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Esquistossomose Prof. Me. Hércules J. Rebelato Classificação Filo Platyhelminthes Classe Trematoda Família Schistosomatidae Gênero Schistosoma Espécies Schistosoma mansoni Schistosoma japonicum Schistosoma haematobium Schistosoma intercalatum Schistosoma mekongi • Biiharz, em 1852, descreveu um parasito intravascular durante necropsia um rapaz, para o qual deu o nome de Distomum haematobium; • Weinland, em 1858, denominou o gênero deste helminto de Schistosoma “schisto” fenda e “soma” corpo; • Sambon, em 1907, denominou a espécie Schistosoma mansoni; • O ciclo biológico foi descrito inicialmente por Lutz, no Brasil, e por Leiper, no Egito. UM POUCO DE HISTÓRIA... • Schistosoma mansoni • Doença: Esquistossomose • Popularmente conhecidos por “xistose”, “barriga d’água” ou “mal-do-caramujo”. AGENTE ETILÓGICO Morfologia – Schistosoma mansoni Miracídio Casal adulto veia mesentérica inferior Cercária Ovos Hábitat Os vermes adultos vivem no sistema porta; Os esquistossômulos quando chegam ao fígado apresentam um ganho de biomassa exponencial; Após atingirem a maturação sexual, em torno de 25 dias, migram para os ramos terminais da veia mesentérica inferior, principalmente na altura da parede intestinal do plexo hemorroidário, onde se acasalam; Em torno do 35dias, as fêmeas iniciam a postura dos ovos. Hábitat Ciclo Biológico Cada fêmea põe cerca de 400 ovos por dia, na parede de capilares e vênulas, e cerca de 50% desses ganham o meio externo; Cinco anos é a vida média do S. mansoni, embora alguns casais possam viver mais de 30 anos eliminando ovos; Os ovos colocados nos tecidos levam cerca de uma semana para tomarem-se maduros (miracídio formado) e chegam à luz intestinal através da submucosa; Se decorridos cerca de 20 dias, os ovos não conseguirem atingir a luz intestinal, ocorrerá a morte dos miracídios. Os ovos podem ficar presos na mucosa intestinal ou serem arrastados para o fígado; Os ovos que conseguirem chegar à luz intestinal vão para o exterior junto com o bolo fecal e têm uma expectativa de vida de 24 horas (fezes líquidas) a cinco dias (fezes sólidas). Ciclo Biológico Após a eclosão e liberação dos miracídios, a capacidade de penetração restringe-se a cerca de oito horas e é influenciada pela temperatura; O miracídio agita-se intensamente, com movimentos contráteis e rotatórios, neste momento são descarregadas enzimas proteolíticas que iniciam a digestão dos tecidos; Após a penetração no molusco, o miracídio transforma-se em um saco contendo a geração das células germinativas ou reprodutivas, chamada de esporocisto; Um único miracídio pode gerar de 100 a 300 mil cercárias, e cada miracídio já leva definido o sexo das cercárias; Apesar das cercárias viverem por 36 a 48 horas, sua maior atividade ocorre nas primeiras oito horas de vida. Ciclo Biológico As cercárias são capazes de penetrar na pele e nas mucosas; Por ação Iítica e ação mecânica, promovem a penetração do corpo cercariano e a concomitante perda da cauda. Este processo dura de cinco a 15 minutos; Após a penetração, as larvas resultantes, denominadas esquistossômulos, adaptam-se as condições fisiológicas do meio interno, migram pelo tecido subcutâneo e, ao penetrarem num vaso, são levadas passivamente da pele até os pulmões, pelo sistema vascular sanguíneo, via coração direito; Dos pulmões, os esquistossômulos se dirigem para o sistema porta; Uma vez no sistema porta intra-hepático, se alimentam e desenvolvem transformando-se em machos e fêmeas (25-28 dias). Ciclo Biológico Migram acasalados para a veia mesentérica inferior, onde farão oviposição; Os ovos são depositados nos tecidos aproximadamente no 35º dia da infecção; Os primeiros ovos são vistos nas fezes cerca de 42 dias após a infecção do hospedeiro; Penetração de cercárias na pele e mucosa; Áreas: pés e pernas (maior contato com água contaminada); Horário: entre 10 e 16 hs (luz e calor mais intensos); Focos peridomiciliares (valas de irrigação de hortas, açudes e pequenos córregos) são os locais onde há transmissão com maior frequência. Transmissão Suspeita de um estado de resistência adquirida contra reinfecções em moradores de áreas endêmicas; “Imunidade Concomitante” existência de uma resposta imune que atua contra as formas iniciais das reinfecções (principalmente nos níveis de pele e pulmões); Aquisição ou síntese de antígenos semelhantes aos do hospedeiro que irão mascarar/mimetizar a superfície externa do parasito; Trabalhos mais recentes com populações humanas mostram que a resistência contra reinfecções seria principalmente do tipo Th2. Imunidade Protetora Imunidade Protetora • Principal resposta Th2 IgE; • Alguns indivíduos apresentam altos níveis de interferon gama Th1 e Th2; • Maior proteção Baixa carga parasitária Circulação portal e alterações que ocorrem na infecção pelo S. mansoni Fígado com granulomas, lobulado e fibrótico Veia porta Baço - esplenomegalia Veia esplênica Veia mesentérica inferior Veia sigmóide Sigmóide Reto PATOGENIA • Está ligada a vários fatores: - Cepa do parasito; - Carga parasitária adquirida; - Idade; - Estado nutricional; - Resposta d0 sistema imunológico do paciente. • POR CERCÁRIA • Dermatite cercariana ou do nadador; • Eritema, edema, pequenas pápulas e dor; • Sensação de comichão; • É um processo IMUNOINFLAMATÓRIO. PATOGENIA • POR CERCÁRIA PATOGENIA • POR ESQUISTOSSÔMULOS • 3 dias após penetração das cercárias na pele, os esquistossômulos são levados aos pulmões; • 15 dias após infecção – vasos do fígado e posteriormente, no sistema porta intra-hepático; • Febre, aumento do baço e sintomas pulmonares. PATOGENIA • POR VERMES ADULTOS • Vivem (durante anos) na veia mesentérica inferior; • Não provocam lesões graves; • Vermes mortos – lesões extensas principalmente no fígado; • Ação espoliadora – consomem 2,5 mg de Fe/dia. PATOGENIA • POR OVOS • Pequeno número de ovos viáveis atinge a luz intestinal: lesões mínimas, com reparações teciduais rápidas; • Grande número: hemorragias, edemas da submucosa e fenômenos degenerativos (pequenas úlceras); • Os ovos que atingem o fígado: causam as alterações mais importantes da doença, GRANULOMA. PATOGENIA GRANULOMA • FASE NECRÓTICA-EXSUDATIVA: Aparecimento de uma zona de necrose em volta do ovo, circundada por exsudação de eosinófilos, neutrófilos e histiócitos com deposição de material eosinofilico conhecido como fenômeno de Hoeppli; • FASE PRODUTIVA ou REAÇÃO HISTIOCITÁRIA: início de reparação da área necrosada; PATOGENIA GRANULOMA • FASE DE CURA OU FIBROSE: granuloma endurecido é denominado nódulo. Em seguida, poderá haver calcificação do ovo ou mesmo absorção e desaparecimento do granuloma; • Os granulomas podem apresentar-se em pontos isolados ou difusos no intestino grosso e fígado. PATOGENIA FORMAÇÃO DO GRANULOMA Macrófagos realizam fagocitose e apresentam aos linfócitos T, que são então ativados, produzindo citocinas, ativando outras células T e outros macrófagos. NÓDULO FIBRÓTICO • POR OVOS PATOGENIA FORMASPSEUDONEOPLÁSICA • Bastante rara; • Simulam adenocarcinoma de cólon pólipos únicos ou múltiplos e consequentemente estenoses, as quais crescem para a luz intestinal; • Achados clínicos enterorragia e dor abdominal intensa e difusa, além de obstrução intestinal, emagrecimento progressivo, anorexia, e distensão abdominal; • A colonoscopia com biópsia pode esclarecero diagnóstico. PATOGENIA FORMAS ECTÓPICAS NEUROESQUISTOSSOMOSE • Migração de ovos para o sistema nervoso ou oviposição in situ, após migração anômala dos helmintos; • Quadro clínico dependerá da localização dos ovos ou helmintos; • Geralmente a doença se manifesta com uma tríade composta de dor lombar, alteração da força e/ou sensibilidade dos membros inferiores e distúrbios urinários; • Diagnóstico: histopatológico, análise de líquor e exames de imagem. PATOGENIA • Apendicular; • Vesicular; • Pancreática; • Peritoneal; • Geniturinária; • Miocárdica; • Cutânea; • Esofágica; • Gástrica; • Tireoidiana; • Adrenal. PATOGENIA FORMAS ECTÓPICAS Deve-se levar em conta a fase da doença: - Pré-postural (10 – 35 dias); - Aguda (50 – 120 dias); - Crônica. Anamnese detalhada do paciente; Origem, hábitos, pescaria, banhos, trabalhos, recreação, esportes, etc. Diagnóstico Clínico É feita pesquisa de ovos nas fezes ou tecidos dos pacientes; Técnica de sedimentação espontânea (Lutz); Cada fêmea elimina aproximadamente 400 ovos por dia. Diagnóstico Laboratorial Biópsia ou Raspagem da mucosa retal; Ultrassonografia (fase crônica); ELISA; PCR Diagnóstico Laboratorial Melhorar saneamento básico; Tratamento da população; Combate aos caramujos transmissores; Produtos cercaricidas de uso tópico. Profilaxia Epidemiologia
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