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1 André Felipe Breda – Microbiologia Veterinária Papillomaviridae PAPILLOMAVIRIDAE Os vírus dessa família infectam diferentes espécies de mamíferos e aves e são caracterizados pela propriedade oncogênica, produzindo lesões tumorais benignas e malignas. Estas neoplasias geram prejuízos econômicos (lesões e sanidade). As lesões cutâneas são comumente denominadas papilomatoses (verrugas). Em mucosas geralmente aparecem tumores malignos. Em bovinos a infecção por papilomavírus está associada a tumores vesicais (Hematúria Enzoótica Bovina) e no trato digestório superior (Caraguatá). Classificação Sua característica viral de grande importância para a classificação é a impossibilidade de isolamento dos papilomavírus em cultivos convencionais. Existem fortes evidências de que o genoma dos papilomavírus é relativamente estável. Os papilomavírus são altamente espécie/tecido-específicos. Infecções entre diferentes espécies hospedeiras são relatadas, porém sem infecção produtiva. O gene L1, codifica a principal proteína do capsídeo. Estrutura e propriedade dos vírions Os papilomavírus são pequenos vírus oncogênicos não-envelopados, com capsídeo icosaédrico conferindo aspecto arredondado e contendo 72 capsômeros que são compostos por duas proteínas L1 e L2. Seu ácido núcleico consiste de uma molécula de DNA de fita dupla circular. A partícula viral é resistente às condições do meio ambiente e a solventes lipídicos, como o éter e o clorofórmio. 2 André Felipe Breda – Microbiologia Veterinária Papillomaviridae Estrutura e características genomicas Apesar do seu tamanho, a organização do genoma dos papilomavírus é muito complexa. Todas as ORFs estão localizadas em uma das fitas do DNA viral. As fitas contém 10 ORFs divididas em 8 no segmento E e 2 no segmento L. No genoma dos papilomavírus encontramos três oncogenes (E5, E6 e E7), duas proteínas reguladoras (E1 e E2) que modulam a transcrição e a replicação. O genoma pode ser encontrado no núcleo da célula infectada sobre duas formas: epissomal e integrada. A epissomal é encontrada em lesões iniciais e benignas sobre a forma circular. A integrada apenas em células transformadas. Replicação A infecção é iniciada pela adsorção dos vírions à superfície das células basais do epitélio, o vírus penetra por endocitose, é transportado pelo citoesqueleto em direção ao núcleo. Durante esta etapa ocorre a desestruturação e perda do capsídeo viral. O DNA viral penetra no núcleo utilizando os poros nucleares. Os primeiros indicadores de transcrição do genoma aparecem 4 semanas depois da infecção com a expressão de E1 e E2. A capacidade multiplicativa se dá por E5, E6 e E7. No núcleo celular o DNA é amplificado, após essa replicação, o DNA viral passe a ser replicado em conjunto com a divisão celular. A maturação e montagem ocorrem no núcleo celular. A montagem do capsídeo ocorre pela expressão de L1 e L2. A proteína E4 libera as partículas virais. Os vírions então são agrupados e liberados das células. 3 André Felipe Breda – Microbiologia Veterinária Papillomaviridae Pontos Importantes Oncogênese Espécie-específico Único relato é de sarcóide equino onde o bovino infecta o equino (1,2 e 3) Cultivo em epitélio estratificado – infecta camada basal Expressão de L1 e L2 apenas em camada bem superficial Lesão macroscópica – Células se dividem loucamente (hiperplasia) lesões proliferativas Epissomal e Integrada Genoma circular – transforma em linear pelo rompimento de E1 e E2 (genes responsáveis pela expressão de E5, E6 e E7) Oncogênes – E5, E6 e E7 Células de linhagem são clones, não conseguem completar o ciclo – impossibilidade de cultivo do Papillomaviridae
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