Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA APÓS KEYNES FACULDADE DE ECONOMIA Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * A maioria dos Economistas Pós-keynesianos passaram seu tempo acrescentando, verificando ou emendando a estrutura proposta por Keynes; A revolução keynesiana provocou uma mudança profunda na forma de percepção dos problemas econômicos; Em vez de considerar a oferta (lei de Say) como geradora do ímpeto para a atividade econômica, observamos agora a presença ou falta de demanda efetiva; Desta forma, passamos a observar a solução keynesiana para os problemas macroeconômicos: Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * 1) Alterar o montante da demanda agregada para afastar a economia da recessão e/ou inflação; 2) Orientando para um caminho que se espera possa proporcionar crescimento sustentável sem inflação; A receita Keynesiana teve sucesso na estimativa da atividade econômica, sem recessão e ou inflação? 1) Nos EUA, em 1964, um aumento da Demanda Agregada (a guerra do Vietnã e o aumentado poder aquisitivo do consumidor com corte nos tributos), mostrou-se eficiente para elevar o nível de atividade econômica; Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * 2) O nível de emprego era elevado, as oportunidade de trabalho surgiam em níveis recordes; Infelizmente o salutar estado da economia não perdurou: 1) As pressões inflacionárias passaram a ser elevadas e persistentes; O remédio Keynesiano nestes casos seria simplesmente reduzir a demanda agregada e com isso esfriar o processo inflacionário; Isto foi tentado em 1969, mas não se obteve resultados satisfatórios; Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * O resultado atingido foi um elevado nível de desemprego e, ao mesmo tempo, inflação elevada (estagflação); Seriam os Instrumentos Keynesianos inadequados para os períodos inflacionários? As explicações dadas são: 1) O remédio Keynesiano clássico é útil apenas quando tivermos inflação de demanda (não se aplica para inflações de custo ou inercial e estrutura de mercado oligopolizada); 2) Interferência excessiva do governo. Algumas de suas ações eram geradoras de inflação, ex: a) Restrições de importações, com tarifas e cotas; Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * b) Incentivos e restrições a produção que mantinham os preços dos produtos agrícolas artificialmente elevados; c) Permissão ou promoção do crescimento de empresas monopolistas; d) Apoio à empresas ineficientes que fornecem armamento para o governo, com custos elevados; 3) A estrutura da empresa americana se torna cada vez mais concentrada: a) O número de empresas nos setores mais importantes da economia é pequeno e com formação de cartéis (não competem entre si); Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * b) As grandes empresas aumentam os preços de acordo com seus desejos, ditam ao consumidor os preços que deverão pagar; Certamente, os instrumentos keynesianos não produzem soluções desejáveis para o dilema da inflação persistente, com desemprego simultâneo; A solução desta questão está na forma como as grandes empresas (oligopólios) tomam decisões sobre preços e produção. Galbraith se preocupou bastante com este assunto; Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * John Kenneth Galbraith Nasceu no Canadá em 1908; Ocupou elevados cargos no governo americano; Foi embaixador americano na Índia; Foi professor de economia da Universidade de Harvard; É um crítico da sabedoria convencional e do pensamento estático; Sua abordagem evolucionária explora as condições mutáveis e examina a necessidade de mudar nossas idéias para adapta-las às situações; Sua obra é de fácil leitura; Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * I - A Sociedade Emergente A economia mudou de Keynes até os dias atuais; O crescimento econômico não agravou os problemas sociais, pelo contrário, enfraqueceu a desigualdade enquanto problema nos EUA (não se sustenta hoje, em 2007); As empresas passaram a ter administração profissional, tirando dos proprietários parte do poder que antes possuíam; Não concorda que a busca moderna de segurança possa ser considerada como a maior ameaça isolada ao progresso econômico (monopólio); John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * I - A Sociedade Emergente Todos fogem do risco, as grandes corporações são líderes neste processo; Essa tendência não prejudica a eficiência e o progresso econômico (as empresas líderes são as mais eficientes); Um elevado nível de segurança é essencial para a produção máxima e um alto nível de produção é indispensável para a segurança econômica; Mas a segurança é muito mais importante que a produção máxima; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * I - A Sociedade Emergente Ao enfatizar a produção, a sabedoria convencional, afirma que a produção privada aumenta o bem estar social, enquanto os serviços públicos representam um encargo, mesmo que necessário, se isso fosse verdade, concluiria-se: a) Os automóveis são mais importantes do que as estradas; b) Por serem produzidos privadamente, o álcool, os livros cômicos e as escovas de dentes são mais aceitáveis que as escolas, os tribunais e as piscinas municipais; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * I - A Sociedade Emergente Galbraith fez um forte apelo em favor de menores despesas privadas e maiores despesas públicas e acreditava que o equilíbrio entre as duas poderia ser mais bem ajustado com imposto sobre as vendas; Nos EUA os gastos públicos são importantes, mas inadequados. Deveria-se ampliar os gastos sociais e diminuir os gasto militares; A pobreza em nossa sociedade pode ser superada, garantindo a cada família uma renda mínima ou; investindo mais nas crianças das comunidades pobres, especialmente escola de qualidade, serviços de saúde eficazes e nutrição adequada; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * II – O Novo Estado Industrial Os investimentos se tornaram muito grandes; O período de planejamento entre a decisão de produção e a produção real de um bem se tornou muito longo; Aumentou o período de maturação do investimento; Este intervalo de tempo impede que a empresa baseie suas decisões de planejamento em condições de mercado na época de produção, as quais não podem ser previstas (futuro); Quanto maior o período de maturação maior a incerteza; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * II – O Novo Estado Industrial Desta forma a empresa tende a minimizar ou eliminar as influências de mercado; O mercado deve ser substituído por uma determinação autoritária de preços; Existem três formas de minimizar as influências de mercado: 1) O mercado pode ser substituído por integração vertical: a) A empresa assume todo processo produtivo (da matéria prima à distribuição) e as decisões internas substituem as decisões de mercado; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * II – O Novo Estado Industrial 2) O mercado pode ser controlado por compradores ou vendedores, desde que as empresas sejam suficientemente grandes: a) A General Motors, por ex, pode influenciar os preços cobrados por seus fornecedores e fixar os preços de seus próprios bens; b) A quantidade vendida é controlada pela propaganda, pela organização de venda e pelo tamanho da corporação; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * II – O Novo Estado Industrial 3) São os contratos entre as partes para comprar e vender: a) As grandes empresas fazem bons contratos de longo prazo; b) As pequenas empresas não tem estrutura para este tipo de contrato (geralmente não podem cumpri-los); As grandes empresas são necessárias para que o planejamento econômico substitua o mercado e, neste tipo de planejamento, quanto maior melhor; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * II – O Novo Estado Industrial O tamanho da General Motors permite determinar o tamanho ótimo de suas fábricas, levando: 1) A eficiência tecnológica; 2) Ao planejamento; Para: 1) Controlar a oferta e a demanda; 2) Providenciar o capital necessário; 3) Minimizar o risco; “O tamanho da General Motors não está a serviço do monopólio ou das economias de escala, mas do planejamento” John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * II – O Novo Estado Industrial Além disso, o empresário não lidera mais a empresa; O capitalista (dono) foi substituído pela tecnoestrutura, organização coletiva de executivos, gerentes engenheiros, cientistas, planejadores de produtos, pesquisadores de mercado, executivos de vendas etc; O capitalista, hoje representado pelo acionista, foi totalmente isolado de qualquer poder efetivo, pois a corporação moderna priva seus acionistas de privilégios; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * II – O Novo Estado Industrial A tecnoestrutura não objetiva maximização dos lucros dos proprietários; Os objetivos da tecnoestrutura são: 1) O crescimento da empresa; 2) Mudança tecnológica em si; 3) Ganhos seguros suficientes para pagar os dividendos (senão seriam demitidos) e; 4) Suprir a poupança para o re-investimento, um aumento progressivo dos dividendos e um risco mínimo de perda; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * II – O Novo Estado Industrial A tecnoestrutura encontra meios de controlar ou pelo menos influenciar bastante os desejos dos consumidores; A economia do planejamento ou da administração da procura é, em si, uma indústria enorme e crescente, cujo propósito é assegurar que as pessoas comprem o que é produzido aos preços determinados pelos produtores, A economia ortodoxa afirma que a iniciativa está no consumidor, que compra os bens e serviços em resposta: 1) A desejos pessoais ou; 2) Necessidades impostas pelo meio ambiente; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * II – O Novo Estado Industrial De acordo com Galbraith, os produtores decidem o que será produzido e então moldam o gosto dos consumidores: 1) Os meios de comunicação prestam-se com grande competência à persuasão das massa; 2) O rádio e, principalmente, a TV tornaram-se os instrumentos básicos para a administração da procura do consumidor; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * II – O Novo Estado Industrial A comunicação de massas não era necessária quando os desejos estavam ligados primordialmente às necessidades básicas: 1) As massas não podiam ser persuadidas quanto a suas despesas, que se destinavam à alimentação e abrigo; 2) Apenas as necessidades de uma pequena minoria podiam ser orientadas e, podiam ser facilmente atingido pelos jornais e revistas; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * II – O Novo Estado Industrial Com a afluência (surgimento) das massas, da renda dessas massas e com a possibilidade de administrar a procura (oligopólios) criou-se a necessidade de meios de comunicação de massas (a TV), que: 1) Têm uma capacidade de prender o interesse sem esforço; 2) E têm acesso a todo espectro cultural; “O sistema industrial é profundamente dependente dos comerciais de televisão e poderia não existir em sua forma atual sem os mesmos” John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * II – O Novo Estado Industrial Aproximadamente 2 a 5% do faturamento das empresas é destinado ao marketing; A tecnoestrutura depende do governo: a) As vendas futuras não podem ser planejadas com grandes flutuações na atividade econômica; b) Portanto, uma elevada despesa governamental e a política de estabilização servem aos objetivos das grandes corporações; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * II – O Novo Estado Industrial É a moderna liderança corporativa (tecnoestrutura) que mais depende das políticas Keynesianas para manter e estabilizar a demanda global; A tecnoestrutura também depende do Estado para dar apoio maciço à: 1) Educação (hoje não mais, a educação virou negócio lucrativo); 2) Pesquisa científica e; 3) Estabilização dos preços e salários; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * II – O Novo Estado Industrial O sistema industrial contudo, leva a despesas governamentais não relacionadas com o sistema social. Não interessa investir em: 1) Enfermos ou deficientes, nem em serviço de saúde; 2) Provisões de parques ou de áreas de recreação; 3) Remoção de lixo e muitos outros serviços; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * II – O Novo Estado Industrial O que deve ser feito segundo Galbraith: 1) Em algumas áreas o sistema de mercado ainda serve; 2) Em outras áreas o mercado deve ceder lugar ao planejamento, tais como: a) Transito urbano e interurbano; b) Para o desenvolvimento de terras urbanas e do sistema de habitação; c) Conservação dos recursos naturais; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * II – O Novo Estado Industrial O que deve ser feito segundo Galbraith: 3) A comunidade educacional deve ser a principal autoridade na condução da educação e das pesquisas empreendidas: a) Para que as necessidades do sistema industrial se tornem secundárias ao cultivo da compreensão e percepção geral; b) O estudante que se destaca em poesia ou pintura e o que serve diretamente ao sistema industrial, devem ter oportunidades iguais de bolsas de estudos e empregos; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos As duas primeiras obras analisaram as grandes corporações; Na obra “Economia e objetivos públicos” Galbraith apresenta todo o sistema (inclui pequenas empresas); A economia moderna pode ser dividido em dois setores, o sistema de planejamento e o sistema de mercado: 1) O sistema de planejamento inclui as mil maiores corporações nas áreas de manufatura, mercadologia, transporte, energia e finanças; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos 1) O sistema de mercado inclui cerca de doze milhões de empresas menores e fazendeiros; O sistema de planejamento não está de acordo com o modelo neoclássico de operação de empresas, mas o sistema de mercado sim; O sistema de planejamento domina a sua conjuntura enquanto o sistema de mercado é subordinado a ela; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos As diferenças entre os dois sistemas podem ser vistas: 1) Em fontes internas versus fontes externas de financiamento de novos investimentos; 2) No controle de preços; 3) No nível de lucros; 4) No grau de monopólio; 5) Na influência sobre o comportamento dos clientes; 6) Na influência sobre o governo; 7) No acesso a novas tecnologias; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos O sistema de mercado para operações de pequena escala é altamente estável: 1) Enquanto ocorrem flutuações descendentes na produção e no emprego, movimentos ascendentes nos preços são auto-limitativos e eventualmente auto-corretivos (o mecanismo de mercado funciona); O sistema de planejamento, na ausência de intervenção governamental, é inerentemente instável: 1) As recessões e as inflações são mais cumulativas do que auto-limitativas e são especialmente prejudiciais ao sistema de mercados; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos As causas da recessão é a procura inadequada de bens e serviços: Este problema está relacionado, principalmente, com a ameaça de que a S não seja gasta em I ou compensada pela despesa em consumo de outras pessoas; No sistema de mercado o grau dessa deficiência na procura é limitado e tem mecanismo corretivo: 1) As empresas são numerosos e pequenas e a renda é distribuída em quantidades bastante pequenas; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos 2) A propensão a consumir dessa renda é bastante elevada; 3) Se ocorrer recessão os preços caem; 4) Mas os empresários (auto-empregados) continuam trabalhando com rendas menores; 5) Enquanto os preços decrescem, as vendas aumentam, as rendas decrescem e reduzem a poupança; 6) Ambas (redução do preço e da S) limitam os declínios na produção e no emprego; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos No sistema de planejamento não tem mecanismo corretivo: 1) a S corporativa ou o lucro não distribuído não estão disponíveis para despesas de consumo (somente I); 2) As intenções de S podem facilmente exceder as intenções de investir; 3) Os preços estão sujeitos ao controle corporativo e não caem; 4) Os W dos trabalhadores ligados a sindicatos dificilmente podem ser reduzidos; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos 5) Portanto, quando a demanda cai, não há efeito compensador de vendas adicionais por: a) Preços menores; b) Salários mais baixos, que seriam compensados por um aumento do emprego; c) Ocorre de fato um impacto global de redução na demanda sobre a produção e emprego; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos A instabilidade do sistema de planejamento possui um efeito adverso e poderoso sobre os sistema de mercado: 1) Quando a demanda cai no sistema de planejamento, o sistema de mercado (pequenos empresários, fazendeiros e trabalhadores) sofrem muito: a) Após a segunda guerra mundial a revolução Keynesiana foi absorvida pelo sistema de planejamento; b) A partir de então a política governamental baseia-se nas necessidades do sistema de planejamento; c) Isto foi e é especialmente válido para despesas com desenvolvimento industrial e militar; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos A instabilidade do sistema de planejamento possui um efeito adverso e poderoso sobre os sistema de mercado: 2) Quando existe inflação: a) A inflação não é própria do sistema de mercado (o produtor individual não tem controle sobre os preços); b) As causas da inflação são encontradas no sistema de planejamento: - Empréstimos bancários com excesso de S; - Despesas governamentais com excesso de Impostos; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos 2) Quando existe inflação: c) O sistema de planejamento transfere os custos (ex. salários) mais elevados sob a forma de aumento de preços; O sistema de planejamento é muito pouco prejudicado pelos métodos ortodoxos de atacar a inflação; Existem três formas de reduzir a procura para controlar a inflação: 1) Reduzir as despesas públicas; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos 2) Reduzir as despesas privadas de fundos emprestados (aumentar os juros); 3) Elevar os impostos; As despesas públicas (primeira forma) que servem às necessidades do sistema de planejamento não pode ser reduzidas: 1) Com ironia Galbraith diz que não se pode brincar com a segurança da nação (não é a toa que os déficits públicos são históricos); Se as despesas públicas forem cortadas, isso ocorrerá nos gastos sociais; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos As despesas públicas que servem às necessidades do sistema de planejamento “não podem” ser reduzidas: Com o aumento dos juros (segunda forma) o sistema de planejamento também não é muito afetado: 1) Diferentemente do sistema de mercado, depende muito mais de recursos próprios do que de terceiros: a) De qualquer forma repassa o custo financeiro aos preços; 2) A redução de demanda também é compensada com aumento nos preços (vendem menos mas mantêm a mesma taxa de lucro - que é o que importa); John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos Aumentar os impostos (terceira forma) também não afeta significativamente o sistema de planejamento: 1) Controlando os preços, podem repassar o ônus do imposto aos preços; 2) O sistema de mercado não pode aumentar os preços e, junto com os trabalhadores, acabam arcando com o custo da crise; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos O QUE FAZER? COMO REFORMAR O SISTEMA ECONÔMICO? Propõem que as leis antitruste sejam abandonadas: 1) porque não funcionam (o Estado está a serviço do sistema de planejamento); 2) O sistema de planejamento é mais eficiente do que o de mercado; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos Supondo que o Estado possa ser liberado do controle do sistema de planejamento, defendia sete linhas de ação para reformar o sistema econômico: 1) O poder poderia ser igualado, estimulando o poder do sistema de mercado e controlando o sistema de planejamento: a) Aprova a fixação de preços agrícolas e recomenda regulamentação semelhante para preços e produção em todo o sistema de mercado (fez isso nos EUA e foi um desastre); John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos b) Defendeu outras medidas de apoio ao pequeno empresário e trabalhadores: - Barganha coletiva; - Leis de salário (aumento do W mínimo); - Uma renda mínima garantida; - Acordos internacionais de bens e; - Algumas tarifas protecionistas; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos 2) Igualar as competências entre os dois sistemas: a) Certas áreas (as sociais) não se prestam à organização do sistema de planejamento e também não são supridas pelo sistema de mercado; b) Por isso, precisam ser apoiadas por ação social (ao qual denomina de socialismo); c) O Novo socialismo visa auxiliar os setores mais fracos da economia; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos 3) A desigualdade de renda entre os dois sistemas deveria ser compensada: a) O problema mais urgente da economia moderna não é a produção de bens, mas a distribuição de renda; b) A desigualdade de retorno entre os sistemas deve ser corrigida pelo aumento dos preços no sistema de mercado (Obs: como faz isso? Complicado: subsídios? = perpetuação da ineficiência); c) Deverá haver uma renda garantida para quem não conseguir encontrar emprego; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos 4) O sistema de planejamento deviria ser proibido de poluir e danificar o meio ambiente: a) Hoje se utiliza dinheiro público para corrigir o que as grandes empresas poluem; b) O planejamento público deverá regular a empresa privada para coordena-la com os objetivos públicos de forma a limitar ou banir os processos e produtos que poluem e destroem; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos 5) As despesas públicas deveriam ser controladas de forma a servirem a propósitos públicos e não ao sistema de planejamento, pergunta: a) Porque os subsídios às fazendas são mais dispendiosos do que para as empresas aéreas? b) Porque reduzir a ajuda aos pobres e aumentar os gastos com defesa? c) O governo federal (a serviço do sistema de planejamento) deveria transferir parte dos recursos para os Estados e municípios (que servem ao público em geral ou tendem a servir); John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos 6) As tendências inflacionárias e deflacionárias do sistema de planejamento deveriam ser eliminadas: a) Não deve ser fonte de aumento de poder do sistema de planejamento e prejuízo para o sistema de mercado; b) Precisamos de impostos progressivos, inclusive sobre a renda corporativa; c) Temos o tipo errado de despesas públicas, que pioram a distribuição de renda; d) Devemos priorizar taxas de juros baixas para favorecer o tomador e não o emprestador (a produção); e) A inflação deve ser controlada por meio de controle de preços e salários no sistema de planejamento (na prática, não deu certo): - Permitindo apenas aumentos de w nos níveis dos ganhos médios de produtividade no sistema; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos 7) Precisamos de medidas de coordenação interindustrial, da qual o sistema de planejamento é incapaz: a) Estimular o transporte ferroviário de pessoas e carga em vez de transporte rodoviário; b) Evitar o uso excessivo de energia elétrica e subsidiar energias alternativas não lucrativas; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * III – Economia e Objetivos Públicos CRÍTCAS À KEYNES: 1) Não observou que, com o desenvolvimento econômico, o poder passa do consumidor para o produtor (seu pensamento continua atrelado a estrutura de mercado de livre concorrência); 2) Conseqüentemente, não previr as divergências crescentes entre os objetivos do setor de planejamento e as necessidades do público; 3) Portanto, o desenvolvimento torna-se desigual, o meio ambiente é ameaçado, o consumidor é sacrificado e a inflação torna-se incontrolável pelos remédios Keynesianos; John Kenneth Galbraith Prof. Dirceu Grasel Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * ECONOMIA PÓS-KEYNESIANA Economia/UFMT - Cuiabá, MT, * Prof. Dirceu Grasel * Bibliografia OSER, J. e BLANCHFIELD, W. C. História do Pensamento Econômico. São Paulo: Atlas, 1987; GALBRAITH, J. K. The Affluent Society. Boston: Houghton Mifflin, 1958. GALBRAITH, J. K. O novo estado industrial. SP: Nova Cultural, 1988. (Os economistas). GALBRAITH, J. K. Economics and the Public Puropose. Boston: Houghton Mifflin, 1973. GALBRAITH, J. K. A economia das fraudes inocentes: a verdade para o nosso tempo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, 84p. GALBRAITH, J. K. A era da incerteza. SP: Pioneira, 1986. Prof. Dirceu Grasel
Compartilhar