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TÍTULO IX 
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA 
 
 
3. Associação Criminosa 
 
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer 
crimes: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se 
houver a participação de criança ou adolescente. 
 
Antigamente denominado crime de quadrilha ou bando, o delito do art. 288 do Código Penal 
passou a ser intitulado associação criminosa. A Lei 12.850/13 - que promoveu a modificação 
– trouxe uma série de novidades, a exemplo da possibilidade de “negociação penal” (no 
direito estadunidense, “plea bargaining”), em seu artigo 4º: “O juiz poderá, a requerimento 
das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de 
liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e 
voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa 
colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados”. 
Contudo, em nossos estudos, veremos somente as alterações ocorridas no art. 288. Pela 
antiga redação, ocorria o crime quando reunidas mais de três pessoas – portanto, quatro ou 
mais. Após o advento da Lei 12.850/13, o número foi reduzido: três ou mais. A alteração 
ocorrida no CP não modifica o disposto no art. 35 da “Lei de Drogas”, que considera 
associação a união de duas ou mais pessoas. Até aqui, não há muito o que se discutir. 
A grande questão surge a partir da inclusão do vocábulo “específico” à redação do 
dispositivo. Vejamos a comparação entre os textos: 
a) texto revogado: “Art. 288. Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, 
para o fim de cometer crimes”; 
b) novo texto: “Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de 
cometer crimes”. 
Com base na atual redação, podemos concluir que só existirá a associação criminosa 
quando os agentes estiverem unidos com o fim ESPECÍFICO de praticar crimes. Sobre o 
assunto, transcrevo a crítica feita pelo prof. Eugênio Pacelli: “Naturalmente, jamais constará 
de qualquer contrato social ou estatuto empresarial a cláusula de objeto social voltado para 
a prática de crimes! Risível, antes de trágica a observação. Pensamos que tal modalidade 
delituosa, quando no âmbito e no interior de atividade empresarial regularmente 
desenvolvida, somente estará presente quando se puder constatar – e provar – que a 
instituição e a origem da empresa teriam o objetivo essencial de mascaramento de práticas 
habituais criminosas”. 
Quanto à pena, não houve modificação: reclusão, de um a três anos, salvo na hipótese de 
organização criminosa, em que a pena mínima é de três e a máxima de oito anos (art. 2º da 
Lei 12.850/13). 
 
LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013. 
Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, 
infrações penais correlatas e o procedimento criminal; altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 (Código Penal); revoga a Lei no 9.034, de 3 de maio de 1995; e dá outras providências. 
 
Diferença entre “Organização Criminosa” e “Associação Criminosa” 
 
Com a entrada em vigor da Lei 12.850/2013 temos que há uma diferença conceitual e 
prática entre a chamada “Organização Criminosa” e a “Associação Criminosa”. 
 
 
 
O § 1º, do art. 1º, da Lei 12.850/2013 prevê e define que: 
 
Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas 
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, 
com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a 
prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que 
sejam de caráter transnacional. 
Já o art. 288 do CP (alterado pela Lei 12.850/2013, art. 24) trata do tipo penal da 
“Associação Criminosa”, onde o mínimo para a sua configuração é de 3 pessoas ou mais e é 
aplicado às infrações penais cujas penas máximas sejam inferiores a 4 (quatro) anos[1]. Ao 
contrário disso, na “Organização Criminosa”, o mínimo é de 4 pessoas ou mais e a aplicação 
é para infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que 
sejam de caráter transnacional. 
 
Além disso, o parágrafo único do art. 288, do CP (alterado pela Lei 12.850/2013, art. 24), 
além da já conhecida associação armada, passou a prever a figura da participação de 
criança ou adolescente para aumento de pena, ao passo que na “Organização Criminosa” o 
aumento da pena ocorre quando: 
 
1. Quando há atuação da organização criminosa com emprego de arma de fogo (art. 2º, 
§ 2º, da Lei 12.850/2013); 
2. Quando há participação de criança ou adolescente; 
3. Quando há concurso de funcionário público - valendo-se a organização criminosa 
dessa condição para a prática de infração penal -; 
4. Se o produto ou proveito da infração penal destinar-se - no todo ou em parte - ao 
exterior; 
5. Se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas 
independentes; e/ou 
6. Se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização (art. 
2º, § 4º, da Lei 12.850/2013). 
 
Ademais, na “Organização Criminosa” há agravante para quem exerce o comando, 
individual ou coletivo da mesma, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução 
(art. 2º, § 3º, da Lei 12.850/2013), ao passo que para a “Associação Criminosa” não há essa 
previsão. 
 
Logo, a diferença entre “Organização Criminosa” e “Associação Criminosa” fica da seguinte 
forma: 
 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 
 
- associação de 4 (quatro) ou mais pessoas; 
 
- a condenação é aplicada a penas máximas superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de 
caráter transnacional; 
 
- há aumento de pena até a metade se na atuação da organização criminosa houver 
emprego de arma de fogo (art. 2º, § 2º, da Lei 12.850/2013); 
 
- há aumento de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços) quando há participação de criança ou 
adolescente; concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa 
condição para a prática de infração penal; se o produto ou proveito da infração penal 
destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; se a organização criminosa mantém conexão 
 
 
com outras organizações criminosas independentes; e/ou se as circunstâncias do fato 
evidenciarem a transnacionalidade da organização; e 
 
- há agravante para quem exerce o comando, individual ou coletivo da mesma, ainda que 
não pratique pessoalmente atos de execução. 
 
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 
 
- associação de 3 ou mais pessoas; 
 
- a condenação é aplicada a penas máximas inferiores a 4 (quatro) anos; e 
 
- há aumento de pena até a metade se a associação é armada ou se houver a participação 
de criança ou adolescente.

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