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Anti-inflamatórios não esteroides Acadêmico : Diogo Henrique Vaz de Souza A resposta imune Quando a pessoa entra em contato com algum agente agressor, seja um corpo estranho ou um trauma físico ocorre a ativação da resposta imune, que são assim liberados durante uma resposta inflamatória. Essa resposta pode ser deletéria ao hospedeiro quando levar à inflamação crônica. A lesão da parede das células liberam enzimas lisossômicas dos leucócitos, a seguir ocorre a liberação de ácido aracdônico e daí são sintetizados os eicosanoides. Eicosanoides Os eicosanoides são os produtos do metabolismo do ácido aracdônico Temos vários eicosanoides, dentre eles podem citar os tromboxanos, prostaglandinas e os leucotrienos Se a lipoxigenases metabolizarem o ácido aracdônico teremos a produção de leucotrienos que tem efeito quimiotático para os eosinófilos, eosinófilos e macrófagos – além disso os leucotrienos fazem broncodilatação e alterações na permeabilidade vascular O processo inflamatório é perpetuado a partir da quimiotaxia. Estratégias terapêuticas Na inflamação tanto aguda como crônica buscamos eliminar os efeitos desconfortáveis causados pela inflamação assim como preservar a função do órgão do paciente. Os antiinflamatorios não esteroides tem a capacidade de retirar essa inflamação e fazer analgesia por um curto período de tempo. Os glicocorticoides também exercem esse efeito anti-inflamatório, porém ele possuem muitos efeitos colaterais e não podem ser usados a longo prazo. Fármacos anti-inflamatórios não esteroides Os fármacos anti-inflamatórios não esteroides tem a capacidade de eliminar os efeitos da inflamação além de preservar a função do órgão do paciente, e ainda fazer o efeito antipirético. Química e farmacocinética dos AINES Todos os AINES são ácidos orgânicos fracos, com exeção da nabumetona que é um profármaco e é metabolizado ao fármaco ativo do ácido. A biodisponibilidade dos AINE é modificada pela presença de alimento. Sofre metabolismo de primeira passagem A via renal de excreção é a mais importante desse fármaco, mas também pode ocorre pela via biliar. Ligam-se a proteínas plasmática em geral à albumina. Farmacodinâmica dos AINE Os AINE fazem a inibição da biossíntese das prostaglandinas O ácido acetilsalicílico bloqueia as COX das plaquetas de maneira irreversível ao passo que os AINEs não seletivos de COX são inibidores reversíveis. Existem inibidores seletivos de COX 2, esses inibidores não afetam a função plaquetária em doses habituais Em fármacos que se ligam exclusivamente a COX 2, o paciente tem sua função gástrica protegidas das úceras e formação de gastrites, em contrapartida eles aumentam o edema, a hipertensão e há uma possibilidade de infarto do miocárdio. Inibidores seletivos da COX 2 Os inibidores seletivos da COX 2 comercializados nos EUA são o celecoxibe e o meloxicam E celecoxibe “traja preta” apresenta maiores riscos cardiovasculares Características fisiológicas causadas pelos AINEs Todos os AINEs diminuem a inflamação crônica e aguda, diminuem a sensibilidade dos vasos sanguíneos, afetam na produção de linfocinas e lifócitos T, além de reverterem a vasodilatação da inflamação Usados como analgésicos, anti-inflamatórios e antipiréticos Os agentes seletivos da COX 2 são exceção além de inibirem a agregação plaquetaria Características fisiológicas causadas pelos AINEs Todos os AINEs são irritantes gástricos e também podem estar relacionados a úlceras gástricas Os mais recentes tendem a causar efeito menos irritante que os mais antigos Os anti-inflamatórios não esteroidais também causam nefrotoxicidade, pois ocorre uma interferência na regulação do fluxo sanguíneo renal que é realizado pelas prostaglandinas Vários AINEs incluindo o acido acetilsalicílico reduz a incidência de câncer de colon quando administrados cronicamente Efeitos colaterais dos AINES Sistema nervoso central : cefaleias, zumbido, tontura e raramente meningite asséptica Cardiovasculares : retenção hídrica, hipertensão, edema e raramente infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca congestiva ( ICC ) Gastrintestinais : dor abdominal, displasia, náuseas, vômitos e raramente, úlceras e sangramento Efeitos colaterais dos AINES Hematológicos :trombocitopenia, neutropenia, anemia aplástica Hepáticos : insuficiência hepática ( RARO ) Pulmonares :asma Cutâneos : exantemas de todos os tipos : prurido Renais : insuficiência renal, falência renal, hiperpotassemia e proteinúria Ácido acetilsalicílico - Farmacocinética Possui efeitos antiplaquetários É um ácido orgânico simples, também chamado de AAS Liga-se à albumina A alcalização da urina aumenta a taxa de excreção do AAS Ácido acetilsalicílico – Farmacodinâmica Inibe a COX plaquetária de modo que a duração da COX plaquetária é de 8 a 10 dias Usos clínicos Ataques isquêmicos, agina instável, trombosa da artéria coronária com infarto do miocárdio e trombose após enxerto O uso prolongado do acido acetilsalicilo diminui a incidência de câncer de colon Efeitos colaterais Desconforto gástrico ( intolerância )e úlceras gástrica e duodenais Inibidores seletivos de COX 2 Também podem ser chamados de coxibes Fazem inibição da formação das prostaglandias por ação da inibição da enzima COX 2 induzida em locais da inflamação, sem afetar a ação da insoenzima COX 2 de manutenção constitutivamente ativa , encontrada no TGI e no rin e nas plaquetas As doses habituais recomendadas dos coxibes causam toxicidade renal Coxibes –> Celecoxibe e Meloxicam O celecoxibe é um medicamento 20 vezes mais seletivo para COX 2 Está associado a menos úlceras endoscópicas do que a maioria dos outros AINES E uma sulfonamida por isso causa exantema cutâneo Em doses habituais ele não afeta a agregação plaquetária Efeitos colaterais são os mesmos dos AINEs Meloxicam É um fármaco seletivo para COX 2 Ele não é tão seletivo como o celecoxibe mas pode então ser definido como seletivo preferencial Está relacionado a menos sinais gastrintestinais do que o diclofenaco, naproxeno e piroxican Não diminui a função plaquetária mesmo em doses muito elevadas Inibidores não seletivos da COX O diclofenaco causa ucerações gastrintestinais com mais frequência, associado com o misoprostol diminui as ulcerações gastrintestinais mas causam diarreia. Associado com o omeprazol previne o sangramento intestinal. Também está disponível na forma de colutório para a administração intraocular. Diflunizal O diflunizal é um inibidor não seletivo da COX Sofre metabolismo de primeira passagem Uma pomada de diflunial pode ser administrada em cirurgias de extrações dentárias principalmente terceiro molar. A 2% atua com analgésico clinicamente útil em pacientes com dor em lesões na cavidade oral. Etodolaco É um derivado racêmico do ácido acético, inibidor não seletivo da COX Flurbiprofeno Não apresenta metabolismo de primeira passagem Inibe COX de modo não seletivo Na forma de pastilhas o Flurbiprofeno trata a faringite Raramente seus efeitos colaterais estão associados à ataxia, tremor e mioclonia além de rigidez em roda dentada Ibuprofeno É um derivado simples do ácido fenilpropiônico Apresenta boa eficácia analgésica, porém não anti-inflamatória Disponível como fármaco de venda livre Uma preparação em gel de ibuprofeno tem boa eficácia pós-operatória para tirar as dores da extrusão de dentes O uso de ibuprofeno com AAS pode diminuir o efeito anti-inflamatório total Indometacina É um derivado indólico É um potente inibidor não seletivo da COX e também pode inibir as fosfolipases A e C, reduzir a migração de neutrófilos e a proliferação das células T e B Tem sido usada para acelerar o fechamento do canal artérial Preparação oftálmica reduz a inflamação conjuntival A inflamação gengival é reduzida após a administração de colutório de indometacina Entre os efeitos gastrintestinais pelo uso da indometacina podemos citar a pancreatite Cetoprofeno É um derivado do ácido propiônico Inibe tanto a COX como a lipoxigenaseAdministrado juntamente com a probenicida temos o aumento dos níveis de cetoprofeno e prolonga a sua meia vida plasmática Nabumetona A nabumetona é o único anti-inflamatório não esteroide não acido que conhecemos de uso corrente É administrado na sua forma de pró-fármaco = cetona Possibilita a administração de uma única dose no dia pois tem meia vida longa Não sofre metabolismo de primeira passagem Comprometimento renal resulta no aumento duas vezes da meia vida Pode causar menos lesão gástrica É um AINEs de custo mais elevado Naproxeno É um derivado do ácido naftilpropiônico É o único fármaco AINEs comercializado como enantiômero isolado Possui indicações reumatológicas Possui estatísticas de sangramento intestinal duas vezes maior que a do ibuprofeno Casos raros de : pneumonite alérgica, vasculite leucocitoclástica, pseudoporfiria, além dos efeitos colaterais comuns aos AINEs Oxaprozina É mais um anti-inflamatório não esteroidal derivado do ácido propiônico Não sofre o metabolismo de primeira passagem Possui meia vida longa Piroxicam É um inibidor não seletivo da COX e em altas doses inibe também inibe a migração de leucócitos porlimorfonucleares, diminui a produção de radicais de oxigênio e inibe a função dos linfócitos. Sua meia vida permite a administração em uma única dose ao dia Pode ser utilizado para indicações reumáticas habituais Quando administrado em doses superiores a 20mg/dia aumenta a chance de úlcera péptica e sangramento até 9,5 vezes maior que nos outros AINEs Sulindaco É um pró-fármaco sulfóxido É excretado na bile depois de ser biotransformado e em seguida é reabsorvido pelo intestino O ciclo êntero – hepático prolonga a duração de ação de 12 a 16 horas Indicado para doenças reumáticas Inibe o desenvolvimento do câncer de cólon, mama e próstata nos seres humanos Dentre os efeitos colaterais mais graves observamos : síndrome de necrólise epidérmica de Stevens-Johnson, trombocitopenia, agranulocitose e síndrome nefrótica Seu uso está associado a lesão hepática colestásica Tolmetina É um inibidor não seletivo da COX com meia vida 1 a 2 horas, é ineficaz no tratamento da gota. Outros anti-inflamatórios não esteroides Azaprozona; carprofeno; meclofenamato e tenoxican, esses AINEs são raramente usados. Escolha do anti-inflamatório não esteroide O fármaco AINEs deve ser analisado quando a toxicidade que ele pode causar e a relação custo benefício para o paciente. Por exemplo o uso do cetorolaco é limitado devido ao seus efeito gastrintestinais e renais paresentados. A farmacologia ensina que os AINEs indometacina e tolmetina são mais tóxicos que o ibuprofeno, AAS e salsalato os inibidores seletivos da COX -2 não foram incluídos nessa análise Escolha do anti-inflamatório não esteroide Para pacientes com insuficiência renal recomendado é o uso dos salicilatos não acetilados É provável que o celecoxibe, inibidor seletivo da COX -2 de custo relativamente mais alto, seja mais seguro para pacientes que apresentem sangramento intestinal ou alto risco deste O celecoxibe associado ao misoprostol ou ao omeprazol é mais indicado para pacientes de risco a apresentarem sangramento intestinal Nessa subpopulação esses fármacos são mais seguros porém podem apresentar custo mais elevados Referência bibliográfica Farmacologia Básica e clínica 13° edição lange – Bertram G. Katsung; Anthony J. trevor Cap. 36; Anti-inflamatórios não esteroides pg. 618-625
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