mole, músculo e articulação Alongamento Massagem 3. Fortalecimento muscular Exercícios resistidos 4. Orientar o paciente Prevenção Dor RecorrenteCrônica – Inflamação Crônica – Diretrizes Gerais do Tratamento a)Mecanismo da Dor Prolongada ou Recorrente 1. Síndromes por uso excessivo 2. Trauma 3. Nova lesão de uma “cicatriz antiga” 4. Contraturas ou mobilidade precária b) Fatores que Contribuem para Dor Recorrente 1. Desequilíbrio entre comprimento e força 2. Fraqueza muscular 3. Mau alinhamento ósseo 4. Mudança na intensidade 5. Retorno a atividade prematuro, após lesão 6. Posturas ou movimentos descoordenados c. Considerações Clínicas na Inflamação Crônica 1. Inflamação Crônica no Estágio Agudo Repouso Atividades sem carga 2. Metas de Tratamento 2.1 Promover cicatrização; diminuir a dor e inflamação Crioterapia Massagem Repouso 2.2 Eliminar fatores irritantes Educação e aconselhamento sobre biomecânica. Adaptação ambiental 2.3 Manter integridade e mobilidade do tecido Movimentos passivos Massagem Contração isométrica Modalidades de Reabilitação Agentes físicos e modalidades mecânicas Termoterapia É a aplicação terapêutica do calor; envolvem a transferência de energia térmica Existem 5 modalidades: a) Convecção ocorre quando um líquido ou gás passa por qualquer parte do corpo (turbilhão) b) Evaporação ocorre quando há mudança no estado de líquido para gás (spray) c) Conversão ocorre quando uma forma de energia converge para alguma outra forma (ultrassom: gera ondas acústicas pela conversão de energia térmica, elétrica ou magnética, em energia mecânica) d) Radiação ocorre quando há transmissão e absorção de onda eletromagnéticas e) Condução ocorre quando há transferência de calor entre dois objetos que estejam em contato (compressas quentes) Efeitos Fisiológicos da Termoterapia - Dissipação do calor do corpo; - Diminuição do espasmo muscular; - Aumento da permeabilidade capilar; - Aumento da analgesia por meio do hiperestímulo dos receptores dos nervos cutâneos 2. Ultra som Vibrações acústicas inaudíveis ao ouvido humano, de alta frequência que podem gerar efeitos fisiológicos térmicos ou atérmicos nos tecidos biológicos. As ondas ultrassônicas produzem uma ação mecânica vibratória nas células, podendo ter uma frequência de 870 KHz a 1 MHz (ação mais profunda) e 3 MHz (ação mais superficial). Elas podem ser contínuas (possuem 50% de ação mecânica e 50% de ação térmica) ou pulsadas (produzem mais ação mecânica) No ultrassom contínuo, prevalece mais o efeito térmico e no pulsado, o efeito atérmico. Para a frequência de ultrassom de 1MHz recomenda-se a intensidade de 1,5 W/cm² a 2 W/cm² e para a frequencia de 3 MHz recomenda-se a intensidade de 1,5 W/cm² Efeitos do Ultrassom Hiperemia – Vasodilatação Ação antiinflamatória Melhora do retorno venoso e linfático Analgésico Rexaxante Angiogênese: favorece o desenvolvimento de novos capilares, através da ativação de células endoteliais.