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NEOPLASIAS: aspectos celulares e relevância para o estudo Apoio NEOPLASIA DEFINIÇÃO: É uma massa anormal de tecido, cujo crescimento é autônomo, e persiste após interrupção de estímulos e excede os tecidos normais. Todas as neoplasias dependem do hospedeiro para a nutrição e suprimento vascular; Neoplasia: novo crescimento (Neo: novo/ plasein: formar). Esse novo crescimento é um neoplasma. TUMORES BENIGNOS x MALIGNOS: CARACTERISTICAS Todos os tumores, benignos e malignos, possuem dois componentes básicos: 1 - Células neoplásicas em proliferação, que constituem o parênquima; 2 - O estroma de apoio, constituído de tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. OBS: estroma – tecido conjuntivo vascularizado contendo ramificações nervosas, que constitui o arcabouço de um órgão ou de um tumor. É o tecido de sustentação. Parênquima – tecido funcional de um órgão, em oposição ao tecido de sustentação. TUMORES BENIGNOS x MALIGNOS: CARACTERISTICAS CARACTERÍSTICAS DO TUMORES BENIGNOS Tumores benignos ou neoplasias benignas Desenvolvem-se lentamente por expansão; Tendem a permanecer localizados; Seu crescimento pode estacionar, quando se esgota o potencial de proliferação de suas células. Tem forma compacta; Possuem cápsula fibrosa; As células são bem diferenciadas, assemelhando-se a células normais; Não são invasivos. Tumores benignos Em geral, os tumores benignos são designados pelo sufixo – oma acrescentado ao nome da célula de origem. Ex: células fibroblásticas – fibroma cartilagem – condroma osteoblastos - osteoma. Tumores malignos ou neoplasias malignas Os tumores malignos que surgem no tecido mesenquimatoso são geralmente denominados sarcomas (do grego sar = carnoso). Possuem pouco estroma de tecido conjuntivo e, portanto, são carnosos (por ex: fibrossarcoma (tecido fibroso), lipossarcoma (céls adiposas)). OBS: Mesenquimatoso – forma jovem de tecido conjuntivo, com células estreladas, que dá origem aos vários tecidos conjuntivos (os ossos e cartilagens inclusive) e aos elementos do sangue. CARACTERÍSTICAS DAS NEOPLASIAS MALIGNAS As neoplasias malignas que se originam de células epiteliais, são denominadas carcinomas. Ex: adenocarcinoma – câncer de padrão glandular. São infiltrativos ou invasivos (metástase); Não tem cápsula; Pouco diferenciados (indiferenciados); núcleos muito volumosos; Ritmo de crescimento rápido; Aproximadamente 80% de todos os cânceres originam-se em apenas 10 locais anatômicos: pulmões, mama, cólon e reto, próstata, útero, pâncreas, sangue e estômago; CARACTERÍSTICAS DAS NEOPLASIAS 1 - Diferenciação e Anaplasia Diferenciação (tumor Diferenciado): As células se assemelham às células normais maduras do tecido de origem da neoplasia. Tumores benignos em geral são bem diferenciados. Anaplasia (tumor indiferenciado): Semelhança muito pequena ou inexistente. É a ausência de diferenciação. CARACTERÍSTICAS DAS NEOPLASIAS Tumores malignos variam desde células bem diferenciadas a células indiferenciadas. É considerada uma característica básica da transformação maligna. Esta se caracteriza por diversas alterações morfológicas e funcionais. Tanto as células quanto os núcleos exibem pleomorfismo, isto é, uma variação de tamanho e forma. OBS: Uma neoplasia pouco diferenciada tende a ser mais agressiva do que uma neoplasia bem diferenciada. CARACTERÍSTICAS DAS NEOPLASIAS 2 - Velocidade de Crescimento Tumores benignos: geralmente crescem lentamente no decorrer de um período de anos. Tumores malignos: geralmente crescem rapidamente, algumas vezes num ritmo errático, disseminando-se finalmente e matando seus hospedeiros. . CARACTERÍSTICAS DAS NEOPLASIAS 3 – Invasão Local Quase todos os tumores benignos crescem como massa compacta em expansão, que permanecem localizados em seu sítio de origem, porém sem a capacidade de infiltração, invasão ou metástases para locais distantes, como fazem os tumores malignos. Em virtude de seu crescimento e expansão lentos, eles geralmente, formam uma cápsula fibrosa ao seu redor que os separa do tecido do hospedeiro. CARACTERÍSTICAS DAS NEOPLASIAS 3 – Invasão Local Esse encapsulamento tende a conter a neoplasia benigna como massa isolada, facilmente palpável e passível de cirurgia para retirada. Os cânceres crescem por infiltração progressiva, invasão e destruição do tecido circundante. Os tumores malignos são invasivos e isso dificulta a sua retirada cirúrgica e, mesmo quando o tumor parece ser bem circunscrito, é necessário remover uma considerável margem de tecido aparentemente normal ao redor da neoplasia infiltrativa. CARACTERÍSTICAS DAS NEOPLASIAS 4 - Metástases São implantes tumorais sem continuidade com o tumor primário, ou seja, em outros tecidos. É característica primordial de um tumor maligno; A invasão dos cânceres permitem a sua penetração nos vasos sanguíneos, linfáticos e cavidades corporal, proporcionando-lhes a oportunidade de disseminação. VIAS DE DISSEMINAÇÃO 1 – Implantação nas Cavidades Corporais e Superfície: Quando a neoplasia penetra nas cavidades naturais. Ex: cavidade peritoneal, pleural, pericárdio, devido à ocorrência de uma semeadura de células neoplásicas. 2 - Disseminação Linfática: Constitui a via mais comum para a disseminação inicial, favorecida pela delicada estrutura da parede dos capilares linfáticos. Tendo alcançado o linfonodo iniciam a sua multiplicação. Via mais comum de disseminação dos carcinomas. 3 - Disseminação Hematogênica: As artérias com suas paredes mais espessas são menos facilmente penetradas do que as veias. Via mais comum de disseminação dos sarcomas. ONCOGÊNESE Oncogenes são genes cujos produtos estão associados à transformação neoplásica; Os genes celulares normais podem tornar-se oncogênicos por alterações que transformem o seu comportamento no hospedeiro natural. Oncogêneses FIGURA A Células normais danificadas de modo irreversível são eliminadas através de um mecanismo conhecido como apoptose. FIGURA B Células cancerígenas evita a apoptose e continuam a multiplicar-se de maneira desregulada. Biologia do Crescimento Tumoral A história natural da maioria dos tumores malignos pode ser dividida em quatro fases: 1. Alteração maligna na célula-alvo, denominada transformação; 2. Crescimento das células transformadas; 3. Invasão local; 4. Metástases distantes. Fatores de formação de massa tumoral A formação de uma massa tumoral sofre a influência de três fatores: 1. Cinética do crescimento das células tumorais; 2. Angiogênese tumoral; 3. Progressão do tumor. 1. Cinética do crescimento das células tumorais: A célula transformada original, precisa sofrer pelo menos 30 duplicações populacionais para produzir 109 células (1 bilhão), pesando aproximadamente 1g, que constitui a menor massa clinicamente detectável. Fatores de formação de massa tumoral Na época em que um tumor sólido torna-se clinicamente detectável, ele já completou a maior parte do seu ciclo vital, constituindo um obstáculo para o tratamento. 2. Angiogênese tumoral: É o fator mais importante que modifica a velocidade de crescimento dos tumores. Os tumores não podem ultrapassar 1 a 2 mm de diâmetro ou de espessura a não ser que sejam vascularizados. A hipóxia induz apoptose. Fatores de formação de massa tumoral A neovascularização possui um efeito duplo sobre o crescimento dos tumores: A perfusão fornece os nutrientes e oxigênio; As células endoteliais recém-formadas estimulam o crescimento de células tumorais ao secretar citocinas. A angiogênese constitui um pré-requisito não apenas para o crescimento contínuo do tumor, mas também para a formação de metástases. Fatores de formação de massa tumoral 3 - Progressão dos tumores Depois de certo período de tempo muitos tumores tornam-se mais agressivos e adquirem maior potencial maligno. Em alguns casos, existe uma progressão ordenada de lesões pré-neoplásicas. Esse fenômeno é conhecido com progressão tumoral. EPIDEMIOLOGIA Fatores que predispõemum indivíduo ou população ao desenvolvimento de tumores: 1. Fatores geográficos e ambientais. 2. Idade (mais comum a partir de 55 anos). 3. Hereditariedade. 4. Distúrbios pré-neoplásicos adquiridos. A. Cirrose - Câncer hepatocelular B. Gastrite atrófica - Câncer no estômago AGENTES CARCINOGÊNICOS 1 - Agentes Químicos Cancerígenos: São mutágenos, ligam-se diretamente ao DNA levando a erros na codificação. Hidrocarbonetos aromáticos (cigarro) – Câncer de pulmão Asbestos – devido à inalação de pó de amianto - Câncer de pulmão. Corantes anílinicos – Câncer de bexiga. 2 - Radiação: A energia radiante causa ruptura cromossômica diretamente no DNA, levando a mutação. AGENTES CARCINOGÊNICOS Raios ultravioletas, raios infravermelhos, luz solar: A luz solar e os raios ultravioletas atuam, principalmente, sobre os indivíduos de pele clara, induzindo mutações. AGENTES CARCINOGÊNICOS A Radiação ionizante provém de raios-X (são emitidos pela passagem da corrente elétrica através de válvulas), raios gama (emitidos por substâncias radioativas) e de partículas de carga (produzidos em reatores nucleares). Tratamento com radiação Imagem: Radiação ionizante AGENTES CARCINOGÊNICOS 3 - Agentes Virais Oncogênicos: Vários vírus têm potencialidade de originar neoplasias em animais e nos seres humanos. Vírus DNA oncogênicos HPV (o papiloma vírus humano) incorpora o seu DNA no genoma da célula hospedeira, codificam proteínas que atuam em nível nuclear, que promovem a formação de fatores de crescimento, tendo capacidade para transformar diretamente as células normais em células neoplásicas. O vírus de Epstein-Barr – agente da mononucleose - inicialmente replica-se nas células epiteliais das glândulas salivares, continuando o seu ciclo evolutivo no núcleo dos linfócitos B. É relacionado ao linfoma de Burkitt ou linfoma africano de linfócitos B. OBS: mononucleose – doença infecciosa aguda de origem viral que aumenta o número de monócitos no sangue. AGENTES CARCINOGÊNICOS Vírus da hepatite B - É hepatite crônica persistente. O vírus se replica no núcleo dos hepatócitos, ocasionando uma continuada destruição, com o risco de haver uma mutação. Enfim, após um período de latência, pode surgir um hepatocarcinoma. Vírus RNA oncogênicos → são retrovírus. OBS: Não há muitas referencias de bacteremias causadoras de câncer, porém fazemos um destaque: Bactérias Helicobacter pylori. A patologia apresenta efeito indireto e multifatorial, pois causa gastrite crônica, que leva a hiperplasia epitelial regenerativa e hiperplasia linfóide reacional, causando carcinomas e linfomas gástricos. Mutações podem ocorrer espontaneamente ou induzidas pelo ambiente. Helicobacter piloris AGENTES CARCINOGÊNICOS 4 - Neoplasias Hereditárias: Certos tipos de câncer são mais prevalentes nas mulheres, outros, em homens. Por exemplo, os hormônios sexuais influenciam o crescimento tumoral nos cânceres de mama, endométrio, cérvix e próstata. 5 - Alimentação: Dietas ricas em proteínas e gorduras (câncer de colorretal). Aditivos alimentares, como, nitratos também contribuem para o câncer. 6 - Fator Imunológico: As evidências sugerem que um sistema imunológico gravemente comprometido pode levar ao desenvolvimento de determinados cânceres. Os receptores de órgãos transplantados que recebem imunossupressores e os pacientes com AIDS apresentam um risco aumentado de determinados cânceres. OS SETE SINAIS DE ALERTA DO CÂNCER Casos de alteração nos hábitos de evacuação e micção; A ferida que não se cicatriza; Um sangramento ou secreção incomuns; Tem espessamento ou caroço na mama ou em outras partes do corpo; Indigestão ou deglutição difíceis; Obviedade na alteração em uma verruga ou mancha na pele; No caso de tosse ou rouquidão contínuas; 90% dos cânceres são causados pelo fumo, má alimentação, álcool, radiação, poluição e HPV. INTERAÇÕES TUMOR-HOSPEDEIRO As neoplasias são essencialmente parasitas. As neoplasias podem causar problemas ao hospedeiro em virtude de: Apresentam localização e interferência com as estruturas adjacentes; Apresentam sangramentos e infecções secundárias quando ulceram; Surgimento de sintomas agudos devidos à ruptura ou infarto da região. EFEITOS LOCAIS E HORMONAIS Caquexia - estado patológico caracterizado por uma magreza extrema e um grave acometimento do estado geral. Sintomas paraneoplásicos (manifestação mais precoce de uma neoplasia) DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DO CÂNCER Aspiração por agulha fina. Marcadores tumorais: CEA (fígado, intestino, pâncreas), feto PTN (fígado e testículo), PSA (próstata). Esfregaços citológicos: Papanicolau. Exercícios Aponte as diferenças de neoplasias benignas e malignas. Qual a principal incidência de câncer nos homens e mulheres? Cite os agentes causadores do câncer e exemplifique-os. O que são oncogenes e quais as fases para biologia tumoral. Aponte medidas preventivas para o câncer. Medidas para prevenir o câncer: Alimentação saudável, rica em fibras não digeríveis e antioxidantes (vitaminas C, A e E e vegetais crus); dê preferência por alimentos orgânicos. Evitar exposição ao sol de 10h00min às 16h00min h. Participe dos programas de Vacinas e mantenha todas em dia. Não fumar ou usar drogas. Use camisinha com método de orientação para prática sexual. Contribuir para a preservação do meio ambiente. Evitar o desmatamento e queimadas (plante árvores). Ingerir carnes vermelhas pelo menos uma vez por semana, se possível, com menor ingestão de hormônios e medicamentos que são dados aos animais. Utilize menos o carro, mantendo-o regulado. Seja solidário, ativo e participativo. Alterações essenciais para transformação maligna 1- Auto-suficiência nos sinais de crescimento - os tumores conseguem se proliferar sem estímulos externos, em geral devido à ativação de oncogenes; 2- Insensibilidade aos sinais inibidores de crescimento - os tumores conseguem não responder às moléculas que são inibidoras da proliferação, como o TGF-β(fator de crescimento transformador) e inibidores diretos das quinases ciclina-dependentes; 3- Evasão da apoptose- geralmente se dá pela inativação do p53; 4- Defeitos no reparo do DNA - os tumores deixam de reparar a lesão no DNA causada por carcinógenos ou proliferação celular desregulada; 5- Potencial infinito de replicação – as células tumorais apresentam capacidade de proliferação sem restrições; 6- Angiogênese mantida- induzida por diversos fatores, principalmente pelo fator de crescimento endotelial vascular (VEGF); 7- Capacidade de invadir e metastatizar- principal causa de morbidade e mortalidade relacionada ao câncer. Dependem de processos que são intrínsicos à célula ou são iniciados por sinais do ambiente tecidual.
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