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IGL – 358 ESTRATIGRAFIA AULA 4 - INTRODUÇÃO À CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA ESTRATIGRÁFICA Patrick Fuhr Dal’ Bó Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Geociências Departamento de Geologia • Classificação de acordo com propriedades e atributos: • litologia; • fósseis; • superfícies limitantes; • intervalos de polaridade magnética; • propriedades geoelétricas; • propriedades químicas; • isótopos; • tempo de formação. CLASSIFICAÇÃO ESTRATIGRÁFICA • Os conceitos de divisão e classificação estratigráfica foram criados para rochas organizadas em camadas, ou seja, para corpos geológicos estratiformes, que são formados por rochas sedimentares, metassedimentares e algumas vulcânicas. • As propriedades e atributos nem sempre coincidem (intervalos) nas mesmas unidades. CATEGORIAS DE CLASSIFICAÇÃO ESTRATIGRÁFICA • As rochas podem ser classificadas em diversas categorias. O ISSC (International Subcommission on Stratigraphic Classification) reconhece três unidades formais como as de maior abrangência e aplicação internacional. • Unidades Litoestratigráficas: baseadas na litologia. • Unidades Bioestratigráficas: baseadas no conteúdo fóssil. • Unidades Cronoestratigráficas: baseadas em intervalos de formação das rochas. Outras categorias consideradas como unidades formais: • Unidades Aloestratigráficas: corpos rochosos limitados na base e topo por superfícies limitantes (discordâncias erosivas). • Unidades Magnetoestratigráficas: unidades baseadas em intervalos de variação da polaridade magnética dos estratos. • Unidades Pedoestratigráficas: consiste em corpos rochosos diferenciados por propriedades pedogênicas (horizontes de solo). • Outras unidades informais reconhecidas são baseadas em condições genéticas de deposição (Unidades deposicionais), variações relativas do nível do mar (Sequências deposicionais - UBU), propriedades geoelétricas (Unidades geoelétricas), propriedades químicas (Unidades quimioestratigráficas), padrões de organização geométrica de refletores sísmicos (Unidades sismoestratigráficas), ciclos sedimentares (Unidades cicloestratigráficas), etc. Moody (2013) • Regra geral, as unidades estratigráficas possuem abrangência local ou regional. Apenas as unidades cronoestratigráficas podem ser correlacionáveis globalmente. • As Unidades Estratigráficas formais são divididas em várias categorias: • Unidades Cronoestratigráficas • Rochas; • Unidades Materiais; • Referem-se as rochas. UNIDADES CRONO VS GEOCRONOLÓGICAS GEOCRONOLOGIA Eon (Fanerozóico) Era (Mesozóico) Período (Cretáceo) Época (Neocretáceo) Idade (Maastricthiano) Crono (23) Ex.: Jurássico Inferior/Médio/Superior vs. Eo/Meso/Neojurássico Lower/Middle/Upper Jurassic vs. Early/Meso/Late Jurassic CRONOESTRATIGRAFIA Eontema Eratema Sistema Série Andar Cronozona • Unidades Geocronológicas • Tempo; • Unidades Imateriais; • Referem-se ao tempo de formação das rochas. Ex.: As coquinas constituem as principais rochas encontradas no Cretáceo Inferior (Série) da Bacia Sergipe-Alagoas, mostrando que as condições lacustres predominaram durante o Eocretáceo (Época). UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS INTRODUÇÃO • Estabelecidas em termos de litologia dos estratos e suas relativas posições estratigráficas. • Os parâmetros importantes para a definição de uma unidade litoestratigráfica incluem a homogeneidade litológica e o reconhecimento dos limites inferior, superior e lateral com corpos contíguos (mudanças litológicas). • Estes elementos de caracterização são de fundamental importância no mapeamento geológico. • As unidades litoestratigráficas não são necessariamente síncronas; a mesma unidade pode representar diferente tempo de formação em diferentes áreas (limites diacrônicos); • Os fósseis e datações (relativa e absoluta) são utilizados apenas como elementos distintivos, não constituem elementos para a diferenciação de unidades. • A extensão geográfica de determinada unidade depende da continuidade lateral de corpos geológicos que possuem características litológicas homogêneas; • De acordo com esta definição, uma unidade litoestratigráfica separada internamente por uma série de discordâncias pode ser considerada uma unidade litoestratigráfica singular, enquanto na Aloestratigrafia, esta seria dividida em diferentes unidades. UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS Unidades Litoestratigráficas formais: GRUPO FORMAÇÃO MEMBRO CAMADA FORMAÇÃO • Unidade fundamental na classificação litoestratigráfica. • CRITÉRIOS: • homogeneidade litológica; • definição de limites; • mapeabilidade em superfície; • correlação em subsuperfície. • Não possui restrição de espessura; • Não indica gênese; • É aplicável a corpos não litificados. MEMBRO • Unidade litoestratigráfica de hierarquia inferior a formação. É uma subdivisão da formação com o propósito de detalhar a distribuição litológica; • O membro é utilizado para corpos geológicos que possuem extensão lateral limitada e possuem organização espacial definida dentro de uma formação. Membros CAMADA • Unidade litoestratigráfica de menor hierarquia. As camadas representam corpos rochosos com características litológicas distintas de corpos adjacentes. • Em geral, o emprego do termo na estratigrafia formal, só é aceito em casos de camadas-chave de especial interesse na correlação ou referência. Camada-guia (marker bed) Anomalia Ir GRUPO • Unidade estratigráfica de maior hierarquia. O grupo reúne duas ou mais formações que compartilham características ou propriedades litoestratigráficas comuns. • Geralmente constituem corpos limitados por discordâncias de caráter regional. • Pode agrupar formações que ocorrem em diferentes áreas geográficas. Grupo Grupo NOMENCLATURA ESTRATÓTIPO E LOCALIDADE-TIPO • O estratótipo ou seção-tipo, corresponde a exposição local representativa de uma unidade litológica, com os respectivos limites estratigráficos e características litológicas bem definidas. O estratótipo é localizado na localidade-tipo. • Em algumas situações, por interferências naturais ou antrópicas, para a melhor caracterização de uma unidade, além do estratótipo original definido pelo autor (holoestratótipo), recorre-se a um estratótipo complementar (para) descrito na mesma área ou em outras áreas (hipoestratótipo ou seção de referência) ou ainda a outros estratótipos (lecto, neo). Definição do contato inferior Holoestratótipo Paraestratótipo Fernandes e Coimbra (2000) • A designação de uma unidade estratigráfica é composta pelo substantivo relativo a sua posição hierárquica (Grupo, Formação, Membro), seguido de um nome geográfico (município, vila, rio) que ocorra próximo a seção-tipo. Ex.: Formação Marília, Formação Vale do Rio do Peixe, Formação Sopa Brumadinho. • O uso de termos litológicos não é recomendado (e.g., Arenito Botucatu). No entanto, a litologia pode ser acrescida ao nome (e.g., Kingston Limestone Formation, Page Sandstone Formation). • Há nomes consagrados na literatura nacional que se encontram em desacordo com o Código Brasileiro de Nomenclatura Estratigráfica (1983), como a Formação Estrada Nova, Formação Barreiras, etc. NOMENCLATURA UNIDADES LITODÊMICAS • Baseadas em características litológicas de corpos não estratiformes (e.g., rochas intrusivas, metamórficas, sedimentares altamente deformadas); • A unidade básica é o litodema (equivalente à formação litoestratigráfica); • A suíte é formada por dois ou mais litodemas de mesma categoria genética (rochas intrusivas, metamórficas) e o complexo por associação de rochas pertencentes a duas ou mais categoriasgenéticas (sedimentares, ígneas, metamórficas). • Os nomes são compostos pela litologia predominante + localidade geográfica (e.g., Granito Itu; Granito Pirituba) ou no caso de suítes ou complexos pelo substantivo + localidade geográfica (e.g., Suíte Metamórfica Barbacena; Complexo Varginha-Guaxupé; Complexo Alcalino de Poços de Caldas). BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA • Mendes, J.C., 1984. Elementos de Estratigrafia. Capítulo 18 (Classificação Estratigráfica), pp. 385-409. • NACSN., 2005. North American Stratigraphic Code. AAPG Bulletin 89, 1547-1591. • Nichols, G., 2009. Sedimentology and Stratigraphy. Capítulo 19 (Stratigraphy: Concepts and Lithostratigrahy), pp. 297-310. • Petri, S., Coimbra, A.M., Ojeda, H.O., Fulfaro, V.J., Ponçano, W.L., 1986. Código Brasileiro de Nomenclatura Estratigráfica. Revista Brasileira de Geociências 16, 370- 415. • CLASSIFICAÇÃO ESTRATIGRÁFICA. EXERCÍCIO
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