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Idade Média (era medieval) – aprox. 1.000 anos Dois pontos importantes: 1º -cristianismo (expansão) 2º - divisão do Império Romano início - marcado pela tomada de Roma pelos germanos; derrubada do Império Romano do Ocidente - 476. fim -ataque de Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, tomada pelos turcos em 1453 Roma deixa de ser capital administrativa do Imperio (284 - 305 d.c) – Constantinopla assume essa função (Império Bizantino). Como fica a divisão: 1. Região helenizada: manteve a língua e cultura grega 2. Províncias bárbaras (Roma) – prevalece política e cultura romana – favorecimento da variação linguística (latim clássico e latim vulgar) 3. Constantinopla (Império Bizantino oriental) – ensino de latim fora de Roma ( por Prisciano com sua Institutiones grammaticae ) Latim – idioma oficial da igreja católica Latim = modalidade escrita, Latim escrito – maior interesse – gramática ocupa lugar importante Gramática = latim clássico (ex. Gramática normativa de Donato – Ars Minor) Latim – LE para povos convertidos da Irlanda, Inglaterra, países de língua alemã, Escandinávia, Europa oriental Igreja – reunia os letrados, eruditos, lugar do saber/conhecimento (poder) – filme: Nome da Rosa (para ajudar a entender o contexto) 1º– até 1100(aprox) Latim: estudo e aprofun- damento da gramática latina (foco: sintaxe) - estudos de ordem prática e normativa. Outras línguas – gramatização: islandês, irlandês, inglês, norueguês etc etc etc 2º– de 1100 até final da IM influência da filosofia escolástica (seguidores de aristóteles) -Escolástica ganha terreno a partir do final da IM, sec. XII. Filosofia que incorporou pensamento aristotélico à teologia cristã (lógica, significação (representação)) - e que predominou no fim da IM, com o retorno das obras de Arstóteles com a invasão de Constantinopla. Gramatização - processo que conduz a descrever e a instrumentar uma língua na base de duas tecnologias: gramática e dicionário (AUROUX, 1992) Desordem, caos do Estado Literatura clássica grega perdida (só restaram as traduções latinas de obras seletas (obras de Aristóteles em Constantinopla foram mantidas e retornam no início do sec XIII); palavras Pensamento(s) Coisa-objeto Weidemann, H. Aristotle and the Stoics on Language. 2006, p. 472 A classic statement is (Metaphysics 027b25): For falsity and truth are not properties of actual things in the world (so that, for example, good things could be called true. Uma afirmativa clássica é: como a falsidade e a verdade não são propriedades das coisas reais no mundo ( de modo que, por exemplo, boas coisas sejam chamadas de verdades..... He analyzes the ‘world’ as consisting of things that are named by any of the 10 categories substance, quantity, quality, relation, place, time, position, state, action, or affection (Categories 1b25–30). Ver slides Aristóteles Ele analisa o mundo como consistindo de coisas que são nomeadas por uma das 10 categorias: substância, quantidade, qualidade, relação, lugar, tempo, posição, estado, ação ou afeição Hostilidade da Igreja à literatura pagã (ex. Cícero, A Poética de Aristóteles. Se Aristóteles náo é bem visto pelo clero/Igreja, o que vocês acham que foi feito com a obra dele? Vejam o nome da Rosa e entenderão. Eruditos da IM (sec. IX) baseiam-se nos textos de Donato (Ars Minor) e Prisciano (Institutiones grammaticae trivium (gramática, dialética (lógica) e retórica) quadrivium (música, aritmética, geometria e astronomia) Metodologia escolástica: Homem culto, versado – aula lida, questionamento, maiêutica socrática Gram lonquitur; dia vera coet, rhet verba colorat; mus canit; ar numerat; ge ponderat; ast colit astra A gramática fala, a dialética ensina a verdade, a retórica dá cor as cores, a música canta, a aritmética numera, a geografia pondera, a astronomia cultiva os astros Ars Minor Partitiones DE PARTIBUS ORATIONIS ARS MINOR AELII DONATI partes orationis quot sunt? octo. quae? nomen pronomen uerbum aduerbium participium coniunctio praepositio interiectio. DE NOMINE nomen quid est? pars orationis cum casu corpus aut rem proprie communiterue significans. nomini quot accidunt? sex. quae? qualitas comparatio genus numerus figura casus. qualitas nominum in quo est? bipertita est: aut enim unius nomen est et proprium dicitur, aut multorum appellatiuum. Que parte do discurso é codex? Um nome. Como Sabes? Porque denota alto identificável e tem flexão de caso. É próprio ou comum? Comum. Por quê? Porque existem muitos códices. Gramática analítica – expansão da Ars Minor. http://www.thelatinlibrary.com/ Busca complementar para os amantes do conhecimento.... ... E então surge a Bíblia dos pobres Reflexão teórica sobre a lingua(gem) centrava-se sobre as Sagradas Escrituras, pois era a Igreja que congregava os letrados e eruditos da época Devido à sua importância, devia ser traduzida para línguas até então ainda não escritas Tradução da Bíblia em várias línguas (o que demandava codificação das línguas, produção de alfabetos) Problemas de fonia multiplicam-se: como lidar com a relação grafema e som? Latim vulgar , latim clássico, latim medieval, vernáculas (não eram objeto de estudo – ver mais adiante Dante que levanta essa bandeira) Curiosidade a respeito das línguas faladas e início dos estudo das línguas estrangeiras/vernáculas As gramáticas. Lembram-se delas? Gramática positiva – detalhes de uma língua em particular (geralmente descritiva e normativa/prescritiva) Gramática especulativa – concentra-se no universal e essencial (modistas da IM ) Gramática filosófica – investigação nas relações entre as palavras e os objetos ou ideias. Escrita em hexâmetros latinos – motivação pedagógica Não contém qualquer preocupação filosófica Gramática = auxiliar da lógica Papel do gramático defendido na IM: deve ou não “melhorar” a língua dando mais regularidade aos seus padrões e conservando-a mais perto dos objetos e das ideias provém de schola, de que deriva scholasticus, i.e., pertencente à escola, mestre, homem culto, versado no trivium e no quadrivium. Estudo filosófico e teológico orientado pelo conhecimento, que provenha de experiência sensível (ciência), quer se origine da reflexão (filosofia), quer se valha da revelação divina (teologia) O que é a escolástica? Foco no latim escrito para a leitura de textos Mestre (lector) lia em aula e interpretava uma obra, dava explicações, questões se seguiam e , em seguida, as discussões (são professores, catedráticos da Univ. de Paris) A escolástica preocupa-se essencialmente com as relações linguagem e pensamento (Mounin, 1970) Sistema de ensino escolástico- Sec VI a XI – vídeo 1:12 (complementar) Sec. XII – foco da gramática foi contrabalanceado por estudos do aspecto universal da linguagem (gramáticas especulativas) Desenvolvimento das gramáticas especulativas Os mais conhecidos adeptos da gramática especulativa foram os modistas (são escolásticos – não são outro grupo) Grupo de eruditos reunidos na Universidade de Paris ( 1250 – 1320) Em 2 slides antes falei:A escolástica preocupa-se essencialmente com as relações linguagem e pensamento . Observem os questionamentos filosóficos: São os modos de significar, de compreender e de ser idênticos? Nascem os modos de significar das propriedades dos objetos? De modis significandi sive grammatica speculativa Modu – palavra mais frequente, o que explica a denominação de modistas aos autores Ideia subjacente - estrutura gramatical universal Modus essendi Coisas são seres existentes, possuem propriedades ou modos de ser Modus intelligendi O sujeito apreende as coisas – pela mente - por meio de modos de compreender passivos Modus significandi O sujeito atribui aos sons vocais os modos de significar ativos em virtude dos quais aqueles se convertem em palavras e partes do discurso Todas as línguas apreendem (modus intelligendi) as coisas (modus essendi) e as significam (modus significandi) • Modistas fizeram duras críticas às gramáticas descritivo- normativa:Assim como o estulto (insensato, estúpido) está para o sábio, o gramático desconhecedor da lógica está para o versado em lógica” • A gramática é em essência a mesma para todas as línguas e as diferenças aparentes que existem entre elas são simples variações acidentais. Dante Alighieri (1265-1356) propõe um estudo sobre a língua falada, indo de encontro à tradição de se valorizar apenas o latim e a modalidade escrita. Apesar dessa posição, escreve a obra De vulgari eloquentia em latim (kristeva, 1980) Dante – defendeu, assim, o estudo dos dialetos romances frente ao latim escrito; ”A defesa da língua nacional é acompanhada por um ataque contra o latim considerado como língua artificial” (KRISTEVA, 1980). Dante veririca o parentesco do italiano, do espanhol e do provençal e afirma – pela primeira vez – uma origem comum.” Vale saber/ lembrar / ter em mente que no sec. XV há a invenção da imprensa Imprensa – ontologicamente ligada à escrita 1. Os louvores – impulsionados pela imprensa - (ex. La Deffence et Illustration de langue Française - 1549) verdadeiro ataque ao latim - Du Bellay 2. A gramatização das línguas vulgares – propagação da noção da ‘norma’ (bon usage) e ‘nacionalismo’ . O estudo do ‘certo’ e do ‘errado’, tendo como referência o latim clássico, continua. Elegantiarum Linguae Latinae Sive de Linguae Latinae Elegantia do italiano Lorenzo Valla no séc. XV – Fernão de Oliveira (1536) Aparecimento do Livro (imprensa) desencadeia novo momento para línguas vulgares, desencadeia novas publicações, aguça consciência sobre essas línguas (que haviam sido descritas no período medieval) e agora lançam vôo mais alto em direção à gramatização La Deffence - luta declarada e aberta contra o domínio do Latim (CASANOVA, 2002) e contra aquilo que se diz das línguas vulgares. Bíblia traduzida nas línguas vulgares nos moldes da tradução do NT em alemão por Lutero (1522), o que favorece à gramatização dessas línguas Gramática da Língua Portuguesa (1536) – traça história da Língua Portuguesa, explica letras e sons que elas representam, baseando-se nos estudos da IM. Exemplo descrição de letra, vogal e consoante na Gramática da Língua Portuguesa (exemplo da letra ‘a’ que li em sala) Oliveira se aproxima mais da gramática de Nebrija (espanhol) do que dos modelos latinos (CORSERIU, 1991) Fenômeno da variação lingüística (referência feita: certo vs. errado) torna-se mais acentuado Gramatização das línguas acentuou também o antigo problema som/letra O interesse pelas línguas vivas modernas implicou foco no oral e estudos fonéticos (ainda que rudimentares) - e.g. contribuição de Fernão de Oliveira na descrição fonética da língua portuguesa (exemplo da letra ‘a’ e outras.
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