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ACÚSTICA EM AEROPORTOS A escolha do sítio ideal para a implantação de um aeroporto deve inter-relacionar aspectos sociais, econômicos, políticos e ambientais ou, em outras palavras, a melhor localização de um aeroporto deve ser a que agregue as melhores condições técnicas ao usuário, localização quanto ao acesso e que produza os menores impactos ao meio ambiente Há também que se considerar a possibilidade de expansão – ampliação futura da planta de acordo com o aumento da demanda ou pela evolução da aeronáutica. INSERÇÃO DO AEROPORTO AO MEIO: Deve ser feito um controle das áreas vizinhas aos aeroportos, visando a integridade física da comunidade (segurança e ruído), da tripulação e dos passageiros. Com a instalação de um aeroporto, impactos recaem principalmente sobre a comunidade situada em suas proximidades. É observado, na quase totalidade dos grandes aeroportos brasileiros, que os mesmos possuem um elevado potencial para atrair a urbanização para as suas proximidades e que este envolvimento acaba gerando conflitos de relacionamento (cidade x aeroportos) devido, principalmente, ao ruído gerado pela operação das aeronaves. Com um planejamento adequado – Projeto e Obra – com meios que controlem as várias formas de poluição e impactos que possam degradar o ambiente, o aeroporto pode sim conviver em harmonia com o resto da comunidade, inclusive gerando desenvolvimento e agregando valor ao seu entorno. Ruído Aeronáutico Tido por muitos como o principal impacto decorrente da operação de um aeroporto, o ruído aeronáutico é tema de extrema relevância nos estudos da viabilidade do aeroporto(bem como nos estudos para planos diretores municipais), visto que, quando mal projetado, o ruído aeronáutico chega a promover distúrbio psicológicos à população. Por questões aerodinâmicas, as diferentes aeronaves existentes, apresentam diferentes tipos de ruídos e, através de modelos de cálculo para a composição dos PEZR’s (Plano Específico de Zoneamento de Ruído) nos aeroportos nacionais, faz-se a previsão de como será a disseminação do ruído. Com os dados sobre a rotina de operação do aeroporto, o modelo calcula duas curvas fechadas que delimitam três áreas de ruído: Área I, Área II e Área III. Área I – Nível de ruído que pode ocasionar dano físico. Área I – Nível de ruído com incômodo moderado. Área III – Nível de ruído insignificante. O incômodo produzido pelo ruído aeronáutico está diretamente relacionado com: - Distância do aeroporto (zona de pouso e decolagem) ao ponto de medição - Intensidade de emissão. Então , por questões de segurança, são estabelecidas restrições ao uso de solo nas proximidades do aeroporto (Áreas I e II), dependendo das atividades. Na área III, como normalmente não são registrados incômodos relevantes, não são impostas restrições. (manual para implementação de aeroportos, 2002) Área I – situada mais próxima à pista, é aquela que possui uma intensidade de ruído maior, e dependendo do tempo de exposição, pode acarretar uma série de incômodos. Nesta área são permitidas as seguintes atividades: - Produção e extração de recursos minerais, serviços púbicos ou de utilidade pública (ETA, ETE ou Cemitério) Área II – com menores níveis de ruído, é possível o estabelecimento de algumas atividades urbanas. Sendo proibidas atividades ligadas à saúde, educação e cultura. As edificações residenciais são permitidas em situações especiais, mediante a elaboração de tratamento acústico Área III – externo à curva II, não há restrição, dentro das premissas aeronáuticas aplicadas. Na área compreendida entre as curvas I e II, não são permitidas as atividades: residenciais, saúde, educacional, serviços públicos ou de utilidade pública (hotelaria, atividades religiosas, centros comunitários ou profissionalizantes) e cultural. Uso do Solo A correta análise e controle do uso ou ocupação do solo do entorno, e seu uso adequado em função de obstáculos à navegação aérea ou implantação de atividades de natureza perigosa à aviação, é verificada através da definição da ASA (Área de Segurança Aeroportuária), diretamente vinculada à questão de segurança das operações aéreas, por meio da efetiva ação de órgãos governamentais locais (prefeituras municipais). A ASA estabelece restrições à implantação de algumas atividades, consideradas de natureza perigosa. O plano urbano deve apresentar conjunto de normas de ocupação e de uso do solo, na forma da lei orgânica municipal visando proteger seus habitantes e regularizar as atividades gerais, a delimitação de áreas específicas com contingência de altura, dentro de um planto diretor, funciona como um mecanismo de proteção mútua entre comunidade e transporte aéreo e pode ser estipulada através de métodos gráficos indicativos dos limites de áreas não residenciais do Plano de Zoneamento de Ruído. IMPLANTAÇÃO DO AEROPORTO Os trabalhos iniciais são elaborados em escritório, pelo DAC (Departamento de Aviação Civil) ou por órgão estadual ou municipal, e devem estar baseados em análises preliminares, a partir de desenhos e cartas da região, objetivando localizar e identificar áreas com características necessárias e potencial para atender à implantação de um aeroporto com o porte pretendido. Define uma série de gabaritos que não podem ser ultrapassados, impondo limites quanto à presença de edificações e outros objetos, naturais ou artificiais, que venham a representar perigo ou risco às operações aéreas. Plano de Zona de Proteção de Aeroportos (PZPA) Aeroporto de Recife - PE Fontes geradoras de ruídos em um aeroporto. Um dos principais impactos ambientais provocados pela atividade aeroportuária é o ruído proveniente dos equipamentos alocados no pátio dos aeroportos e das operações das aeronaves Buscando reduzir esse impacto, a Infraero vem se empenhando em propor alternativas para monitorar, reduzir e controlar os ruídos, fundamentadas em estudos técnico-científicos, realizados em parceria com Instituições de Pesquisa e empresas especializadas em ruído Quatro grandes linhas de atuação devem ser levadas em conta pelos órgãos de aviação no gerenciamento do ruído aeronáutico: - Redução do ruído na fonte geradora; - Adaptação dos procedimentos de pouso e decolagem para a realidade de cada aeroporto; - Restrição da operação de aeronaves em determinados períodos; -Fiscalização da ocupação do solo no entorno do sítio aeroportuário (providência que cabe ao poder público municipal). Sistemas de auto falantes nos aeroportos O principal objetivo do sistema de som em um aeroporto é de, claramente, transmitir mensagens adequadas às pessoas que precisam de informações. O projeto do sistema de som precisa de abordagem acústica, com uma configuração funcional. Para a inteligibilidade ideal de anúncio, o nível de som da emissão deve ser de 6 a 10 dB mais alto do que o ruído ambiente e o som direto deve ser muito mais alto do que a reflexão. No entanto, os aeroportos possuem ruído ambiente, eco e reverberação longa, consequentemente os anúncios não são claros. Nessas áreas os alto-falantes devem ser adequadamente selecionados e localizados de acordo com a arquitetura e o ruído ambiente. A disposição da linha do alto- falante ajuda a reduzir o eco e reverberação. O controlador de ruído ambiente é uma ferramenta conveniente para ajustar automaticamente o nível de anúncio, de acordo com flutuações de ruído no local. Pisos dos aeroportos Pisos para aeroportos tem que ter alta resistência ao impacto e ao fluxo intenso de pessoas. Devem ser de fácil limpeza e fácil reposição. Podem ser usados pisos vinílicos, pisos de borracha ou piso em concreto armado Barreiras acústicas nos aeroportosEm aeroportos encontramos grandes vão envidraçados voltados para o pátio de manobra das aeronaves. Por este motivo estes grandes vãos envidraçados devem receber atenção especial para que a iluminação natural seja preferencialmente usada sem que o ruído seja acima do aceitável para o ambiente. Para reduzir o ruído externo e manter a iluminação natural deve ser feito o uso de vidros mais robustos, como laminados ou duplos em combinações variáveis, conforme necessidade. Não convém que existam aberturas nestas peles de vido para que o ruído não invada os ambientes internos dos aeroportos. . Aeroporto de Brasília, vidros fixos com aberturas visando a utilização da ventilação natural. As aberturas existentes nas venezianas fixas proporcionam que, boa parte do ruído produzido pelas aeronaves entre no ambiente. Com a reforma e ampliação do aeroporto, esta questão foi observada e está sendo tratada. Na área “vip” já é possível observar as alterações no projeto para reduzir o ruído através do fechamento das venezianas com vidro fixos. Fechamento com janelas fixas. Aeroporto de Brasília. Esse exemplo mostra a importância que um projeto de fachada bem pensado tem no desempenho acústico de uma construção. Visto que, optar por uma ventilação natural impõe limitações ao isolamento acústico. Avaliar as características do ruído externo que incide sobre uma construção e as exigências necessárias para o conforto acústico interno à mesma são fundamentais para elaborar um projeto de fachada que contemple os diversos itens de conforto. Enfim, percebemos que em um aeroporto precisamos sempre observar a implantação do edifício no espaço urbano e os seus impactos. A reverberação causada pelos sistemas de auto falantes e pelo ruído produzido pelos passageiros e funcionários do edifício deve ser tratado com materiais disponíveis no mercado para paredes, forros e pisos. Mas percebemos que, o grande aliado para o isolamento acústico nestas edificações, é a barreira criada por elementos construtivos mais robustos e a busca por vedar a entrada do ruído por frestas ou vãos criados em projetos. O projeto também precisa seguir todos os estudos de fluxograma e setorização, assim como qualquer projeto para edificações de alta complexidade. OBRIGADA!!
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