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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ DEPARTAMENTO DE CIENCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS ENGENHARIA QUÍMICA CALORIMETRIA ILHÉUS – BA 2017 CALORIMETRIA Relatório apresentado como parte dos critérios de avaliação da disciplina CET833 – Física Experimental II P (15),16 de Janeiro de 2017. Professora – Maria Jaqueline Vasconcelos ILHÉUS – BA 2017 Sumário 1. RESUMO ...................................................................................................... 4 2. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 4 3. OBJETIVOS .................................................................................................. 5 4. MATERIAIS E MÉTODO .............................................................................. 6 4.1 MATERIAIS ........................................................................................... 6 4.2 MÉTODO ............................................................................................... 6 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................... 7 6. CONCLUSÃO ............................................................................................. 11 7. REFERÊNCIAS ........................................................................................... 12 8. APÊNDICE ................................................................................................. 13 1. RESUMO Neste relatório serão apresentados dados e discussões relativos ao experimento realizado no laboratório de física. Basicamente, foi utilizado um calorímetro, água em diferentes temperaturas (quente, fria e na temperatura ambiente) e os devidos aparelhos e acessórios para auxiliar o experimento (béquer, balão de vidro e termômetro). Serão explanados todos os procedimentos, resultados, discussões e conclusões. A metodologia é baseada no estudo da calorimetria. Foram feitos dois procedimentos, um com água quente e outro com água fria, ambos sendo misturados com água à temperatura ambiente dentro do calorímetro, onde se aferiu a temperatura de equilíbrio, após as trocas de calor. O procedimento foi repetido três vezes para a água quente e três vezes para a água fria. O objetivo do experimento é verificar que as temperaturas iniciais são alteradas devido a um mesmo calor que flui na mistura dentro do calorímetro. 2. INTRODUÇÃO Calor é energia térmica em trânsito, ou seja, energia que flui de um corpo para outro devido à diferença de temperatura que existe entre eles. A termologia é a área da física que estuda o calor, ou seja, estuda todas as manifestações dos tipos de energia que resultam na variação de temperatura (aquecimento ou resfriamento), como também mudança dos estados físicos da matéria que transferem ou recebem calor. A calorimetria é uma ramificação da termologia, estudando as trocas de energia, quando estas são feitas utilizando calor. Utilizando os conceitos da calorimetria num sistema isolado, podemos expressar numericamente quanto um corpo perde ou ganha de calor em detrimento de outro corpo. O calorímetro é um exemplo de sistema isolado e é importante destacar que ele também interage nas trocas de calor. Nesse tipo de recipiente, os corpos de maior temperatura cedem calor para os de menor. Mas, apesar de ser um sistema isolado, não existe nenhum calorímetro 100% eficaz, ou seja, o sistema não está livre de perder calor para o meio externo. A regra não é geral: substâncias diferentes possuem capacidades distintas de armazenar energia interna, ou seja, requerem diferentes quantidades de calor para alterar a temperatura. Desse modo, cada substância possui um calor específico diferente. Calor específico é a quantidade de calor necessária para alterar a temperatura de uma unidade de massa em um grau. 𝑐 = ∆𝑄 ∆𝑇 (1) A capacidade térmica de um corpo mede a quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de um corpo em um grau, por isso, depende da massa do corpo e de seu calor específico: 𝐶 = 𝑚 . 𝑐 (2) A quantidade de calor total é dada pela capacidade térmica do corpo pela variação da temperatura: 𝑄 = 𝐶 . ∆𝑇 (3) Que pode ser escrita como: 𝑄 = 𝑚 . 𝑐 . ∆𝑇 (4) Num sistema em equilíbrio, a quantidade de calor total é a soma de todos os calores envolvidos (de cada substância e recipiente) e o resultado é zero. 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 = 0 3. OBJETIVOS Determinar a capacidade térmica do alumínio, e das porções água em temperaturas diferentes; Verificar a variação da temperatura das porções em água no interior do calorímetro. 4. MATERIAIS E MÉTODO 4.1 MATERIAIS Termômetro; Calorímetro; Balão de vidro; Béquer. Aquecedor. 4.2 MÉTODO Mediu-se a massa do copo de alumínio interior ao calorímetro e do balão de vidro junto com o béquer; Colocou-se uma porção de água no copo de alumínio um pouco menos da borda; Colocou-se metade da porção de água contida no copo de alumínio no conjunto balão de vidro-béquer; Mediu-se novamente a massa do copo de alumínio, agora com metade da água adicionada; Mediu-se novamente a massa do conjunto balão de vidro-béquer, agora com metade da água que estava no copo de alumínio; Colocou-se a copo de alumio com água no calorímetro, e mediu-se a temperatura; Colocou-se o conjunto balão de vidro-béquer, no aquecedor a uma temperatura de superior a 40 ºC, e mediu-se a temperatura; Colocou-se a água aquecida no calorímetro; Mediu-se a temperatura de equilíbrio do sistema; Repetiu-se todo o procedimento 3 vezes; Repetiu-se o experimento utilizando água gelada a uma temperatura inferior a 10ºC; Mediu-se a massa do béquer; Colocou-se água no béquer; Colocaram-se cubos de gelo na água até a temperatura desejada, retiraram-se os cubos de gelo; Pesou-se o béquer com água gelada, e segui-se a prática assim como a anterior. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Resultados para água a temperatura ambiente com água quente Para verificar as trocas de calor de um sistema é fundamental que o mesmo esteja isolado, desta forma a utilização do calorímetro foi essencial para o experimento. Sabe- se que para obter o calor cedido ou recebido pelo corpo é necessário o calor específico do mesmo, e a variação de temperatura. Sendo assim mediu-se a massa do copo de alumínio e do conjunto balão de vidro-béquer, vale ressaltar que o resultado obtido para as três medidas das massas foram as mesmas. Seguem os resultados obtidos: Tabela1: Massas obtidas dos respectivos corpos Copo de alumínio (g) Balão de vidro-béquer (g) 28,4 ± 0,1 229,9 ± 0,1 Em seguida, obtiveram-se os resultados para as massas de água no copo de alumínio e no conjunto, em que a massa de água no copo de alumínio foi à temperatura ambiente e a massa de água no conjunto foraaquecida. Tabela2: Resultados calculados da massa e das temperaturas obtidas da água a temperatura ambiente Medidas Massa (g) Temperatura inicial (ºC) Temperatura final (ºC) 1 (1172,0 ± 1,4)𝑥10−1 (270,0 ± 0,5)𝑥10−1 (380,0 ± 0,5)𝑥10−1 2 (1151,0 ± 1,4)𝑥10−1 (270,0 ± 0,5)𝑥10−1 (380,0 ± 0,5)𝑥10−1 3 (1160,0 ± 1,4)𝑥10−1 (280,0 ± 0,5)𝑥10−1 (380,0 ± 0,5)𝑥10−1 Tabela3: Resultados calculados da massa e das temperaturas obtidas da água aquecida Medidas Massa (g) Temperatura inicial (ºC) Temperatura final (ºC) 1 (1031,0 ± 1,4)𝑥10−1 (450,0 ± 0,5)𝑥10−1 (380,0 ± 0,5)𝑥10−1 2 (997,0 ± 1,4)𝑥10−1 (460,0 ± 0,5)𝑥10−1 (380,0 ± 0,5)𝑥10−1 3 (987,0 ± 1,4)𝑥10−1 (440,0 ± 0,5)𝑥10−1 (380,0 ± 0,5)𝑥10−1 A capacidade térmica é uma propriedade que depende da massa do corpo, se os mesmos forem feitos do mesmo material, logo se calculou a capacidade térmica das porções de água para as três medidas de acordo com a equação 2, com o calor especifico da água de (4,18 ± 0,01) 𝑗 /𝑔°𝐶: Tabela4: Capacidade térmica das porções de água Medidas Água T. Ambiente ( j/g°C) Água quente (j/g°C) 1 489,9 ± 1,3 431,0 ± 1,2 2 481,1 ± 1,3 416,8 ± 1,2 3 484,9 ± 1,3 412,6 ± 1,2 A capacidade termina do alumínio obtido foi de (25,6 ± 0,3) 𝑗 /𝑔°𝐶 sendo que o calor específico do alumínio é de (0,90 ± 0,01)𝐽/ 𝑔°𝐶 . Tendo a capacidade térmica dos corpos e a variação da temperatura, obteve-se o calor cedido e recebido pelos corpos, lembrando que a temperatura inicial do copo de alumínio foi à mesma que a porção de água fria: Tabela5: calor recebido ou cedido pelos corpos Medidas Calor (água T. Ambiente) Calor (água quente) Calor (alumínio) 1 (5388,86 ± 37,53)𝑗 (−3016,71 ± 31,59)𝑗 (281,16 ± 3,74)𝑗 2 (5292,30 ± 36,88)𝑗 (−3333,97 ± 30,89)𝑗 (281,16 ± 3,74)𝑗 3 (4848,80 ± 36,67)𝑗 (−2475,40 ± 29,98)𝑗 (255,60 ± 3,48)𝑗 Pelos dados obtidos, é possível observar que a tanto a água fria quanto o copo de alumínio receberam calor, no entanto a água quente cedeu calor, fato que já era esperado, pois de acordo com a literatura o fluxo de calor flui de um corpo com maior temperatura para um corpo a menor temperatura até o sistema atinja o equilíbrio térmico. Sabe-se que a energia ele cedido por um corpo é a mesma recebida pelo outro corpo, sendo assim, a soma dos calores tem que ser igual a zero. A tabela abaixo mostra a soma doa calores obtidos: Tabela6: Soma dos calores obtidos Medidas Somas dos calores (j) 1 2653,31 ± 49,20 2 2239,49 ± 48,25 3 2629,00 ± 47,50 Resultados obtidos para água a temperatura ambiente com água gelada Para obter a massa de água utilizada, pesou-se o copo de alumínio novamente e o béquer, sendo que para as três medidas realizadas os resultados formam os mesmos: Tabela7: Massas obtidas dos respectivos corpos Copo de alumínio (g) Béquer (g) 28,4 ± 0,1 110,4 ± 0,1 Desta forma, calcularam-se as massas de água, lembrando que para calcular a massa da porção de água fria, colocaram-se cubos de gelo na água até a temperatura desejada, e depois se realizou a pesagem. Tabela8: Resultados calculados da massa e das temperaturas obtidas da água a temperatura ambiente Medidas Massa (g) Temperatura inicial (°C) Temperatura final (°C) 1 (1172,0 ± 1,4)𝑥10−1 (270,0 ± 0,5)𝑥10−1 (170,0 ± 0,5)𝑥10−1 2 (1192,0 ± 1,4)𝑥10−1 (270,0 ± 0,5)𝑥10−1 (150,0 ± 0,5)𝑥10−1 3 (1227,0 ± 1,4)𝑥10−1 (270,0 ± 0,5)𝑥10−1 (160,0 ± 0,5)𝑥10−1 Tabela9: Resultados calculados da massa e das temperaturas obtidas da água gelada Medidas Massa (g) Temperatura inicial (°C) Temperatura final (°C) 1 (1163,0 ± 1,4)𝑥10−1 (60,0 ± 0,5)𝑥10−1 (170,0 ± 0,5)𝑥10−1 2 (1317,0 ± 1,4)𝑥10−1 (40,0 ± 0,5)𝑥10−1 (150,0 ± 0,5)𝑥10−1 3 (1115,0 ± 1,4)𝑥10−1 (50,0 ± 0,5)𝑥10−1 (160,0 ± 0,5)𝑥10−1 Desta forma pôde-se calcular a capacidade térmica dos corpos com o calor especifico da água e do alumínio sendo os mesmos utilizados no primeiro resultado: Tabela10: Capacidade térmica dos corpos Medidas Água T. Ambiente ( J/ g°C) Água gelada (J/g°C) 1 489,9 ± 1,3 486,1 ± 1,3 2 498,3 ± 1,3 550,5 ± 1,4 3 512,9 ± 1,4 466,1 ± 1,3 A capacidade térmica do alumínio obtida foi de (25,6 ± 0,3) 𝑗 /𝑔°𝐶. Logo, calculou-se o calor perdido ou cedido pelos corpos, a tabela abaixo mostras os resultados: Tabela11: Calor recebido ou cedido pelos corpos Medidas Calor (água T. Ambiente) Calor ( água gelada) Calor (alumínio) 1 −4898,96 ± 37,04 5347,47 ± 37,25 −255,60 ± 3,48 2 −5979,07 ± 38,68 6055,57 ± 42,04 −306,72 ± 4,01 3 −5641,75 ± 39,24 5126,77 ± 35,76 −281,16 ± 3,74 Pelos resultados obtidos é possível observar que tanto a água a temperatura ambiente quanto o copo de alumínio irá ceder calor para o sistema, logo a água gelada que está a uma temperatura inferior irá receber o calor. Desta forma pôde-se somar o calor cedido e recebido pelo sistema. Tabela12: soma dos calores obtidos Medidas Soma dos calores (J) 1 192,91 ± 52,65 2 −230,23 ± 57,27 3 −796,14 ± 53,22 Como foi relatado anteriormente o calor cedido por um corpo é o mesmo recebido pelo outro corpo, de acordo com a conservação da energia, logo a soma dos mesmos devem ser igual a zero. No entanto, os resultados obtidos do primeiro e do segundo experimento não condiz com a teoria, pode-se dizer que o sistema não foi adequadamente isolado, ou seja, houve troca de calor com a vinzinhaça, desta forma tal interferência ocasionaram diferentes resultados. 6. CONCLUSÃO A realização da prática permitiu verificar com exito que o calor é uma forma de energia em transição, e que o mesmo flui de um corpo a maior temperatura para um corpo de menor temperatura, desta forma, a energia é conservada. Apesar da obtenção dos resultados obtidos serem diferentes da teoria, a prática foi realizada com sucesso, pois o fato de erros na obtenção da massa dos corpos, do sistema não ser totalmente isolado, o resultado foi consideravelmente aceitável. 7. REFERÊNCIAS FREEDMAN, R. A.; YOUNG, H. D. Física II: Termodinâmica e Ondas. 12ª Edição. São Paulo: Prentice Hall, 2008. Sites DANTAS,T.Termodinâmica.2015.Disponível em http://mundoeducacao.bol.uol.com.br// acessado em 14 de fevereiro de 2017. CAVALCANTE.K. Calorimetria. 2014.Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/. Acessadoem 15 de fevereiro de 2017. 8. APÊNDICE Incerteza das porções de água A massa de água foi obtida pela seguinte equação: 𝑚𝐻2𝑂 = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − 𝑚𝐴𝑙𝑢𝑚í𝑛𝑖𝑜 Em que a massa total é a massa do aluminio mais a proção de água, logo calculou-se a incerteza das porções de água: 𝜎𝑚𝐻2𝑂 = √𝜎𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙2 + 𝜎𝑚𝐴𝑙𝑢𝑚í𝑛𝑖𝑜2 Incerteza da capacidade térmica e da variação da temperatura Sabe-se que a capacidade térmica é dada por: 𝐶 = 𝑚 . 𝑐 Desta forma, a incerteza da capacidade térmica é em relação a massa e ao calor específico. 𝜎𝐶 = √( 𝜕𝐶 𝜕𝑚 𝜎𝑚) 2 + ( 𝜕𝐶 𝜕𝑐 𝜎𝑐) 2 𝜕𝐶 𝜕𝑚 = 𝑐𝜎𝑚 𝜕𝐶 𝜕𝑐 = 𝑚𝜎𝑐 Portanto 𝜎𝐶 = √(𝑐𝜎𝑚)2 + (𝑚𝜎𝑐)2 Como a variação da temperatura é dada pela diferença da temperatura final pela inicial, a incertezafoi calculada por: 𝜎∆𝑇 = √𝜎𝑇𝑓 2 + 𝜎𝑇𝑖 2 Incerteza para o calor cedido ou recebido pelos corpos e a soma dos calores Para calcular o calor recebido ou cedido pelo corpo, utilizou-se a seguinte equação: 𝑄 = 𝐶∆𝑇 Em que C é a capacidade térmica do corpo e ∆𝑇 é a variação da temperatura sofrida pelo mesmo, logo a incerteza do calor é em relação a capacidade térmica e a variação da temperatura. 𝜎𝑄 = √( 𝜕𝑄 𝜕𝐶 𝜎𝐶) 2 + ( 𝜕𝑄 𝜕∆𝑇 𝜎∆𝑇) 2 𝜕𝑄 𝜕𝐶 = ∆𝑇 𝜕𝑄 𝜕∆𝑇 = 𝐶 Portanto 𝜎𝑄 = √(∆𝑇𝜎𝐶)2 + (𝐶𝜎∆𝑇)2 Calculou-se a incerteza da soma dos calores pela seguinte equação: 𝜎𝑄𝑠𝑜𝑚𝑎 = √(𝜎𝑄1)2 + (𝜎𝑄2)2 + (𝜎𝑄3)2
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