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IS_ Direito_Civil_aula04

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EXAME DE ORDEM 2012.2
 Coordenação Pedagógica OAB 
 
EXAME DE ORDEM 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
 
 
CURSO INTENSIVO MODULAR – OAB 2012.2 
 
Disciplina Direito Civil 
Aula 04 
 
EMENTA DA AULA 
1. Direito das Obrigações 
 
GUIA DE ESTUDO 
1. Direito das Obrigações: 
� Conceito de obrigação: espécie de relação jurídica entre sujeitos. 
� Objeto da relação obrigacional: prestação – comportamento do devedor para atender um 
interesse do credor. 
� Principais características da relação obrigacional: 
• É uma relação transitória – nasce para ser extinta. 
• A obrigação necessariamente tem um conteúdo econômico. 
• Nas obrigações civis o vínculo nasce, via de regra, pela manifestação de vontade das partes. 
Obs.: algumas relações obrigacionais decorrem da lei – ex. obrigação alimentar. 
� Modalidades obrigacionais (espécies): 
• Obrigação de dar: 
o Objeto: transferência ou transmissão de uma coisa, que envolve sua posse, propriedade 
ou um direito real. 
o Classificação: critério de distinção é a especificação do interesse do credor. 
� Obrigação de dar coisa certa: o interesse foi especificado, coisa especificada. 
� Obrigação de dar coisa incerta: especificação mínima deste interesse, exige o gênero 
e a quantidade. Ex. sacas de soja. 
Características das obrigações de dar coisa incerta: A obrigação de dar coisa 
incerta é um fenômeno transitório, pois o cumprimento da obrigação sempre ocorre 
de forma certa. A transformação decorre do fenômeno da concentração 
obrigacional. Muito embora tenha nascido de forma incerta, existe um momento que 
a obrigação deixa de ser incerta e passa a ser certa, a concentração obrigacional 
nasce da escolha do devedor (como regra). O CC estabelece que nestes casos a 
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escolha deve ser razoável, não pode recair sobre a pior espécime, da mesma forma 
em que o devedor não está obrigado a entregar o melhor exemplar. 
Obs.: as obrigações de dar coisa incerta são permitidas no ordenamento civil, 
não se confundem as obrigações indeterminadas, as quais são nulas de pleno 
direito. 
• Obrigação de fazer e não fazer: 
o Objeto: ato positivo ou negativo praticado, via de regra, pelo devedor para satisfazer um 
interesse do credor. 
o Classificação: 
� Obrigações de fazer fungíveis: o ato pode ser praticado pelo devedor ou por um 
terceiro. Como regra no CC, as obrigações de fazer são fungíveis, tendo em vista, o 
que dispõe o art. 304 – qualquer interessado pode efetuar o pagamento. 
� Obrigações de fazer infungíveis ou obrigações personalíssimas: o ato somente pode 
ser praticado pelo devedor. 
• Obrigações alternativas ou disjuntivas: 
o Aquela que apresenta uma pluralidade de prestações, cabendo ao devedor (como regra) 
escolher uma delas para o cumprimento da obrigação. 
o A escolha nas obrigações alternativas não se confunde com a escolha realizada nas 
obrigações de dar coisa incerta. No primeiro caso a escolha recai sobre a prestação, já 
no segundo a escolha recai apenas sobre a coisa que compõe o gênero. 
o É importante destacar que nas obrigações alternativas a escolha realizada pelo devedor 
é discricionária. Dessa forma, o credor, como regra, não pode se opor (o devedor 
escolhe). 
• Obrigações divisíveis e indivisíveis: 
o Possibilidade de fracionamento da prestação, essa divisibilidade tem com causa: 
� A natureza da coisa envolvida; 
� A vontade das partes; 
� Em razão da lei. 
o Todas as relações obrigacionais, quando convertidas em perdas e danos, passam a ser 
tratadas como obrigações divisíveis. 
• Obrigações solidárias: 
o A solidariedade ocorre quando numa mesma relação concorrem mais de um credor ou 
mais de um devedor, com créditos e débitos distintos, mas obrigados perante toda a 
dívida. 
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o Características de configuração: 
a) Pluralidade de sujeitos: 
Ativos – credores 
Passivos – devedores 
b) Créditos e débitos distintos 
c) Obrigação que recai sobre toda relação 
o A solidariedade nada mais é quem reforço obrigacional. 
o Principais detalhes das obrigações solidárias: 
a) A solidariedade não se presume, resulta da lei ou de convenção entra as partes. 
b) A solidariedade é um vínculo personalíssimo, portanto, não se transmite aos 
herdeiros. 
c) A solidariedade se mantém mesmo quando a obrigação é convertida em perdas e 
danos. 
� Transmissão das obrigações: 
• Formas negociais de transmissão das obrigações: 
o Cessão de crédito: a cessão de crédito é uma modalidade contratual que se sujeita às 
normas gerais dos negócios jurídicos. Contudo, o CC exige um requisito específico: a 
comunicação do devedor para a eficácia perante este (o devedor não precisa concordar, 
ele precisa apenas ser avisado, não depende de anuência deste). 
� Credor original – cedente 
� Novo credor – cessionário 
o Assunção de dívida: é justamente o oposto, também é modalidade negocial, porém o 
objeto é a transferência do débito. Neste caso, é importante destacar que o credor deve 
consentir (anuência) com essa transferência, salvo na hipótese do art. 303, CC. 
� Pagamento ou adimplemento das obrigações: 
• O pagamento regular decorre do exato cumprimento da prestação pelo devedor nos 
termos e condições avençadas (convencionadas). 
• Existem duas hipóteses de pagamento: 
o Pagamento direto ou regular: aquilo que foi convencionado, toda relação obrigacional 
caminha para que isso aconteça. 
Elementos estruturais do pagamento direto: 
a) Sujeitos da relação obrigacional: 
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Quem deve pagar? Como regra, o pagamento deve ser feito pelo 
devedor, mas o CC também permite que 3º realizem o pagamento, 
separando-os em dois grupos: 
1. Terceiros interessados: aquele que possui um vínculo 
obrigacional. Quando um terceiro interessado realiza o 
pagamento, ocorre o fenômeno da sub-rogação (se ele paga, 
pode cobrar do antigo devedor). Ex. fiador. 
2. Terceiros não interessados: aquele que possui apenas um 
vínculo social ou pessoal. O terceiro não interessado não tem 
direito à sub-rogação, tem direito apenas ao reembolso. Ex. pai. 
A quem deve ser feito o pagamento? Como regra, o pagamento deve ser 
feito ao credor, mas o CC também permite que seja ao representante 
legal ou convencional, necessariamente ele vai ter que ter poderes de 
quitação (para pagar a dívida). 
b) Objeto geral do pagamento: é a prestação convencionada. 
c) Prova: quitação, normalmente ato do credor. De acordo com o CC, ela sempre 
poderá ocorrer por instrumento particular. 
d) Lugar do pagamento: como regra, ocorre no domicílio do devedor (dívidas 
quesíveis ou querable). Todavia, também pode ocorrer, como exceção, no 
domicílio do credor (dívida portável ou portable). 
e) Tempo do pagamento: é convencionado entra as partes, mas, via de regra, o ato 
deve ser realizado imediatamente, permitindo a satisfação do crédito. Os 
pagamentos parcelados, diferidos, podem acontecer, mas sempre é preciso 
convencionar estas situações. Se a pessoa não cumpre o tempo de pagamento, 
está inadimplente.

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