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Noções de Balanço de pagamentos

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CURSO ON-LINE – ECONOMIA – REGULAR - AFRFB 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
www.pontodosconcursos.com.br 
1
AULA DEMONSTRATIVA 
Prezados (as) Estudantes, 
Apresentamos a vocês o curso regular de Economia voltado à preparação dos 
(as) candidatos (as) para a prova de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. 
Começo fazendo uma pequena apresentação. Sou servidor do Banco Central, 
exercendo minhas atividades na cidade de Porto Alegre - RS. Leciono para 
concursos desde 2005, já tendo passado por alguns importantes e renomados 
cursos preparatórios presenciais e tele-transmitidos, além de diversos cursos no site 
do Ponto dos Concursos. Nossa atuação se deu em disciplinas como Economia, 
Finanças Públicas, Finanças e matérias afins, em cursos para a Receita Federal, 
Banco Central, Tesouro Nacional, Policia Federal, MPOG, CGU, Fiscal dos Estados 
dentre outros. 
Quanto ao curso, queria iniciar a aula demonstrativa dizendo a vocês que 
recentemente tive o prazer de participar de algumas comemorações dos novos 
AFRFB. Nesta oportunidade, vários agora ex-alunos me disseram que a economia 
era um “carma” em suas vidas, que não conseguiam entender direito as 
bibliografias, que eram complexas e, principalmente, pouco objetivas no intuito de 
dar-lhes o conhecimento necessário para que pudessem fazer a coisa mais 
importante, qual seja saber resolver as questões cobradas em prova. Graças a 
Deus, as respostas dadas por eles quanto ao curso de economia que apresentamos 
na oportunidade foram muito positivas, tendo atingido o objetivo a que se propunha, 
que não poderia deixar de ser o de facilitar a vida deles na hora da resolução das 
questões cobradas pelas ESAF. 
Pois bem, quanto a este curso regular, informo que ele terá a mesma 
orientação, que é a de facilitar a vida de vocês, ensinando economia de forma 
objetiva, orientando-se fielmente ao que foi solicitado no conteúdo programático 
proposto no último certame. Destaco que procuramos colher importantes impressões 
dos vitoriosos quanto ao entendimento da matéria econômica estudada, de 
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maneira a podermos utilizar esse conhecimento na melhoria contínua das aulas que 
ora propomos a vocês. 
Feitos estes comentários iniciais, destaco para vocês o calendário das aulas e 
o respectivo conteúdo programático, ressaltando que por tratar-se de um curso 
regular, optamos em deixá-lo bem “light”, ou seja, com aulas a cada duas semanas, 
o que proporcionará um estudo calmo, tranquilo e bastante efetivo da matéria. 
Aula e Data Conteúdo programático 
Aula Demonstrativa Noções sobre o balanço de pagamentos. 
Aula 1 – dia 09/06/2010 
Introdução à Macroeconomia. Conceitos 
Macroeconômicos Básicos. Identidades 
Macroeconômicas fundamentais. Formas de 
mensuração do Produto e da Renda 
Nacional. O Sistema de contas nacionais. 
Contas nacionais no Brasil. Noções sobre o 
balanço de pagamentos. 
Aula 2 – dia 23/06/2010 
O produto nominal x o produto real. Números 
Índices. As contas do sistema financeiro e o 
multiplicador bancário. 
Aula 3 – dia 07/07/2010 
Macroeconomia keynesiana. Hipóteses 
básicas da macroeconomia keynesiana. As 
funções consumo e poupança. 
Determinação da renda de equilíbrio. O 
multiplicador keynesiano. Os determinantes 
do investimento. 
Aula 4 – dia 21/07/2010 
O modelo IS-LM. O Equilíbrio no Mercado de 
Bens. A demanda por Moeda e o Equilíbrio 
no Mercado Monetário. O equilíbrio no 
modelo IS/LM. Políticas econômicas no 
Modelo IS/LM. Expectativas no modelo 
IS/LM. 
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3
Aula 5 – dia 04/08/2010 
Modelo de oferta e demanda agregada, 
inflação e desemprego. A função demanda 
agregada. As funções de oferta agregada de 
curto e longo prazo. Efeitos da política 
monetária e fiscal no curto e longo prazo. 
Choques de oferta. Inflação e Emprego. 
Determinação do Nível de Preços. 
Introdução às Teorias da Inflação. A curva 
de Phillips. A Rigidez dos reajustes de 
preços e salários. A teoria da inflação 
inercial e a análise da experiência brasileira 
recente no combate à inflação. 
Aula 6 – dia 18/08/2010 
Macroeconomia aberta. Estrutura do balanço 
de pagamentos. Regimes Cambiais. Crises 
Cambiais. O Modelo IS/LM numa economia 
aberta. Política monetária e fiscal numa 
economia aberta. Política Cambial no Plano 
Real. 
Aula 7 – dia 01/09/2010 
Crescimento de longo prazo: O modelo de 
Solow. O papel da poupança, do 
crescimento populacional e das inovações 
tecnológicas sobre o crescimento. "A regra 
de ouro". A economia intertemporal. O 
consumo e o investimento num modelo de 
escolha intertemporal. A restrição 
orçamentária intertemporal das famílias. A 
restrição orçamentária intertemporal do 
governo e a equivalência ricardiana. A 
restrição orçamentária intertemporal de uma 
nação e o endividamento externo. 
 
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Como forma de vocês já conhecerem um pouco da economia e assim irem 
esquentando as turbinas, apresentamos as noções sobre o balanço de pagamentos, 
que tenho certeza provoca bastante curiosidade nos concursandos, especialmente 
pelas diversas notícias que vemos e ouvimos na televisão. 
Sejam todos bem-vindos! 
Um forte abraço, 
 Francisco 
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1. Noções sobre o Balanço de Pagamentos 
Considera-se que o comércio internacional (o comércio entre os países) é 
benéfico à economia do nosso país, pois este traz vantagens decorrentes da divisão 
do trabalho (bens e serviços disponíveis) e da especialização (cada país se 
especializa nos bens e serviços em que possui vantagem comparativa). O chamado 
princípio das vantagens comparativas, que é estudado na economia baseia-se no 
fato de que se cada país produzir e vender os produtos para os quais possui maior 
vocação, este produzirá com menor custo, ensejando um acúmulo de divisas 
(dinheiro) suficientes para adquirir os bens e serviços para os quais tem menor 
vantagem comparativa1. 
1.1 Estrutura do Balanço de Pagamentos 
O Balanço de pagamentos é um registro estatístico-contábil de todas as 
transações econômicas realizadas entre os residentes do país com os residentes 
dos demais países no mundo, também chamados de não residentes da economia. 
De outra forma, podemos dizer que estão registrados no Balanço de Pagamentos 
todas as exportações e importações de mercadorias e serviços, os fretes de cargas, 
os seguros das mercadorias, os empréstimos obtidos no exterior, bem como uma 
série de outros bens, serviços e rendas. Diz-se assim que o Balanço de Pagamentos 
registra todas as transações com mercadorias, serviços e capitais entre a economia 
nacional e o resto do mundo. 
A estrutura do Balanço de Pagamentos se divide em duas grandes partes, os 
chamados Balanço de Transações Correntes e o Balanço Financeiro e de 
Capital. Na maior parte dos concursos as questões versam sobre as transações 
 
1 Podemos dizer que o Brasil possui vantagem comparativa em relação aos Estados Unidos na produção de produtos 
agropecuários. No caso dos EUA, estes possuem vantagem comparativa na produção de softwares e hardwares. O resultado 
mais lógico seria a exportação por parte do Brasil de produtos agropecuários para o EUA e a importação de produtos 
associados à tecnologia da informação. 
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correntes que, conforme verificaremos mais adiante, são responsáveis pelo que 
chamamos de poupança externa ou despoupança externa. 
Quanto às regras de contabilização do Balanço de Pagamentos, destaca-se 
que para as transações correntes, quando as movimentações se constituírem em 
despesas para com o exterior, estas serão debitadas, sendo creditadas quando se 
referirem a receitas obtidas em transações realizadas com o exterior. No caso das 
transações realizadas na Conta Financeira e de Capital, quando estas se 
constituírem em empréstimos ou investimentos realizados para/no exterior, bem 
como pela amortização de empréstimos e retorno de investimentos, respectivamente 
contraídos e recebidos anteriormente, seu registro se dará por meio de débitos nas 
contas (rubricas) específicas. O registro se dará por meio de créditos nas 
respectivas contas quando ocorrerem a contratação de empréstimos do exterior e o 
recebimento de investimentos, assim como o retorno de empréstimos e 
investimentos anteriormente realizados para/no exterior. 
Vejamos então a estrutura do Balanço de Pagamentos: 
A. Balanço Comercial (Mercadorias) Importações (débito) (FOB - free on board) 
Exportações (crédito) (FOB - free on board) 
B. Balanço de Serviços e Rendas (Resultado Líquido) 
Serviços 
Viagens Internacionais 
(Turismo) Transportes (Fretes) 
Seguros 
Serviços Diversos 
Serviços Governamentais (Embaixadas) 
Royalties. 
Rendas (dos fatores de produção) 
Salários 
Lucros, Dividendos e bonificações 
(ações) Juros (títulos da dívida) 
C. Transferências Correntes (unilaterais) 
Bens doados 
Moeda (dinheiro doado) 
Obs: Excluem-se as transferências relativas ao 
patrimônio de migrantes internacionais (diplomatas)
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D. 
Balanço de Transações Correntes ou 
Saldo em Conta Corrente 
(Resultado Líquido de A+B+C) 
Déficit ou Superávit 
E. 
Conta de Capital 
Mutação de Patrimônio de Migrantes Internacionais 
(diplomatas) 
aquisição/cessão de bens não financeiros não 
produzidos, tais como cessão de marcas e patentes
Conta Financeira 
“Capitais Autônomos” 
Investimento Brasileiro Direto (no exterior) 
Investimento Estrangeiro Direto 
Reinvestimentos (Multinacionais) 
Empréstimos e financiamentos 
Amortizações 
Investimento em Portfólio (ações e outros) 
Derivativos Financeiros 
Empréstimos de Regularização (FMI, BIRD) 
F. Erros e Omissões 
G. Saldo do Balanço de Pagamentos Resultado Líquido de D + E + F 
H. Variação das Reservas Internacionais Variação das Reservas = Saldo do Bal. de Pgtos. 
G + H = 0 
1.1.1 Balanço Comercial 
O Balanço Comercial registra as entradas (importações) e saídas 
(exportações) de mercadorias sob o conceito FOB (free on board), isto é, incluindo 
as despesas até o embarque no navio transportador. As despesas com seguros e 
fretes das mercadorias exportadas e importadas fazem parte do conceito CIF (cost, 
insurance and freight), sendo registradas em contas próprias do Balanço de 
Serviços. As entradas de recursos provenientes das exportações são registradas 
com sinal positivo enquanto as importações são registradas com sinal negativo. 
Toda vez que o volume financeiro das exportações for maior que o das 
importações, ocorre um Superávit no Balanço Comercial. Diferentemente, quando 
as importações forem maiores que as exportações gera-se um Déficit no Balanço 
Comercial. 
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1.1.2 Balanço de Serviços e Rendas 
O segundo componente do Balanço de Pagamentos é o Balanço de 
Serviços e Rendas. São classificados como Serviços não fatores quando fizerem 
referência aos bens não tangíveis, tais como viagens internacionais, transportes e 
seguros, sendo estes ainda classificados como não-remunerações dos fatores de 
produção. As Rendas, diferentemente dos serviços não fatores, são remunerações 
dos fatores de produção (juros, lucros e dividendos), tanto é que esta parte do 
balanço também é chamada de balanço de serviços fatores. Ocorrerá um Superávit 
no Balanço de Serviços e Rendas quando o volume financeiro de entrada de 
recursos for maior que o de saída. Caso contrário teremos um Déficit no Balanço 
de Serviços e Rendas. 
1.1.3 Transferências Correntes ou Unilaterais 
As Transferências Correntes ou Unilaterais representam as doações e as 
remessas de migrantes. Conforme o próprio nome diz, as transações são 
unilaterais, ou seja, sem uma contrapartida em bens, serviços ou rendas. Não 
existe a entrada efetiva de recursos. Como estamos falando de um balanço, que 
também é estruturado pelo método das partidas dobradas, para todo crédito ou 
débito sempre haverá um registro contrário em alguma outra rubrica, 
diferenciando-se em qual será em função de se tratar de doações de bens 
(alimentos, veículos), que têm contrapartida na conta de importações, ou de 
doações em espécie (dinheiro), contabilizadas no balanço de capitais (conta 
financeira), conforme veremos mais à frente. 
1.1.4 O Saldo das Transações Correntes 
O saldo ou resultado do BP em Transações Correntes é igual à soma dos 
saldos do Balanço Comercial, do Balanço de Serviços e Rendas e das 
Transferências Unilaterais. Se o resultado for positivo, isto é, se as vendas de 
mercadorias, de serviços e rendas, e as transferências unilaterais superarem as re-
spectivas compras, ou seja, saída de recursos, teremos o que chamamos 
de 
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Superávit do Balanço de Pagamentos em Transações Correntes. De forma 
inversa, se as aquisições de mercadorias, de serviços e rendas e de transferências 
unilaterais superarem as vendas, teremos o chamado Déficit do Balanço de 
Pagamentos em Transações Correntes. 
1.2 As contas de Capital e Financeira 
A outra parte componente do Balanço de Pagamentos é representada pela 
Conta Capital e Financeira. Nas suas rubricas incluem-se todos os registros de 
movimentação financeira de ativos e passivos. Trata-se assim dos “principais2” dos 
empréstimos e financiamentos, dos investimentos produtivos e especulativos 
(portfólio), das amortizações de empréstimos e financiamentos, das operações com 
derivativos financeiros (opções, futuros), bem como os reinvestimentos de lucros 
obtidos por empresas estrangeiras instaladas no país. 
Destaque: Em adição ao acima narrado, bem como de forma a não repetir 
literalmente a descrição dos itens componentes do Balanço de Pagamentos, 
reproduzo o link de acesso às informações do Balanço de Pagamentos no Brasil, 
disponível no sítio do BACEN: http://www.bcb.gov.br/pec/sdds/port/balpagam_p.htm 
O registro contábil das entradas de recursos nas Contas de Capital e 
Financeira também é feito com sinal positivo, assim como nas contas das transações 
correntes. Existe, no entanto, uma importante diferença: estes registros representam 
o aumento dos passivos com o exterior, uma vez que a realização de investimentos 
no país por estrangeiros constitui uma confissão de dívida, direta ou indireta, além 
de poder estar suscetível à retirada pelos investidores quando assim entenderem 
(aplicações em portfólio). Da mesma forma, caso ocorram saídas de recursos, será 
reduzido o passivo do país com o exterior, destacando-se logicamente que esta 
redução tende a promover uma piora no resultado da Conta Financeira e de Capital. 
 
2 Toda dívida contraída é composta do principal, que nada mais é doque o dinheiro tomado emprestado, e dos juros a serem 
pagos em decorrência do dinheiro tomado emprestado. 
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O resultado da Conta Financeira e de Capital poderá ser deficitário ou 
superavitário, em função do total de recursos externos que entrarem ou saírem do 
país. Esse resultado é apurado mensalmente, sendo sujeito a variações ao longo do 
ano. 
1.3 Erros ou omissões 
Erros ou omissões é a rubrica utilizada para “fechar” o Balanço de 
Pagamentos, uma vez que existem pequenas diferenças entre os saldos 
constatados nas contas supramencionadas. Considerando a existência de entradas 
e saídas de produtos na economia que não são contabilizados, resultado de 
contrabandos e descaminhos, além da existência de discrepâncias temporais em 
termos das estatísticas de dados, o objetivo da rubrica é a de zerar as diferenças 
constatadas. 
1.4 O resultado (saldo) do Balanço de Pagamentos 
O saldo total do Balanço de Pagamentos é representado pelo batimento 
do saldo em Transações Correntes adicionado do saldo da Conta Capital e 
Financeira. Se o resultado for positivo temos um Superávit no Balanço de 
Pagamentos, também chamado de excesso de entrada de divisas estrangeiras. 
Caso o resultado seja negativo temos um Déficit no Balanço, representando um 
excesso de saída de moeda estrangeira. Na ocorrência de um superávit do BP 
conclui-se que existirá um aumento das Reservas Internacionais do país, uma vez 
que mais entrou moeda estrangeira do que saiu. No caso contrário, ocorrerá uma 
diminuição das Reservas Internacionais. 
Importante considerar que todo país apresenta naturalmente dívidas com o 
exterior. Trata-se da conhecida dívida externa. Em situações em que ocorram 
superávits no balanço de pagamentos, que acaba por aumentar o nível de reservas 
internacionais em moeda estrangeira do país, diz-se que este mesmo país reduziu o 
seu endividamento externo líquido, que nada mais é do que a diferença entre o total 
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de dívida que o país possui com o exterior3 e o total de reservas internacionais que 
este mesmo país possui. As dívidas constituem passivos enquanto as reservas 
internacionais constituem ativos para com o exterior. 
1.5 Os “antigos” Capitais Compensatórios 
Conforme dissemos, caso o BP seja superavitário ocorrerá uma variação 
positiva no volume de reservas internacionais em moeda estrangeira. Já se o 
resultado for deficitário, ocorrerá uma variação negativa no volume de reservas 
internacionais do país, uma vez que as contas (dívidas) com o exterior necessitam 
ser pagas. O fundo responsável por este pagamento é representado pelo total de 
aplicações em moeda estrangeira em posse da União, administradas pelo Banco 
Central do Brasil. Caso o estoque de reservas não seja suficiente para fazer frente 
ao déficit do balanço de pagamentos o Brasil terá que lançar mão dos chamados 
Empréstimos de Regularização, tal como o recebido pelo Brasil para fazer frente 
crise internacional ocorrida em 1999. Destaca-se que segundo a nova metodologia 
de apuração do BP, os empréstimos de regularização (FMI) são registrados na 
Conta Financeira, mesmo sendo utilizados apenas para fechamento do resultado 
negativo do próprio BP. 
A interpretação acima narrada parte do pressuposto de que o Balanço de 
Pagamentos, assim como um balanço de empresa, deve fechar. Ainda novamente, 
se o resultado do Balanço de Pagamentos for deficitário, e não existir saldo 
suficiente de Reservas Internacionais, a necessidade de empréstimos será positiva. 
Dessa maneira podemos repetir que um Superávit no BP indica uma variação 
positiva das Reservas Internacionais (sobra de dinheiro proveniente de superávits do 
balanço). Vale reforçar novamente que os empréstimos de regularização referem-se 
às linhas de recursos especiais de organismos internacionais utilizados para 
financiar o Déficit do BP, tais como os empréstimos do FMI, do Banco de 
Compensações Internacionais, etc. A variação das Reservas Internacionais 
 
3 Destaca-se que a dívida do país que mencionamos não se refere tão somente à dívida pública externa, mas também a toda 
dívida privada contraída por empresas e por pessoas físicas com pessoas e empresas estrangeiras. 
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representa o movimento líquido de entrada e saída de divisas, como Dólares, Euros, 
Pesos e Ouro Monetário. 
Outro ponto importante de ser considerado refere-se ao denominado Passivo 
Externo. Conforme foi verificado, na ocorrência de um déficit nas transações 
correntes, deve existir um conseqüente superávit da Conta de Capital e Financeira 
com o objetivo de fechamento do BP sem a necessidade de serem utilizadas as 
Reservas Internacionais. Como esse fechamento em equilíbrio se dá apenas em 
teoria, é comum a variação das Reservas. Ocorre que, em condições em que as 
Transações Correntes apresentem resultado deficitário, haverá a necessidade 
natural da ocorrência de resultado superavitário da Conta Capital e Financeira. Esta 
conta demonstra a variação do Passivo Externo do país, sendo que caso esta 
necessite ser superavitária, ocorrerá por conseqüência uma variação positiva do 
Passivo Externo. Adicionalmente, destaca-se que este Passivo Externo pode ser 
mensurado de forma bruta ou líquida. Será Passivo (ou Endividamento) Externo 
Bruto quando não forem abatidas do seu resultado o Saldo de Reservas 
Internacionais do país. Diferentemente, será considerado Passivo Externo Líquido 
quando forem abatidas do saldo do passivo as Reservas Internacionais. 
Por fim, é importante considerar que este Passivo Externo Bruto poderá se 
transformar em Ativo Externo Líquido, desde que o saldo de Reservas Internacionais 
seja maior do que o próprio Passivo Externo Bruto. 
1.6 Definição de Renda Liquida Enviada ao Exterior – RLEE 
Ao conceituarmos o Balanço de Pagamentos, verificamos que estes recursos 
se subdividem em: 
9 Rendas dos Fatores de Produção (salários, lucros, dividendos e juros), 
que recebem este nome por remunerarem os fatores de produção 
empregados no processo produtivo. (Relembre-se que os lucros são a 
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própria renda da atividade produtiva, os juros são a remuneração ou 
renda do capital empregado). 
A Renda Liquida Enviada ao Exterior - RLEE é exatamente o resultado 
proveniente do total das rendas enviadas ao exterior menos o total das rendas 
recebidas do exterior. 
RLEE = Renda Enviada ao Exterior – Renda Recebida do Exterior 
Denomina-se RLEE por um simples fato: Como a quantidade de 
empresas estrangeiras instaladas no Brasil é muito superior o número de 
empresas brasileiras instaladas no exterior, o total de Renda Enviada é maior que o 
de Renda Recebida. 
Destaque: Entenda bem esse conceito, pois ele será bastante necessário no estudo 
das contas nacionais. 
1.7 O Resultado das Transações Correntes como (Des) Poupança 
Externa 
A ocorrência de Déficit ou Superávit no Balanço de Pagamentos em 
Transações Correntes tem resultados diretos sobre a Identidade Macroeconômica 
que aprenderemos na aula 1. Considerando que o saldo das Transações Correntes 
é responsável pela medição das transações com o exterior, caso ocorra déficit, ou 
seja, o país mais compre do que venda bens, serviços e rendas do exterior, ocorrerá 
um aumento da Poupança Externa, também entendida como um Superávit doSetor Externo. Diferentemente, caso o país mais venda bens e serviços do que 
compre, teremos um Déficit do Setor Externo, também chamado de Despoupança 
Externa. 
Podemos traduzir o resultado da poupança ou despoupança externa por meio 
das equações abaixo, em que “X” representa o somatório, em dinheiro, de bens 
(exportações) e serviços não fatores; “RRE” são as rendas recebidas do exterior e 
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“TUrec” as transferências unilaterais de entrada. De forma contrária, “M” representa 
o total de bens e serviços não fatores; “REE” são as rendas enviadas ao exterior e 
“TUenv” as transferências unilaterais enviadas ao exterior. Dessa forma temos: 
9 Se (X + RRE + TUrec – M – REE - TUenv) > 0, teremos Superávit com 
o exterior, também chamado de Despoupança Externa ou mesmo de 
Superávit em Transações Correntes; e 
9 Se (X + RRE + TUrec – M – REE - TUenv) < 0, teremos Déficit com o 
exterior, chamada de Poupança Externa ou mesmo Déficit em 
Transações Correntes. 
Vale mencionar que em questões de concursos o examinador utiliza o 
conceito da poupança externa e suas derivações em diversas formas. Vejamos 
algumas características: 
• Quando o examinador falar em “Exportações de bens e 
serviços não fatores”, ele está fazendo a soma de todas as 
Exportações de bens e de serviços não fatores de 
produção, ou seja, serviços que não sejam rendas 
provenientes dos fatores de produção. Na verdade o 
examinador está apartando as Rendas Recebidas do 
Exterior, que representam a remuneração dos fatores de 
produção presentes no exterior; 
• Quando o examinador falar de “Importações de bens e 
serviços não fatores” ele está fazendo a soma de todas as 
Importações de bens e de serviços não fatores, ou seja, de 
serviços que também não sejam rendas provenientes dos 
fatores de produção. Na verdade, o examinador está 
apartando as Rendas Enviadas ao Exterior. 
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Vejamos agora algumas questões, de diferentes bancas, para consolidarmos a 
teoria aprendida nesta aula demonstrativa. 
(APO/MPOG – ESAF/2010 – com alterações) Quanto ao balanço de pagamentos 
de um país, sabe-se que: 
a) o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança comercial com 
o balanço de serviços e rendas e as transferências unilaterais correntes, salvo erros 
e omissões. 
b) o saldo do balanço de pagamentos, se positivo (superávit), implica redução em 
igual medida do endividamento externo líquido, no período. 
c) o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança comercial com 
a conta de serviços e rendas, salvo erros e omissões. 
d) a conta Capital e Financeira iguala (com sinal trocado) o saldo total do balanço de 
pagamentos. 
e) a conta Capital e Financeira iguala (com o sinal trocado) o saldo de transações 
correntes, salvo erros e omissões. 
Resposta: 
a - o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança comercial 
com o balanço de serviços e rendas, das transferências unilaterais correntes e da 
conta financeira e de capital, salvo erros e omissões. INCORRETA 
b – Conforme verificamos nos itens 1.4 e 1.5, caso ocorra um superávit do balanço 
de pagamentos, ocorrerá por conseqüência um aumento das reservas internacionais 
do país e, consequentemente, uma redução do endividamento externo líquido, 
derivado do batimento entre o endividamento externo bruto e as reservas 
internacionais. CORRETA 
c – resposta dada pela assertiva “a”. INCORRETA 
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d – O resultado do balanço de pagamentos, derivado da soma das transações 
correntes e da conta Capital e Financeira iguala a variação das reservas 
internacionais. INCORRETA. 
e - resposta dada pela assertiva “d”. INCORRETA 
Gabarito: letra “b”. 
(ECONOMISTA/EMATER-RS – FUNDATEC/2008) Observando-se o saldo da conta 
de transações correntes do balanço de pagamento de um país podemos observar 
que o país está incorrendo em déficit em relação ao resto do mundo. Tal déficit 
poderá resultar, em um determinado ano, de: 
I – Poupança externa nula. 
II – Pagamento de juros da dívida externa superior ao superávit comercial. 
III – Importações maiores que as exportações, estando o restante da conta corrente 
em equilíbrio. 
Marque: 
a) se apenas a I estiver correta. 
b) se apenas a II estiverem corretas. 
c) se apenas a I e a II estiverem corretas. 
d) se apenas a II, a III estiverem corretas. 
e) se a I, a II, a III estiverem corretas. 
Resposta: 
Conforme descrevemos na análise do resultado do balanço de pagamentos em 
transações correntes, toda vez que ocorre um déficit deste, gera-se por 
conseqüência uma poupança externa positiva. Sendo assim, por esta simples 
análise, podemos concluir que a alternativa “I” está incorreta. 
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Analisando agora a alternativa “II”, verifica-se que quando o pagamento de juros ao 
exterior é superior ao superávit comercial, é um grande indicativo de que ocorrerá 
um déficit das transações correntes e uma conseqüente geração de poupança 
externa, já que a conta transferências unilaterais, mesmo sendo superavitária com o 
exterior, não é maior que o resultado negativo de pagamento de juros da dívida 
externa. Sendo assim, podemos considerar está assertiva “II” correta. 
Finalmente, quando os demais itens das transações correntes (balanço de serviços, 
de rendas e transferências unilaterais) estão em equilíbrio, na ocorrência das 
importações maiores do que as exportações, o resultado será um déficit nas 
transações correntes. Com essa conclusão podemos então afirmar que a assertiva 
“III” também está correta. 
Gabarito: letra “d”. 
(APO/MPOG – ESAF/2003) Considere os seguintes dados para uma economia 
hipotética: exportações de bens e serviços não-fatores = 100; importações de bens e 
serviços não fatores = 50; déficit no balanço de pagamentos em transações 
correntes = 10. Com base nas identidades macroeconômicas básicas para uma 
economia aberta e com governo, podemos afirmar que essa economia apresentou: 
a) renda líquida enviada ao exterior igual a 60. 
b) renda líquida recebida do exterior igual a 60. 
c) renda líquida enviada ao exterior igual a 40. 
d) renda líquida recebida do exterior igual a 40. 
e) renda líquida enviada ao exterior igual a 50. 
Perceba que desde o início o examinador já fala em exportações de bens e 
serviços não-fatores, ou seja, se são não-fatores devemos excluir todo o tipo de 
renda proveniente dos fatores de produção. Segunda coisa, o examinador fala em 
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exportações de bens e serviços, incluindo não só o balanço comercial, mas 
também o balanço de serviços. 
Feita estas considerações já podemos calcular o resultado. 
A questão fala do balanço de pagamentos em transações correntes, que é 
composto pelo balanço comercial, mais o balanço de serviços e rendas, mais 
transferências unilaterais. Assim, montemos o entendimento: 
-o balanço de transações correntes é deficitário em 10; 
-exportações de bens e serviços não-fatores = 100; 
-importações de bens e serviços não fatores = 50 
-transferências unilaterais (não se fala, logo consideramos = 0) 
Formula do balanço de transações correntes = (X – M) – RLEE + TU 
-10 = (100 – 50) – RLEE + 0 
- RLEE = - 60 
 RLEE = 60 
Como a Renda é LIQUIDA enviadaao exterior, concluímos que está ocorrendo 
maior saída de renda proveniente dos fatores de produção do que entrada. 
Gabarito = letra “a” 
Obs.: Vale lembrar que caso tenhamos valor para as transferências unilaterais, 
devemos aplicar o sinal de acordo com o seu resultado. 
Para fins de aplicação neste material manteremos o saldo do balanço de 
Pagamentos em Transações Correntes na forma já expressa, ou seja, TC = (M – X), 
não esquecendo de aplicar, é claro, a fórmula pertinente para cada tipo de questão! 
Nos encontramos na primeira aula!

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