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SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL
As atividades desenvolvidas pela construção civil não só utilizam intensamente diversos recursos naturais como também geram muitos resíduos. Com base nisso, a construção sustentável vem se fortalecendo ao longo dos anos, pois há um estímulo e pressionamento de diferentes agentes, tais como governo e associações, para que práticas sustentáveis sejam adotadas no setor civil, conforme afirma Côrrea (2009).
Para Kibert (1994) existem cerca de 5 requisitos básicos que devem ser atendidos para que uma construção seja enquadrada como sustentável, são eles: diminuir o consumo de recursos naturais; maximizar a reutilização dos recursos; utilizar recursos recicláveis e ecológicos; criar um ambiente saudável e não tóxico; garantir a qualidade do ambiente construído.
A captação da chuva para posterior uso, emprego de tijolo e telhado ecológico, madeira de reflorestamento para confecção das fôrmas, eps reciclado para a fabricação de tijolo, argamassa ou concreto, são algumas maneiras de se ter uma construção sustentável.
É preciso avaliar a viabilidade econômica dessas soluções sustentáveis assim como, 	quais são possíveis de ser aplicadas de acordo com as características do empreendimento. 
No cenário brasileiro é possível verificar alguns exemplos de construções sustentáveis, tais como: o Estádio Minerão que possui usina fotovoltaica capaz de iluminar até 1200 residências, e as águas que usadas em pias e mictórios são da captação das chuvas; e a fábrica da Coca-Cola, no Paraná que tem o maior telhado verde da América Latina.
Nos tópicos seguintes deste artigo serão apresentados alguns tipos de matérias e métodos construtivos que tem como foco promover a sustentabilidade. 
BLOCO DE ISOPET
Os blocos de isopet foram desenvolvidos no Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná – Unidade Curitiba, como um tipo de material sustentável para a construção civil, uma vez que são confeccionados em concreto leve com EPS (também conhecido como isopor) reciclado e tem em seu interior garrafas plásticas de PET inteiras também recicladas. 
Esses blocos, segundo Kanning (2008), são destinados para a execução de parede de alvenaria de vedação. Eles utilizam argamassa de assentamento apenas na primeira fiada, pois possuem encaixes laterais machos e fêmeas, ou seja, saliências e reentrâncias, os quais promovem o intertravamento entre os blocos. Sendo assim, podem ser classificados como blocos de intertravemento.
Outra característica desses blocos, como já foi mencionada, é a presença de garrafas PET em seu interior, as quais devem estar adequadamente tampadas e podem ser dispostas na horizontal ou na vertical. A função delas conforme Kanning (2004) é acentuar o isolamento térmico e acústico. 
 Figura 2: Moldagem do isopet
Figura 1: Encaixe entre os blocos
O EPS, por sua vez, ao ser misturado com concreto leve diminui o consumo de areia, pois serve como agregado, e como consequência disso reduz o peso da estrutura. Além disso, este material se manifesta como eficiente isolante termo-acústico e, portanto o bloco de isopet assume esse atributo.
As etapas para o procedimento executivo da alvenaria com bloco de isopet acontecem basicamente em duas etapas: marcação e elevação. Na marcação, conforme projeto arquitetônico é preciso inicialmente definir as posições nas quais as paredes serão erguidas. Em seguida, coloca-se na primeira fiada a única camada de assentamento que será empregada para levantar a parede, uma vez que esses blocos são encaixados uns nos outros, como já supracitado. Devido a este aspecto no processo de elevação da parede a necessidade do uso periódico do escantilhão/prumo e o nível de bolha, ferramentas que garantem o alinhamento vertical e o alinhamento horizontal, respectivamente, é reduzida.
De acordo com Alvarez et al (2002) no encontro das paredes se faz necessário colocar pilaretes, ou seja, ferragens inseridas nos vazios feitos previamente nos blocos, os quais posteriormente são preenchidos com a mistura de concreto leve com EPS reciclado. A finalidade disto é conferir maior rigidez ao conjunto. A ferragem é posicionada conforme projeto estrutural e em seguida os blocos vão “passando” sobre ela.
No âmbito ecológico o emprego deste tipo de bloco reduz a extração de materiais naturais como areia, uma vez que cerca de 75% de EPS é utilizado como agregado para concreto leve. Além disso, colabora com a diminuição do lançamento de materiais recicláveis em aterros sanitários e lixões, os quais podem contaminar o solo e lençóis freáticos.
No aspecto construtivo as vantagens do uso do bloco de isopet são diversas, a começar pelo fato de possuírem canaletas que substituem a confecção de fôrmas para vergas, contravergas e cinta de amarração. Como consequência disso etapas da construção são reduzidas.
Conforme Kanning (2008) os blocos podem ter dimensões de 40×40×14,5 cm (bloco grande) com e sem canaleta, pesando em média 12 kg; ou 40×20×14,5 cm (bloco pequeno) com e sem canaleta, pesando em média 8 kg. Isso implica numa maior produtividade da mão-de-obra, pois pelo fato destes blocos serem maiores se comparados com os blocos tradicionais a execução da alvenaria ocorre mais rápida. 
Kanning et al (2004) afirma que os blocos de isopet reduzem em 54,54% o tempo de execução das paredes em relação aos blocos cerâmicos 13,5x19x 29 cm. Além disso, por terem peso reduzido propiciam uma melhor ergonomia para o trabalhador desde a primeira fiada até a última. 
A presença de argamassa de assentamento apenas na primeira fiada também contribui com o aumento da produtividade, assim como diminui os custos da obra. 
Outra vantagem econômica e que também influencia no tempo de execução da alvenaria é que com os blocos de isopet é desnecessário aplicar o chapisco, emboço e reboco, sendo possível somente a aplicação de uma argamassa colante de finalização (caso se queira um revestimento cerâmico). Isso porque os mesmos por possuírem superfície porosa garantem boa aderência entre eles e o piso, conforme afirma Soares et al (2003).
De acordo com um orçamento realizado por Kanning (2008) em relação a uma edificação de 25 m² construída de blocos de isopet com relação a outra feita de bloco cerâmico constatou-se que o valor apenas da alvenaria em isopet custaria mais cara que em cerâmico. No entanto, se fossem considerados todos os custos para se erguer uma edificação, desde a fundação até as instalações prediais, haveria uma economia naquela que tivesse usado o isopet.
Com relação às desvantagens Kloss (2006) reafirma a ideia de que a alvenaria feita isopet é mais onerosa e possui baixa resistência. Já para Kanning (2008) a desvantagem de se usar esses blocos é a falta de estudos sobre eles que reafirmem sua viabilidade técnica.