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1ª AULA DE HISTOLOGIA ORAL ESTUDO DA CRONOLOGIA DA ERUPÇÃO DENTÁRIA A estatura e o nascimento dos dentes são facilmente observáveis, mas não espelham, com segurança, o desenvolvimento do indivíduo. A idade em que irrompem os dentes, tanto os decíduos ( dentes de leite ou provisórios ) quanto os permanentes, varia muito. Diferenças de até um ano, com o aqui relatado, podem estar dentro da normalidade e individualidade da criança. Sabe-se que a idade cronológica ( idade de vida ) nem sempre coincide com a idade de idade biológica (maturação do desenvolvimento). O crescimento e o desenvolvimento variam de indivíduo para indivíduo, dependente de sua genética e outros fatores. As meninas sempre têm maturação mais cedo que os meninos, de tal forma que se pode esperar que as idades aqui referidas ( que correspondem à média ) sejam menores para as meninas e maiores para os meninos. Estudo da dentição decídua Para entendermos o desenvolvimento da dentição decídua, é necessário o conhecimento de todo o processo evolutivo dos dentes e das arcadas dentárias, desde a fase embrionária até a formação completa dos dentes e das arcadas. ESQUEMA INDICANDO AS FASES DE DESENVOLVIMENTO DO INCISIVO CENTRAL INFERIOR Fonte: INTERLANDI, S 1994 apud Yamasaki, Elizabeth A. Formação da lâmina dentária (6 º Semana v.i.u.). B. Banda epitelial 1ária. C. Fase de botão, notando-se diferenciação do órgão do esmalte do dente decíduo (7º semanas de v.i.u.). D.Fase capuz Primeiras deposições de dentina E. Fase de campânula ou sino À direita, a extremidade livre da lâmina dentária que dará origem ao órgão do esmalte do dente permanente. O osso alveolar está iniciando sua diferenciação (10º semana V.I.U.). F. Diferenciação do incisivo central inferior permanente (nascimento). A coroa do dente decíduo está completa. G. Risólise do dente decíduo e dente permanente em vias de erupção (6 a 7 anos). H. Inicio de erupção do dente decíduo (6 º meses de idade). A coroa do dente decíduo está praticamente formada com esmalte e dentina. I. Erupção dos dentes permanentes (7 a 8 anos de idade). Dentes permanentes em uso, na boca, apresentando uma borda incisal transformada em faceta oclusal pelo desgaste natural. [NOVIDADES.... Não se deve mais utilizar os termo "erupção" e "nascimento" dentário. O termo atualmente utilizado é "irrompimento". Pois, dente não é vulcão para erupcionar, nem criança para nascer : O dente irrompe na cavidade oral! Desenvolvimento dental Estágios de ciclo vital dos dentes; iniciação, proliferação, histodiferenciação e morfodiferenciação. Iniciação: Primeiro estágio observado no feto com 6 semanas, formação de uma expansão da camada basal da cavidade bucal. Esse estágio é também conhecido como fase de botão. Proliferação: É a multiplicação das células do estágio de iniciação, resultando na formação do germe dentário, constituído por três partes: órgão do esmalte, papila dentária e saco dentário. Esse estágio é observado no estágio de capuz. Histodiferenciação: observamos especialização das células do germe dentário, que apresentam diferenças histológicas, diferenciação do esmalte, dentina e polpa. Também conhecido como fase de campânula. Morfodiferenciação: é aquele que determinara o tamanho e a forma do dente. Conhecido como fase avançada de campânula. Aposição: observa-se a deposição de camadas incrementais e matriz de dentina. A fase de calcificação do esmalte ocorre pela deposição de sais minerais e mineralização final do dente. Ela envolve o endurecimento da matriz previamente formada pela precipitação de sais minerais. Formação radicular: O desenvolvimento das raízes começa depois que a formação de esmalte e dentina atingiu a futura junção cemento-esmalte. Erupção dentária. O desenvolvimento dos dentes ocorre na intimidade dos tecidos da maxila e mandíbula, porém, para se tornarem funcionais, há necessidade de um movimento para trazê-los até o plano oclusal. São chamados de fases de erupção: pré-eruptivo, eruptivo e pós-eruptivo. Fase pré-eruptivo. No inicio da formação dos germes dos dentes decíduos, sua diferenciação ocorre em um osso pequeno para acomoda-los. O desenvolvimento dental é acompanhado pelo crescimento da maxila e mandíbula, tanto em largura como em comprimento, aliviando o apinhamento inicial dos germes dos dentes decíduos. Essa fase é importante para colocar tanto os dentes decíduos quanto os permanentes em posição adequada para que o movimento eruptivo possa ocorrer. Esse movimento pode ocorrer de duas maneiras: uma quando todo o germe se move (movimento de corpo) e outra, quando uma parte do germe permanece fixa e o restante continua se desenvolvendo (movimento excêntrico). Fase eruptivo. O movimento principal da erupção é o incisal ou oclusal. No inicio dessa fase de erupção, completa-se a formação da coroa, mas a raiz ainda não se formou. Com isso, a erupção de um dente é acompanhada pelo desenvolvimento de sua raiz e periodonto. Fase pós-eruptivo. Os dentes erupcionados realizam movimentos após terem atingido sua posição funcional no plano oclusal, que são divididos em 3 tipos: (1) movimento de acomodação da maxila e mandíbula, (2) movimentos compensadores do contínuo desgaste oclusal, (3) movimentos de acomodação do desgaste interproximal. Esfoliação. A esfoliação ou queda dos decíduos é um fenômeno fisiológico e está bastante relacionada a via eruptiva dos dentes permanentes, sendo fundamental na erupção normal dos incisivos e caninos permanentes e pré-molares. Nos estágios iniciais da erupção dos sucessores permanentes, o osso entre o dente decíduo e o permanente é reabsorvido, após a perda da parede óssea, ocorre a reabsorção dos tecidos duros dos dentes decíduos. Contudo a reabsorção dos tecidos duros podem iniciar antes que todo o osso da parede óssea tenha reabsorvido. São os dentes decíduos que iram guiar a erupção dos dentes permanentes. Cronologia dos dentes decíduos em meses. Tabela de Haddad a mais utilizada. Mandibula Maxila Incisivo Central 8 10 e meio Incisivo Lateral 14 9 Canino 20 e meio 20 e meio Primeiro Molar 16 e meio 16 e meio Segundo Molar 27 e meio 28 e meio Desenvolvimento da dentição decídua. Os dentes decíduos estão implantados verticalmente na base óssea apical e, como consequência disso, as faces oclusais e incisais destes dispõem-se num plano. Essa condição faz com que a arcada decídua não apresente curva de Spee. E a ATM encontra-se na altura do plano oclusal do dentes e paralelas a esse plano. Classificação da arcada segundo Baume: De acordo com a presença ou não de diastemas na região anterior, superior e inferior, Baume classifica a arcada em tipo I e tipo II. TIPO 1: possui diastemas entre os dentes anteriores e parece ser mais favorável a um bom posicionamento dos dentes permanentes anteriores, quando de sua erupção. �� TIPO 2: não apresenta diastemas entre os dentes anteriores e apresenta tendência maior a apinhamento na região anterior, quando da substituição dos dentes decíduos pelos permanentes. Pode ocorrer diastema do TIPO 1 na maxila e e sem diastema TIPO 2 na mandíbula. �� DIASTEMA PRIMATA: Na mandíbula localiza entre canino e primeiro molar decíduo. Na maxila entre incisivo lateral e canino. Esse diastema não está presente obrigatoriamente na arcada. �� Diastema dos Primatas e Diastemas do 6 anos O espaço entre os Caninos e Laterais decíduos superiores e Primeiros Molares e caninos decíduos inferiores têm o nome de "Diastema dos Primatas". É herança antropológica, remanescente da evolução das espécies, em que os ancestrais do Homo Sapiens tinham estes espaços onde se alojava o sobre passe oclusal dos caninos que eram muito grandes. O "Diastema dos Primatas" é maior na arcada inferior do que na superior. Outros espaços ( diastemas ) iniciam-se a aparecer, a partir dos 5 anos de idade, entreos Incisivos decíduos, tanto inferiores quanto superiores. A abertura destes diastemas se deve ao crescimento transversal da maxila, na sutura palatina. Estes espaços são proverbiais, pois os Incisivos Permanentes que irão substituí-los tem diâmetro mésio-distal maior. Graças a estes diastemas eles encontram lugar nas arcadas para erupcionarem. Uma criança com 6 anos que não apresenta estes diastemas, entre os Incisivos e que também não tem os Diastemas dos Primatas, muito provavelmente terá problemas de falta de espaço na mudança dos dentes. ESCLARECIMENTO: Na imagem representativa da abertura dos diastemas entre os Incisivos Decíduos, aparece uma flechinha que parece ser indicativa de que os diastemas ocorrem por protrusão. A flechinha tem a pena à intenção de chamar a atenção para o início do movimento e não da direção do movimento. Estes espaços surgem pelo crescimento transversal da maxila na sutura palatina. Referências: GUYTON & HALL. TRATADO DE FISIOLOGIA MÉDICA. Ed. Elsevier, Rio de Janeiro. 14a edição, 2009. Resumo do Livro "Manual de Odontopediatria - Antonio Carlos Guedes-Pinto Myaki Issáo." Cap.II pág 22~51.
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