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FACULDADE ASSIS GURGACZ EDUARDO FELIPE MANFÉ ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS TIPOS DE CONTENÇÃO DE SOLO USUAIS EM CACAVEL-PR Cascavel - PR 2013 FACULDADE ASSIS GURGACZ EDUARDO FELIPE MANFÉ ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS TIPOS DE CONTENÇÃO DE SOLO USUAIS EM CACAVEL-PR Trabalho apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do Curso de Engenharia Civil, da Faculdade Assis Gurgacz - FAG, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Professor Orientador: Engº. Me. Maycon A. Almeida Cascavel - PR 2013 FACULDADE ASSIS GURGACZ - FAG EDUARDO FELIPE MANFÉ ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS TIPOS DE CONTENÇÃO DE SOLO USUAIS EM CACAVEL-PR Trabalho apresentado no Curso de Engenharia Civil, da FAG, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, sob orientação do Professor (a) Maycon A. Almeida BANCA EXAMINADORA _________________________________________________ Orientador Profº Me. Maycon Andre Almeida Faculdade Assis Gurgacz – FAG Engenheiro Civil _________________________________________________ Orientadora Profa. M. Debora Felten Faculdade Assis Gurgacz – FAG Engenheira Civil _________________________________________________ Professor Guilherme Irineu Venson UNIOESTE Cascavel Engenheiro Civil Cascavel, 01 de Outubro de 2013. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por me iluminar, guiar e tornar esse sonho possível. Aos meus pais, por todo apoio e dedicação, não medindo esforços para que eu conseguisse chegar até aqui. Pela confiança e amor que me fortalece todos os dias. As minhas irmãs Lediane e Mariele por estarem sempre ao meu lado mesmo nos dias difíceis. Agradeço ao minha namorada Rafaela, por ter me acompanhado durante a elaboração deste trabalho, pelo companheirismo, amor e paciência mesmo nos momentos de estresse e por iluminar e tornar meus dias mais felizes. Agradeço a meu orientador Maycon Almeida, por estar sempre presente, pela compreensão e paciência, me auxiliando da melhor forma possível, esclarecendo dúvidas e transmitindo confiança. Agradeço ao Engenheiro João Cardoso, por ter fornecido material e também ajudar em esclarecimento de duvidas. Agradeço também a todos os meus amigos, que de alguma forma contribuíram para esta realização. RESUMO Devido ao grande e rápido crescimento das áreas urbanas e à necessidade cada vez maior de espaço nas edificações para acomodar o crescente aumento da frota de veículos dos brasileiros, este trabalho visa a elaboração de uma análise comparativa entre os aspectos positivos e negativos dos sistemas de contenção mais utilizados em solos argilosos, porosos e lateríticos, característico de Cascavel- PR, além de apresentar o processo executivo de alguns tipos de contenção , dentre os quais destacam-se: contenção composta por estacas escavadas com trado mecânico simples, estacas escavadas com trado mecânico utilizando tirantes e contenção composta por estacas metálicas cravadas com preenchimento por painel pré-moldado de concreto. O principal objetivo deste trabalho foi analisar, comparar e fornecer subsídios para auxiliar na escolha do tipo de contenção a se adotar, de acordo com as necessidades do empreendimento, levando em consideração vários fatores como: tempo de execução, economia e acessibilidade ao local da obra. O trabalho foi realizado em três etapas, revisão da literatura e análise comparativa, elaboração de projetos e orçamento. Na revisão da literatura foi descrevido o processo executivo de cada um dos sistemas, além de compara-los apresentando os pontos positivos e negativos de cada tipo de contenção. Foi elaborado o dimensionamento de cada um dos tipos de contenção, nos quais considerou-se um caso de obra hipotético com três subsolos. Para o dimensionamento foi mantida as mesmas características do solo para os três casos, de forma a se comparar qual das contenções seria ideal para o caso hipotético. O custo geralmente é o fator mais importante na hora da escolha de qual solução a se adotar, mas ressalta-se que existem outros fatores a se analisar, como disponibilidade de equipamento, mão de obra especializada, tempo de execução , acessibilidade ao local da obra e etc. Desta forma foi feito a analise de custo por meio de orçamentos, e para ter uma analise melhor dos resultados foi criado um gráfico de modo a comparar os valores obtidos pelos orçamentos. Já o outro comparativo, foi por analise de uma tabela entre vantagens e desvantagens de cada um dos sistemas, onde abrangeu vários fatores que foram citados acima. Diante destas analises concluiu-se que a contenção composta por estaca metálica cravada com preenchimento em painel pré-moldado de concreto obteve um valor mais viável nos orçamentos em relação aos outros dois tipos, já analisando as vantagens e desvantagens dos principais fatores de viabilidade de execução da obra, esse sistema de contenção destacou-se ao lado da estaca escavada simples, pois obtiveram mais vantagens em relação aos outros tipos de contenções. Desta forma chegou-se a conclusão que para o caso de obra hipotético do trabalho, a solução adequada seria a contenção de estaca metálica cravada com preenchimento em painel pré-moldado de concreto, pois obteve mais vantagens e menor custo quando comparadas a estaca escavada simples e estaca escavada simples com atirantamento. Palavras-chave: Estaca cortina escavada, estaca cortina metálica cravada e tirantes. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Tipos de empuxos............................................................................................. 16 Figura 2 - Cortina de estaca escavada............................................................................. 18 Figura 3 - Trado escavado mecânico em caminhão munck ......................................... 18 Figura 4 - Trado escavado mecânico em chassi e escavado mecânico em caminhão ................................................................................................................................................. 19 Figura 5 – Armadura Viga de coroamento, intermédio e estacas................................ 21 Figura 6 – Vista parcial cortina escavada 3 subsolos .................................................... 22 Figura 7 - Cortina atirantada com níveis de ancoragem................................................ 23 Figura 8 - Partes construtivas do tirante .......................................................................... 23 Figura 9 - Corte transversal da armadura de ancoragem ............................................. 24 Figura 10 - Perfil metálico cravado com preenchimento com painel pré-moldado de concreto .................................................................................................................................. 28 Figura 11 - Concretagem da seção transversal .............................................................. 30 Figura 12 – Corte do solo ................................................................................................... 32 Figura 13 – Pré-dimensionamento estaca escavacom atirantamento ....................... 39 Figura 14 – Pré-dimensionamento estaca metálica com preenchimento com painel ................................................................................................................................................. 42 Figura 15 – Detalhe em planta perfil laminado e placa pré-moldada de concreto .... 42 Figura 16 – Custo por obra de contenção........................................................................ 47 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Coeficiente de empuxo .................................................................................... 15 Tabela 2 - Parametros geotécnicos adotados ................................................................. 34 Tabela 3 - Dados Cortina Escavada simples .............................................................37 Tabela 4 - Planilha orçamentaria estaca escavada simples.......................................38 Tabela 5 - Dados Cortina Escavada com atirantamento ................................................40 Tabela 6 - Planilha orçamentaria de estaca escavada com atirantamento.................41 Tabela 7 - Dados de dimensionamento cortina de estaca metálica com preenchimento em painel pré-moldado ............................................................................. 44 Tabela 8 - Planilha orçamentaria estaca cravada metálica com preenchimento em painel pré-moldado em concreto.................................................................................44 Tabela 9 - Analise comparativa entre as vantagens e desvantagens dos sistemas . 45 Tabela 10 - Características das contenções dimensionadas......................................46 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS DETRAN - Departamento de Trânsito do Paraná PR – Paraná NBR – Norma Brasileira Pa – Pascal N – Newton C’ - Coesão E’- Modulo de Elasticidade V- Coefieciente de Poisson γ - Peso específico Ø‘ - Ângulo de Atrito SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12 1.1 OBJETIVOS .................................................................................................................... 13 1.1.1 Objetivo geral............................................................................................................... 13 1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 13 1.2 JUSTIFICATIVA.............................................................................................................. 13 1.3 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA ....................................................................... 14 1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ................................................................................... 14 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 15 2.1 SOLO................................................................................................................................ 15 2.2 ESTACAS ESCAVADAS COM TRADO MECÂNICO SIMPLES............................ 17 2.2.1 Processo Executivo .................................................................................................... 18 2.2.2 Vantagens e Desvantagens ...................................................................................... 20 2.2.3 Viga de coroamento e de Solidarização intermédia .............................................. 20 2.3 ESTACAS ESCAVADAS MECANICAMENTE COM ATIRANTAMENTO ............ 22 2.3.1 Tirantes ......................................................................................................................... 22 2.3.2 Metodologia Executiva ............................................................................................... 24 2.3.2.1 Perfuração ................................................................................................................ 24 2.3.2.2 Instalação dos Tirantes........................................................................................... 25 2.3.2.3 Injeção de calda de cimento .................................................................................. 25 2.3.2.4 Protensão .................................................................................................................. 25 2.3.2.5 Incorporação............................................................................................................. 26 2.3.2.6 Proteção da cabeça ................................................................................................ 26 2.3.3 Vantagens e Desvantagens ...................................................................................... 26 2.4 ESTACAS METÁLICAS CRAVADAS COM PREENCHIMENTO POR PAINEL PRÉ-MOLDADO DE CONCRETO ..................................................................................... 27 2.4.1 Processo Executivo .................................................................................................... 28 2.4.2 Vantagens e Desvantagens ...................................................................................... 30 2.5 EXECUÇÃO DE ESCAVAÇÕES ................................................................................. 31 3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 33 3.1 REVISÃO DA LITERATURA E ANALISE COMPARATIVA .................................... 33 3.2 ELABORAÇÃO DE PROJETO .................................................................................... 33 3.3 ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTOS........................................................................... 35 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................... 36 4.1 ESTACAS ESCAVADAS COM TRADO MECÂNICO SIMPLES............................ 36 4.2 ESTACAS ESCAVADAS MECANICAMENTE COM ATIRANTAMENTO ............ 39 4.3 ESTACAS METÁLICAS CRAVADAS COM PREENCHIMENTO POR PAINEL PRÉ-MOLDADO DE CONCRETO ..................................................................................... 42 4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................. 45 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 48 6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ......................................................... 50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 51 ANEXOS ................................................................................................................................ 53 12 1 INTRODUÇÃO O grande e intenso crescimento nos centros urbanos e o crescente aumento da frota brasileira de veículos no estado do Paraná, que, segundo Detran, foi de 57,67% nos últimos 6 anos (2007-2013), traz a necessidade de escavações para obras subterrâneas, com a finalidade de acomodar esses automóveis, podendo ser utilizado o pavimento térreo como edificação de moradia ou comercial. As obras subterrâneas devem ser conduzidas de forma controlada e correta, utilizando algum método de estrutura de contenção, para que se possa prover a estabilidade de maciços de terra ou rochas.Devido à sobrecarga, as edificações vizinhas devem ser estudadas e consideradas no projeto, para que não sofram abalos em sua estrutura, desmoronamento ou algum outro tipo de acidente ou tragédia. É de suma importância para o engenheiro conhecer o solo em que vai trabalhar, pois o mesmo é um material variável e complexo. Também deve-se frisar que o comportamento do solo não pode ser previsto com o mesmo grau de certeza comparado a outros materiais como aço, concreto, etc. Quando algum tipo de movimentação no solo é realizado, como escavação, corte ou aterro, são gerados empuxos ou tensões, que são consequências da alteração de equilíbrio do maciço. Esses esforços devem ser contidos por algum tipo de estrutura de contenção. O presente trabalho analisou, comparou e descreveu o processo executivo de alguns tipos de estruturas de contenção, de modo a fornecer subsídios para uma escolha correta e adequada de acordo com as necessidades da obra. A composição de custos de preço unitário de cada um dos três tipos de sistema de contenção utilizados na região de Cascavel-PR será analisada com base no projeto da obra "A": contenção composta por estacas escavadas com trado mecânico simples, estacas escavadas com trado mecânico utilizando tirantes e contenção composta por estacas metálicas cravadas com preenchimento por painel pré-moldado de concreto. 13 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo geral O trabalho teve a finalidade de analisar, comparar e fornecer subsídios para auxiliar na escolha do tipo de contenção adequada conforme as necessidades do empreendimento, levando em consideração o tempo de execução, economia e acessibilidade ao local da obra. 1.1.2 Objetivos Específicos Analisar vantagens e desvantagens de cada tipo de contenção; Dimensionar os sistemas de contenção para o caso hipotético. Determinar a composição de preço unitário de material para cada um dos sistemas. 1.2 JUSTIFICATIVA Devido ao grande e rápido crescimento dos centros urbanos e aumento da frota brasileira de veículos, faz-se necessário que haja cada vez mais espaço nas edificações para acomodar os mesmos. Junto a essa necessidade, encontra-se nas escavações profundas para subsolo, uma solução frequentemente usada para esse fim. Por conta das escavações podem ocorrer acidentes naturais, decorrentes de chuvas intensas, inesperadas e violentamente rápidas, sendo impossível ter uma prevenção perfeita, mas é possível diminuir a sua faixa de atuação, evitando perda de materiais e de vida humana. Essa prevenção é feita por algum tipo de estrutura de contenção, que tem como propósito promover a estabilidade de maciços de terra ou rochas, fornecendo suporte para impedir a ruptura ou escorregamentos. Para a definição do tipo de contenção a ser utilizado, é necessário analisar uma série de fatores como disponibilidade de equipamentos, tempo de execução, custo, acessibilidade do equipamento ao local da obra além de profundo conhecimento do solo a se conter. A comparação entre os aspectos positivos e negativos dos tipos de 14 contenção e o estudo do método de execução de cada tipo são meios eficazes para uma escolha adequada, sempre considerando os fatores citados anteriormente. O presente trabalho visou atender, de forma breve, aos pesquisadores e profissionais da construção civil que necessitem de uma fonte rápida de pesquisa de comparação entre alguns tipos de obras de contenção, levando em consideração os custos e os benefícios causados, bem como ambiente ocupado e o período de execução, com a finalidade de apresentar a proposta mais econômica e viável à determinada situação, servindo como base teórica para a possível escolha. 1.3 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA As escavações para obras de subsolos estão sendo cada vez mais realizadas, em consequência disso, a condição de equilíbrio do solo é alterada, tornando-se necessário a utilização de algum tipo de estrutura de contenção com a finalidade de se conter os esforços gerados pelo solo. 1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA O presente trabalho irá comparar os pontos positivos e negativos dos sistemas de contenção geralmente utilizados em solos argilosos, porosos e lateríticos, característicos da cidade de Cascavel-PR Para tanto, foram analisados os seguintes sistemas: sistema de contenção composta por estacas escavadas com trado mecânico simples, estacas escavadas com trado mecânico utilizando tirantes e contenção composta por estacas metálicas cravadas com preenchimento por painel pré-moldado de concreto. Na sequência, foi apresentado o processo executivo de cada um dos sistemas citados acima de modo a fornecer subsidio para uma execução correta. O trabalho expôs análises e comparativos a fim de fornecer subsídios para auxiliar na escolha do tipo de contenção a se adotar de acordo com as necessidades da obra. 15 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 SOLO Segundo Pinto (1998), todo projeto de fundações e contenções contempla a carga aplicada pela obra e a resposta do solo a essas solicitações. Em decorrência de tais solicitações, o engenheiro deve estudar o solo, pois cada região pode apresentar um tipo de solo, constituído por um material heterogêneo, sendo que suas propriedades e características variam ao longo da mesma camada e principalmente com a profundidade. Por ser variável e complexo, é de suma importância o conhecimento do meio físico chamado "solo" em que se vai trabalhar. É extremamente necessário levar em conta o comportamento do solo, sabendo que não há como prever suas ações com o mesmo grau de certeza dos demais materiais de construção como aço, concreto, madeira etc. Quando o solo é submetido à solicitações externas, por meio de carregamentos ou descarregamentos (escavações), as tensões no seu interior se alteram, assim o solo se deforma devido a fatores como a compressão das partículas, grãos que podem se quebrar, partículas que podem escorregar entre si e se rearranjar. O projeto de contenção implica no conhecimento do solo para a determinação do tipo de estrutura indicado para sua contenção. A investigação do subsolo é necessária para a definição correta do tipo de contenção, pois deve-se identificar a natureza das camadas, sua resistência, permeabilidade, presença da água e presença de obstruções como matacões. Além da investigação, é necessário o conhecimento dos tipos de forças e ações do solo, denominados Empuxo. O Empuxo é definido pela ação horizontal exercida por um maciço de solo sobre as obras em contato com ele (Caputo, 1987). Com a determinação dos esforços horizontais e verticais podemos definir o coeficiente k, que é o coeficiente de empuxo, que varia de solo para solo (areias, argilas) conforme a tabela 1 : Tabela 1 – Coeficiente de empuxo SOLO K0 Argilas 0 a 1,0 Areias 0,4 a 0,8 Solos compactados 0,5 a 1,0 fonte: (M.VARGAS,1977) 16 A determinação do valor do empuxo é indispensável para a análise e o projeto de contenção. Existem três tipos de empuxo que estão representados na Figura 1: Empuxo Passivo (Kp): É a pressão limite exercida entre o solo e o muro produzido quando a tendência é a movimentação no sentido de comprimir o solo horizontalmente, ou seja, haverá deformação no muro e aumento na tensão horizontal (a estrutura se desloca contra o terrapleno). Empuxo Ativo (Ka):: É a pressão limite entre o solo e o muro produzido quando a tendência é a movimentação no sentido de expandir o solo horizontalmente, ou seja, haverá deformação no muro e decréscimo na tensão horizontal(a estrutura se descola para fora do terrapleno). Empuxo em repouso (K0): Não há nenhuma deformação e nenhuma mudança nas tensões horizontais, ou seja, existe um equilíbrio perfeito em que o maciço de solo se mantém estável. Figura 1 – Tipos de empuxos (fonte: Pinto, 1998) . Segundo Pinto (1998), os métodos de cálculo de empuxo como o de Rankine e de Coulomb referem-se apenas ao retroaterro sobre o muro, o qual é considerado perfeitamente drenante. No caso em que o muro é impermeável ou está com problema no sistema de drenagem, com a ocorrência de chuvas intensas pode ocorrer elevação do nível de água no retroaterro, nesses casos, o muro passa a suportar também o empuxo hidrostático devido à presença da água. O efeito de empuxo provocado pela água do retroaterro sobre o muro é sempre o contrário da estabilidade, para a pior situação, pode-se considerar um 17 muro totalmente impermeável com o nível d'água na superfície do retroaterro, assim o valor do empuxo ativo total (solo + água) atuando sobre o muro, pode ser muito superior ao caso de um muro permeável com nível d'água profundo, portanto, é de fundamental importância que as estruturas de contenção sejam dotadas de drenagem adequada, com vistorias frequentes, porque se forem dimensionadas como permeáveis e estarem impermeáveis (sem sistema de drenagem ou este sistema estar com algum tipo de defeito), o muro não vai suportar os esforços solicitados pela água e o solo. 2.2 ESTACAS ESCAVADAS COM TRADO MECÂNICO SIMPLES As estacas escavadas com trado mecânico são estacas moldadas in loco por meio de concretagem de um furo escavado mecanicamente pela introdução e rotação do trado helicoidal. Em sua execução, uma vez atingida a profundidade prevista, somente se faz a limpeza do fundo, quando são utilizados diâmetros superiores a 70cm. Para contenção, é comum utilizar diâmetros variando de 30 a 50cm normalmente, não é feita a limpeza. A concretagem é feita com o concreto lançado da superfície do terreno com auxílio de um funil. A norma NBR 6122 (2010) prescreve que o concreto deve apresentar Fck de pelo menos 20 Mpa, ter um consumo mínimo de cimento de 300kg/m³ e apresentar um abatimento mínimo de 8cm para estacas não armadas e 12cm para estavas armadas. A armadura utilizada atende a ligação com o bloco de coroamento e, se necessário, pode ter o comprimento da estaca e resistir a outros esforços das estruturas (VELOSO, 2010). Em casos de estacas para contenção, deve-se armar em toda extensão, devido aos esforços de momento fletor atuantes oriundos de sua utilização. A Figura 2 apresenta uma contenção de estaca escavada simples. 18 Figura 2 - Cortina de estaca escavada (fonte: autor,2013) 2.2.1 Processo Executivo O equipamento de perfuração pode vir acoplado a caminhões ou montados sobre chassi metálico, tendo uma grande versatilidade, pois o trado acoplado a um caminhão munck conforme Figura 3 pode atingir até 6m de profundidade com diâmetros de 0,20 a 0,30m, o que não é recomendado para contenção porque apresenta o problema de manter o equipamento em prumo. Figura 3 - Trado escavado mecânico em caminhão munck (fonte: autor, 2013) Para profundidades medianas, existe o trado montado em chassis metálico, conforme Figura 4, para perfurações com diâmetro de 0,25 a 0,50m podendo atingir até 10m de profundidade, já para profundidades maiores, existe o trado acoplado a caminhão para diâmetros de até 1,5m, conforme Figura 4, e profundidades de até 19 27m.Assim, de acordo com projeto e disponibilidade do equipamento, usa-se o ideal para a execução (FALCONI, 1998). Figura 4 - Trado escavado mecânico em chassi e escavado mecânico em caminhão (fonte: autor, 2013) Após direcionar o equipamento até o local da perfuração, a ponta do trado é nivelada e posicionada sobre o piquete de locação, iniciando-se a perfuração. Pelo fato de a haste de perfuração ser telescópica (apenas um trecho da haste é helicoidal), não é possível fazer a perfuração total (até a cota desejada) apenas de uma vez, então, é necessário fazer a perfuração de metro em metro, retirando-se a haste e, com auxílio de ajudantes, o solo é retirado ao redor as lâminas. Esse processo é repetido várias vezes, até que se alcance a cota desejada em projeto. Atingida a cota prevista em projeto, coloca-se a armação presa à superfície, de acordo com a cota de arrasamento da estaca, verificando a centralização da ferragem e seu posicionamento em relação a cota de arrasamento. É ideal concretar a estaca no mesmo dia da escavação, utilizando um funil que tenha comprimento mínimo de 1,5m. Caso a estaca não seja concretada imediatamente após a perfuração, a escavação deve ser protegida por uma tampa de material resistente e impermeável para evitar a entrada de solo, água, lama etc. (ABEF, 2004). 20 2.2.2 Vantagens e Desvantagens Vantagens A estaca escavada apresenta uma série de vantagens, como por exemplo, não causa vibração ao terreno, temos o conhecimento imediato e real de todas as camadas atravessadas durante a escavação, não há necessidade de espaço para se depositar os materiais, visto que é moldada in loco. Outro aspecto relevante é que, além de ter um custo baixo em comparação aos outros tipos de contenção, possui grande disponibilidade de equipamento no mercado, e, por ser moldada in loco, pode ser moldada com as dimensões conforme necessidade da obra (SAES, 1998). Desvantagens Esse tipo de contenção é definitivo, pode ser executada apenas acima do lençol freático, não pode ser executada em locais que existam matacões por não ter capacidade de atravessá-los. Comparada a uma estaca pré-fabricada, pode-se não ter garantia de dimensões porque nem sempre tem-se o controle do traço do concreto. Um fator que deve ser levado em consideração é a necessidade do empreendimento, por exemplo, em casos em que a estrutura de contenção ficará exposta ao público, a estaca escavada pode não se tornar viável, pois após a escavação do solo, ela necessita de acabamento (fechamento em alvenaria, concreto projetado)(SAES,1998). 2.2.3 Viga de coroamento e de Solidarização intermédia A viga de coroamento tem como principal finalidade a distribuição dos esforços ao longo das estacas que compõe a cortina, podendo também servir de apoio de ancoragens. Normalmente, a viga de coroamento em obras definitivas é feita em concreto armado, e no caso de provisórias, em perfil metálico (MATOS, 2010). 21 Esse elemento estrutural é aplicado no topo das estacas, devido ao carregamento no sentido horizontal. Possuem normalmente grandes dimensões, com concentração das armaduras em suas faces laterais conforme ilustra a figura 5. Figura 5 – Armadura Viga de coroamento, intermédio e estacas (fonte: autor, 2013) A viga de solidarização intermédia tem a mesma função da viga de coroamento, mas é executada em níveis intermediários de três em três metros. Segundo Matos (2010), são utilizadas em obras com grande profundidade de escavação e dependendo da profundidade a ser escavada, o sistema pode ser constituído por uma ou mais vigas intermédias, que juntas fornecerão a estabilidade necessária para o sistema. Abaixo um exemplo de uma contenção de estaca escavada com 3 subsolos (Figura 6). 22 Figura 6 – Vista parcial cortina escavada 3 subsolos (Fonte: autor,2013) 2.3 ESTACAS ESCAVADAS MECANICAMENTE COM ATIRANTAMENTO 2.3.1 Tirantes Os tirantes podem ter ligações diretamente às estacase também entre as estacas. Nessa última solução, os esforços transmitidos às estacas são distribuídos através de viga de coroamento, ou da viga de solidarização de intermédio. O método utilizando vigas para distribuição da carga, apesar de ter um custo superior em comparação ao ancorado diretamente nas estacas, é mais prático e correntemente utilizado em obra. Os tirantes podem ser posicionados no topo da cortina e, quando previstos, em um ou mais níveis intermédios, como mostra Figura 7 (MEIRELES, 2006). 23 Figura 7 - Cortina atirantada com níveis de ancoragem (fonte: MEIRELES, 2006) Tirante é um elemento linear capaz de transmitir esforços de tração entre as suas extremidades: a extremidade que fica fora do terreno é a cabeça e a extremidade que fica enterrada é conhecida por trecho ancorado e designada por comprimento ou bulbo de ancoragem. O trecho que liga a cabeça ao bulbo é conhecido por trecho livre ou comprimento livre (YASSUDA, 1998). Para uma melhor análise de um tirante, a figura 8 demonstra suas partes construtivas: Figura 8 - Partes construtivas do tirante (fonte: SANTA, 2010) A cabeça normalmente escora ou suporta uma estrutura e é em geral constituída por peças metálicas que possuem detalhes particulares para prender o elemento tracionado, tais como porcas, clavetes, botões ou cunhas (Figura 8). 24 O bulbo de ancoragem, na grande maioria das vezes, é constituído por calda de cimento, que adere ao aço e ao solo. No trecho livre, o aço deve estar livre de cimento, ou seja, não deve haver aderência do aço à calda. Para tanto é prática usual se revestir o aço com material que o isole da calda, tal como graxa, tubo ou mangueira de plástico, bandagem de material flexível etc (Figura 9). Para efeito da Norma Brasileira (NBR 5629, 1996), o tirante não pode ter um trecho livre com comprimento inferior a 3,00m (YASSUDA, 1998). Figura 9 - Corte transversal da armadura de ancoragem (fonte: SANTA, 2010) 2.3.2 Metodologia Executiva 2.3.2.1 Perfuração Antes de iniciar o processo de perfuração é necessário adotar uma série de procedimentos para que haja uma execução correta. Para isso, é de suma importância que alguns fatores sejam considerados: a conferência de uma locação adequada, nivelamento perfeito do terreno para a instalação e ancoragens do equipamento, a determinação exata da direção da perfuração, a verificação da estanqueidade de toda obra rede de alimentação de água etc. Dispondo dos equipamentos perfeitamente instalados, e, tendo o operador recebido instruções e informações quanto as características do furo, inicia-se a perfuração. (DIAS, 1998) 25 2.3.2.2 Instalação dos Tirantes Após o término da perfuração e limpeza do furo feita pelo operador, terá início a introdução do tirante no interior da perfuração, devendo ser cuidadosa, para evitar qualquer tipo de dano ao tirante, seja por flexão excessiva ou atrito contra as paredes do furo. (DIAS, 1998) 2.3.2.3 Injeção de calda de cimento Imediatamente após o término da instalação do tirante, terá início a fase de injeção denominada "bainha", e que consistirá no preenchimento do furo com calda de cimento, sem desenvolvimento de pressão. A injeção inicia-se com a introdução de uma coluna de hastes com obturador simples, no interior dos tubos de injeção do tirante. Através do obturador faz-se com que a água circule para a remoção de eventuais detritos. Em seguida, faz-se a injeção de calda de cimento, até que verta através da boca do furo, após um intervalo de tempo, não maior que duas horas, faz-se a limpeza do tubo de injeção do tirante até se complete a remoção do cimento alojado no interior do mesmo. Observando um intervalo de tempo mínimo de dez horas após a aplicação da bainha, pode-se iniciar a fase de injeção com pressão controlada conhecida como injeção primária. Os volumes e pressões de injeção serão aqueles que garantam a perfeita ancoragem do trecho fixo do tirante ao local. Nos casos em que as pressões de injeção não alcancem valores considerados satisfatórios, haverá necessidade de aplicação de outras fases (secundária, terciária), até atingir a pressão adequada para a injeção (YASSUDA, 1998). 2.3.2.4 Protensão De acordo com a Norma Brasileira (NBR 5629), todos os tirantes de uma obra devem ser submetidos a ensaios de protensão. A protensão do tirante geralmente é feita através de um conjunto de macaco hidráulico, bomba e manômetro. Segundo a norma 5629(1996), 10% dos tirantes de obra, aleatoriamente escolhidos, devem ser testados até a carga máxima: 175% e 150% da carga de trabalho, podendo ser permanentes ou provisórios, sendo que o restante deve ser testado, respectivamente a 140% e 120% . 26 2.3.2.5 Incorporação A incorporação do tirante à estrutura, somente pode ser procedida de forma definitiva após a constatação do bom desempenho do mesmo através do ensaio de recebimento. A incorporação provisória deve ser procedida imediatamente após atingirem condições estruturais para tal. A incorporação será feita através do encunhamento final, das cordoalhas devidamente tensionadas, junto ao aparelho de apoio da cabeça do tirante. Dessa forma, a carga aplicada pelo macaco se transferirá definitivamente para a contenção (YASSUDA, 1998). 2.3.2.6 Proteção da cabeça A parte mais sensível de uma ancoragem está na cabeça e nas extremidades do tirante devido à ação das intempéries. É necessário, após a incorporação, proceder a limpeza das partes metálicas e fazer a aplicação de tintas à base de epóxi. Também pode-se executar uma capa de argamassa forte de cimento e areia de forma a garantir um recobrimento de pelo menos 2cm de todas as partes metálicas. No caso de tirantes definitivos, é recomendável a utilização de um tubo adicional de PVC e incorporado à estrutura, esse tubo deve ser preenchido com calda de cimento (YASSUDA,1998). 2.3.3 Vantagens e Desvantagens Vantagens Redução das estruturas de contenção devido ao reforço empreendido pelo tirante; Possibilidade de executar escavações de grandes dimensões (3 subsolos em diante) devido à adoção de mais de uma linha de tirantes para reforço (YASSUDA, 1998) Simplicidade construtiva, pois a carga de reação deriva do interior do maciço de solo e os elementos estruturais usados são simples (fios, cordoalhas, chapas de aço, porcas, parafusos) e de fácil manuseio o que o torna o canteiro de obras bastante desimpedido, quando comparado a outros tipos 27 de recursos como pesadas longarinas, estroncas, contraventamentos, após intermediários, etc. Tirantes são autoportantes, não necessitando de estudos detalhados de fundação, como no caso da construção de contenções com muros de arrimo convencionais. Tirantes são funcionais pois trabalham ativamente devido a protensão, isto significa que podem suportar esforços com um mínimo de deslocamentos da estrutura, em oposição as outras soluções convencionais que necessitam de uma movimentação para a contenção começar a funcionar. Todos os tirantes são ensaiados individualmente (ensaios de recebimento) o que representa uma garantia de quantidade de 100% dos elementos construídos em relação á capacidade de carga. Menor impacto ambiental em comparação com outras técnicas de contenção. Não necessita de nenhuma base estrutura.(Santa, 2010) Desvantagens Pelo fato de que geralmente os tirantes são executados invadindo o terreno vizinho, é necessário uma autorização dos vizinhos para a execução dotirante definitivo; Processo executivo lento e que demanda mão-de-obra especializada; Preço relativamente alto para execução do serviço (YASSUDA,1998). Não convém utilizar pregagens quando temos um nível freático elevado, e as aguas escoem para a plataforma de trabalho deixando-a sem condições para trabalhar. Execução de pregagens requer pessoal e equipamento especializado (Santa, 2010) . 2.4 ESTACAS METÁLICAS CRAVADAS COM PREENCHIMENTO POR PAINEL PRÉ-MOLDADO DE CONCRETO Neste tipo de estrutura de contenção, as estacas metálicas tem papel preponderante em função da facilidade de cravação, de sua resistência e da 28 versatilidade de integração com elementos construtivos complementares, como preenchimento com painel de pré-moldado de concreto como mostra a Figura 10. Figura 10 - Perfil metálico cravado com preenchimento com painel pré-moldado de concreto (fonte: autor,2013) Estacas metálicas cravadas com preenchimento em painel de concreto são escoramentos constituídos por perfis Verticais "I" de aço, cravados ao longo dos planos das faces laterais antes do início da escavação. A cravação é feita até atingir uma determinada profundidade que possa ser contida pelos perfis verticais. As pranchas horizontais de concreto recebem o empuxo do terreno e o transmitem às abas dos perfis verticais. É necessário alguns cuidados especiais, como por exemplo, as pranchas devem sempre manter contato íntimo com o maciço arrimado, para evitar vazios e deslocamentos do maciço, caso não houver esse contato, consequentemente, haverá abatimento no terreno do vizinho. (RANZINI, 1998). 2.4.1 Processo Executivo Segundo Abef (2004), antes de executar a obra, é preciso estabelecer diretrizes básicas de execução, verificação e avaliação de fundações profundas com estacas metálicas conforme resistências em projeto. O processo executivo para execução do sistema de contenção em estacas metálicas, com preenchimento de placas pré-moldadas de concreto é comentado a seguir. 29 Antes de iniciar a cravação é necessário fazer algumas conferências, como dispor de pontos de energia, verificar a topografia do terreno para movimentação dos equipamentos, dispor de espaço adequado e estrategicamente designado para estocagem dos materiais, levando em conta a movimentação do bate estacas e o içamento dos elementos a serem cravados, tomar ciência da situação das construções vizinhas, notificando as alterações preexistentes e analisando possíveis consequências que os trabalhos possam ocasionar às mesmas, e, por fim, definir a melhor sequência executiva das estacas a serem cravadas, visando otimizar a produtividade. Após a conferência das verificações, inicia-se processo para a cravação das estacas. Deslocando o bate estacas até a marcação da estaca, faz-se o içamento da peça colocando-a em prumo e verificando sua inclinação em dois planos perpendiculares. Após o ajustamento da peça, inicia-se os golpes do martelo, medindo-se as negas e repiques de acordo com o estabelecido em projeto, e, caso haja necessidade, realiza-se a emenda do perfil, que deve seguir o modelo de cada perfil conforme especificado em projeto (dimensões das talas, tipo de eletrodo e comprimento de cordões de solda). A conferência da inclinação deve ser feita durante a cravação, admitindo-se desvios de até 1%. Uma vez cravados os perfis metálicos, a terra é retirada por meio de escavação, assim faz-se o preenchimento entre os perfis com placas pré-moldadas de concreto duplas e paralelas, unidas por armação treliçada de altura variável. As placas são encaixadas nas almas desses perfis, sendo colocadas sobrepostas umas às outras, alinhadas e aprumadas, formando-se entre elas um vazio continuo transversal, onde é introduzida a ferragem com posterior concretagem como mostra a Figura 11. Após a concretagem e o tempo de cura do concreto, acaba se formando um conjunto rígido. 30 Figura 11 - Concretagem da seção transversal (fonte: autor, 2013) 2.4.2 Vantagens e Desvantagens Vantagens Fabricação das estruturas com precisão milimétrica, possibilitando um alto controle de qualidade do produto acabado; Garantia nas dimensões e propriedades do material; Possibilidade de execução de obras mais rápidas e limpas, devido ao fato de ser um material pré-fabricado, chegando à obra pronto para cravação; Baixo nível de vibração durante sua cravação (LOPES, 2010); Possibilidade de cravação em solos de difícil transposição, como por exemplo, argilas rijas a duras, pedregulhos; Baixo impacto ao meio ambiente, devido a não haver necessidade de transporte do material para um bota fora, nem a utilização de lama bentonítica; Devido ao perfil pré-moldado ser preenchido com um painel de concreto pré- moldado, em casos de estacionamento de subsolo, não é necessário nenhum tipo de acabamento, pois o painel pré-moldado e o perfil metálico podem ficar 31 como acabamento final. Deste modo, tem-se uma execução ainda mais rápida da obra; Eliminação de fôrmas de escoramentos (RANZINI, 1998). Desvantagens Limitação de execução em fábrica, em função do transporte até o local; Dificuldade de transporte devido ao seu peso e suas grandes dimensões; Uso de guindastes para descarga dos perfis; Dispor de espaço adequado e estrategicamente designado para estocagem dos materiais (RANZINI, 1998); Dispor de espaço adequado para o içamento dos perfis metálicos; Em casos onde o perfil não for completamente enterrado, ele precisa de tratamento a base de resina epóxi (LOPES, 2010). 2.5 EXECUÇÃO DE ESCAVAÇÕES Segundo Martins (2006), a execução da escavação é um processo que pode ser efetuado faseadamente, à medida que vão se executando a viga de solidarização, intermédia e ancoragens, ou mesmo de uma vez só, caso os processos não sejam necessários. A primeira fase da escavação, no intradorso da cortina, é até cerca de 0,60m de profundidade, contado o nível de trabalho para a execução do saneamento das cabeças das estacas, da viga de coroamento e do primeiro nível de ancoragem caso existam. A segunda fase de escavação, também no intradorso da cortina, é até o nível da viga de intermédio e do segundo nível de ancoragem. O terceiro nível de escavação é feito até o nível inferior previsto para escavação. Caso haja mais vigas de intermédio, a escavação vai de viga em viga, até que chegue o ponto de viga e cota desejada de escavação. Abaixo uma ilustração (Figura 12) do modo correto a se fazer o corte do terreno para casos de estacas escavadas sem atirantamento. 32 Figura 12 – Corte do solo (Fonte: autor, 2013) 33 3 METODOLOGIA O trabalho realizado foi desenvolvido em três etapas principais: revisão da literatura e analise comparativa, elaboração de projetos e orçamentos. 3.1 REVISÃO DA LITERATURA E ANALISE COMPARATIVA Este trabalho apresenta alguns tipos de sistema de contenção mais utilizados em solos argilosos, porosos e lateriticos, caracteristicos do interior do Paraná, descrevendo suas metodologias de projeto e execução. Esta etapa também é importante para o entendimento dos esforços gerados pelo solo devido a sua movimentação e quando submetido à solicitações externas. A análise comparativa foi feita levando-se em consideracão alguns fatores como tempo de execução e custo. Embora os custos relativos sejam determinantes para a escolha da contenção a se utilizar, deve-se relevar outros fatores como otempo de execução, demanda de áreas e necessidade de escavações. No projeto “A” no qual foi feito o comparativo, existe a condição de que se execute qualquer um dos tipos de contenção citados, será verificado qual sistema ficará mais viável, considerando tempo de execução e custo. 3.2 ELABORAÇÃO DE PROJETO Nesta etapa foi elaborado um projeto de uma obra de contenção “A” de um caso hipotético que terão três subsolos, levando em conta as singularidades de sua execução, os projetos serão dimensionados com o auxilio do programa CYPECAD2012® que faz a análise de estabilidade de taludes pelo método de equilíbrio limite, também conhecido como metodo das fatias, assim podendo utilizar uma grande variedade de modelos de solo, condições de pressão e geometria de superfície deslizante e a realização da verificação do diâmetro da cortina, das armaduras e do espaçamento entre elas, pela norma NBR 6118:2003. Foram realizados pré-dimensionamentos das seguintes estruturas: - Estaca escavada simples - Estaca escavada com atirantamento 34 - Estaca metálica cravada com preenchimento com painel pré-moldado de concreto Conforme NBR 11682:2006, os projetos de conteção devem suportar além das cargas derivadas do solo, uma sobrecarga acidental de 20kPa uniformemente distribuída sobre o terreno. Foi considerada uma situação de um talude de altura de 9 metros, levando em consideração as caracterisicas do solo de Cascavel -PR conforme ilustra o Tabela 02. Os dados geotécnicos adotados para a simulação da situação fictícia do solo com três subsolos foram retirados de uma sondagem realizada em Cascavel-PR (Anexo 4 ). Como pode ser visto na Tabela 02, são apresentadas as 5 camadas em que o solo foi dividido. Tabela 2 - Parametros geotécnicos adotados Nspt- Consistência Profundidade C’ (kPa) E’ V γ (kN/m3) Ø’ (°) <2-muito mole 1-2m 10 6000 0,3 13 20° 3 a 5 – mole 3-4m 10 15000 0,3 15 20° 6 a 10 – média 5-7m 10 30000 0,3 17 20° 11 a 19 – Rija 8-13m 50 55000 0,3 19 0° >19 Dura 14-20m 100 95000 0,3 21 0° fonte: (V.LORENZI, 2012) Onde: C’ = Coesão (kPa) E’=Modulo de Elasticidade(kN/m2) V= Coefieciente de Poisson γ= Peso específico (kN/m3) Ø‘= Ângulo de Atrito (°) O nível freático foi admitido como abaixo das camadas de suporte, sendo assim, não foram consideradas poro-pressóes atuantes nesse maciço. As dimensões para as obras de contenção deste trabalho foram calculadas, mas ressalta-se que cada obra tem suas particularidades e parâmetros, sendo assim o autor não se responsabiliza por obras baseadas apenas nas dimensões adotadas nos exemplos a seguir. 35 3.3 ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTOS Os orçamentos serão feitos de acordo com a necessidade do projeto de cada um dos tipos de sistema de contenção (diâmetro, perfil, profundidade), sendo que os custos presentes nas composições de materiais serão baseados na tabela Sinapi (Setembro, 2013), Sicro2 do Dnit (Janeiro, 2013) e TCPO. Os orçamentos foram feitos para uma faixa de um metro, multiplicado pela extensão da cortina, adquirindo- se assim, o valor total da obra de contenção. Não foram considerados serviços preliminares como alojamento, placas de obras, locações topográficas, investigação do subsolo e coisas do gênero, pois esses serviços são comuns a todos os tipos de obra. 36 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Para o dimensionamento dos projetos de contenção foi considerado um solo argiloso, poroso e laterítico característico da cidade de Cascavel-PR conforme ilustra o quadro 2, que apresenta cinco camadas de solo, exibindo as profundidades e suas características geotécnicas. 4.1 ESTACAS ESCAVADAS COM TRADO MECÂNICO SIMPLES O dimensionamento feito para a estaca escavada com trado mecânico simples está representado na figura 13. Figura 13 – Pré-dimensionamento estaca escavada simples (fonte: Cype, 2012) Para o dimensionamento da cortina de estaca escavada simples foi adotado um talude de serviço com objetivo de se criar um empuxo passivo no sistema, este talude tem altura de 3,2m, comprimento de 1,5m e ângulo de 45º. O talude deve ser mantido até que se execute a laje do 2º subsolo, pois após a execução da laje ela exercera o empuxo passivo que o talude estava desempenhando. Nota-se que foi considerado uma carga horizontal de 3 toneladas no topo da cortina, que tem como efeito dar travamento provisório da mesma, com objetivo de se obter equilibrio na 37 cortina de estacas. A Figura 14 demostra esse tipo de travamento que é rotineiro nos projetos estruturais em cortinas que são compostas apenas por estaca escavada. Figura 14 – Travamento superficial cortina de estacas (fonte: autor, 2013) Como o programa CYPECAD2012® não tem nenhum modulo para o dimensionamento da viga de coroamento, as dimensões das vigas foram adotadas de acordo com informações passadas por projetistas da região, que segundo eles geralmente são utilizadas em obras similares ao caso hipotetico considerado no trabalho (escavação de 9 metros).O dimensionamento da Cortina escavada simples obteve as características apresentadas na Tabela 3 . Tabela 3 - Dados Cortina Escavada simples Carga Acidental 2t/m² Diâmetro da estaca 40cm Distância entre os eixos 70cm Altura total do muro 18m Altura da escavação 9m Armadura vertical estaca 10Ø 20 Armadura horizontal estaca Ø6,3c/6 Cobrimento 7cm Dimensão viga de coroamento 40x40cm Armadura horizontal viga de coroamento 8 Ø12,5 Armadura Vertical viga de coroamento Ø6,3 c/15 fonte: CypeCAD, 2012 38 Para o orçamento foi considerado os seguintes serviços : limpeza no terreno, escavação de solo com escavadeira hidráulica, perfuração das estacas, aço e concreto 20Mpa para estacas e viga de coroamento. A Tabela 4 apresenta o orçamento deste tipo de contenção, exibindo suas composições de serviços e valores unitarios e totais. Tabela 4 - Planilha orçamentaria estaca escavada simples Item Código Descrição Und Quant. Preço Unit Total 1 SERVIÇOS PRELIMINARES 2,66R$ 1.1 73948/016 (SINAPI) LIMPEZA MANUAL DO TERRENO (C/ RASPAGEM SUPERFICIAL) M2 1,1 2,42 2,66R$ 2 MOVIMENTAÇÃO DE TERRA 119,10R$ 2.1 73962/024 (SINAPI) ESCAVACAO DE VALA ESCORADA EM MATERIAL IA CATEGORIA, PROFUNDIDADE DE 4,5 A 9M COM ESCAVADEIRA HIDRAULICA 105 HP (CAPACIDADE DE 0,78M3), SEM ESGOTAMENTO M³ 9,9 12,03 119,10R$ 3 ESTRUTURAS E INFRAESTRUTURAS 5.738,06R$ 3.1 72819 (SINAPI) ESTACA A TRADO (BROCA) DIAMETRO 40CM EM CONCRETO MOLDADA I N-LOCO, 20 MPA M 18 75,05 1.350,90R$ 3.2 74254/002 (SINAPI) ARMACAO {FORNECIMENTO, CORTE, DOBRA E COLOCAÇÃO) ACO CA-50, DIAM. 6,3 (1/4 ) À 12,5MM{1/2 ) KG 218,37 6,54 1.428,14R$ 3.3 74254/001 (SINAPI) ARMACAO {FORNECIMENTO, CORTE, DOBRA E COLOCAÇÃO) ACO CA-50, DIAM. 16 (5/8 ) À 25MM(1 )} KG 514,14 5,65 2.904,89R$ 3.4 74138/002 (SINAPI) CONCRETO USINADO BOMBEADO FCK=20MPA, INCLUSIVE LANCAMENTO E ADENSAMENTO M3 0,176 307,57 54,13R$ 4 685,80R$ 4.1 73935/001 (SINAPI) ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO FURADO 9x14x24CM, 1/2 VEZ, ASSENTAD O EM ARGAMASSA TRACO 1:4 (CIMENTO E AREIA),E=1CM M2 9,9 37,94 375,56R$ 4.2 5974 (SINAPI) CHAPISCO TRACO 1:4 (CIMENTO E AREIA GROSSA), ESPESSURA 0,5CM, PREPARO MECANICO DA ARGAMASSA M² 9,9 3,75 37,12R$ 4.3 73927/010 (SINAPI) EMBOCO PAULISTA TRACO 1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA MEDIA),ESPESSURA 3,0CM, PREPARO MANUAL DA ARGAMASSA M2 9,9 27,59 273,12R$ Total Geral a cada 1,1m 6.545,62R$ Total Geral a cada 1m 5.950,56R$ ORÇAMENTO ESTACA ESCAVADA SIMPLES POR METRO LINEAR DE OBRA H=9M FECHAMENTOS Conforme planilha orçamentária o custo por metro linear da estaca escavada simples para escavação com altura de 9m é de R$ 5.950,56/m, as composições abertas estão representados no anexo 1. 39 4.2 ESTACAS ESCAVADAS MECANICAMENTE COM ATIRANTAMENTO O pré-dimensionamento feito para a estaca escavada mecanicamente com atirantamento está representada na figura 13. Figura 13 – Pré-dimensionamento estaca escava com atirantamento (fonte: Cype, 2012) Neste caso da cortina escavada atirantada, não houve a necessidade de deixar um talude de serviço no pavimento inferior, pois já apresenta estabilidade no sistema devido ao elemento de apoio (tirante). Para dimensionamento do tirante o programa CypeCAD2012® necessita que se adote as características do mesmo, como comprimento, ângulo, cota de ancoragem e rigidez axial. Inserindo-se essas características o programa faz as verificações do sistema de contenção como verificação de estabilidade, relação entre empuxo passivo total e empuxo realmente mobilizado, verificação ao cortante e flexão composta e etc, deste modo foi adotando-se valores de comprimento do tirante, ângulo, rigidez axial e sua cota de ancoragem, até que todas as verificações fossem cumpridas. O tirante utilizado teve como característica um comprimento de 5m, com ângulo de 30º com uma rigidez axial de 1000t/m e sua cota de ancoragem é de -5m em relação ao topo da estaca. Como o programa CYPECAD2012® não tem nenhum modulo para o dimensionamento da viga de coroamento e intermediária, as dimensões das vigas 40 foram adotadas de acordo com informações passadas por projetistas da região, que segundo eles geralmente são utilizadas em obras similares ao caso hipotetico considerado no trabalho (escavação de 9 metros). O dimensionamento da estaca escavada com atirantamento obteve as características apresentado na Tabela 5. Tabela 5 - Dados Cortina Escavada com atirantamento Carga acidental 2t/m² Diâmetro da estaca 30cm Distância entre os eixos 70cm Altura total do muro 18m Altura da escavação 9m Armadura vertical 12Ø12,5 Armadura horizontal Ø6,3 c/8 Cobrimento 7cm Cota do tirante -5m Comprimento do tirante 5m Ângulo de inclinação do tirante 30º Dimensão viga de coroamento 40x40cm Armadura horizontal viga de coroamento 8 Ø12,5 Armadura Vertical viga de coroamento Ø6,3 c/15 Dimensão viga intermediária 10x30cm Armadura horizontal viga intermediária 4Ø6,3 Armadura Vertical viga intermediária Ø5c/20 (fonte: CypeCAD, 2012) Para o orçamento foi considerado os seguintes serviços: limpeza no terreno, escavação de solo com escavadeira hidráulica, perfuração das estacas, aço e concreto 20Mpa para estacas, viga de coroamento e intermediária. A tabela 6 apresenta o orçamento deste tipo de contenção, exibindo suas composições de serviços e valores unitários e totais. 41 Tabela 6 - Planilha orçamentaria de estaca escavada com atirantamento Item Código Descrição Und Quant. Preço Unit Total 1 2,42R$ 1.1 73948/016 (SINAPI) LIMPEZA MANUAL DO TERRENO (C/ RASPAGEM SUPERFICIAL) M2 1 2,42 2,42R$ 2 5.026,79R$ 2.1 72819 (SINAPI) ESTACA A TRADO (BROCA) DIAMETRO 30CM EM CONCRETO MOLDADA I N-LOCO, 20 MPA M 18 65,91 1.186,41R$ 2.3 74254/002 (SINAPI) ARMACAO {FORNECIMENTO, CORTE, DOBRA E COLOCAÇÃO) ACO CA-50, DIAM. 6,3 (1/4 ) À 12,5MM{1/2 ) KG 419,95 6,54 2.746,47R$ 2.4 79504/009 (SINAPI) TIRANTES P/PROTENSAO E ANCORAGEM EM SOLO TRECHO ANCOR C/ 6 FIOS A CO DURO 8MM , INCLUSIVE PROTECAO ANTICORROSIVA. M 5 77,11 385,55R$ 2.5 5 S 05 900 01 (SICRO02) EXECUÇÃO TIRANTE PROTENDIDO CORTINA ATIRANTADA M 5 138,91 694,55R$ 2.6 73771/001 (SINAPI) PROTENSAO DE TIRANTES DE BARRA DE ACO CA-50 EXCL MATERIAIS UN 1 13,81 13,81R$ 2.7 74138/002 (SINAPI) CONCRETO USINADO BOMBEADO FCK=20MPA, INCLUSIVE LANCAMENTO E ADENSAMENTO M3 0,19 307,57 58,44R$ 3 108,29R$ 3.1 73962/024 (SINAPI) ESCAVACAO DE VALA ESCORADA EM MATERIAL IA CATEGORIA, PROFUNDIDADE DE 4,5 A 9M COM ESCAVADEIRA HIDRAULICA 105 HP (CAPACIDADE DE 0,78M3) M³ 9 12,03 108,29R$ 4 623,52R$ 4.1 73935/001 (SINAPI) ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO FURADO 9x14x24CM, 1/2 VEZ, ASSENTAD O EM ARGAMASSA TRACO 1:4 (CIMENTO E AREIA),E=1CM M2 9 37,94 341,46R$ 4.2 5974 (SINAPI) CHAPISCO TRACO 1:4 (CIMENTO E AREIA GROSSA), ESPESSURA 0,5CM, PREPARO MECANICO DA ARGAMASSA M² 9 3,75 33,75R$ 4.3 73927/010 (SINAPI) EMBOCO PAULISTA TRACO 1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA MEDIA), ESPESSURA 3,0CM, PREPARO MANUAL DA ARGAMASSA M2 9 27,59 248,31R$ Total Geral a cada 1m 5.761,02R$ FECHAMENTOS SERVIÇOS PRELIMINARES ESTRUTURAS E INFRAESTRUTURAS MOVIMENTAÇÃO DE TERRA ORÇAMENTO ESTACA ESCAVADA COM ATIRANTAMENTO POR METRO LINEAR DE OBRA H=9M Conforme planilha orçamentaria o custo por metro linear da estaca escavada com atirantamento para escavação de 9m é de R$ 5.761,02/m, as composições abertas estão representadas no anexo 2. 42 4.3 ESTACAS METÁLICAS CRAVADAS COM PREENCHIMENTO POR PAINEL PRÉ-MOLDADO DE CONCRETO O pré-dimensionamento feito para a estaca metálica cravada com preenchimento em painel pré-moldado de concreto está representada na figura 14 e 15. Figura 14 – Pré-dimensionamento estaca metálica com preenchimento com painel (fonte: Cype, 2012) Figura 15 – Detalhe em planta perfil laminado e placa pré-moldada de concreto (fonte: autor,2013) 43 Para o dimensionamento deste tipo de contenção o programa CypeCAD2012® não apresenta um modulo para a entrada das características de perfis metálicos laminados, mas há um modulo de cortina de estaca genérica que permite a edição das características do material, onde consegue-se introduzir os dados dos perfis metálicos laminados, como por exemplo modulo de elasticidade, modulo de corte, peso especifico, área transversal, inercia transversal, área transversal para deformações por corte, diâmetro, diâmetro entre eixos e etc, possibilitando executar o dimensionamento da contenção. Já a placa pré-moldada de concreto ela é dimensionada como uma laje maciça bi-apoiada com espessura de 15cm. Como o programa dimensiona a contenção ele fornece o empuxo máximo do solo, desta forma com o empuxo do solo faz-se o dimensionamento da laje bi-apoiada. Para dimensionamento do tirante o programa CypeCAD2012® necessita que se adote as características do mesmo, como comprimento, ângulo, cota de ancoragem e rigidez axial. Inserindo-se essas características o programa faz as verificações do sistema de contenção como verificação de estabilidade, relação entre empuxo passivo total e empuxo realmente mobilizado, verificação ao cortante e flexão composta e etc, deste modo foi adotando-se valores até que todas as verificações fossem cumpridas. O tirante utilizado teve como característica um comprimento de 5m, com ângulo de 30º com uma rigidez axial de 1000t/m e sua cota de ancoragem é de -5m em relação ao topo da estaca. Este tipo de contenção não necessita de viga de coroamento e intermediária, pois as placas de concreto exercem a função das vigas que tem como principal finalidade a distribuição dos esforços ao longo das estacas que compõe a cortina, podendo tambémservir de apoio de ancoragens. A tabela 7 ilustra os dados de dimensionamento da cortina de estaca cravada com preenchimento em painel pré-moldado de concreto. 44 Tabela 7 - Dados de dimensionamento cortina de estaca metálica com preenchimento em painel pré-moldado Carga Acidental 2t/m² Perfil metálico W250x38,5 Distância entre os eixos 150cm Espessura placa de concreto 15cm Altura total do muro 16m Altura da escavação 9m Armadura vertical placa de concreto Ø6,3 c/13 Armadura horizontal placa de concreto Ø8 c/11 Cota do tirante -4m Comprimento tirante 5m Ângulo de inclinação do tirante 30º Rigidez axial tirante 1000 t/m (fonte: CypeCAD, 2012) Para o orçamento foi considerado os seguintes serviços: limpeza no terreno, escavação de solo com escavadeira hidráulica, perfil metálico laminado, cravação estaca metálica, tirante inclusive execução e aço da placa pré-moldada de concreto inclusive concreto 20MPa. A Tabela 8 apresenta o orçamento deste tipo de contenção, exibindo suas composições de serviços e valores unitarios e totais. Tabela 8 - Planilha orçamentaria estaca cravada metálica com preenchimento em painel pré-moldado em concreto 45 Conforme planilha orçamentaria o custo por metro linear para este tipo de contenção é de R$4.805,39/m, as composições abertas e descrição dos materiais utilizados estão representados no anexo 3. 4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS Para que se possa fazer uma analise comparativa entre as vantagens e desvantagens, a Tabela 9 ilustra os principais fatores para que se análise e compare qual tipo de contenção será mais adequado de acordo com as necessidades do empreendimento. Para analisar e comparar foi adotado que se marque um X para quando for uma vantagem do tipo da contenção e deixe em branco quando for uma desvantagem. Tabela 9 - Analise comparativa entre as vantagens e desvantagens dos sistemas Fatores Estaca Metálica com Painel pré- moldado com atirantamento Estaca Escavada simples Estaca Escavada com atirantamento Tempo de execução X Economia X Acessibilidade ao local da obra X X X Impacto Ambiental X Acabamento final da contenção X Não necessita de mão de obra especializada X Garantia das dimensões e propriedades dos materiais X Não necessita autorização do vizinho para execução X Não causa Vibração no terreno X X Disponibilidade de equipamento na Região X X X Aplicando o caso hipotético do trabalho e baseando na revisão bibliográfica foi preenchido o Quadro 9. Como pode ver a contenção com estaca escavada simples e estaca metálica cravada com preenchimento em painel pré-moldado tiveram 6 vantagens e 4 desvantagens cada uma delas, nota-se que o tipo de contenção de estaca escavada com atirantamento obteve menos vantagens (apenas 3) e mais desvantagens. A Tabela 10 apresenta as características de cada contenção dimensionada, para que se possa ter uma analise melhor dos resultados obtidos nos dimensionamentos. 46 Tabela 10 – Características das contenções dimensionadas Estaca metálica com preenchimento em painel pré- moldado de concreto Estaca escavada simples Estaca escavada simples com atirantamento Carga acidental 2t/m² 2t/m² 2t/m² Perfil Metálico W250x38,5 Diâmetro estacas 40cm 30cm Distância entre eixos 150cm 70cm 70cm Espessura placa de concreto 15cm Altura total do muro 16m 18m 18m Altura da escavação 9m 9m 9m Armadura vertical 6,3 c/13cm 10 Ø20 12 Ø12,5 Armadura horizontal Ø8 c/11cm Ø6,3 c/8 Ø 6,3 c/8 Cobrimento 7cm 7cm 7cm Cota do tirante (m) -4m -5m Comprimento do tirante 5m 5m Angulo de inclinação do tirante 30º 30º Dimensão viga de coroamento 40x40cm 40x40cm Armadura horizontal viga de coroamento 8 Ø12,5 8 Ø12,5 Armadura vertical viga de coroamento Ø6,3c/15cm Ø6,3c/15cm Dimensão viga intermediária 10x30cm Armadura horizontal viga intermediária 4 Ø6,3 Armadura vertical viga intermediária Ø5 c/20cm 47 Por fim e para ter uma analise melhor dos resultados a partir dos orçamentos, segue Figura 16, que apresenta os valores em forma de gráfico para que se possa ter uma análise melhor dos custos de cada tipo de estrutura de contenção avaliadas no trabalho. Figura 16 – Custo por obra de contenção (fonte: autor, 2013) A partir da análise da Figura 16 percebe-se que a obra que apresentou o custo menor para este caso foi á contenção de estaca metálica cravada com preenchimento em painel pré-moldado de concreto, enquanto a obra mais cara está representada pela obra de contenção de estaca escavada simples custando 23% a mais que a solução mais econômica, e com valor intermediário ficou a obra de estaca escavada com atirantamento custando 19,9% a mais que a solução mais econômica. Nota-se nos orçamentos que esta diferença de valor entre a mais econômica em relação aos outros tipos, foi devido a não necessidade de alguns serviços, como fechamento em alvenaria, chapisco, emboço paulista, vigas de coroamento e intermediária. 48 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se concluir que para a situação considerada, a contenção com estaca metálica cravada com preenchimento em painel pré-moldado é a opção mais econômica. Em contrapartida a cortina de estaca escavada simples apresentou-se como a solução mais cara, custando 23% a mais que a opção mais econômica. Com valor intermediário ficou a contenção de estaca escavada com atirantamento que custou 19,9% a mais que a solução mais econômica. Embora o custo relativo da obra seja determinante para a escolha da contenção a se utilizar, existem outros critérios que também são relevantes para a escolha como rapidez na execução, disponibilidade de mão de obra especializada, acessibilidade ao local da obra e etc. Com uma analise comparativa por meio de uma tabela entre as vantagens e desvantagens dos sistemas de contenção citados no trabalho, chegou-se a conclusão que a contenção com estaca escavada simples e estaca metálica cravada com preenchimento em painel pré-moldado tiveram 6 vantagens e 4 desvantagens cada uma delas, notou-se que o tipo de contenção de estaca escavada com atirantamento obteve menos vantagens (apenas 3) e mais desvantagens. É importante lembrar que os custos são referentes a cada metro linear de construção, deste modo as diferenças de valores tendem a ser maiores quando multiplicados pela extensão de uma determinada obra. Portanto quanto maior a obra, maior será a economia no caso da escolha correta ou maior o prejuízo no caso de uma escolha incorreta. Deste modo antes de qualquer projeto é de suma importância a elaboração de estudos de viabilidade e de custos a fim de se desenvolver critérios para a escolha adequada para a situação. Concluiu-se que para o caso hipotético de três subsolos que foi considerado, a escolha adequada seria a obra de contenção de estaca metálica cravada com preenchimento em painel pré-moldado de concreto, pois conforme orçamentos foi o tipo de obra dos três tipos orçados que ficou economicamente mais viável, nota-se que esta diferença de valor foi devido a não precisar de alguns serviços como, fechamento em alvenaria, chapisco e emboço paulista, pois com as pré-moldadas 49 de concreto se obtêm acabamento final, além disto ela não necessita de vigas de coroamento e intermediária pois as placas de concreto exercem a função das vigas, que tem como principal finalidadea distribuição dos esforços ao longo das estacas que compõe a cortina, podendo também servir de apoio de ancoragens . Além do custo, por meio de análise comparativa entre as vantagens e desvantagens dos principais fatores de viabilidade de execução da obra, esse sistema de contenção destacou-se ao lado da estaca escavada simples, pois obtiveram mais vantagens em relação aos outros tipos de contenções citados no trabalho. Desta forma tendo melhor preço e sendo considerada após estudo e análise o tipo de contenção mais viável para a obra, conclui-se que é a escolha correta e adequada para o caso hipotético do sistema de contenção do trabalho. 50 6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS - Análise de deslocamento de cortina de estaca - Análise comparativa entre outros tipos de contenção não citados no trabalho. 51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS .NBR 5629: Execução de tirantes ancorados no terreno – Rio de Janeiro, 1996 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto – Rio de Janeiro , 2003 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 6122: Projeto e execução de Fundações – Rio de Janeiro,2010 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR11682: Estabilidade em encosta – Rio de Janeiro,2006 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE ENGENHARIA E FUNDAÇÕES E GEOTECNIA – ABEF. Manual de especificações de produtos e procedimentos. 3 ed. São Paulo,Pini 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE ENGENHARIA E FUNDAÇÕES E GEOTECNIA – ABEF. Manual de especificações de produtos e procedimentos. 3 ed. São Paulo, Pini 2012. CAPUTO, H. P. Mecânica dos Solos e suas aplicações, Rio de Janeiro 1987 LORENZI, V. Avaliação do desempenho de estacas escavadas com o método de alargamento de fuste, Rio de Janeiro, 2012 Dissertação (Mestrado em engenharia Civil) Instituto Alberto Coimbra de Pós Graduação e pesquisa de Engenharia. MATOS, S. A. M. Aplicação do método, Juiz de Fora, Jan 2010 Dissertação (Mestrado em engenharia Civil) Faculdade de Engenharia do Porto. MARTINS, G. J. Contenção lateral dos solos, Lisboa, 2005. Dissertação (Mestrado em engenharia Civil) Faculdade de Engenharia do Porto. MEIRELES, B. A. Execução de cortinasestacas, Porto, 2006 PINTO, C ; FALCONI, F ; SAES, J; RANZINI, T.M.S. Fundações teoria e pratica 2ed. São Paulo, 1998. SANTA, B. B. V., Controlo de qualidade de ancoragens passivas e ativas, Lisboa, Set 2010. Dissertação (Mestrado em engenharia civil) UniversidadeTécnica DE Lisboa. VARGAS, M. Introdução a Mecanica dos solos, São Paulo,1977 VELOSSO,D. ; LOPES;F. Fundações: criterios de projeto, investigação do subsolo, fundações superficiais, fundações profundas, São Paulo, 2010 52 YASSUDA, C; DIAS, P.H.V. Fundações: teoria e prática. Tirantes. São Paulo, ABMS,1998 53 ANEXOS 54 ANEXO 1 Código Descrição Tipo Unidade Preço Unitário Coeficiente Preço Total 73948/016 (SINAPI) LIMPEZA MANUAL DO TERRENO (C/ RASPAGEM SUPERFICIAL) M2 2,42R$ 00006111 (SINAPI) SERVENTE OU OPERARIO NAO QUALIFICADO Mão de Obra H 9,7 0,25 2,42R$ 73962/024 (SINAPI) ESCAVACAO DE VALA ESCORADA EM MATERIAL IA CATEGORIA, PROFUNDIDADE DE 4,5 A 9M COM ESCAVADEIRA HIDRAULICA 105 HP (CAPACIDADE DE 0,78M3), SEM ESGOTAMENTO M3 12,03R$ 73566 (SINAPI) ESCAV.MEC (ESCAV HIDR)VALA ESCOR PROF=4,5 A 6M MAT 1A CAT EXCL ES GOTAMENTO E ESCORAMENTO. M3 R$ 12,03 1 R$ 12,03 72819 (SINAPI) ESTACA A TRADO (BROCA) DIAMETRO 40CM EM CONCRETO MOLDADA I N-LOCO, 20 MPA M 75,05R$ 73972/002 (SINAPI) CONCRETO FCK=20MPA, VIRADO EM BETONEIRA M3 R$ 294,99 0,1256 R$ 37,05 00004750 (SINAPI) PEDREIRO Mão de Obra H R$ 13,68 0,36 R$ 4,92 00006111 (SINAPI) SERVENTE OU OPERARIO NAO QUALIFICADO Mão de Obra H R$ 9,70 3,28541 R$ 31,87 00006114 (SINAPI) AJUDANTE DE ARMADOR Mão de Obra H R$ 10,50 0,1152 R$ 1,21 74254/002 (SINAPI) ARMACAO {FORNECIMENTO, CORTE, DOBRA E COLOCAÇÃO) ACO CA-50, DIAM. 6,3 (1/4 ) À 12,5MM{1/2 ) KG 6,54R$ 00000034 (SINAPI) ACO CA-50 3/8" (9,52 MM) Material KG R$ 3,56 1,1 R$ 3,92 00000337 (SINAPI) ARAME RECOZIDO 18 BWG - 1,25MM - 9,60 G/M Material KG R$ 6,95 0,03 R$ 0,21 00000378 (SINAPI) ARMADOR OU FERREIRO Mão de Obra H R$ 13,68 0,1 R$ 1,37 00006114 (SINAPI) AJUDANTE DE ARMADOR Mão de Obra H R$ 10,50 0,1 R$ 1,05 74254/001 (SINAPI) ARMACAO {FORNECIMENTO, CORTE, DOBRA E COLOCAÇÃO) ACO CA-50, DIAM. 16 (5/8 ) À 25MM(1 )} KG 5,65R$ 00000030 (SINAPI) ACO CA-50 3/4" (19,05 MM) Material KG R$ 3,41 1,1 R$ 3,75 00000337 (SINAPI) ARAME RECOZIDO 18 BWG - 1,25MM - 9,60 G/M Material KG R$ 6,95 0,03 R$ 0,21 00000378 (SINAPI) ARMADOR OU FERREIRO Mão de Obra H R$ 13,68 0,07 R$ 0,96 00006114 (SINAPI) AJUDANTE DE ARMADOR Mão de Obra H R$ 10,50 0,07 R$ 0,74 74138/002 (SINAPI) CONCRETO USINADO BOMBEADO FCK=20MPA, INCLUSIVE LANCAMENTO E ADENSAMENTO 6013 (SINAPI) ARGAMASSA TRACO 1:3 (CIMENTO E AREIA GROSSA NAO PENEIRADA), PREP ARO MECANICO M3 R$ 344,72 0,0125 R$ 4,31 73298 (SINAPI) VIBRADOR DE IMERSAO MOTOR ELETR 2CV (CP) TUBO DE 48X48 C/MANGOTE DE 5M COMP -EXCL OPERADOR H R$ 1,20 0,23 R$ 0,28 73299 (SINAPI) VIBRADOR DE IMERSAO MOTOR ELETR 2CV (CI) TUBO 48X480MM C/MANGOTE DE 5M COMP - EXCL OPERADOR H R$ 0,87 0,39 R$ 0,34 00000378 (SINAPI) ARMADOR OU FERREIRO Mão de Obra H R$ 13,68 0,6 R$ 8,21 00001213 (SINAPI) CARPINTEIRO DE FORMA Mão de Obra H R$ 13,68 0,6 R$ 8,21 00001524 (SINAPI) CONCRETO USINADO BOMBEADO FCK = 20,0 MPA Material M³ R$ 250,00 1,05 R$ 262,50 00004750 (SINAPI) PEDREIRO Mão de Obra H R$ 13,68 0,6 R$ 8,21 00006111 (SINAPI) SERVENTE OU OPERARIO NAO QUALIFICADO Mão de Obra H R$ 9,70 1,6 R$ 15,52 73935/001 (SINAPI) ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO FURADO 9x14x24CM, 1/2 VEZ, ASSENTAD O EM ARGAMASSA TRACO 1:4 (CIMENTO E AREIA),E=1CM 73449 (SINAPI) ARGAMASSA CIMENTO/AREIA 1:4 - PREPARO MANUAL - P M3 R$ 327,52 0,01 R$ 3,28 00004750 (SINAPI) PEDREIRO Mão de Obra H R$ 13,68 1 R$ 13,68 00006111 (SINAPI) SERVENTE OU OPERARIO NAO QUALIFICADO Mão de Obra H R$ 9,70 1 R$ 9,70 00007271 (SINAPI) TIJOLO CERAMICO FURADO 6 FUROS 9x14x24CM Material UN R$ 0,47 24 R$ 11,28 5974 (SINAPI) CHAPISCO TRACO 1:4 (CIMENTO E AREIA GROSSA), ESPESSURA 0,5CM, PREPARO MECANICO DA ARGAMASSA 73455 (SINAPI) ARGAMASSA CIMENTO/AREIA 1:4 - PREPARO MECANICO M3 R$ 282,32 0,005 R$ 1,41 00004750 (SINAPI) PEDREIRO Mão de Obra H R$ 13,68 0,1 R$ 1,37 00006111 (SINAPI) SERVENTE OU OPERARIO NAO QUALIFICADO Mão de Obra H R$ 9,70 0,1 R$ 0,97 73927/010 (SINAPI) EMBOCO PAULISTA TRACO 1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA MEDIA), ESPESSURA 3,0CM, PREPARO MANUAL DA ARGAMASSA 73546 (SINAPI) ARGAMASSA TRACO 1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA SEM PENEIRAR), PREPAR O MANUAL M3 R$ 296,14 0,03 R$ 8,88 00004750 (SINAPI) PEDREIRO Mão de Obra H R$ 13,68 0,8 R$ 10,94 00006111 (SINAPI) SERVENTE OU OPERARIO NAO QUALIFICADO Mão de Obra H R$ 9,70 0,8 R$ 7,76 CORTINA DE ESTACA ESCAVADA SIMPLES 55 ANEXO 2 Código Descrição Tipo Unidade Preço Unitário Coeficiente Preço Total 73948/016 (SINAPI) LIMPEZA MANUAL DO TERRENO (C/ RASPAGEM SUPERFICIAL) M2 2,42R$ 00006111 (SINAPI) SERVENTE OU OPERARIO NAO QUALIFICADO Mão de Obra H 9,7 0,25 2,42R$
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