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Seminário 5

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Seminário 5
Discurso e identidade do professor de língua materna.
Alunos: Ozeías ,Everton e Adriano. Graduandos em letras, português, pela UFCG. 
Objetivo: Problematizar e apontar caminhos para uma (des)construção da subjetividade do professor de língua materna, abordando questões como identidade, subjetividade e realizações do sujeito-professor. Subjetividade esta que se constrói no e pelo outro.
INTRODUÇÃO
A construção da identidade e os processos de identificação
A noção de sujeito e identidade. 
	Nesta construção o sujeito-professor é atravessado por uma multiplicidade de vozes, o que torna esta construção complexa, heterogênea e em constante movimento (Coracini 2003).
	Para a autora, citando Souza (1994, p17) a identidade é o que , em princípio, nos diferencia dos outros (2003, p. 240).
Diferenças entre identidade e sujeito
IDENTIDADE
Liberdade
Diferença
Inconsciente
SUJEITO
Consciente
Humanista
Racional
O sujeito nos vários períodos históricos
O sujeito iluminista
O pensamento de Descartes
Ele vai colocar o sujeito como individual, pensante e consciente. Consebe o sujeito capaz de atingir o conhecimento pela razão e pelo exercício da dúvida.
“Cogito, ergo sum.” – Penso, logo existo.
O pensamento de Freud
Ele refuta este pensamento ao definir a subjetividade como produto de processos psíquicos inconscientes.
AS AUTO REPRESENTAÇÕES DO SUJEITO-PROFESSOR
O professor precisa estar preparado para assumir as múltiplas funções exigidas pelo mundo atual (Silva et al., 1997, p. 57. In Coracini 2003) – pai, mãe, psicólogo, amigo... -, embora perceba as dificuldades que isso acarreta, tendo em vista a sua história de formação.
O HERÓI
Sempre disposto a salvar o aluno não apenas das doenças do intelecto mas também das doenças da alma que se manifestam, no vício da droga, em atitudes de insensibilidade. (Coracini 2003. p. 245)
O VOCACIONADO
Espécie de missionário chamado a educar, vestígio de tempo em que ensinar não era profissão, mas missão.
O ATOR
Tarefa herdada, provavelmente, do papel de animador por causa dos métodos audiovisuais.
A AUTORIDADE
Recebe uma missão, a missão de salvar a juventude das trevas da ignorância – permanecem como desejos ou ideais inatingíveis, atravessados o tempo todo por imagens negativas...de frustração, emergindo da imagem de professor humilhado, incompreendido, desiludido, vítima de uma sociedade injusta e ingrata.
A REPRESENTAÇÃO DO SUJEITO-PROFESSOR POR PARTE DO ALUNO
Aspectos positivos: sábio, amigo, modelo, ser vocacionado, etc.
Aspectos Negativos:
	Mal-educado, insuportável, desocupado (só dá aula, não trabalha), autoritário, etc.
REPRESENTAÇÃO DO SUJEITO-PROFESSOR PELO LIVRO DIDÁTICO
Os livros, supõem, um professor despreparado para exercer sua profissão, incapaz de, sozinho, construir atividades, decidir o quê e como ensinar, um professor reprodutor de conteúdos, despolitizado e ideologicamente neutro. (ibdem. p. 250)
“Ser ou não ser... Professor, eis a questão”
O ser ninguém e o ser alguém.
BASE TEÓRICA
Partindo do ponto que queremos agora construir a identidade do sujeito-professor, analisaremos alguns trechos de redações de professores da rede paulista de educação que deu origem ao livro com as 50 melhores redações “O Professor Escreve a sua História.” Que faz parte da bibliografia consultada. 
IDENTIDADE QUE SE CONSTRÓI
Lima parte do conceito teórico francês da análise do discurso (A.D), interagindo com as ciências sociais e a psicanálise para dizer que este sujeito está em constante movimento. Pode-se dizer que o sujeito trava um embate constante entre o simbólico e o político. É justamente neste sentido que se consiste a identidade: simbólico e político
Essa identificação que se constrói perpassa por uma multiplicidade de atribuições onde este sujeito vive sempre na linha do real e do imaginário. O que Lima (2003) problematiza quando observa esta construção como um jogo entre o dito e o silenciado, o que chamará de “incompletude constitutiva do sujeito-professor.”
AS IMAGENS IDEALIZADAS
“Nos anos 60 o professor ainda era uma figura respeitada e tinha orgulho de sua profissão. (34, 12-13) Pois naqueles anos 60 havia uma adolescente pobre caminhando para o trabalho numa manhã qualquer, pensando como seria bom poder ser alguém na vida, realizar sonhos, participar de coisas que aconteciam.” (34, 4-10)
1 - A idealização do professor do passado.
* Respeito e Orgulho
* Frustração
“Mas pobres, ela bem sabia , ficam sempre vendo as coisas acontecerem... aos outros. Para eles resta a sensação de insignificância, de impotência, de não ser ninguém.”
“Formadas que fomos por Instituto de Educação, o que nos qualificou para o exercício do magistério, tínhamos como bagagem profissional a rigidez na disciplina, a qualidade na aprendizagem e o medo das autoridades. Como aplicar esses ensinamentos aos alunos de hoje? Na prática, que decepção!” (12, 30-34)
2 – Transferência de Desejos
Isso se baseia, segundo a autora, em que o sujeito-professor não podendo externar sua frustração sob pena de se auto-negar, busca transferir para o aluno,isto é, para o “outro”, a realização do papel mais importante na sua constituição como sujeito:
	“Sonha fazer com que seus alunos pobres da periferia tenham a chance de um dia dizer: eu posso!” (34, 53-55)
Ao se colocar como uma adolescente que aspira sonhos o (a) interlocutor (a) mistura frustração e desejo de ascender socialmente. Isto causa neste sujeito a dicotomia sonho-frustração.
		“Tinha quatorze anos e um sonho: ser uma professora de ginásio.” (34, 11)
	O(A) interlocutor(a) atesta a importância do exemplo de vida de um professor. A mesma redação, colocando mais ênfase no discurso faz sobressair do seu relato o crédito na possibilidade de ascensão social.
“Sim, se ele, o professor, enfrentara tantas dificuldades e acabara conseguindo, por que ela não conseguiria? Ah! A indescritível sensação de poder! A vontade de gritar ao mundo: eu também posso ser alguma coisa, posso ser alguém...” (34, 43-46)
Concluindo
O conflito é: o desejo de ser alguém (professor) mas, quando realiza, se frustra por não ascender socialmente. O que Lima (2003) nos mostra é não podendo perder ou negar o desprestígio social ele, o sujeito, não pode admitir de maneira consciente que está frustrado pois, estará “descaracterizando sua própria condição de existência.”
DESAFIOS E SOLUÇÕES
Não adianta apontarmos apenas os problemas e problematizá-los sem contudo não pensarmos nas possíveis soluções. É necessário agirmos, é necessário haver uma intervenção neste processo, não com discursos cheios de técnicas mas com soluções mais simples.
ENTREVISTA COM DUAS EDUCADORAS
Para Joana Cristina, educadora a mais de 15 anos, professora do Ensino Fundamental 1, formada pelo antigo curso de magistério e, cursando pedagogia, falando dos desafios da profissão ela nos diz enfaticamente que: “A relação entre a escola e a família se dá nas categorias de base, quando chega ao fundamental 2, a relação fica mais distante. Os pais aparecem apenas no final de ano e, quando aparecem.” Segundo ela, a escola tenta mas, é um trabalho difícil.
Em relação ao que é aprendido na universidade ou nos cursos de formação, a distância ainda é maior. O discurso fica apenas na teoria não sendo possível muitas vezes ser levado a prática. Já com relação ao relacionamento profissional-empresa, o salário continua em baixa. Como trabalha em uma escola de bairro, a situação ainda é pior. É necessário fazer um acordo e, muitas vezes recebe-se abaixo do salário mínimo.
Para Ana Lídia, coordenadora pedagógica de uma escola, falando sobre a postura do professor-aluno, ela relata que nas turmas na Educação Infantil os professores mantêm o posicionamento de construtores do conhecimento. O método utilizado é o “construtivista”. Segundo ela, “é mais fácil alcançar os objetivos trabalhando como um todo, não apenas com os propostos pela Secretária de Educação mas com os do livro adotado.” Ainda falando sobre o professor como detentor
do saber, ela diz que isso acontece nas turma de fundamental 1 (1º ao 5º ano), é o professor que tenta construir o senso crítico do aluno.
SOLUÇÕES ENCONTRADAS
Ensino
Participação da comunidade
Substituiu o ensino anual pelo semestral em dois períodos. 1º Ciências Humanas e o 2º Ciências da Natureza. Com revisão no semestre seguinte.
As provas são levadas para casa e respondidas no dia seguinte.
RESULTADO
Sétimo lugar no ENEM no Ceará, média 5,3;
Recebimento de vários prêmios e participação de eventos nacionais e internacionais.
Plácido J. Souza, diretor do EE Liceu. Maracanaú, Fortaleza, CE
O sucesso é devido a união de docentes, funcionários e a comunidade.
E. E. Dr. Isaías José Ferreira, Dist. Cruz das Posses, Sertãozinho, São Paulo.
PROBLEMAS
População com baixa-renda, trabalhadores rurais;
Falta de perspectiva passada de pai para filho;
Evasão escolar por causa do corte da cana-de-açúcar.
SOLUÇÕES
Atividades extra-classe com a criação de uma fanfarra;
Projeto lado a lado, que reúne até seis jovens com problemas de aprendizagem;
Taxa de aprovação na casa dos 95%.
Dir. Sidney Roberto Fernandes
BIBLIOGRAFIA
CORACINI, Maria José. (org). Identidade & discurso: (des)construindo subjetividade. Campinas. Editora da UNICAMP. Chapecó. Argos editora universitária. 2003. p. 239 – 283.
LIMA, Regina Célia de Carvalho Paschoal. O professor escreve sua história: uma análise discursiva de modos de identificação do sujeito-professor. Campinas, SP. 2001. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Universidade Estadual de campinas.
SITE:
http://gestaoescolar.abril.com.br/aprendizagem/eu-fiz-deu-certo-423633.shtml. Acesso em 27/07/2014
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO
1 – Segundo Coracini (2003) a problemática da construção de sujeito e identidade perpassa pelos estudos sobre sala de aula e particularmente sobre o professor. Como construirmos essa identidade de sujeito, levando-se em consideração as várias vozes e a realidade pela qual passa o profissional? (sonho e frustração)
2 – Além de problematizar, discutir e avaliar as dificuldades pelas quais passa a profissão docente, como você se colocaria neste período de formação apontando para o futuro dentro da sala de aula? Você se colocaria em:
O super-herói. Solucionador de todos os problemas;
O vocacionado. É meu ministério, meu dever;
O ator. Estou apenas representando;
O ditador. Este é meu mundo
3 – O que levou você a estar inserido no curso de licenciatura e de acordo com o que foi visto e com a realidade da profissão, você está convicto de que é isto que você quer para seu futuro, como você se avalia? Qual tipo de profissional?
a) O super-herói. Solucionador de todos os problemas;
b) O vocacionado. É meu ministério, meu dever;
c) O ator. Estou apenas representando;
d) O ditador. Este é meu mundo

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