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A PSICOPATOLOGIA NOS CRIMES PASSIONAIS

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Curso de Direito Artigo Original 
O PSICOPATA NOS CRIMES PASSIONAIS 
The PSYCHOPATH CRIMES IN PASSION 
 
Nívia Graciane Guedes do Amaral
1
, João Alberto Capilupe
2
 
1 Aluna do Curso de Direito 
2 Professor do Curso de Direito 
 
Resumo 
O artigo versará sobre os psicopatas, o seu acentuado egocentrismo, sua falta de empatia e a não condição de experimentarem 
sentimentos de culpa, verificando se existe a possibilidade deles cometerem crimes passionais. Analisando os crimes passionais, 
ressaltando o pavor que esses homicídios causam na sociedade; uma vez que eles são cometidos por alguém do qual se espera 
apenas carinho, compreensão, amor e proteção. O crime passional é motivado pela paixão, uma forte emoção, podendo comportar um 
sentimento platônico, obsessivo, agressivo e extremamente dominador. O estado de paixão no momento do crime não obedece a um 
sentimento de amor, senão à falta de controle emocional diante da frustração que lhe provoca seu parceiro, ao ferir sua auto-imagem, 
auto-afirmação e exercício de poder. 
 
Palavras chaves: Passional; Psicopata; Homicídio 
 
Abstract 
The article will focus on psychopaths, their sharp egocentrism, their lack of empathy and no condition to experience feelings of guilt, 
making sure that there is a possibility of them committing crimes of passion. Analyzing crimes of passion, highlighting the fear that these 
killings have on society; since they are committed by someone which is expected only caring, understanding, love and protection. The 
crime of passion is driven by passion, strong emotion, and comprising a platonic sense, obsessive, aggressive and extremely 
domineering. The passion of state at the time of the crime did not follow a feeling of love, but a lack of emotional control in the face of 
frustration that causes you to your partner, to hurt your self-image, self-assertion and exercise of power. 
 
Key words: Passionate; psychopath; murder 
________________________________________________________________________________________________________ 
Contato: nivia-amaral@hotmail.com 
 
Introdução 
O artigo questiona se os psicopatas são 
capazes de cometerem crimes passionais, 
colocando em ênfase sua patologia e os traços 
característicos do psicopata, tratado como 
“antissocial”. Além de ressaltar o conceito de 
crime como um fato típico, antijurídico e culpável, 
entra o homicídio que é o interrompimento da vida 
de alguém, a qual está vinculado a um sentimento 
de paixão, a uma relação afetiva com forte 
domínio da emoção. 
 
 
Materiais e Métodos 
O método utilizado foi o levantamento na 
literatura atual tanto em livros como trabalhos 
disponibilizados pela Internet. Registro analítico e 
descritivo, envolvendo a dialética, e a 
jurisprudência. 
 
 
. 
 
Resultados e Discussões 
 
PSICOPATIA 
 
 Entende FIORELLI [1] que: 
 O termo psicopatia foi cunhado 
inicialmente por Kraepelin (1856-1925) (“possuem 
personalidade psicopática aqueles que não se 
adaptam à sociedade e se sentem necessidade 
de ser diferentes”) 
Esse termo se aplica aos indivíduos de 
comportamento habitualmente antissocial, que se 
mostram sempre inquietos, incapazes de extrair 
algum ensinamento e experiência passada, nem 
dos castigos recebidos, assim como incapazes de 
mostrar verdadeira fidelidade a uma pessoa, a um 
grupo ou a um código determinado. Costumam 
ser insensíveis e de acentuada imaturidade 
emocionais carentes de responsabilidade e de 
juízo lúcido e muitos hábeis para racionalizar seu 
comportamento a fim de que pareça correto, 
sensato e justificado. 
 
 
Traços mais significativos do psicopata: 
Notável inteligência, inexistência de alucinações, 
egocentrismo patológico, incapacidade para 
amar, comportamento fantástico e pouco 
recomendável com relação à bebida, manipula os 
demais e os utiliza para satisfazer suas próprias 
conveniências, hábil em simular estados 
emocionais quando crê que lhe vai ajudar a obter 
o que deseja, não experimenta nenhuma das 
manifestações psicológicas e fisiológicas da 
ansiedade ou do medo. 
 
Podemos indicar o perfil de um psicopata 
utilizando a escala de Robert Hare [2], onde os 
psiquiatras avaliam o histórico pessoal do 
paciente com base nos seguintes critérios, que 
analisados e somados darão o grau da 
periculosidade do psicopata. 
 
1-Boa Lábia: 
2-Ego Inflado 
3-Lorota Desenfreada 
4-Sede por Adrenalina 
5-Reação Estourada 
6-Impulsividade 
7-Comportamento Antissocial 
8-Falta de culpa 
9-Sentimentos superficiais 
10-Falta de empatia 
11-Irresponsabilidade 
12-Má conduta na infância 
 
A maior parte das descrições da psicopatia alude 
ao acentuado egocentrismo, a falta de empatia, a 
sua incapacidade para travar relações cálidas e 
afetivas com os demais, são pessoas que 
acometidas desse mal não experimentam 
sentimentos de culpabilidade nem remorsos pelo 
que fizeram. 
Está comprovado que o distúrbio na mente dos 
psicopatas acontece no sistema límbico [3], parte 
do cérebro responsável pelas emoções. 
Sistema límbico: É o centro de nossas emoções. 
Aciona-se, por exemplo, quando sentimos 
ansiedade ao ver uma pessoa acidentada, ou medo 
de baixíssima ativação em psicopatas. 
Não há tratamento para esses casos. Psiquiatria 
e psicanálise podem até ensiná-los a manipular 
com ainda mais maestria, uma vez que aprendem 
detalhes sobre o comportamento humano. Por 
outro lado, psicopatas são satisfeitos consigo 
mesmos por não apresentarem constrangimentos 
morais ou sofrimentos emocionais. 
O psicopata demonstra dificuldade em sentir 
emoções, com isso sua capacidade de se colocar 
no lugar dos outros é nula. 
Os psicopatas são sedutores. Adulam e agradam 
à “vítima”, mas mudam radicalmente de 
comportamento se contrariados. 
Os psicopatas não levam em consideração as 
regras sociais, mas sabem muito bem como 
utilizá-las a seu favor, além de sentirem prazer 
com o nosso sofrimento. Eles possuem uma visão 
narcisista e supervalorizada de seus valores e 
importância. 
 
Apresentam uma espécie de “pobreza 
emocional”. São incapazes de sentir certos tipos 
de sentimento como o amor, a compaixão e o 
respeito pelo outro. Suas emoções podem ser 
consideradas algo bem similar ao que dominam 
de “proto emoções” que são respostas primitivas 
as necessidades imediatas. São muito mais 
racionais do que emocionais. 
Os psicopatas são perigosos, pois apresentam 
graus diversos de insensibilidade e desprezo pela 
vida humana. Existe uma fração minoritária de 
psicopatas que mostra uma insensibilidade 
tamanha que suas condutas criminosas podem 
atingir perversidades inimagináveis. Por esse 
motivo costuma denominá-los de psicopatas 
severos ou perigosos demais, o antissocial. 
Há pessoa que tendo vivido em ambientes 
deficitários, incorporam maus valores ou, 
reagindo a um abandono, tornam-se adversas a 
estrutura social. Estas têm capacidade de 
aproveitar a experiência vivida e, se ressaltam 
caracteres mal formados, tudo se deve a uma 
inconveniente estrutura cultural. 
 
A EMOÇÃO E OS CRIMES PASSIONAIS 
 
Os sentimentos que mais doem, as emoções 
que mais pungem, são os que são 
absurdos[...]precisamente porque são 
impossíveis. (FERNANDO PESSOA) [4] 
 
Tradicionalmente as emoções foram vistas como 
algo indigno, impróprio e até mesmo desprezível. 
Não podiam ser objeto de estudo científico. O 
homem civilizado era aquele que controlava e 
eliminava suas emoções, seguindo os costumes 
impostos pela sociedade. 
Desde cedo fomos educados a disfarçar e a não 
expressar nossas emoções. Esta posição levou o 
homem a um estado de desequilíbrio. 
Certamente, o comportamento humano deve ser 
guiado pela razão e pela emoção em conjunto. 
Ênfase demasiada ou exclusiva em qualquer um 
dos dois aspectos gera deformações na 
personalidade.Não é fácil conceituar emoção, não podemos 
observá-la diretamente. Inferimos sua existência 
através do comportamento. As emoções são 
complexos estados de excitação de que participa 
o organismo todo. 
 
As emoções ajudam as pessoas a ser mais 
felizes, mas também pode prejudicar a saúde 
física e mental se não for controlada. 
Devemos suprimir, ou dar asas as nossas 
 
 
emoções? 
Devemos manter o controle e a racionalidade não 
caindo em exageros, dando total liberdade a 
qualquer impulso. 
Maturidade consiste em controlar as emoções e 
ser racional? 
Consoante Hilgard; Atkinson e Atkinson [5]: 
 
Quando a pessoa pode experimentar impulsos 
carregados de emoção sem ansiedade ou 
sentimento de culpa, quando ela pode atingir o 
apropriado equilíbrio entre a expressão e o 
controle, ela será então emocionalmente 
sadia. 
 
Para pessoa tida como “normais” a vida em 
sociedade é regida por um contrato social, 
aceitando seguir regras, sejam formalizadas em 
lei, sejam baseados em uma ideia filosófica do 
certo ou errado. 
As emoções não se constituem em válvula de 
escape essencial a manutenção da saúde mental, 
ela deve ser mantida em situações críticas. 
Sem dúvida, certo controle emocional é 
necessário e saudável para crianças, jovens, 
adultos e velhos. Embora não se possa dar total 
liberdade para todo e qualquer impulso, e 
possível haver controle emocional sem negarmos 
a nossa emocionalidade. 
Estados emocionais intensos e prolongados que 
não encontram alteração na fisiologia normal do 
organismo provocam doenças, cuja origem é 
psíquica. 
São relevantes as manifestações das emoções 
negativas intensas. Seus efeitos incluem 
alterações na atenção, distorções nas percepções 
e na memória, e pensamentos estereotipados; 
esse conjunto de transformações contribui para a 
produção de comportamentos que, muitas vezes, 
resultam em delitos. 
De acordo com Luiza Nagib Eluf [8] 
 
Crimes passionais são aqueles que envolvem 
pessoas que têm ou já tiveram um relacionamento 
amoroso, afetivo ou sexual e que se desentenderam 
a partir de determinado momento da vida em 
comum. 
 
Segundo a autora, entende-se por passional o 
homicídio praticado por ciúme, por 
possessividade, pela incapacidade de aceitação 
do fim de um relacionamento amoroso. Em geral, 
é vista como uma conduta própria do homem, que 
se sente dono da mulher e com direito de vida e 
morte sobre ela. Historicamente, encontram-se 
poucos casos de esposas ou amantes que 
mataram por se sentirem traídas ou desprezadas. 
No senso comum, “essa conduta é tipicamente 
masculina” 
 
Segundo Capez [6], há uma diferença entre 
emoção e paixão, conforme dito abaixo: 
 
A emoção é o vulcão que entra em erupção; a 
paixão, o sulco que vai sendo, 
paulatinamente, cavado na terra, por força da 
água pluvial. A primeira é abrupta, súbita, 
repentina… e fugaz. A paixão é lenta, 
duradoura, vai se arraigando 
progressivamente. A paixão é pelo clube de 
futebol; a emoção, pelo gol marcado. 
 
 
 
O crime passional é motivado pela paixão. Uma 
paixão doentia, irreprimível e incontrolável. Sua 
existência é antiga, tornando-se gradativamente 
relevante sua repercussão e agravando 
consequentemente seu julgamento. 
 
Conforme o dicionário Aurélio [7] a paixão é: 
sentimento ou emoção levado a um alto grau de 
intensidade; atividade, hábito ou vício dominador. 
 
Ao falar de paixão há que se ressaltar que tal 
sentimento sobressai à lucidez e à razão. Apesar 
de ser motivado pela emoção é um homicídio 
cometido friamente, não justificando sua 
ocorrência, podendo ser agravado seu julgamento 
quando o homicídio vier a ser caracterizado como 
motivo fútil ou torpe. 
 
Na concepção do agente a única vítima na ação é 
ele mesmo, pois teve sua honra ferida, pela 
suposta traição de seu parceiro (a). 
 
Segundo a descrição no livro de Cássio Fonseca 
[9] Aristóteles entendia paixão como um elemento 
intrínseco ao ser humano, que não deveria ser 
extirpado e nem condenado. Ele acreditava que, 
por não escolher suas paixões, o homem não 
poderia ser responsável por elas, mas deveria 
responsabilizar-se pelas ações decorrentes desse 
sentimento, quando estas de alguma forma 
alterassem o curso normal da vida de cada 
indivíduo. Aristóteles tinha como inconcebível a 
ideia de que o comportamento passional era 
involuntário, impensado. Defendia o equilíbrio 
entre os sentimentos; a dominação de tais 
impulsos, mas nunca a repreensão, pois 
acreditava que o homem virtuoso é aquele que 
sabe usar a pathos (paixão) com a logos (razão). 
. 
TIPIFICAÇÃO LEGAL 
O artigo 121 do Código Penal traz a tipificação do 
homicídio. [10] 
 Art. 121. Matar alguém: 
 Pena – reclusão, de seis a vinte anos. 
 
 Caso de diminuição de pena: 
 
 § 1º Se o agente comete o crime impelido por 
 motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o 
 domínio de violenta emoção, logo em seguida a i
 njusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a 
 pena de um sexto a um terço. 
 
 Homicídio qualificado 
 
 
 
 § 2º Se o homicídio é cometido: 
 I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou 
 por outro motivo torpe; 
 II - por motivo fútil; 
 III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, 
 asfixia tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou 
 de que possa resultar perigo comum; 
 IV - à traição, de emboscada, ou mediante 
 dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
 impossível a defesa do ofendido; 
 V - para assegurar à execução, a ocultação, a ·
 impunidade ou vantagem de outro crime: 
 Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 
 Homicídio culposo 
 
 § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 
 1965) 
 Pena - detenção, de um a três anos. 
 Aumento de pena 
 
 § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 
 um terço, se o crime resulta de inobservância de 
 regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o 
 agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, 
 não procura diminuir as consequências do seu ato, 
 ou foge para evitar prisão em flagrante. 
 
 § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 
 um terço, se o crime resulta de inobservância de 
 regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o 
 agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, 
 não procura diminuir as consequências do seu ato, 
 ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo 
 doloso o homicídio, a pena é aumentada de um 
 terço, se o crime é praticado contra pessoa menor 
 de catorze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.069, 
 de 1990) 
 
 § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 
 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância 
 de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o 
 agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, 
 não procura diminuir as consequências do seu ato, 
 ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo 
 doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um 
 terço) se o crime é praticado contra pessoa menor 
 de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (
 Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) 
 
 § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz 
 poderá deixar de aplicar à pena, se as 
 consequências da infração atingir o próprio 
 agente de forma tão grave que a sanção penal se 
 torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 
 24.5.1977) 
 
 § 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a 
 metade se o crime for praticado por milícia privada, 
 sob o pretexto de prestação de serviço de 
 segurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído 
 pela Lei nº 12.720, de 2012). 
 
A lei penal delimita a conduta lesiva ao bem 
jurídico e prescreve a conseqüência para o seu 
agente. Caracteriza-se o ato criminoso como 
antijurídico típico e culpável. Assim, no ato 
criminoso compreende tanto elementos objetivos 
quanto subjetivos. Os primeiros dizem respeito à 
antijuridicidade e àtipicidade do ato; e os 
elementos subjetivos dizem respeito à culpa. 
 
Elementos Objetivos: 
O aspecto físico da ação delituosa, com o 
elemento subjetivo, forma os elementos 
essenciais da infração penal. Corresponde à 
modificação do mundo exterior, provocada pela 
conduta do agente. 
Elementos Subjetivos: 
Coeficiente moral da ação humana. Liame 
psicológico entre o agente e o resultado da 
infração penal. Atualmente, com a tendência 
subjetivadora do Direito Penal, a 
responsabilidade objetiva está sendo excluída, 
constituindo dado essencial do ilícito. Na 
legislação brasileira compreende o dolo e a culpa, 
no tocante aos crimes, e a voluntariedade, 
relativamente às contravenções penais. 
 
CONCEITO DE CRIME 
 
 
Conforme delimita o Código Penal [11] 
 
 Art. 1° considera-se crime a infração penal que a lei 
 comina pena de reclusão ou de detenção, quer i
 soladamente, quer alternativa ou cumulativamente 
 com a pena de multa; contravenção, a infração 
 penal a que a lei comina, isoladamente, penas de 
 prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou 
 cumulativamente. 
 
Toda norma penal incriminadora tutela um valor, 
político e ético, que justifica as regras e as 
sanções nela prescritas. Este valor é chamado de 
bem jurídico. Embora o código penal não defina o 
que seja crime, materialmente, o crime é definido 
como a violação ou exposição a perigo e um bem 
jurídico protegido penalmente. No conceito 
formal, crime é toda ação típica, antijurídica e 
culpável. É toda conduta proibida por lei sob a 
ameaça e uma pena. 
 
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO PELA VIOLENTA 
EMOÇÃO 
 
O art. 121, parágrafo 1° do código penal define o 
homicídio privilegiado como o fato do sujeito 
cometer o crime instigado por motivo de relevante 
valor social ou oral, ou sob o domínio de violenta 
emoção, logo em seguida à injusta provocação da 
vítima. 
 
Não se trata de delito autônomo, mas de um caso 
de diminuição de pena, em virtude de 
circunstâncias subjetivas especiais que 
caracterizam o tipo penal. 
 
Assim, embora a emoção não constitua dirimente 
da punibilidade (art. 28, i, do código penal), pode 
funcionar como circunstância especial de 
 
 
diminuição da pena ou como atenuante genérica 
no homicídio doloso. Afinal, importa observar que 
as circunstâncias que privilegiam ou que 
qualificam o homicídio podem coexistir, desde 
que não sejam incompatíveis entre si. As 
circunstâncias privilegiadas que são sempre 
subjetivas podem coexistir com as circunstâncias 
qualificadoras objetivas (meio e modo de 
execução). 
 
CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES: 
 
 A legislação penal brasileira estabelece 
no artigo 65, caput, do Código Penal sobre as 
causas de atenuância do crime [12] 
 
 Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a 
 pena: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
 11.7.1984) 
 
 I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data 
 do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da 
 sentença; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
 11.7.1984) 
 
 III - ter o agente: (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
 de 11.7.1984) 
 (a) cometido o crime por motivo de relevante valor 
 social ou moral; 
 (b) procurado, por sua espontânea vontade e com 
 eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-
 lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, r
 eparado o dano; 
(c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, 
 ou em cumprimento de ordem de autoridade 
 superior, ou sob a influência de violenta emoção, 
 provocada por ato injusto da vítima; 
 (d) confessado espontaneamente, perante a 
 autoridade, a autoria do crime; 
(E) cometido o crime sob a influência de multidão 
em tumulto, se não o provocou. 
 
Durante toda a vigência do código penal de 1890, 
a defesa dos casos passionais baseava-se 
“perturbação dos sentidos e da inteligência”. Com 
a reforma do código, em 1940, tal instituto foi 
suprimido, e em seu lugar ocorreu à figura do 
homicídio privilegiado, que tem pena almejada 
quando o delito é cometido mediante violenta 
emoção ou em relevante valor moral ou social. 
 
Assim, o homicídio passional que antes era 
lastrado por latente impunidade, passou a ser 
apenado como algo que provocou delírio nos 
grandes advogados criminalistas, até então 
adaptados á tese de argumentação de “legitima 
defesa da honra” 
Atualmente, tem espaço na defesa à alegação do 
homicídio privilegiado sob o domínio a violenta 
emoção, logo em seguida a injusta provocação da 
vítima. A tolerância social não é mais a mesma 
dos tempos passados, na maioria das vezes a 
tese de defesa é vencida. Assim, em que pese os 
esforços da defesa para aliviar sensivelmente a 
pena de seus clientes passionais, a maior parte 
dos julgados aponta condenações extremamente 
superiores, considerando as figuras qualificadoras 
arguidas pela acusação. 
Ora, a paixão e a emoção constituem sentimentos 
obviamente diversos, eis que esta é transitória, 
torrencial, enquanto aquela é contínua duradoura. 
Ambos possuem algo em comum: não é capaz de 
suprimir a consciência, razão pela qual a lei penal 
não transige com os criminosos emotivos ou 
passionais. 
Importa ainda observar que a tese do homicídio 
privilegiado deve ser sustentada apenas pela 
defesa, não cabendo ao acusador apresentá-la 
de plano. Também na fase recursal, não poderá 
haver desclassificação, mesmo que favorecendo 
ao réu. 
 
COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO 
 
 
Na legislação brasileira os homicídios dolosos 
são julgados pelo tribunal do júri. 
Conforme o Artigo 5˚ da CF inciso: XXXVIII [13]: 
É reconhecida a instituição do júri, com a 
organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes 
dolosos contra a vida; 
 
São de competência do Tribunal do Júri os 
julgamentos dos crimes dolosos contra a vida, 
tentados ou consumados, quais são: homicídio, 
Infanticídio, aborto e instigação ao suicídio, 
previstos nos artigos 121, §1º, §2º, 122, parágrafo 
único, 123, 124, 125 e 127 do Código Penal. 
 
Os autores de tais crimes são julgados por 
membros da comunidade, cidadãos honrados. 
O tribunal do júri possui duas fases no 
processamento da ação penal segundo o Código 
Penal 
 
 A primeira se inicia com o oferecimento da 
denúncia e termina com a Sentença de pronúncia 
(judicium acusationis). 
 
A segunda que começa com o libelo acusatório e 
encerra com o Julgamento pelo tribunal do júri 
(judicium causae). 
 
O juiz proferirá a sentença, que poderá ser de: 
 – pronúncia, quando houver indícios suficientes 
de autoria e Materialidade delitiva; 
 – impronúncia, quando não houver prova da 
materialidade do crime ou de indícios de autoria. 
 
Extingue-se o processo sem julgamento do 
Mérito; 
 – desclassificação, quando o crime não é da 
 
 
competência do Tribunal do júri; 
 – absolvição sumária, quando o acusado age 
sobre uma causa excludente de culpabilidade ou 
de antijuricidade, que são: legítima defesa, estrito 
cumprimento do dever legal e o exercício regular 
do direito. 
 
Pronunciado o réu, o Ministério Público deverá 
apresentar o libelo acusatório no prazo de cinco 
dias. 
 
À defesa é facultado oferecer a contrariedade ao 
libelo até cinco dias após a notificação do 
defensor. 
 
O júri é constituído por um corpo de jurados e 
presidido pelo juiz. 
 
Os Jurados serão escolhidos dentre cidadãos de 
notória idoneidade. 
 
O conselho de sentença é formado por sete 
jurados sorteados em uma lista com vinte e um 
membros. 
 
No plenário devem estar presentes, os jurados, o 
advogado de defesa, o membro do ministério 
público e o assistente de acusação, se houver o 
réu e as testemunhas. 
 
Na audiência de instrução, o réu será interrogado, 
logoapós o juiz fará o relatório do processo e o 
escrivão fará a leitura das peças dos autos. 
 
Terminado isto, serão inquiridas a vítima (se 
sobreviveu) e as testemunhas, que tem 
compromisso de dizer a verdade. 
 
Encerrada a inquirição, passa-se para a fase dos 
debates da acusação e defesa. 
 
O promotor lerá o libelo e desenvolverá a 
acusação. Logo depois, a defesa terá a palavra. 
 
Poderá ainda, facultativamente, o oferecimento 
da réplica e da Tréplica. 
 
A finalidade dos debates é de esclarecer os 
jurados. É na fase dos debates o momento mais 
importante do julgamento, pois acusação e 
defesa demonstram sua verdade sobre os fatos, 
tendo que convencer os jurados. 
 
Após os debates são lidos os quesitos e então se 
procede ao julgamento. 
 
Os quesitos serão respondidos pelos jurados em 
cédulas depositadas em uma urna. 
 
O juiz fará a contagem dos votos na sala secreta, 
o conselho de sentença vota. 
Finda a votação, deve o juiz lavrar a sentença. Os 
jurados decidem sobre o crime e o juiz sobre a 
aplicação da pena. 
 
Se a sentença for absolutória, não há 
necessidade de fundamentação, porém, se for 
condenatória é necessária a fundamentação. 
 
Antes de encerrada a sessão, o juiz lerá a 
sentença. 
 
À parte que não se conformar com a sentença 
poderá interpor recurso. 
 
Esses recursos limitam-se aos previsto no artigo 
593 do código de Processo penal. Ao interpor o 
recurso, pede-se a anulação daquele Julgamento 
e a realização de um julgamento. 
 
Art. 593 - Caberá apelação no prazo de 5 
(cinco) dias: 
 
I - das sentenças definitivas de condenação 
ou absolvição proferidas por juiz singular; 
 
II - das decisões definitivas, ou com força de 
definitivas, proferidas por juiz singular nos 
casos não previstos no Capítulo anterior; 
 
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
(b) for à sentença do juiz-presidente contrária 
à lei expressa ou à decisão dos jurados; 
c) houver erro ou injustiça no tocante à 
aplicação da pena ou da medida de 
segurança; 
d) for à decisão dos jurados manifestamente 
contrária à prova dos autos. 
 
§ 1º - Se a sentença do juiz-presidente for 
contrária à lei expressa ou divergir das 
respostas dos jurados aos quesitos, o 
tribunal ad quem fará a devida retificação. 
 
§ 2º - Interposta a apelação com fundamento 
no nº III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se 
Ihe der provimento, retificará a aplicação da 
pena ou da medida de segurança. 
 
§ 3º - Se a apelação se fundar no nº III, d, 
deste artigo, e o tribunal ad quem se 
convencer de que a decisão dos jurados é 
manifestamente contrária à prova dos autos, 
dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a 
novo julgamento; não se admite, porém, pelo 
mesmo motivo, segunda apelação. 
 
§ 4º - Quando cabível a apelação, não poderá 
ser usado o recurso em sentido estrito, ainda 
que somente de parte da decisão se recorra. 
 
Os casos de crimes envolvendo relacionamentos 
amorosos que resultaram em mortes 
impressionam a população e são explorados pela 
mídia. No Brasil, alguns casos de homicídios 
passionais ganharam maior notoriedade, dentre 
eles o de Marcos Matsunaga, empresário, da 
 
 
Yoki. cometido pela sua esposa Elize Matsunaga. 
Esse caso mais atual que tem abalado a mídia e 
a opinião pública aconteceu em junho de 2012. 
 
Elize Matsunaga era casada com o empresário 
Marcos Matsunaga. Desconfiada de que seu 
marido tinha uma amante, Elize contratou um 
detetive para registrar imagens da suposta 
traição. Segundo a versão dela, o casal discutiu 
depois que Elize revelou saber da traição. A 
ameaça do marido de sumir com a filha teria sido 
o estopim para a atitude fatal. 
 
Elize matou o marido a tiros, o esquartejou depois 
de morto e tentou se livrar dos restos mortais. 
Elize Matsunaga está presa na cadeia de Itapevi, 
em São Paulo e aguarda os próximos 
procedimentos da Justiça. 
 
É bom destacar que os crimes passionais são 
naturais de relacionamentos sexuais e/ou 
amorosos, buscando o entendimento do porque 
de tal conduta e a punição mais acertada para ser 
aplicada a esses crimes, analisando-se os 
aspectos imprescindíveis. 
 
Entende-se que a emoção e a paixão não são 
sinônimas, pois têm acepções jurídicas distintas 
que vão influenciar na tipificação e aplicação da 
pena. Toda esta compreensão vai desembocar na 
responsabilidade penal do assassino. Cabe 
investigar, se a pessoa é sã ou insana, pois os 
efeitos jurídicos são distintos. 
 
Este tipo de crime foi visto pelas sociedades, os 
comportamentos distintos de acordo com a 
educação de cada época, tendo-se, inclusive, 
admitido até a década de 70, a tese de legítima 
defesa da honra, hoje já superada e 
extremamente insustentável e inadmissível. 
 
Dificilmente, hoje, ninguém irá arguir teses de 
legitima defesa da honra, pois a mesma não se 
utiliza mais, por tratar-se de uma visão machista 
que não combina e nem é mais aceita pela 
sociedade atual. E com isso, homicídio passional 
resultou varias sentenças judiciais absolutórias 
até que a sociedade, de um modo geral, e as 
mulheres, em especial, por serem as vítimas 
prediletas dos “homens apaixonados”, insurgiu-se 
contra impunidade e a inadmissibilidade dessa 
conduta violenta “passional”. 
 
A respeito, Capez [15] observa: 
 
O homicídio passional, na sistemática penal 
vigente, não merece, por si só, qualquer 
contemplação, mas pode revestir-se das 
características de crime privilegiado desde 
que se apresentem concretamente todas as 
condições dispostas no §1° do art. 121 do CP. 
Desse modo, se o agente flagra sua esposa 
com o amante e, dominado por violenta 
emoção, desfere logo em seguida vários tiros 
contra eles, poderá responder pelo homicídio 
privilegiado, desde que presentes condições 
muito especiais. Finalmente, se a emoção ou 
a paixão estiverem ligadas a alguma doença 
ou deficiência mental, poderá excluir a 
imputabilidade do agente. 
 
Atualmente, o Judiciário tem considerado os 
crimes passionais como homicídio privilegiado 
assim considerado aquele praticado sob emoção 
violenta ou desespero. Essa classificação é uma 
causa especial de diminuição de pena. 
 
LEGÍTIMA DEFESA DA HONRA 
Não há nenhum dispositivo legal que proíba ou 
autorize a legítima defesa da honra, sendo esta, 
portanto, plenamente aplicável. Fundamentada 
pelo direito à honra, previsto nos artigos 138 a 
140 do código penal e sendo, como todo direito, 
passível de legítima defesa. 
Consoante Jorge Trindade [14], paulatinamente 
vai sendo produzida “uma objetivação do 
pensamento, das opiniões, das atitudes e dos 
valores, criando-se a consciência que resulta da 
faculdade inerente à psique individual de atribuir 
valor ao que se harmoniza com as formas usuais 
de sentir, de pensar e de agir”. Dito de outro 
modo, “através de um processo psíquico criam-se 
os ideais de consciência coletiva que se 
transformariam em normas de conduta”. 
 
Aliás, segundo o renomado autor, “se o mundo 
das relações sociais e jurídicas foi criado pelo 
homem, seus princípios devem se encontrar no 
próprio homem, no seu pensamento e na sua 
mente, na sua vontade e nos seus sentimentos”. 
 
O filósofo Platão já afirmava que a atividade 
humana é essencialmente motivada por fatores 
psicológicos, que coexistem com tantos outros, 
econômicos, sociais e políticos. 
 
A vontade aliada à cognição do desejo de vingar-
se, de fazer prevalecer o ego perante a infâmia 
do ser amado, que se aventurou por uma traição, 
real ou ficta, pode, sim, levar o ciumento 
passional ao cometimento de crimes contra a 
vida, tanto do consorte, do então rival, e inclusive 
da descendência comum ou unilateral, isto com o 
objetivo de fazer cessar a inquietação espiritual. 
 
Prestigiando o referidoraciocínio, registram-se 
precedentes no sentido da inaplicabilidade da 
tese de legítima defesa da honra nos crimes 
passionais, conforme decisão prolatada pelo 
pretório catarinense em sede no Recurso em 
Sentido Estrito n° 363471-5, cujo relator foi o 
Desembargador paranaense Mário Helton Jorge. 
Segue abaixo a ementa do julgamento do 
Recurso em Sentido Estrito n° 363471-5: 
 
 
 
Ementa 
 
DECISÃO: ACORDAM os Desembargadores 
integrantes da PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL 
DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO 
PARANÁ, por unanimidade de votos, em negar 
provimento ao recurso e, de ofício, afastaram as 
qualificadoras. 
 
EMENTA: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. 
PORTE ILEGAL DE ARMA DE USO PERMITIDO, 
HOMICÍDIO TENTADO E CONSUMADO. 
PRONÚNCIA. PRETENDIDA ABSOLVIÇÃO 
SUMÁRIA. NÃO ACOLHIMENTO. EXCLUDENTE 
DE ILICITUDE DA LEGÍTIMA DEFESA NÃO 
EVIDENCIADA DE FORMA CABAL. 
INEXISTÊNCIA DE PROVA ESTREME DE 
DÚVIDAS. PRINCÍPIO IN DUBIO PRO 
SOCIETATE. QUALIFICADORAS NÃO 
CONFIGURADAS. EXCLUSÃO, DE OFÍCIO. 
RECURSO DESPROVIDO E, DE OFÍCIO, 
AFASTA-SE AS QUALIFICADORAS DO MOTIVO 
FÚTIL E DO RECURSO QUE DIFICULTOU A 
DEFESA DAS VÍTIMAS DO HOMICÍDIO 
TENTADO E CONSUMADO. 
 
 Segundo a jurisprudência do TJ-PR [16]: 
 
 A absolvição sumária, consubstanciada na legítima 
 defesa, exige prova plena e incontestável para a sua 
 aplicação, sob pena de caracterizar usurpação da 
 competência do júri. 
 
 
 Sendo assim ressalta Tatiana Ades [17] 
 
 No amor saudável temos uma visão do outro como 
 complemento e não como objeto de posse, no amor 
 patológico o amor se torna obsessão, ciúme, 
sensação de paranóia de que o outro está nos 
enganando e traindo, mesmo que não existam provas. 
 
 Podendo chegar a um grau de insanidade 
fora do controle, onde o outro se torna alvo de 
destruição, diferentemente do amor saudável. 
 O crime passional é aquele cometido por 
amor, porém esse amor não pode ser usado para 
desculpar o crime, apenas para explicá-lo. 
 Porém quem ama de forma patológica 
desenvolve fixação pelo outro,e isso tudo não 
passa de uma incapacidade de amar a si 
mesmo,uma autoestima extremamente baixa e 
uma tendência paranóica a sentir-se perseguido 
pelo outro.O que em alguns casos a frustração 
torna depressão e a única saída é eliminar o 
outro. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 Com o estudo do psicopata e das 
características do crime passional, podemos 
inferir que o psicopata não comete crime 
passional, na sua essência, vez que, o 
antissocial, planeja o crime, na forma mais fria e 
calculista, não age com emoção, pois é 
desprovido desse sentimento. 
 Age com a razão de ter que eliminar um 
ser humano que não atende mais aos seus 
desejos sexuais, financeiros ou para encobrir a 
farsa de um relacionamento sadio. 
 A contrário senso o crime passional é 
cometido pelo agente que cultua paixão 
desenfreada e perde o controle num momento de 
impulsividade, de ciúme exarcebado, 
egocentrismo, ódio possessivo, que o leva a um 
incontrolável desejo de impedir que o 
companheiro se liberte de suas garras e siga a 
vida de forma independente com outra pessoa. 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço ao meu orientador Professor João 
Alberto Capilupe por ter me auxiliado na 
pesquisa, aos meus pais Aécio e Maria Ivone por 
estarem sempre confiados em mim ,e a minha 
amada filha Luísa do Amaral por ter me 
encorajado e me mantendo firme pelo simples 
fato de sua existência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
1- FIORELLI, José Osmir; MANGINI, Rosana. Psicologia Jurídica. São Paulo: Atlas 2009, p. 105-106. 
 
2- WITHOUT CONSCIENCE, de Robert Hare, The Guilford Press, 1993. (esta é a versão reduzida da 
Escala de Hare; o diagnóstico somente pode ser feito por profissionais. 
 
3-http://super.abril.com.br/ciencia/cerebro-transe-
20217.shtmlhttp://www.jusbrasil.com.br/busca?q=LEG%C3%8DTIMA+DEFESA+N%C3%83O+EVIDENCIA
DA+DE+FORMA+CABAL&c= 
 
4- PESSOA Fernando. Livro do desassossego. Lisboa: Ed. Assírio & Alvim, 2006 
 
5-HILGARD, Ernest; ATKISON, Richard; ATKISON, Rita. Introduction to Psychology. New York: Harcont 
Brace Javonovich, 1971. 
 
6- Fernando Capez - Curso de Direito Penal - Volume II - Parte São Paulo. Saraiva. 1995, v. 2, p. 55. 
 
7- FERREIRA Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário Aurélio. São Paulo: Nova Fronteira, 2001. 
 
8- ELUF, Luiza Nagib; A paixão nos bancos dos réus. São Paulo: Saraiva 2009. 
 
9- Cássio M. Fonseca. [Trad.]. Ética de Nicômaco. São Paulo: Atena, 1944. 
 
10- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm acessado às 13;55 dia 11/12/2014 
 
11-http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm acessado às 13;55 dia 11/12/2014 
 
12-DJI – INDICE FUNDAMENTAL DO DIREITO. Disponível em: http://www.dji.com.br/ 
códigos/1941_dl_003689_cpp/cpp593a606.htm acesso em: 04/11/2014 
 
13- BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 
1988. 
 
14- TRINDADE Jorge. Manual de psicologia jurídica para operadores do direito. Porto Alegre: Livraria do 
Advogado, 2011. 
 
15- CAPEZ Fernando. Curso de direito penal. 11. Ed. rev. e atualiz. São Paulo: Saraiva 2007. V. 1: parte 
geral (arts. 1° a 120). 
 
16- TJPR. Recurso em Sentido Estrito n° 363471-5; Rel. Des. Mário Helton Jorge; Primeira Câmara 
Criminal; j. 09 nov. 2006. 
17-Http://www2.uol.com.br/vyaestelar/ama.htm acessado às 14:58 dia 10/12/2014. 
 
 
 
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