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CONTABILIZAÇÃO SEGURADORA

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DISCIPLINA: LEGISLAÇÃO E GESTÃO ATUARIAL
PROFESSORA: Maria de Lourdes
1-Contabilização de Seguros (SEGURADORA)
LIMITE DE RETENÇÃO
Seja por determinação do regulador, seja por definição via política de gerenciamento de riscos – orientação interna da Administração sobre como assumir e repassar riscos –, cada companhia que opera no mercado possui um limite máximo de responsabilidade, ou seja, uma quantia máxima que pode ou deseja reter de risco em cada risco isolado que assume.
O risco isolado é definido pela Resolução CNSP nº 321/15 como o objeto ou conjunto de objetos de seguro cuja probabilidade de ser atingido por um mesmo evento gerador de perdas seja relevante.
Demonstrações contábeis e apresentação dos principais componentes
Antes de passarmos propriamente aos relatórios contábil-financeiros produzidos pela contabilidade das companhias do mercado segurador, vejamos as definições sobre o período que essas demonstrações devem abranger e sobre a codificação das contas contábeis estabelecidas pela Susep para dar suporte à elaboração e publicação dessas demonstrações.
EXERCÍCIO SOCIAL
O exercício social consiste no período de tempo, normalmente uma no, em que as empresas apuram seus resultados. Em consonância com a Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/76), a Circular Susep nº 517/15 estabelece que o exercício social das seguradoras, das entidades abertas de previdência complementar, das sociedades de capitalização e dos resseguradores locais será de um ano e vai um pouco
além da primeira quando define que este coincidirá com o ano civil e terá data de encerramento em 31 de dezembro.
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS INDIVIDUAIS ANUAIS
As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. Seu objetivo é proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira,
do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar
os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão dos recursos que lhe foram confiados.
A Circular Susep nº 517/15 estabelece que seguradoras, entidades abertas de previdência complementar, sociedades de capitalização e resseguradores locais deverão publicar suas demonstrações contábeis individuais anuais, para a data-base de 31 de dezembro, contendo os seguintes itens:
1) Relatório da administração;
2) Balanço patrimonial;
3) Demonstração do resultado do período;
4) Demonstração de resultado abrangente;
5) Demonstração das mutações do patrimônio líquido;
6) Demonstração dos fluxos de caixa;
7) Notas explicativas; e
8) Relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis.
A publicação deverá ocorrer até o dia 28 de fevereiro de cada ano no órgão oficial da União ou do Estado ou do Distrito Federal, conforme o lugar em que esteja situada a sede da companhia, e em outro jornal de grande circulação editado na localidade em que está a sede da empresa.
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS INDIVIDUAIS INTERMEDIÁRIAS
A Circular Susep nº 517/15 obriga as seguradoras, entidades abertas de previdência complementar, sociedades de capitalização e resseguradores locais a elaborar demonstrações contábeis intermediárias, abrangendo os mesmos relatórios das demonstrações contábeis individuais anuais, quais sejam: Relatório da Administração, o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Período, Demonstração de Resultado Abrangente, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, a Demonstração dos Fluxos de Caixa, as Notas Explicativas e o correspondente relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis. A publicação dessas demonstrações em jornal de grande circulação é
facultativa, sendo obrigatório apenas seu envio à Susep.
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS
Segundo o CPC 36 (R3), as demonstrações consolidadas são demonstrações contábeis de um grupo econômico em que os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora e de suas controladas são apresentados como se fossem de uma única entidade econômica. A controladora – entidade que controla uma ou mais controladas – é que deve elaborar demonstrações consolidadas.
A Circular Susep nº 517/15 obriga as seguradoras, entidades abertas de previdência complementar, sociedades de capitalização e resseguradores locais que se enquadrem no conceito de controladora a apresentar demonstrações contábeis consolidadas elaboradas com base em pronunciamentos plenamente convergentes com as normas internacionais, emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)
e recepcionados pela Susep. 
A publicação dessas demonstrações é facultativa, sendo obrigatório apenas seu envio à Susep.
ENVIO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS AO SUPERVISOR
A Susep obriga suas supervisionadas a enviar em formato digital as demonstrações contábeis individuais anuais, intermediárias e consolidadas, por meio do Sistema de Envio de Documentos. As demonstrações contábeis individuais anuais e consolidadas, referentes ao período de 1º de janeiro a 31 de dezembro são enviadas para a Susep até o dia 15 de março do ano seguinte. O prazo de envio das demonstrações contábeis intermediárias é até o dia 31 de agosto do mesmo exercício. Todas as demonstrações contábeis enviadas são divulgadas no sítio eletrônico do supervisor, com o objetivo ampliar a transparência das empresas que atuam no mercado de seguros.
ELENCO E CODIFICAÇÃO DAS CONTAS
O elenco de contas é composto por um conjunto de rubricas que receberão os registros dos fatos administrativos, tendo como função principal servir de suporte para a construção das principais demonstrações contábeis elaboradas pelas companhias.
No caso do mercado de seguros, o supervisor, por meio do anexo X da Circular Susep nº 517/15, estabelece um elenco de contas específico para o registro das operações das companhias que atuam nesse mercado, de modo a facilitar o trabalho de supervisão. Como forma de padronização, a codificação específica para as rubricas estabelecidas deve atender aos seguintes requisitos:
I. o primeiro código, constituído de número de 10 (dez) algarismos, indica, da esquerda para a direita:
a) o primeiro algarismo, a classe;
b) o segundo algarismo, o grupo;
c) o terceiro algarismo, o subgrupo;
d) o quarto algarismo, a conta;
e) o quinto algarismo, a subconta;
f) o sexto algarismo, o desdobramento da subconta, quando necessário;
g) o sétimo algarismo, o segundo desdobramento da subconta, quando necessário;
h) o oitavo algarismo, o terceiro desdobramento da subconta, quando necessário;
i) o nono algarismo, o quarto desdobramento da subconta, quando necessário; e
j) o décimo algarismo, o quinto desdobramento da subconta, quando necessário.
II. O segundo código, de uso facultativo, poderá ser utilizado para as indicações julgadas necessárias às operações e aos relatórios contábeis, estatísticos ou de outra natureza (SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS, 2015).
Dessa forma, somente a Susep poderá criar codificação contábil até o décimo algarismo do primeiro código, sendo permitido que as seguradoras, quando considerarem necessário, criem rubricas a partir do segundo código, ou seja, do décimo primeiro algarismo.
As principais classificações e subdivisões do elenco de contas são as seguintes:
Para melhor entendimento, observe o exemplo a seguir:
PRINCIPAIS ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DAS OPERAÇÕES DE SEGURO
Sobre as operações do mercado segurador brasileiro incidem diversos tributos, entre os quais destacam-se: o Imposto sobre as Operações Financeiras (IOF), que recai sobre os prêmios pagos pelos segurados; o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), incidentes sobre o faturamento das seguradoras; e o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica(IRPJ) e a Contribuição Social sobreo Lucro Líquido (CSLL), incidentes sobre o lucro das companhias desse mercado.
Imposto sobre as Operações Financeiras (IOF)
O Imposto sobre Operações de Seguro (IOF-Seguros) foi instituído pela Lei nº 5.143/66 e regulamentado pelo Decreto nº 6.306/07 (Regulamento do IOF), nos artigos 18 a 24. Segundo esse regulamento, as operações de seguros compreendem os seguros de vida e congêneres, seguro de acidentes pessoais e do trabalho, seguros de bens, valores, coisas e outros não especificados. Ainda, os contribuintes do IOF-Seguros são as pessoas físicas ou jurídicas seguradas. Os responsáveis pela cobrança e recolhimento ao Tesouro Nacional são as seguradoras ou as instituições financeiras a quem aquelas encarregarem da cobrança do prêmio.
Principais aspectos
Ademais, o fato gerador do IOF é o recebimento do prêmio, conforme art. 18 do Decreto:
Art. 18. O fato gerador do IOF é o recebimento do prêmio (Lei nº5.143, de 1966, art. 1º, inciso II).
[..]
§ 2º Ocorre o fato gerador e torna-se devido o IOF no ato do recebimento total ou parcial do prêmio. A alíquota geral do IOF-Seguros é de 25%, porém diversas reduções são permitidas no artigo art. 22, de modo que a alíquota da maior parte dos seguros é de 7,38%. O Quadro 15 elenca as alíquotas aplicáveis aos diversos casos:
Ainda, além de o IOF-Seguros ser devido apenas quando do pagamento total ou parcial do prêmio, a base de cálculo do imposto é o valor dos prêmios pagos, e não os prêmios emitidos.
Com base nesses regramentos, parece claro que o IOF-Seguros só se torna devido pelas pessoas físicas ou jurídicas seguradas no ato do recebimento total ou parcial do prêmio pelas seguradoras ou instituições financeiras encarregadas da cobrança do prêmio. Apesar disso, é prática comum do mercado contabilizar o IOF-Seguros quando do reconhecimento inicial do contrato, ainda que o prêmio não tenha sido recebido. Esse procedimento acaba por antecipar o recolhimento do IOF-Seguros, uma vez que o recolhimento do imposto ao Tesouro Nacional deve ser realizado até o terceiro dia subsequente ao decêndio da cobrança
ou do registro contábil do imposto.
Com a intenção de aperfeiçoar a contabilização da operação, apresentam- se abaixo sugestões de modelos de contabilização de um contrato de seguro em que há parcelamento de prêmios e reconhecimento da obrigação de recolhimento do IOF apenas no momento do pagamento das parcelas, considerando a existência ou não de convênio com instituição financeira para recolhimento do IOF ao Tesouro Nacional.
• Prêmio Bruto: $ 1.073,80
• Prêmio Comercial: $ 1.000,00
• Adicional de Fracionamento: $ 0
• Alíquota do IOF: 7,38%
• Parcelamento: 10 parcelas mensais, iguais e sucessivas.
Não há registro de “IOF a recolher” na seguradora, porque é a instituição financeira que recolhe o referido valor devido ao convênio firmado, passando assim a ser a responsável pela cobrança e recolhimento do IOF ao Tesouro Nacional, em obediência ao art. 20 do Decreto nº 6.306/07.
Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins)
A Carta Magna de 1988, art. 195, estabelece que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, mediante recursos provenientes de contribuições sociais pagas pelas empresas e diversos outros entes. Nessa linha, foi promulgada a Lei nº 9.718/98, para tratar das seguintes contribuições sociais: Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição ao Financiamento da Seguridade (Cofins). 
Essa lei obriga as empresas de seguros privados, de capitalização e de previdência privada aberta a apurarem o lucro real, para fins de cálculo do Imposto sobre a Renda, e, por conseguinte, a adotarem o regime cumulativo para cálculo do PIS e da Cofins. 
Dessa forma, o regime de incidência cumulativo não permite a tomada de créditos quando há a aquisição de bens, serviços, custos ou despesas, como ocorre na modalidade não cumulativa.
A base de cálculo dessas contribuições é definida legalmente como o faturamento das empresas, o qual corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. 
A Lei nº 12.973/14, entre outras profundas alterações na legislação tributária nacional, definiu o seguinte conceito para a receita bruta, para propósitos fiscais:
Art. 12. A receita bruta compreende
I. o produto da venda de bens nas operações de conta própria;
II. o preço da prestação de serviços em geral;
III. o resultado auferido nas operações de conta alheia (aqueles obtidos pela venda de produtos ou mercadorias pertencentes a terceiros, mediante o pagamento de comissão);
IV. as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos itens I a III (BRASIL, 2014).
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
A regulação tributária sobre o lucro no mercado segurador brasileiro segue naturalmente os ditames gerais da Constituição de 1988 e regulamentares do Decreto nº 3.000/99 (RIR/99). Portanto, incidem o IRPJ e a CSLL sobre o lucro dessas companhias, apurado na forma de tributação do lucro real, de acordo com o art. 14, II, da Lei nº 9.718/98. O lucro tributável será apurado a partir do resultado contábil antes do cálculo dos tributos sobre o lucro (IRPJ e CSLL) com ajustes denominados “exclusões e adições”. Estes podem ser temporários, quando a divergência entre os critérios contábil e fiscal for apenas quanto ao momento do reconhecimento da receita/despesa, ou permanentes, quando a divergência de critério está relacionada à natureza da receita
e da despesa. Além disso, a legislação fiscal permite a utilização de prejuízos fiscais apurados em períodos anteriores até o limite de 30% do lucro líquido ajustado do período.
Assim, temos:
• RESULTADO ANTES DE IRPJ + CSLL
• (+) ADIÇÕES TEMPORÁRIAS E PERMANENTES
• Despesas Contábeis não Aceitas pelo Fisco
• Receitas Exigidas pelo Fisco e não Contabilizadas
• (-) EXCLUSÕES TEMPORÁRIAS E PERMANENTES
• Receitas Contábeis não Aceitas pelo Fisco
• Despesas Aceitas pelo Fisco e não Contabilizadas
• (=) RESULTADO LÍQUIDO AJUSTADO
• (-) Compensação de Prejuízos Fiscais
• (=) RESULTADO TRIBUTÁVEL

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