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* * DAS NARRATIVAS MÍTICAS AO UNIVERSO FILOSÓFICOS DOS PRÉ-SOCRÁTICOS Adriano Nascimento * * Divisão cronológica Séc. VI a.C. Séc. V d.C. Séc. XVI d.C. Séc. XX d.C. Antiga Medieval Moderna Contemporânea * * Parte I: Mito nas civilizações antigas Surge em decorrência da angústia humana e do seu desejo de viver com tranquilidade (os mitos trazem alívio por explicar o mundo e permitir a interferência pelos homens através dos rituais) Possuem função educativa a respeito da cultura e dos valores da comunidade. Mito é narrativa sobre a origem de algo (realidade ou valores morais) Sendo narrativas, são dogmas, ou seja, não estão abertos a discussão (“acríticos”) Suas histórias falam de realizações dos deuses Seu discurso não precisa apresentar grande rigor ou coerência lógica. Eram considerados verdades por todos. A sua força como verdade se mantinha pelo fato de a consciência coletiva nessas sociedades ser muito mais forte do que a individual * * . No mito de Prometeu, o fogo (que simboliza a razão) é roubado dos deuses. O mito da caixa de Pandora apresenta a origem de todos os males. * * Características peculiares dos deuses gregos: Antropomórficos: Criados à imagem e semelhança dos homens, herdando tanto as suas qualidades boas como as más (Ora são generosos e amorosos, ora invejosos, vingativos, descontrolados, etc.) São eternos, porém não não perfeitos, onipotentes ou oniscientes Se assemelham aos super-heróis. Interferem diretamente na realidade humana segundo seus sentimentos e interesses. * * A Pólis Grega As civilizações antigas possuíam um governo centralizado no poder de um rei divino. A Grécia foi formada pelo surgimento de várias cidades pequenas e próximas. Suas principais características são: Governo descentralizado Trocas culturais (entre si e com o Oriente) Trocas comerciais Pluralidade religiosa Decisões políticas a cargo de todos os cidadãos (Democracia, praticada na Ágora) Liberdade de pensamento * * Parte II. A pólis grega e surgimento da filosofia Caracterítisticas da ruptura filosófica: Ruptura com as narrativas míticas (cosmogonias) Surgimento de um discurso racional para explicar a realidade (cosmologias) O discurso filosófico permite o debate, é um pensamento crítico Questionamento de toda a tradição Confiança na capacidade da razão humana para desvendar a natureza (physis). Noção de princípios ordenadores de toda a realidade (elementos formadores de tudo, leis universais, etc.). * * Primeiros Filósofos: Pré-socráticos Foram os primeiros a tentar compreender o mundo de forma coerente e racional Eles imaginavam a realidade como um todo (como se pudéssemos olhá-la de fora, de uma vez só). Essa totalidade do que existe é chamada de Physis, natureza ou de Ser. Para entender essa realidade, é preciso que a razão forneça uma idéia plausível, que deverá explicar a origem de tudo, a partir da ideia da existência de um princípio unificador. * * Tales de Mileto Tales de Mileto é considerado o primeiro filósofo Ele também era um excelente matemático e político Conseguiu prever um eclipse, desmistificando a sua ocorrência Sua frase mais conhecida é: “Tudo é água” Com isso, ele propunha que o mundo não tem origem divina, mas sim natural Além disso, ele via o mundo como unidade, como um organismo singular Se o mundo é formado por um elemento primordial como a água, podemos compreendê-lo racionalmente * * Empédocles de Agrigento e Anaximandro Empédocles de Agrigento defendia que a realidade é formada pela combinação em diversos graus dos elementos ar, fogo, terra e água. O que une e fasta esses elementos seria o amor e o ódio. Anaximandro considerou problemática a afirmação de que o mundo inteiro é formado por um ou por poucos elementos. Para ele, nenhum elemento poderia virar qualquer coisa. Ele acreditava que qualquer elemento observável já é decorrente de algo anterior, denominado Apeiron (indeterminado). O universo promove justiça de maneira na- tural, buscando equilíbro através da repa- ração de excessos. * * Heráclito de Éfeso: “Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio” Ele afirmava que o mundo é puro movimento e transformação. Confiava nos sentidos, que lhe mostravam um mundo em mudança constante, apesar do pensamento fixar essências para todas as coisas. Defendia que o elemento originário do mundo é o fogo. O fogo simboliza a própria transformação, e faz ainda referência ao logos, a inteligência organizadora do cosmo. Segundo ele, a transformação promove o equilíbrio do mundo (eq. Dinâmico) O equilíbrio se constrói a partir da alternância entre opostos, como os dias e as noites, sol e chuva, quente e frio, etc. * * Parmênides: “Tudo permanece” Parmênides foi o principal opositor de Heráclito. Ele confiava apenas no pensamento, e nunca nos sentidos para tentar entender a realidade. Toda a mudança percebida pelos sentidos seria ilusão. A verdade é aquilo que o pensamento aponta como permanente, imutável, indivisível Essa realidade que ele chama de Ser, seria uma coisa só. O “uno” teria um formato circular perfeito. Seria algo como uma bola gigante e maciça... * * O átomo de Demócrito Demócrito chegou bem perto da concepção de princípio da realidade que temos hoje. Ele criou a noção de átomo na tentativa de conciliar o problema entre Parmênides e Heráclito, a tal disputa entre o que se pensa e o que se vê, ou melhor, entre o que muda e o que permanece. Demócrito imaginou um mundo formado por inúmeras partículas indivisíveis, imutáveis, eternas e invisíveis a olho nu. Tudo o que vemos resulta das combinações momentâneas entre os átomos * * O átomo de Demócrito Com a ideia de átomo, ele conseguiu pensar um mundo formado por uma estrutura permanente que, ao mesmo tempo, permite se compreender a mudança sem que haja contradição lógica. O mundo de Demócrito é um mundo de lego, formado por pecinhas de vários tamanhos que se encaixam de certas maneiras. * * Os filósofos da natureza e a física contemporânea - Mundo como um organismo (Tales / tese de “Gaia”) - Mundo formado por átomos (Demócrito / atomismo científico) - Mundo gerado pelas constantes transformações (Heráclito e Anaximandro / mecânica quântica) *
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