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Resumo - JOHN STUART MILL, PRINCÍPIOS DE ECONOMIA POLÍTICA

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Resumo - JOHN STUART MILL,
PRINCÍPIOS DE ECONOMIA POLÍTICA
Capitulo XI – Os Salários
Os salários, assim como outros elementos, podem ser regulados tanto pela concorrência como pelo costume. Os salários dependem sobretudo da procura e da oferta de mão-de-obra; ou então, como se diz com frequência, da proporção existente entre a população e o capital.
Os salários não podem aumentar a não ser em razão de um aumento do conjunto de fundos empregados para contratar trabalhadores ou em razão de uma diminuição do número daqueles que competem por emprego; tampouco podem baixar, a não ser porque diminuem os fundos destinados a pagar mão-de-obra ou porque aumenta o número de trabalhadores a serem pagos.
A procura de mão-de-obra em qualquer ocupação específica é maior e se pagam salários mais altos, quando há uma grande demanda da mercadoria produzida, ocorrendo o contrário quando há o que se chama estagnação, quando então as pessoas são demitidas, e os que permanecem empregados têm que aceitar uma redução salarial.
Os preços altos geram salários altos, pois os produtores e os comerciantes, ficando em melhor situação, podem pagar mais a seus trabalhadores. Mas preços altos, em si mesmos, só podem elevar os salários se os comerciantes, pelo fato de receberem mais, forem levados a poupar mais e aumentar seu capital, ou ao menos suas contratações de mão-de-obra.
Em partes os salários variam com o preço dos alimentos, aumentando quando esse preço aumenta, e baixando quando ele diminui. Assim temos que o alimento caro ou barato, se for devido à variedade das estações, não afeta os salários. Pode, sim, o preço alto ou baixo dos alimentos afetarem os salários, quando isso ocorre em caráter permanente e o fenômeno puder ser calculado de antemão.
O que é importante para a classe trabalhadora não é o montante absoluto de acumulação ou de produção; nem o é sequer o montante dos fundos destinados a serem distribuídos entre os trabalhadores, mas é a proporção entre esses fundos e o número de trabalhadores entre os quais são distribuídos.
Nem sempre a mortalidade era defeito da pobreza: grande parte dela provinha da falta de perícia e de cuidado na criação dos filhos, de hábitos de vida anti-higiênicos e não saudáveis, reinantes entre a população adulta, e da ocorrência quase periódica de epidemias destrutivas.
Onde uma classe trabalhadora que não tem outra propriedade senão seus salários diários e nenhuma esperança de adquirir outra coisa se abstém de multiplicar-se em ritmo excessivamente rápido, acredito que a causa até hoje sempre foi a limitação efetiva imposta por lei ou então algum costume, o qual, sem intenção da parte dos trabalhadores, insensivelmente molda sua conduta ou lhes proporciona estímulos imediatos para não casarem. 
No caso do trabalhador agrícola comum, os obstáculos ao aumento da população podem ser considerados quase inexistentes. Se o crescimento das cidades e do capital aplicado, pelo qual os operários de fábrica são sustentados à atual taxa salarial não obstante seu aumento rápido, não absorvesse também uma grande parte do acréscimo anual da população rural.
Capitulo XII - Soluções Populares para Salários Baixos
O meio mais simples que se pode imaginar para manter os salários do trabalho no nível desejável seria fixá-los por lei, e este é virtualmente o objetivo visado, em uma variedade de planos, que em épocas diferentes foram, ou ainda são, correntes, para reformular a relação entre trabalhadores e empregadores. É um erro supor que a concorrência apenas mantém os salários baixos. Ela é igualmente o meio pelo qual os salários se mantêm altos.
As mercadorias só podem baixar de preço por efeito da concorrência até o ponto em que surgem compradores capazes de comprá-las; e os salários só podem baixar em virtude da concorrência até o ponto em que se crie espaço para admitir todos os trabalhadores a participarem da distribuição do fundo destinado aos salários.
Quando o pagamento não é dado em função do trabalho que se encontra para justificar pagamento, a ineficiência é certa.
O Estado teria a possibilidade de garantir emprego, com bons salários, para todos os que nascem. Mas se o fizer, ele é obrigado, para sua própria proteção, e em função de cada finalidade para a qual o Governo existe, cuidar que nenhuma pessoa nasça sem seu consentimento.
Sem dúvida há uma diferença substancial entre complementar salários insuficientes com um fundo levantado por tributação, e fazer a mesma coisa com meios que representam um acréscimo evidente à produção bruta do país. 
Também existe uma diferença entre ajudar um trabalhador por meio de seu próprio trabalho, e ajudá-lo em forma de subsídio, de um modo que tende a deixá-lo despreocupado e ocioso. Sob esses dois prismas, o sistema de lotes tem uma vantagem incontestável sobre as pensões paroquiais. Mas quanto ao seu efeito sobre os salários e a população, não vejo razão por que se deva dizer que os dois sistemas difiram essencialmente.
Nenhuma solução para salários baixos tem a menor chance de ser eficaz, se não operar sobre e através do espírito e dos hábitos da população.
CAPÍTULO XIII - Ulteriores Considerações Sobre as Soluções para Salários Baixos
A pobreza, como a maioria dos males sociais, existe porque os homens seguem seus instintos animalescos sem a devida consideração. A civilização, em cada um de seus aspectos, é uma luta contra os instintos animais. Sobre alguns, mesmo dentre os mais fortes, a civilização se mostrou capaz de adquirir controle abundante.
A maioria das pessoas está disposta a admitir que é possível adiar o casamento e viver em estado solteiro; mas, uma vez que as pessoas estão casadas, neste país nunca parece entrar na cabeça de ninguém a ideia de que as próprias pessoas têm condições de controlar se terão ou não uma família, ou qual o número de filhos que terão.
Em um país em que a riqueza aumenta, seria admissível algum aumento da população, mas isso é uma questão de detalhe, e não de princípio.
Não é demais afirmar que o entregar-se excessivamente ao instinto sexual se deve tanto ao estímulo da opinião pública quanto à propensão puramente animal, pois em toda parte a opinião pública, especialmente entre as classes sem instrução, tem associado ideias de energia e poder com a força do instinto sexual, e ideia de inferioridade com a moderação ou ausência desse instinto.
a superpopulação e uma condição humilhante para a classe trabalhadora são a consequência inevitável desse estado de coisas. Se um prudente controle da população não for conciliável com o sistema de mão-de-obra assalariada, o sistema como tal será prejudicial, e o grande objetivo da Economia deve ser colocar a população trabalhadora sob a influência de estímulos mais fortes e mais óbvios para levar a esse tipo de prudência, do que aqueles que pode proporcionar a relação trabalhadores-empregadores.
As causas da pobreza não são tão óbvias, à primeira vista, a uma população de trabalhadores assalariados, como o são a uma população de proprietários, ou como seriam para uma comunidade socialista. Mas essas causas de forma alguma são misteriosas.
há uma grande diferença entre limitar seu número excluindo outras pessoas e fazer a mesma coisa mediante restrições impostas a si mesmos; de qualquer forma, tanto um como o outro revelam uma percepção clara da relação existente entre a população e a remuneração. Esse princípio é compreendido em sua aplicação a qualquer ocupação, mas não em sua aplicação à massa geral das ocupações.
Se, pois, quisermos alterar os hábitos da população trabalhadora, há necessidade de uma dupla ação, dirigida simultaneamente à sua inteligência e à pobreza em que ela se encontra. A primeira coisa necessária é uma educação nacional eficiente dos filhos da classe trabalhadora; e juntamente com essa medida, requer-se um sistema de providências que extingam a pobreza extrema durante uma geração inteira.
Capítulo XIV - As Diferenças Salariais em Profissões Diferentes
Segundo Smith as diferenças surgem em parte da política seguidana Europa, que em parte nenhuma deixa as coisas andarem com inteira liberdade, em parte decorrem de certas circunstâncias nas próprias ocupações, que de maneira real ou ao menos na imaginação das pessoas acarretam um pequeno ganho em algumas e contrabalançam um grande ganho em outras”.
Essas desigualdades de remuneração, que deveriam compensar as circunstâncias desagradáveis de ocupações específicas, sob certas condições seriam a consequência natural de uma concorrência plenamente livre; entre ocupações de nível mais ou menos igual e exercidas, mais ou menos, pelo mesmo tipo de pessoas, não há dúvida de que, em sua maioria, elas na prática existem.
Quando, porém, a oferta de mão-de-obra ultrapassa a procura ao ponto de não se ter sequer certeza de encontrar emprego, e a oferta de emprego, em quaisquer condições, é um favor, o caso é totalmente inverso.
Os salários variam de acordo com o pequeno ou grande grau de confiança que se tem que depositar nos operários. A superioridade da remuneração não é consequência da concorrência, mas da ausência dela; não é uma compensação por desvantagens inerentes à profissão, mas uma vantagem extra.
Se todos os trabalhadores fossem dignos de confiança, não seria necessário pagar mais aos ourives, em razão da confiança depositada neles.
Quando a disparidade de remunerações é maior, parece pensar que ela deva ser explicada pelas leis sobre a aprendizagem e pelas normas das corporações, que limitam a admissão em muitas das profissões qualificadas.
As profissões liberais em geral são supridas pelos filhos desses profissionais ou pelos filhos de classes ociosas; os empregos manuais mais qualificados são preenchidos pelos filhos de artesãos qualificados, ou oriundos da classe de comerciantes que ombreiam com eles; com as categorias mais baixas de ocupações qualificadas acontece coisa similar; por sua vez, os trabalhadores não qualificados, com exceções ocasionais, permanecem de pai a filho em sua condição original. Consequentemente, os salários de cada classe têm sido até agora regulados pelo aumento desta, mais do que pelo aumento da população geral do país.
Quando uma ocupação é exercida principalmente por pessoas que auferem a parte principal de sua subsistência de outras fontes, sua remuneração pode ser mais baixa, quase em qualquer medida, do que os salários de trabalho e de igual dureza em outras ocupações. Pela mesma razão constata-se que, em paridade com as demais condições, as ocupações de remuneração mais baixa são em geral aquelas nas quais a esposa e os filhos do artesão ajudam no serviço.
Quando homens e mulheres trabalham no mesmo emprego, caso se trate de uma ocupação para a qual os dois têm aptidão igual em termos de força física, nem sempre recebem salário desigual.
Nas ocupações em que os empregadores tiram plena vantagem da concorrência, os baixos salários das mulheres, comparados com os ganhos normais dos homens, são prova de que os empregos estão superocupados.
A liberalidade, generosidade e confiança do empregador são fatores que, em qualquer extensão na qual operem, impedem de tirar-se o máximo de vantagem da concorrência; sem dúvida esses motivos poderiam operar em empregadores de mão-de-obra em todos os grandes setores profissionais; aliás, é altamente desejável que operem.
Capítulo XV - Os Lucros
O salário do trabalhador é a remuneração do trabalho, da mesma forma os lucros do capitalista constituem em sentido apropriado a remuneração da abstenção.
Os lucros são o que ele ganha deixando de consumir seu capital para seus próprios interesses, e permitindo que ele seja consumido por trabalhadores produtivos para os interesses deles. Por
essa abstenção ele exige uma recompensa.
Entretanto, dos ganhos que a posse de um capital possibilita a uma pessoa auferir, somente uma parte é de fato um equivalente ao uso do próprio capital, a saber, tanto quanto uma pessoa de recursos estaria disposta a pagar ao tomá-lo emprestado.
Os lucros brutos do capitalismo, os ganhos retornados àqueles que fornecem os fundos para a produção. Devem proporcionar um equivalente suficiente pela obtenção, uma indenização pelo risco, e remuneração pelo trabalho e pela habilidade requeridas para a supervisão.
A taxa de lucro mínima que possa existir permanentemente é aquela que é apenas suficiente, no determinado lugar e tempo, para proporcionar um equivalente à abstenção, ao risco e ao trabalho implicados no emprego de capital.
A remuneração do capital em diferentes aplicações, muito mais do que a remuneração da mão-de-obra, varia de acordo com as circunstâncias que tornam um emprego mais ou menos atrativo do que um outro.
Todos os monopólios naturais que geram ou agravam as disparidades da remuneração dos diferentes tipos de trabalho, operam similarmente entre diferentes empregos de capital. 
No mesmo tempo e lugar, a taxa de juros é sempre a mesma, para todos aqueles que podem oferecer garantia igualmente segura. A taxa de juros de mercado é sempre uma coisa conhecida e definida.
O lucro bruto depende do conhecimento, dos talentos, da economia e da energia do próprio dono do capital ou dos intermediários que ele emprega; depende também das vicissitudes do relacionamento pessoal, e até da sorte.
Em uma situação rapidamente progressiva do capital, o ajuste muitas vezes ocorre por meio das novas acumulações de cada ano, que se canalizam diretamente, de preferência para as aplicações mais prósperas.
Quando o negócio é bom, ele não somente utiliza ao máximo seu próprio capital, senão que também emprega muito do crédito que esse capital lhe consegue.
Ainda que os lucros variem muito de indivíduo para indivíduo, e de ano para ano, em se tratando do mesmo indivíduo, não pode haver muita diferença, no mesmo tempo e lugar, no lucro médio de aplicações diferentes.
A causa do lucro está no fato de que a mão-de-obra produz a mais do que é necessário para o seu montante. A razão pela qual o capital agrícola dá um lucro está no fato de que os seres humanos podem produzir mais alimento do que o necessário para sustentá-los enquanto cultivam o produto, incluindo o tempo ocupado em construir as ferramentas e em fazer todos os outros preparativos necessários.
Uma grande parte do gasto de cada capitalista consiste no pagamento direto de salários. O que não consiste em salários, consiste em matérias-primas e ferramentas, incluindo as construções.
Chegamos assim à conclusão de Ricardo e de outros, de que a taxa de lucro depende dos salários, aumentando ela à medida que os salários baixam, e declinando à medida que os salários sobem.
Em linguagem matemática, portanto, o custo da mão-de-obra é uma função de três variáveis: a eficiência da mão-de-obra, os salários da mão-de-obra e o custo maior ou menor pelo qual se pode produzir ou comprar artigos que compõem essa remuneração real.

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