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casos de pratica penal 1 a 6

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caso 01
1 - CLIENTE: Quanto a isso não há dificuldade, pois o problema deixou claro que foi o ofendido (Enrico) quem teria procurado o escritório. Nessa questão em especial era importante não errar o cliente, pois caso o aluno fizesse confusão poderia perder toda a peça, haja vista que no caso do ofendido a peça é a queixa crime, mas se fosse para a ofensora (Helena) seria resposta escrita a acusação.
2 - CRIME/PENA: Pelos dados é de se impor que houve concurso de crimes, formal na verdade, mas com desígnios autônomos.
Sendo esse o quadro: (artigos 139 e 140, c/c o Art. 141, III, n/f Art. 70, todos do CP).
Difamação
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Injúria
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Disposições comuns
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
Concurso formal
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
3 - AÇÃO PENAL: Por se tratar de crimes contra a honra, estabeleceu o legislador como regra que para serem apurados pela justiça é preciso que a vítima inicie o processo. A existência da ação penal privada esta consubstanciada na lei.
No Código Penal:
Ação pública e de iniciativa privada
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo.
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal.
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
No Código de Processo Penal
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada.
Como sabemos, para saber se um crime é de ação penal privada ou pública devemos verificar se há disposição no próprio artigo que faz previsão da infração ou então nos artigos seguintes dentro do mesmo título.
Sobre os crimes praticados no problema, disse o legislador sobre eles:
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
4 - RITO PROCESSUAL/PROCEDIMENTO: Como o Código de Processo Penal fez previsão de um procedimento especial para essa espécie de crime, o correto no caso, pelo princípio da especialidade, é aplicar o procedimento especial previsto (artigos. 519/523 do CPP).
Ocorre que como o processo ainda não teve início, não se tem relevância no momento de se fazer tal verificação, posto que para tudo é preciso primeiro dar entrada no processo crime.
5 - MOMENTO PROCESSUAL: Ainda não há processo, portando, deve ser feito o primeiro passo, isto é, a petição inicial.
6 - PEÇA: Conforme vimos no momento processual, como ainda não há processo deveria o aluno redigir o que seria a petição inicial no caso. Como é uma inicial de um processo criminal, cuja ação é privada, o correto seria redigir uma queixa crime.
O fundamento e os requisitos de tal petição estão no artigo 41 do CPP, que diz:
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Além desse, importante fazer menção aos artigos 100, § 2º, do CP, e o artigo 30 do CPP, que fazem previsão da modalidade de ação.
7 - COMPETÊNCIA: A competência para julgamento seria de um dos juizados especiais criminais da cidade de Niterói/RJ.
Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (íza) de direito Do... Juizado Especial Criminal de Niterói/RJ
8. TESES:
Diferente das outras petições defensivas que normalmente são pedidas no exame de ordem, a queixa crime se diferencia delas primeiro por possuir teor acusatório, e segundo por não exigir do aluno toda a variedade de teses que comumente são pedidas.
A queixa crime seguindo o formato que a lei estabelece no artigo 41 do CPP, deveria trazer a qualificação da parte querelante e da parte querelada. Em seguida um breve relatório dos fatos, seguido da exposição do direito. Neste ponto o candidato faria a demonstração da conduta da querelada e como que ela se adequou tipicamente aos crimes dos artigos 139 e 140, ambos do CP, na forma de concurso formal impróprio.
Deveria ainda fazer explanação sobre a causa de aumento de pena prevista no artigo 141, inciso III do CP.
OBS: normalmente quando a peça cobrada é queixa crime, é prudente que o candidato faça também a procuração nos moldes do artigo 44 do CPP, especificando sobremaneira o nome do querelante e a menção do fatos criminosos.
9. PEDIDOS
Quanto aos pedidos, eles deveriam ser feitos na seguinte ordem:
1º - A condenação da querelada nas penas dos crimes previsto nos artigos 139e 140 c/c o Art. 141, III, na forma do concurso formal do artigo 70, todos do CP; OBS – deixando de fazer esse pedido toda a peça perde se fundamento em razão a perempção.
2º - Pedir a citação da querelada
3º - A condenação da querelada ao pagamento de indenização ao querelante – art. 387, IV do CPP
4º - A condenação da querelada nas custas processuai
5º - A intimação das oitivas abaixo arrolada. OBS – o problema forneceu dado que permitiria ao aluno formular o rol de testemunha. Constou: “não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez, que estavam ao seu lado naquele instante”
10. DATA DO PROTOCOLO
Normalmente, nas peças defensivas, a data pedida é uma específica, pois tem que se de acordo como prazo de cada uma das peças que são cobradas. Como no caso da queixa crime não existe um prazo certo, o único cuidado que o aluno deveria ter era de não datar a peça com data que ultrapasse o prazo de seis meses da prática do crime, haja vista a decadência que impera após esse período conforme artigo 103 do CP e artigo 39 do CPP.
 	
 	
Caso 02
 	EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR. JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ...
 	Processo criminal nº
MATHEUS, já qualificado nos autos do processo em epígrafe por seu advogado regularmente constituído, conforme procuração em anexo, vem respeitosamente a presença de V. Exª, no prazo legal apresentar
RESPOSTA A ACUSAÇÃO
Com fundamento no art. 396 e 396-A CPP, pelos fatos abaixo expostos:
DOS FATOS
O acusado foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas previstas no art. 213, c/c art. 224, alínea b, do Código Penal, por crime praticado contra Maisa, de 19 anos de idade.
Na peça acusatória, a conduta delitiva atribuída ao acusado foi narrada nos seguintes termos: \u201cNo mês de agosto de 2010, em dia não determinado, o réu dirigiu-se à residência de Maísa, ora vítima, para assistir, pela televisão, a um jogo de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a sós com a vítima, o denunciado constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da vítima, atestada em laudo de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha valido de violência realou de grave ameaça para constranger a vítima com ele a manter conjunção carnal, o denunciando aproveitou-se do fato de Maísa ser incapaz de oferecer resistência aos seus propósitos libidinosos assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma.
Ocorre que o acusado não sabia que a vítima era deficiente mental, que já a namorava havia algum tempo, que sua avó materna, Olinda, e sua mãe, Alda, que moram com ele, sabiam do namoro e que todas as relações que manteve com a vítima eram consentidas.
Insta salientar que nem a vítima nem a família dela quiseram dar ensejo à ação penal, tendo o promotor, segundo o réu, agido por conta própria.
Por fim, o acusado informa que não havia qualquer prova da debilidade mental da vítima.
2- DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
Trata-se a hipótese de atipicidade em razão inequívoca de ausência de dolo do agente.
O acusado atuou em erro de tipo por ter uma falsa percepção da realidade, uma vez que não tinha consciência e vontade de praticar todos os elementos do tipo penal.
Não sabia e nem tinha como saber que tratava-se de pessoa portadora de doença mental e que tal doença lhe retirava tal capacidade de discernimento.
Cuida-se, portanto, de evidente situação de absolvição sumária, uma vez que o fato narrado não constitui crime.
3. DO PEDIDO
Por todo o exposto espera que respeitosamente de V. EXª a absolvição sumária, na forma do art. 397, III do CPP.
Caso assim não entenda V. Ex.ª, o réu provará sua inocência no curso da instrução.
Por oportuno, requer a oitiva das testemunhas abaixo arroladas para prestarem esclarecimento a respeito dos fatos narrados.
Rol de testemunhas
Olinda
Alda
Pede deferimento,
Local e Data
___________________
Advogado
Inscrição OAB nº
Caso 03
1 - CLIENTE: Quanto a isso não há dificuldade, pois o problema deixou claro que sua atuação como advogado (a) deve ser na defesa de Felipe.
2 - CRIME/PENA: Quanto a esse dado também não há dúvida, haja vista que foi fornecido pelo problema. Todavia, o cuidado que o aluno deveria ter tomado neste ponto esta no fato que a personagem foi denunciada por dois crimes de estupro de vulnerário (2X art. 217-A do CP), isso por conta da alusão ao sexo oral e vaginal.
Sendo esse o quadro:
Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
Circunstâncias agravantes
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: II - ter o agente cometido o crime: l) em estado de embriaguez preordenada.
Concurso material
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
A importância de se identificar o crime imputado e outras implicações como agravantes, serve para identificar se o procedimento correto foi adotado o que poderia indicar uma possível tese de nulidade, além é claro de se descobrir novas teses de defesa, como por exemplo, no caso se poderia trabalhar com a hipótese, subsidiária de mérito, de crime único para afastar a figura do concurso material.
3 - AÇÃO PENAL: Mais um ponto importante de se observar para não se deixar passar uma possível tese de nulidade. No caso não houve problema, pois foi o MP quem denunciou, o que esta correto posto que o crime é de ação penal pública incondicionada.
Apenas para esclarecer, no caso do problema o crime é de ação penal pública incondicionada porque envolveu menor de dezoito anos, caso contrário, se fosse a personagem Ana maior de idade a ação penal seria condicionada a representação.
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável.
4 - RITO PROCESSUAL/PROCEDIMENTO: Procedimento é o comum ordinário, que foi seguido sem problemas.
5 - MOMENTO PROCESSUAL: Esse ponto é importante para identificação da peça processual. O problema explica que foi realizada audiência de instrução e julgamento, onde todas as provas foram produzidas. Depois de falar mencionar a realização da audiência o problema não disse mais nada sobre: sentença, condenação, absolvição. Disse apenas que o MP pugnou pela condenação. Visto isso, simples é no caso a identificação da peça. Depois de feita toda a instrução a regra processual determina que as partes oralmente façam suas alegações finais (art. 403 do CPP). Claro que na prova da ordem não seria possível ser feita de tal forma, por isso que se tem a exceção. A lei processual permite que o juiz, considerando a complexidade da causa e ou havendo vários réus, conceda à partes prazo para se entregar por escrito tais alegações, que são na prática os memoriais descritivos. Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. § 3º O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. Como o problema disse que o MP já se manifestou, só resta à defesa fazer o mesmo.
6 - PEÇA: Conforme vimos no momento processual, a peça deve ser os memoriais descritivos com base no artigo 403, § 3º do CPP. E isso no prazo de 5 dias 7 - COMPETÊNCIA: Aqui o cuidado era para não inserir dado que pudesse ser interpretado como identificador de peça. O problema informou o seguinte: “O processo teve início e prosseguimento na XX Vara Criminal da cidade de Vitória, no Estado do Espírito Santo, local de residência do réu.” O endereçamento da peça deveria ser o seguinte: Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (íza) de direito da XX Vara Criminal de Vitória – Espírito Santo
8. TESES: Chegamos então no momento crucial na formação da estrutura que são as teses jurídicas. A FGV mais uma vez não cobrou nenhuma tese preliminar, apenas de mérito. As teses que deveriam ser trabalhadas seriam essas e nesta ordem:
1ª TESE ABSOLVIÇÃO DE FELIPE – por foca da ausência de elemento subjetivo (dolo). A pergunta que devemos fazer não é se ele queria ter relação sexual com Ana, pois isso ele queria, mas as perguntas que deveriam ser feitas seriam: Ele sabia a real idade dela? Ele teria naquele momento condições de verificar? Ele teve intenção de praticar o crime de estupro? A resposta para todas é NÃO. A tese de absolvição se funda no erro de tipo essencial previsto no artigo 20 do CP.
Erro sobre elementos do tipo
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
Importante lembrar que o problema informou que Ana, ao ser ouvida, disse que juntamente com suas amigas costumavam frequentar lugares (bares) de adultos. Isso serve de argumento defensivo no sentido que por encontrá-la naquele local já se podia presumir que ela fosse maior de idade.
A absolvição, portanto, como estamos no fim do processo deveria ter sido pedida com base no artigo 383, inciso III do CPP: Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: III - não constituir o fato infração penal;
2ª TESE Como pedido subsidiário de márito, caso fosse condenado, se deveria trabalhar com a hipótese de crime único para que assim ficasse afastado o concurso de crimes.
3ª TESE Outra tese é para se retirar a agravante que esta sendo imputada ao mesmo. Quando foi ouvida Ana disse: “... A vítima afirmou que aquelafoi a sua primeira noite, mas que tinha o hábito de fugir de casa com as amigas para frequentar bares de adultos.” Ninguém a levou para o bar ela foi porque quis juntamente com suas amigas, e mais, não há qualquer prova, nem mesmo a fala da vítima, no sentido de que Felipe teria à embriagado. Logo, como não há prova suficiente capaz de sustentar a agravante da embriaguez preordenada se deveria trabalha uma tese pedindo a desconsideração dessa agravante por não haver prova de tal ocorrência.
4ª TESE Seguindo com as teses subsidiárias de mérito, considerando que Felipe realmente seja condenado. Se deveria trabalhar com pedido de que a condenação fosse no mínimo. Primeiro por conta de sua primariedade e pelas circunstâncias que o crime teria ocorrido, e segundo, fortalecendo esse pedido, dever-se-ia trabalhar com a atenuante genérica do artigo 65, I do CP.
E que de igual forma a indenização também fosse arbitrada no mínimo como reza o art. 387 do CPP.
5ª TESE Sendo a pena de Felipe fixada no mínimo legal que no caso seria de 8 anos. Poderia o juiz fixar o regime semiaberto como sendo o inicial de cumprimento de pena. Para isso, se deveria desconstruir o fato de ser o crime do artigo 217-A do CP um crime hediondo, posto que se assim for o regime inicial deverá ser o fechado. Muito embora isso seja corrente minoritária, a defesa deve sim alegar tudo em prol do acusado.
Em apertada síntese, o argumento deveria dizer que tal crime não figura no rol dos crimes considerados hediondos (lei nº 8.072/90) e nem dos equiparados, e que considerá-lo como tal é uma clara afronta ao princípio da legalidade.
9. PEDIDOS Quanto aos pedidos, eles deveriam ser feitos na mesma ordem trabalhada no corpo da petição:
1º - ABSOLVIÇÃO – Em razão do erro de tipo;
2º - Seja excluída a verificação do CONCURSO de CRIMES;
3º - Condenação no mínimo e indenização fixada no mínimo – art. 387, IV do CPP;
4º Fixação do regime inicial semiaberto, conforme artigo 33, § 2º, alínea a do CP;
10. DATA DO PROTOCOLO Muito importante não esquecer de se colocar a data correta na petição.
Lembrando da petição: memoriais descritivos, basta verificar o fundamento da mesma: Artigo 403... § 3º O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.
Feito isso, já se sabe que o prazo é de 5 dias. Considerando que a intimação ocorreu em: 10 de abril de 2014 (quinta-feira).
Considerando ainda que a contagem do prazo processual não considera o primeiro dia e inclui o último: Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. § 1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
O dia para o protocolo será 15 de abril de 2014 (terça-feira)
caso 04
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DO ESTADO ...
Processo nº..........................
TÍCIO, já devidamente qualificado nos autos do processo criminal em epígrafe que lhe move o Ministério Público, por suposta infração com base no Artigo 125 do Código Penal, por seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, respeitosamente, interpor:
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
nos termos do Artigo 403, § 3º do Código de Processo Penal pelos motivos de fato e de direito aduzidos:
DO FATO
Tício, solidário a gravidez de sua amiga Maria, ofereceu carona a mesma após mais um dia de trabalho na empresa em que trabalham juntos. Ocorre que Tício, de forma imprudente no caminho de volta, imprime velocidade excessiva, sem observar o seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo de futebol do seu time do coração que seria transmitido naquela noite. Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do veículo automotor que capotou. Os bombeiros que prestaram socorro ao acidente encaminharam Maria para o Hospital mais próximo onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou -se que a gravidez de Maria havia sido interrompida em razão da violência do acidente automobilístico, conforme comprovou o laudo do Instituto Médico Legal, às fls. 14 dos autos.
DO DIREITO
O ministério Público Estadual denunciou Tício que ao dar carona a suposta vítima, sob forma imprudente, ao retornar para casa dirigindo seu veículo automotor, imprimiu velocidade excessiva na via, pois queria retornar a sua residência mais cedo, em decorrência do jogo do seu time de coração, quando sem ter a intenção, em uma curva fechada, perdeu o controle da direção vindo a capotar. Fora constatado pelos bombeiros que os socorreram que a vítima não sofrera qualquer lesão, porém em laudo realizado pelo Instituto Médico Legal viera a sofrer aborto em decorrência do acidente.
Conforme o Artigo 125 do Código Penas, versa que será penalizado aquele que provocar, sem o consentimento da vítima. O aborto tem o tipo subjetivo de crime, sendo somente aceito em sua forma DOLOSA e NUNCA em sua forma culposa.
Entendendo assim a jurisprudência:
PROCESSUAL PENAL - ABORTO PROVOCADO - AUSÊNCIA DE DOLO - IMPRONÚNCIA - LAUDO ASSINADO POR UM ÚNICO PERITO - POSSIBILIDADE. 1. Diante dos princípios ""pas de nullité sans grief"" e da instrumentalidade das formas, previstos nos artigos 563 e 566, do CPP, não se decreta a nulidade de nenhum ato processual que dele não resulte prejuízo para a acusação ou para a defesa, bem como o que não tenha influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa. 2. De acordo com a jurisprudência sedimentada nos Tribunais Superiores, bem como na Súmula 28 deste Tribunal, não é nulo o exame pericial realizado por um único perito oficial, pois a exigência de dois peritos aplica-se aos casos em que a perícia for realizada por peritos leigos. 3. Diante da ausência do elemento subjetivo do dolo específico na conduta do agente, denunciado por crime de aborto provocado sem o consentimento da gestante, ainda que o médico faça opção por procedimento pouco recomendável para o caso, não há elementos para se afirmar que agiu dolosamente, com intenção de provocar o aborto da gestante e a morte do feto, impondo-se, nos termos do art. 409, do CPP, a sua impronúncia. Preliminares rejeitadas. Recursos desprovidos.
(TJ-MG 104700502364420011 MG 1.0470.05.023644-2/001(1), Relator: ANTÔNIO ARMANDO DOS ANJOS, Data de Julgamento: 04/03/2008, Data de Publicação: 09/04/2008)
Tício não teve objetivo de prejudicar ou interromper a gravidez de Maria. Sua intenção foi somente a de, como amigos que eram, dar uma carona e proporcionar maior conforto no retorno do trabalho.
Portanto, não havendo o DOLO DIRETO OU EVENTUAL de provocar o acidente e gerar o resultado aborto, torna-se a denúncia do Ministério Público ATÍPICA, na forma do Artigo 415, III DO Código de Processo Penal.
DO PEDIDO
Face ao exposto requer:
A absolvição sumária do réu com base no Artigo 415, II do Código de Processo Penal.
Data.
ADVOGADO/OAB
	
Caso 05
Prisão Provisória: Pedido de Liberdade Provisória.
Para fazer Pedido de Liberdade Provisória,siga o modelo do relaxamento e revogação de prisão preventiva. 
Liberdade provisória fundamenta-se nos artigo 5º, inciso LXVI, da Constituição Federal e artigo 310,inciso III, do Código de Processo Penal
E para identificar a peça, use o método de exclusão, se não couber relaxamento, procure ver se o juiz decretou a prisão preventiva, não tendo sido decretada a peça cabível é Liberdade Provisória.
Se o delegado indeferir pedido de liberdade provisória cabe impetrar Habeas Corpus para juiz da Vara Criminal. Se o magistrado indeferir cabe impetrar Habeas Corpus para Tribunal. 
(OAB/SP) Alberto e Benedito foram presos em flagrante por agentes policiais do 4º Distrito Policial da Capital, na posse de um automóvel marca Fiat, Tipo Uno,que haviam acabado de furtar. O veículo quando da subtração, encontrava-se estacionada regularmente em via pública da Capital. O Dr. Delegado de Polícia que presidiu o Auto de Prisão em Flagrante capitulou os fatos como incursos no artigo 155, § 4º, IV, do Código Penal. Motivo pelo qual não arbitrou fiança, determinando o recolhimento de ambos ao cárcere e entregando-lhes nota de culpa. A cópia do Auto de Prisão em Flagrante foi remetida pelo juiz da 4ª Vara Criminal da Capital, Alberto reside na Capital, é primário e trabalhador. QUESTÃO: Elaborar na qualidade de defensor de Alberto a medida cabível.
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 4ª Vara Criminal da Comarca de _______ da Capital do Estado de ____.
Processo nº: _________.
ALBERTO, já qualificado nos autos às folhas ( ), vem por meio de seu advogado e procurador que a este subscreve, conforme procuração em anexo, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer a concessão de 
LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA
com fulcro no artigo 5º, inciso LXVI, da Constituição Federal cumulado com artigo 310,inciso III, do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e direito a seguir expostas:
I- DOS FATOS
O acusado encontra-se preso à disposição da justiça em virtude de prisão em flagrante pelos suposta pratica do delito previsto no artigo 155, § 4º do Código Penal, por supostamente ter participado do furto de um automóvel, Fiat, tipo Uno. 
Em razão da qualificadora de concurso de pessoa, a autoridade policial entendeu por bem não arbitrar fiança, determinando o recolhimento do acusado ao carcere e entregando-lhe nota de culpa, sendo a cópia dos autos de prisão em flagrante remetida para este juízo. 
Ocorre que o acusado é pessoa de boa índole e mantém o sustento de sua família através de seu trabalho, possuindo residência fixa e não apresentando antecedentes criminais, sendo a primeira vez que se depara com uma situação como está. Ademais, o veículo foi encontrado em perfeito estado de conservação e devidamente estacionado na sargenta, conforme autos de apreensão ( ), não tendo a vítima qualquer prejuízo financeiro.
II - DO DIREITO
A prisão cautelar reveste-se de caráter de excepcionalidade, pois somente deve ser decretada quando ficarem demonstrados o fumus bonis iuris e o periculum in mora, o que não ocorreu no presente caso. 
O Requerente é primário e portador de bons antecedentes, conforme comprova documentos de folhas ( ), logo não há risco à ordem pública se posto em liberdade.
Da mesma forma, não há indícios de que o acusado em liberdade ponha em risco a instrução criminal, a ordem pública e, tampouco, traga risco à ordem econômica.
Por fim, o requerente tem residência fixa na __, nº___, bairro___, nesta comarca, e trabalhadora, conforme documentos em anexo ( ), portanto, não há risco à aplicação da lei penal.
Assim, conforme lesiona a melhor doutrina, uma vez verificado que estão ausentes os requisitos autorizadores da prisão preventiva previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal, a liberdade provisória é medida que se impõe, conforme determina o parágrafo único, do artigo 321, do Código de Processo Penal.
Devendo ser concedido o pedido de liberdade provisória, pela ausência dos requisitos elencados no artigo 312 do Código Processo Penal, como forma de direito e de justiça. 
III - DO PEDIDO
Diante do exposto, requer que seja deferida liberdade provisória sem fiança ao Requerente, com a expedição de alvará de soltura. Assim, como a intimação do Ilustre representante do Ministério Público, nos termos da lei.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Local, dia de mês de ano.
Advogado OAB/UF nº 
Caso 06
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DA COMARCA DA CAPITAL
MATHIAS, já qualificado nos autos do procedimento em epígrafe, vem, na presença de V. EXª, através de seu advogado abaixo assinado na forma do artigo 5º LXV da Constituição Federal, oferecer pedido de
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE,
 DOS FATOS
No dia 15/11/2016, por volta das 22 horas, Matias conduzia veículo automotor, marca Volkswagen, modelo Gol, placa XYX0611, pela Av. Brasil, na Comarca da Capital, na altura do nº YY, quando foi abordado por uma guarnição da Policia Militar, sendo certo que os policiais constataram que o Matias dirigia veículo produto de crime. Desta maneira, Matias foi preso em flagrante delito pelos PM´s como incurso nas penas do art. 180, do CP.
Já em sede policial, a Sra. Miranda	, proprietária do veículo, reconheceu, em conformidade com o art. 226 do CPP, Matias como autor do crime de roubo ocorrido 2 dias antes, ou seja, em 13/11/2016.
 DO DIREITO
Todavia, a prisão deve ser imediatamente relaxada, tendo em vista que o CPP, em seu artigo 302, expressamente define quem se encontra em flagrante delito:
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
Também dispõe art.5º, LXV, da Constituição Federal:
A prisão será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária
No caso em tela se faz mister o relaxamento da prisão em flagrante, pois nenhuma das quatro hipóteses legais do artigo 302, do Código de Processo Penal se encontram presentes nesse caso, quais sejam: estar cometendo infração penal, acabá-la de cometê-la, ser perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer do povo, em situação que faça presumir ser autor da infração, ou ser encontrado, logo após, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração penal.
A carta magna, em seu artigo 5º, inciso LVII, afirma que: \u201cninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Somado a isso há o fato de que não foram cumpridas as formalidades essenciais elencadas no artigo 306, §1º do Código de Processo Penal, ou seja, não foi remetida a lavratura e remessa do auto de prisão em flagrante ao juiz competente no prazo de 24 horas.
Diante de todo o exposto, pede-se, o imediato relaxamento, pois é denotadamente ilegal a prisão, nos termos do art. 310, I, do Código de Processo Penal, uma vez que não se caracterizou a situação de flagrância nos termos do artigo 302, incisos I, II, III e IV, do Código de Processo Penal.
III DO PEDIDO
Ante o exposto, requer à Vossa Excelência, uma vez provada a ilegalidade da prisão em flagrante, determinar:
a) relaxamento da prisão expedindo-se o competente alvará de soltura em favor do requerente, por ser medida da mais salutar justiça;
b) Subsidiariamente, caso não seja este o entendimento deste Douto Juízo, o que só se admite para argumentar, requer seja concedida liberdade provisória nos termos do artigo 350, caput, do CPP, por ser tratar de pessoa pobre nos termos da lei.
Por último, o Requerente se compromete a omparecer a todos os atos de persecução penal, ocasião que provará sua inocência.
Nesses termos, Pede deferimento.
Local e Data.
Nome do Advogado.
Número da OAB.

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