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PATOLOGIA GERAL Prof. Ms. Rulian Ricardo Faria 2021-1 NEOPLASIAS E CARCINOGÊNESE Prof. Ms. Rulian Ricardo Faria 2021-1 Massa anormal do tecido cujo crescimento é descontrolado e ultrapassa o crescimento do tecido normal, permitindo o crescimento excessivo mesmo após o término dos estímulos que provocam a alteração. CONCEITOS E DEFINIÇÕES NEOPLASIA Não é uma doença única, mas um conjunto de doenças que tem em comum o descontrole do crescimento celular NEO = novo; PLASIA = crescimento CONCEITOS E DEFINIÇÕES CARCINOGÊNESE Câncer: Qualquer gene capaz de causar câncer. Oncogenes: Perda do mecanismo normal de proliferação, diferenciação e morte celular. Ocorre por mutações sucessivas em genes que regulam este processo. ETIOLOGIA DAS NEOPLASIAS: CARCINOGÊNESE Na grande maioria dos casos é desconhecida ("Proliferação local de clones celulares atípicos, sem causa aparente...). Mas existem vários fatores que se não determinam, pelo menos predispõem à oncogênese. Tais fatores são chamados: - Carcinogênicos: quando determinantes (estilo de vida e fatores ambientais); - Co-carcinogênicos: quando predisponentes (hereditariedade e genética). Os fatores carcinogênicos e os co-carcinogênicos frequentemente agem simultaneamente na formação das neoplasias. O câncer pode ser considerada uma doença genética: sucessivas mutações de genes somáticos ou germinativos podem causar lesões genpeticas não letais (base da iniciação), Segundo a Hipotese de Knudson (1971). ETIOLOGIA DAS NEOPLASIAS: CARCINOGÊNESE Os genes envolvidos na carcinogênese incluem aqueles cuja função está diretamente associada: - à proliferação celular; - ao controle de morte celular programada (apoptose); - reparação do DNA danificado. Estes genes podem se classificados em três classes principais: - Protooncogenes; - genes supressores de tumor; - genes de reparação do DNA. Nos últimos anos, foi incorporado uma quarta classe de genes cuja alteração está associada com as etapas finais da progressão tumoral: - os metastogenes e os genes supressores da metástase ETIOLOGIA DAS NEOPLASIAS: CARCINOGÊNESE Sendo assim, as neoplasias decorrem do acúmulo de MUTAÇÕES envolvendo: - Perda ou inativação - de ambas as cópias de vários genes supressores de tumores, - Hiperativação (proto-oncogenes => oncogenes), por mutação, amplificação do número de cópias do gene, por translocação cromossômica; ou por inserção de um retrovírus oncogênico, - Mutações nos Genes de Reparo do DNA gerando instabilidade no genoma e deficiência nos mecanismos de reparação e controle de mutações. Os vários tipos de genes são fisiologicamente cooperativos, e a sequencia de mutações varia de caso a caso, explicando a imensa variação das historias clinicas dentro de um mesmo tumor. ETIOLOGIA DAS NEOPLASIAS: CARCINOGÊNESE Os proto-oncogenes estimulam os processos de divisão celular, enquanto genes supressores inibem. Quando ocorrem mutações, proto-oncogenes tornam-se oncogenes, os quais induzem a transformação maligna e causam multiplicação celular excessiva Essas mutações levam os oncogenes a expressar em excesso sua proteína estimuladora do crescimento ou a produzir uma forma mais ativa. ONCOGENES Possuem a função de codificar proteínas que inibem a formação de tumores; A inativação destes genes supressores funcionais contribui para o desenvolvimento de câncer, pois priva a célula de controles fundamentais para a inibição de crescimento inapropriado GENES SUPRESSORES DE TUMORES ETIOLOGIA DAS NEOPLASIAS: CARCINOGÊNESE Sua função é codificar proteínas que devem corrigir os erros que podem ocorrer quando as células duplicam seu material genético, antes de se dividirem. As mutações nestes genes conduzem ao fracasso da reparação de erros no DNA permitindo que esses erros se perpetuem ao passar para as células filhas. A falta de reparação das lesões que ocorrem nos oncogenes ou genes supressores de tumor favorece a acumulação de outras mutações e acelera a progressão tumoral GENES REPARADORES DE DNA ETIOLOGIA DAS NEOPLASIAS: CARCINOGÊNESE Descoberta ocorrida nos últimos anos; Alteração de determinados genes que não estão associados com as etapas iniciais do desenvolvimento tumoral, não afeta o crescimento do tumor primário, mas altera a capacidade do tumor de gerar metástase. Genes denominados metastogenes e genes supressores de metástase Correspondem um oncogenes ou genes supressores associados à disseminação metastática, respectivamente. GENES REPARADORES DE DNA ETIOLOGIA DAS NEOPLASIAS: CARCINOGÊNESE Progressividade - Proliferação celular descontrolada excessiva e incoordenada, e de intensidade progressiva Independência - Ausência da resposta aos mecanismos de controle -Autonomia de crescimento Irreversibilidade - Ausência de dependência da continuidade do estímulo. CARACTERÍSTICAS DAS CÉLULAS CANCERÍGENAS (“Cancer Hallmarks”) A carcinogênese pode ser dividida conceitualmente em quatro etapas: iniciação, promoção, conversão e progressão, e é o resultado de mutações em genes específicos relacionados ao controle da multiplicação e diferenciação celular e à sobrevivência celular ETAPAS DA CARCINOGÊNESE ESTÁGIOS DA CARCINOGÊNESE O processo de carcinogênese passa por vários estágios antes de chegar ao tumor. São eles: - Estágio de Iniciação; - Estágio de Promoção; - Estágio da Conversão; - Estágio de progressão; - Estágio de Disseminação. É o processo que envolve a exposição das células normais a agentes químicos, físicos ou virais que causam danos irreversíveis nos genes, levando a ativação de oncogenes e/ou inativação de genes supressores de tumor. Esta etapa tem baixa frequência e depende diretamente da dose de carcinógeno e tempo de exposição. As células podem permanecer estacionárias no estado de “iniciadas” durante tempos variados se não forem estimuladas a dividir- se (células iniciadas respondem de maneira aumentada a alguns estímulos como, por exemplo, aos fatores de crescimento). ESTÁGIOS DA CARCINOGÊNESE INICIAÇÃO Compreende a expansão clonal das células iniciadas até formar tumores visíveis, geralmente lesões benignas ou focos de células preneoplásicas. A promoção pode ocorrer como consequência da exposição exógena, como o fumo do cigarro ou certas infecções, ou pode ser um processo endógeno, como a estimulação hormonal. Os promotores tumorais se caracterizam pela sua habilidade para reduzir o período de latência na formação de um tumor depois da exposição de um tecido a um iniciador, ou por aumentar o número de tumores formados nesse tecido. Promotores tumorais não são capazes, por si mesmos, de produzirem mutações no DNA, ou seja, não são carcinogênicos. Promotores são capazes de induzir a formação tumoral quando combinados com um iniciador ESTÁGIOS DA CARCINOGÊNESE PROMOÇÃO Conversão maligna a transformação das células preneoplásicas em células que expressam o fenótipo maligno. Este processo necessita de mais trocas genéticas, as quais podem ocorrer por erros na síntese do DNA ou pela ativação do oncogenes, e/ou a inativação de genes supressores de tumor ESTÁGIOS DA CARCINOGÊNESE CONVERSÃO Caracteriza-se na fase em que a célula adquire características cada vez mais agressivas, devido a enorme quantidade de mutações sofridas pela célula tumoral nesta fase. A instabilidade genômica experimentada pela célula propicia um ambiente favorável às trocas genéticas, ocasionando a amplificação de alguns genes e a expressão alterada de outros, podendo resultar em uma maior taxa de crescimento e na aquisição de propriedades como a invasão local e a disseminação metastática ESTÁGIOS DA CARCINOGÊNESE PROGRESSÃO ESTÁGIOS DA CARCINOGÊNESE DISSEMINAÇÃO É basicamente a disseminação do câncer para outros órgãos quando as células cancerígenas se desprendem do tumor primário e entram na corrente sanguíneaou no sistema linfático, podendo circular pelo organismo e se estabelecer em outro órgão. Ao espalhar-se pelo corpo e formar um novo tumor em um novo órgão, esse novo tumor é chamado de metastático ou metástase. Apesar de serem corrosivos os tumores primários são responsáveis por apenas 10% das mortes por câncer os outros 90% são atacados por tumores metastáticos. ESTÁGIOS DA CARCINOGÊNESE RESUMINDO... CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES Os tumores podem ser classificados quanto: Ao comportamento (benigno ou maligno) A origem (epitelial, mesenquimal ou embrionária) E os aspecto microscópico (histomorfológico) CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES: COMPORTAMENTO De acordo com o comportamento biológico, os tumores podem ser classificados em: - BENIGNOS; - MALIGNOS. Algumas vezes esta diferença não é fácil de ser estabelecida e, nestes casos, é adotado o nome de tumores limítrofes ou bordelense. Somente o exame morfológico (biópsia) pode permitir estabelecer com segurança o diagnóstico. A principal diferença entre eles está no fato de um não ser capaz de desenvolver metástases (benigno) e o outro ser mais agressivo (maligno) e poder afetar mais de uma parte do corpo, desenvolvendo câncer. Geralmente, tem um crescimento mais lento (baixo índice mitótico), de maneira organizada, com adequado suporte sanguíneo; A grande maioria não são letais; Presença de células bem diferenciadas; São bem delimitados, possuem uma cápsula fibrose ao seu redor, não invadindo os demais tecidos do corpo, ou seja, não se espalha; por crescer lentamente em um único lugar, esse tumor não cria metástases; além disso, quando são removidos, não voltam a crescer; em alguns casos, não necessitam tratamento, podendo apenas ser observado de tempos em tempos pelo médico; caso seja necessário tratamento, a cirurgia é o mais indicado e muito raramente apresentam recidivas. CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES: COMPORTAMENTO TUMORES BENIGNOS lipoma benigno na superfície serosa do intestino. Tem as características de neoplasia benigna: bem delimitado, crescimento lento, não invasivo, e reproduz o tecido de origem (gordura). A neoplasia mais comum é o nevo (pinta pigmentada) da pele, e a maioria das pessoas tem muitos, podemos ver neste peitoral. Podem apresentar algumas complicações acidentais: - Ruptura de tumores (hemangiomas, cistadenomas papilíferos de ovário); - Obstrução do lume de órgãos tubulares; - Ulcerações, hemorragias, infecções secundárias; - Neoplasias pedunculadas (lipoma de mesentério, p.ex.) podem estrangular alças intestinais. Somente por evoluir para letalidade devido aos seguintes fatores: - Localização em órgãos vitais: quando localizada dentro do crânio, ou no coração ou na aorta, acabam por determinar complicações tais (atrofia compressiva de órgãos essenciais, obstrução de fluxos fisiológicos, e predisposição às infecções) que frequentemente levam à morte. - Disendocrinias: uma neoplasia de glândulas endócrinas, mesmo de comportamento benigno - hipersecreção. CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES: COMPORTAMENTO TUMORES BENIGNOS A neoplasia mesenquimal bengina. Tumores laríngeos benignos. CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES: COMPORTAMENTO TUMORES MALIGNOS São letais e agressivos ao organismos; Apresentam crescimento acelerado (alto índice mitótico) e desorganizado; Apresentam presença de células atípicas severas aberrantes (pleomorfismo); Apresentam falta de vasos sanguíneos, degenerações, ulcerações, necroses e hemorragias; Promovem invasões de outros tecidos do corpo, provocando metástases; Após remoção, ele pode retornar para a mesma área ou até outras do corpo (frequentemente recidivam); Seu tratamento pode ser agressivo e, dependendo do estágio e estado geral do paciente, isso inclui quimioterapia, radioterapia e cirurgia; Produz substâncias que causam perda de peso ou fadiga. Carcinoma epidermóide em boca. Dentre as neoplasias malignas em boca, o carcinoma epidermóide é o mais frequente, sendo bastante prevalente na população brasileira. Sua presença atualmente tem sido correlacionada a hábitos de uso de fumo e álcool. Melanoma cutâneo. CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES: ORIGEM I - MESENQUIMAL De acordo com o tipo de tecido onde um tumor poderá originar-se poderão ser classificados em: Mesênquima é um tecido embrionário derivado da mesoderme. Durante suas fases de transformação, o mesoderma origina uma espécie de tecido conjuntivo primitivo chamado mesênquima. A partir do mesênquima, passam a se formar todos os tecidos: - conjuntivos: conectivo (conjuntivo propriamente dito), adiposo, cartilaginoso, ósseo e hematopoiético; - tecidos musculares: esquelético, cardíaco e liso. Todo tumor que se origina em qualquer um desses tecidos mencionados são classificados como TUMORES MENSENQUIMAIS. Lipoma: tumor de tecido adiposo Osteossarcoma: tumor de tecido ósseo Mioma: tumor de tecido muscular liso CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES: ORIGEM II - EPITELIAL De acordo com o tipo de tecido onde um tumor poderá originar-se poderão ser classificados em: Embriologicamente originam-se da ectoderma ou endoderme. É formado por células justapostas que estão intimamente unidas umas às outras. De acordo com a sua função, existem dois tipos de tecido epitelial: - Tecido epitelial de revestimento (revestir a superfície externa do corpo, as cavidades corporais internas e os órgãos): pele, mucosa e endotélio; - Tecido epitelial glandular (apresenta função secretora): glândulas exócrinas (sudoríparas, sebáceas, etc), glândulas endócrinas (tireoide, hipófise, fígado, suprarrenal, etc) e glândula mista (pâncreas). Todo tumor que se origina em qualquer um desses tecidos mencionados são classificados como TUMORES DE ORIGEM EPITELIAL. Carcinoma de pele Melanoma Carcinoma de fígado CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES: ORIGEM III - EMBRIONÁRIA De acordo com o tipo de tecido onde um tumor poderá originar-se poderão ser classificados em: São tumores que se originam em células embrionárias ainda existentes na idade adulta em pode ser classificados em: - Teratomas: podem ser benignos ou malignos, são compostas de tecidos oriundos de qualquer célula remanescente de um dos três folhetos embrionários (endoderma, mesoderma e ectoderma): podem conter mistura de dentes, cabelos, glândulas, músculos, etc. Ex. - Misto: são neoplasias oriundas de mais de um tecido de origem embrionária. Ex. fibroadenoma. - Blastomas: são neoplasias oriundas dos blastemas (brotos germinativos embrionários precursores de órgãos). Ex: retinoblastoma Teratoma Teratoma Fibroadenoma de mama Retinoblastoma CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES: MORFOLOGIA Polipo colon infiltrativa Carcinoma de células escamosas www.cancerresearch.org/melanomabook.html Este fragmento de pele demonstra um melanoma maligno, o qual é muito maior e irregular do que o nevo. NOMENCLATURA DOS TUMORES Os tumores são nomeados de acordo com sua célula de origem. ORIGEM COMPORTAMENTO BENIGNO MALIGNO MESENQUIMAL sufixo OMA sufixo SARCOMA EPITELIAL sufixo OMA sufixo CARCIARCOMA EXCEÇÕES AS REGRAS DE NOMENCLATURA Tumores que apresentam os nomes dos pesquisadores que os estudaram pela primeira vez: - "Tumor de Brenner" (ovário / benigno); - "Tumor de Wilms" (rim / maligno); - "Tumor de Codmam" (osso / benigno); - "Linfoma de Burkitt" (linfócitos / maligno) ; - "Doença de Hodgkin" (linfócitos / maligno); - "Sarcoma de Kaposi" (pele / maligno / imunodeprimidos); METASTASE É a presença de células ou massas tumorais em tecidos que não apresentam continuidade com o tumor primário. É a principal característica das neoplasias malignas. A disseminação das células tumorais ocorrem através: - dos vasos sanguíneos; - dos ductos Linfáticos; - das cavidades corporais. Quase todos os tipos de câncer malignos podem provocar metástases, com poucas exceções como o carcinoma basocelular de pele e os gliomas (neoplasias de células gliaisdo SNC). O desenvolvimento de metástase diminui de maneira acentuada a possibilidade de cura dos pacientes. CASTACATA METASTÁTICA Metástase local: as células cancerígenas invadem o tecido normal adjacente. Intravasamento: as células cancerígenas invadem e passam através das paredes dos vasos sanguíneos ou vasos linfáticos próximos. Circulação: as células cancerígenas se movem através do sistema linfático e circulação sanguínea para outras partes do corpo. Extravasamento: as células cancerígenas param de se mover em pequenos vasos sanguíneos denominados capilares. Elas invadem as paredes dos capilares e migram para o tecido adjacente. CASTACATA METASTÁTICA Proliferação: as células cancerígenas se multiplicam num local distante para formar pequenos tumores conhecidos como micrometástases. Angiogênese: micrometástases estimulam o crescimento de novos vasos sanguíneos para obter fornecimento de sangue. O suprimento de sangue é necessário para obter oxigênio e nutrientes necessários para o crescimento continuado do tumor. CAUSAS DO CÂNCER O câncer atualmente é um problema de saúde pública mundial. A industrialização e a expansão das cidades são acompanhadas do aumento da exposição do homem a uma crescente lista de agentes com potencial mutagênico e carcinogênico. Aliados, esses fatores explicam a crescente incidência de câncer no Brasil e no mundo. Atualmente, cânceres representam a segunda causa isolada de mortalidade, já que a taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares tem diminuído progressivamente. Estima-se que, em 2025, os cânceres serão a primeira causa de morte. As causas de câncer são variadas e podem estar relacionadas a: - fatores extrínsecos: referem-se às causas externas, ou seja, ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de uma determinada sociedade; - fatores intrínsecos: ligados as causas internas e estão relacionados à constituição genética do individuo (são geneticamente pré-determinadas) e também estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. O aparecimento do câncer deve ser compreendido como resultando da relação do homem com o ambiente, visto que a predisposição genética só se expressa fenotipicamente a partir da interação do indivíduo com fatores ambientais. CAUSAS DO CÂNCER Um carcinógeno é um agente capaz de atuar sobre uma célula de forma a provocar alterações que modificam as funções celulares, fazendo com que esta comece a dividir-se de maneira anormal e exagerada, levando a aparição de um tumor. A carcinogênese pode ser classificada, segundo seu agente indutor, em: CAUSAS DO CÂNCER - Química; - Física; - Biológica. As substâncias mutagênicas que iniciam a transformação maligna da célula são chamados iniciadores. Já as substâncias que potencializam o efeito carcinogênico dos iniciadores quando aplicados depois destes são conhecidas como promotores. Radiações: - Radiações ionizantes: são potentes mutagênicos, tais como o raio-X, tomografia, radioterapia, raios gama, etc (leucemias); - Radiação Ultravioleta: potencial causadora de neoplasias cutâneas (melanomas e carcinomas epidermoides). As radiações seriam oncogênicas pelos seguintes mecanismos: - Indução de alterações genéticas que ocasionem perda do controle da reprodução celular; - Aceleração do envelhecimento celular com aumento de mutações espontâneas e predisposição à transformação maligna; - Ativação de vírus oncogênicos latentes. Traumatismos: ocasionados por próteses mal adaptadas, pancadas e fraturas ósseas frequentes no mesmo local, podem exultar no surgimento de carcinomas e sarcomas CAUSAS DO CÂNCER CARCINÓGENOS FÍSICOS Fumaça do cigarro: principal carcinógeno químico ambiental, estando associado entre 40 a 50 % do total das neoplasias diagnosticadas (95% dos carcinomas broncogênicos, carcinomas de cavidade oral, do esôfago, das vias aéreas superiores, etc...); Fuligem de chaminés (carcinomas epidermoides de escroto); Aflatoxinas (Carcinoma hepático); Aminas aromáticas, derivados da anilinas (carcinomas de vias urinárias, principalmente na bexiga); Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, derivados da combustão incompleta do carvão mineral, petróleo, tabaco, etc... (Leucemias, neoplasias cutâneas e hemangiossarcomas hepáticos); Metais, como o Cr, Br, Ni e U (carcinomas pulmonares); e As (Carcinomas pulmonares e cutâneos); Hormônios estrogênicos (adenomas hepáticos e carcinomas endometriais). CAUSAS DO CÂNCER CARCINÓGENOS QUÍMICOS CURIOSIDADE A fumaça do cigarro possui: Fase gasosa: composta por monóxido de carbono, nicotina, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído e acroleína, entre outras substâncias. Fase particulada: contém nicotina e alcatrão, que concentra 60 substâncias cancerígenas, entre elas arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, chumbo, além de resíduos de agrotóxicos aplicados nos produtos agrícolas e substâncias radioativas. - Vírus da hepatite B: associado ao carcinoma hepatocelular - Vírus da hepatite C: associado ao carcinoma hepatocelular e linfomas B esplênicos, - HTLV-1 (Human T-Cell Leukemia Vírus): associado a leucemia de células T. Outros agentes biológicos: - Schistosoma haematobium (Esquistossomose vesical): associado ao carcinoma de células escamosas da bexiga. - Helycobacter pylori: linfoma MALT e carcinoma gástrico CAUSAS DO CÂNCER CARCINÓGENOS BIOLÓGICOS Viroses: - PAPOVA: Papilomavirus humanos (HPVs) infectam primariamente o epitélio escamoso humano. Causam verrugas e são responsáveis por um grande número de doenças tanto benignas quanto malignas. - Vírus de Epstein-Barr: da Mononucleose infecciosaassociado ao Linfoma de Burkitt ESTADIAMENTO O sistema TNM é a classificação mais usada para os tumores malignos. Este critério foi estabelecido pela UICC (União Internacional Contra o Câncer) para determinar a extensão do crescimento e disseminação das neoplasias malignas. ESTADIAMENTO (SISTEMA TNM) O sistema TNM está baseado em três componentes: - T- tamanho do tumor primário; - N- nódulo regional comprometido; - M- metástase. A classificação no sistema TNM tem como objetivos: - a) Ajudar no planejamento do tratamento; - b) Dar alguma indicação no prognóstico; - c) Ajudar na avaliação dos resultados do tratamento; - d) Facilitar a troca de informações entre os centros de tratamento. A associação dos três fatores T, N e M permite classificar os tumores em 5 estádios clínicos (0, I, II, III e IV). QUIMIOTERAPIA E O TRATAMENTO DO CÂNCER Quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica: forma de tratamento utilizada contra o câncer utilizando medicamentos para destruir as células malignas que formam um tumor. O tratamento quimioterápico pode ser: - Monoquimioterapia: aplicação de um antineopásico, pouco aplicado, pois apresenta baixa eficácia; - Poliquimioterapia: utilização de vários tipos de antineoplásicos é mais amplamente aplicada, pois consegue atingir populações celulares em diferentes fases do ciclo celular, diminuição de resistência e maior resposta por dose administrada.
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