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CASO CONCRETO AULA 2


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DIREITO PROCESSUAL PENAL II - AULA 2 – TEORIA DA PROVA II - PROVAS EM ESPÉCIE
Objetivos
Após o estudo dos conceitos gerais que norteiam a utilização da prova, nesta semana passa-se ao estudo dos meios de prova. O aluno deverá compreender e distinguir os meios indicados no CPP e em outras leis, principalmente.
a) o interrogatório e sua natureza jurídica ; a constitucionalidade do interrogatório por videoconferência;
b) compreender o procedimento das perícias como instrumento de solução da lide; 
c) a validade, legitimidade e procedimento utilizado para colheita da prova testemunhal bem como a necessidade de eventuais acareações.
Estrutura do Conteúdo
Meios de Prova 
2.1 O interrogatório. O direito ao silêncio. A chamada de co-réu. Confissão. 
2.2 Prova Pericial. O exame do corpo do delito. Conceito. Exame de corpo de delito direto e indireto. Laudo complementar. Peritos oficiais e peritos particulares. Exames grafotécnicos. 
2.3 Declarações do Ofendido. Valor probatório. Acareação. Prova documental. 
2.4 Prova Testemunhal. Características. Dever de depor. Isenção e proibição. Número legal (nos Procedimentos ordinário, sumário, sumaríssimo, júri). Sistema de inquirição. Reconhecimento de pessoa e de coisa. Reconhecimento judicial e extrajudicial.
Caso concreto
O Padre José Roberto ouviu, em confissão, Maria admitir que mantém por conta própria estabelecimento onde ocorre exploração sexual, com intuito de lucro. No local, admitiu Maria ao Vigário que garotas de programa atendem clientes para satisfazer seus diversos desejos sexuais mediante o pagamento de entrada no valor de R$100,00 no estabelecimento, e o valor de R$500,00 para a atendente. Maria, efetivamente, responde a processo crime onde lhe foi imputada a conduta descrita no art. 229 do CP. O Ministério Público arrolou o Padre José Roberto como testemunha da acusação e pretende ouvi-lo na AIJ,
já que trata-se de testemunha com alto grau de idoneidade. Pergunta-se: Pode o magistrado obrigar o Padre a depor em juízo, sob pena de cometer o crime do art. 342 do CP? A prova produzida em juízo nesse caso seria considerada válida?
R: a) Não. Embora o art. 202 do CPC, estabeleça que qualquer pessoa passa figurar como testemunha, o mesmo normativo estabelece exceções à regra. Dessa feita, o art. 207, CPC, assegura tais exceções às pessoas que em razão da função, ministério, ofício ou provisão, devam guardar segredo. Logo, a questão trata de segredo em função do ministério do padre e por isso ganha “status” de confissão inviolável que segue as determinações morais e éticas do sigilo profissional que é amparado pelo princípio da confiança que deve nortear determinadas profissões.
b) Não, uma vez que a não observância do preceito do art. 207, CPP tornará a prova testemunhal ilegal e insurgirá ao padre as sanções penais de violação profissionais. (art. 145, CPC)
Exercício Suplementar
(Ministério Público BA/2010) À luz do Código de Processo Penal, deve-se afirmar que:
a) A prova testemunhal não pode suprir a falta do exame de corpo de delito, ainda que tenham desaparecidos os vestígios do crime;
b) A confissão será indivisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do Juiz de Direito, fundado no exame das provas em conjunto;
c) O ofendido não deve ser comunicado da sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem;
d) As pessoas proibidas de depor em razão da profissão, poderão fazê-lo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho; neste caso, porém,
não deverão prestar compromisso legal;
e) Todas as afirmativas estão incorretas.