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Laminação Prof. Marcelo Ferreira Motta Universidade Federal do Ceará Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Laminação ▪ Introdução ➢ Laminação é um processo de conformação mecânica que consiste em modificar a seção transversal de um metal na forma de lingotes, placas, barras, tiras, chapas ou fios pela passagem entre dois cilindros com geratriz retilínea (laminação de produtos planos) ou contendo canais entalhados (laminação de produtos não planos), sendo que a distância entre os dois cilindros deve ser menor que a espessura inicial da peça metálica. ➢ A laminação é considerada como o processo de conformação mecânica de metais mais utilizado em função de sua alta produtividade e da possibilidade de um preciso controle dimensional do produto. ➢ 70 % de toda a produção do aço bruto é transformada em produtos laminados acabados, passando para 91% quando se considera os produtos semi-acabados (Fonte: Anuário estatístico) Laminação ▪ Fundamentos teóricos do processo Laminação 1) O arco de contacto entre os rolos e o metal é parte de um círculo. 2) O coeficiente de atrito, μ, é constante em teoria, mas na realidade μ varia ao longo do arco de contato. 3) O metal se deforma plasticamente durante a laminação. 4) O volume de metal é constante antes e depois de ser laminado. Na prática o volume pode diminuir um pouco devido ao fechamento dos poros. 5) A velocidade dos rolos é assumido como sendo constante. 6) O metal só se estende na direcção de rolamento e não se deforma na largura da material. 7) A área da secção transversal normal ao direção de laminação não distorce. ▪ Fundamentos teóricos do processo Laminação ▪ Em um ponto ao longo da superfície de contato entre o rolo e a placa, duas forças atuam sobre o metal: 1) uma força radial Pr e 2) um força de atrito tangencial F. ▪ Se a velocidade de superfície do rolo for igual à velocidade da placa, este ponto é chamado ponto neutro ou ponto sem deslisamento. Por exemplo, o ponto N. ▪ Entre o plano de entrada (xx) e o ponto neutro o movimento da placa é mais lento do que a superfície do rolo, e a força de atrito tangencial, F, agirá no sentido (ver Fig) para extrair o metal de entre os rolos. ▪ No lado da saída (yy) a direita do ponto neutro, a placa se move mais rápido do que a superfície do rolo. A direcção doatrito é então invertida e opor-se-a saída da placa de entre os rolos. ▪ Fundamentos teóricos do processo Laminação ▪ Forças e relações geométricas ▪ Uma placa de metal com uma espessura ho entra nos rolos no plano XX com uma velocidade vO. ▪ Ela passa através da abertura entre rolos e sai no plano YY com uma espessura reduzida hF e a uma velocidade de vF. ▪ Dado que não existe aumento em largura, a compressão vertical do metal é transformada num alongamento na direção de laminação. ▪ Uma vez que não há nenhuma mudança do metal em um determinado ponto, há uma conservação de volume após a passagem pelos cilindros Laminação Desde que b não se altera, ▪ Equacionamento Vf= V𝑜∗ℎ𝑜 ℎ𝑓 Laminação • Para a peça adentrar aos rolos, o componente da força de atrito deve ser igual ou maior que a componente horizontal da força normal. Se tan α > a placa não pode ser laminada; Se =0, não ocorrerá a laminação. tg ▪ Equacionamento • Condição para que os rolos peguem a placa para possibilitar a laminação Laminação ▪ Fundamentos teóricos do processo ➢ Condição de arraste: tg: • onde: é o coeficiente de atrito e é o angulo de contato; • O coeficiente de atrito varia com a temperatura: ➢ Pressão específica de laminação: Pe=P/Ac; • Onde: P é a carga de laminação e Ac é a área de contato; (largura x comprimento projetado do arco de contato). Laminação ▪ Equacionamento • Redução máxima )sup,,( 22 Re cos cos : 2 materialdoerfíciedaestadocilindrosdosvelocidaderugosidadef Rh R h R hR h R hR h R L tg máximadução arctgtg PsenP PsenF contactodeÂngulo p • Para a peça entrar na garganta do rolo, o componente da força de atrito deve ser igual ou maior que a componente horizontal da força normal. h<2.R Laminação ▪ Equacionamento • Haverá laminação quando > tan α • Aumentar os valores efetivos de μ, por exemplo, usando a tecnologia de sulcamento. • Uso de rolos maiores para diminuir tan α • Condições e técnicas para garantir o arraste Laminação • Considerações sobre pressão de laminação o A distribuição da pressão do rolo ao longo do arco de contato apresenta um máximo no ponto neutro e depois cai. o A distribuição de pressão não é um pico agudo no ponto neutro, o que indica que o ponto neutro não é realmente uma linha na superfície do rolo mas uma área. o A área sob a curva é proporcional à carga de laminação. o A área hachurada representa a força necessária para superar as forças de atrito entre o rolo e a placa. o A área sob a linha tracejada AB representa a força necessária para deformar o metal em compressão homogênea plana. ▪ Equacionamento Laminação Laminação Exemplo: Algumas etapas de laminação a frio são necessárias para reduzir e espessura de uma placa de 50 mm para 25 ,,. Em um laminador reversível. Diâmetro do laminador=700 mm e coeficiente de atrito entre os laminadores e a peça de 0.15. A redução entre cada passe são iguais. Determine (a) o número mínimo de passes necessários e (b) a redução por cada passe. Solução passes 43.17 35015.0 25-50 passes de número 22 R tt fo 6,25 4 25-50 passes ofnumber passepor Redução mm tt fo Laminação 1 - Determinação da projeção horizontal do arco de contato (Lp) 2 – Determinação da deformação verdadeira efetiva na saída 3 – Determinação da tensão média de escoamento: 312 321 11 2 1 2 1 2 3 2 2 2 1 _ 0 0 ln15,115,1 3 2 0 3 2 3 2 f o h h 0 _ 1 dmédio ▪ Equacionamento • Estimativa da carga de laminação hR h hRL h hRRRL h RRL p pp 4 42 2 2 22 2 22 Laminação p escp LwpF K h L QQ Q Kp 3 2 1exp 1 2 II – Utilização do fator de correção Qfs para o atrito: • Determinação da pressão média dos rolos e da carga de laminação, levando em consideração o efeito do atrito. o Há duas formas de se considerar o efeito do atrito: I – Utilização de equação similar à usada na compressão de um bloco fspmédia QwLF ▪ Equacionamento Laminação V el oc id ad e Entrada (A) Saída (B) N Velocidade dos cilindros Ponto neutro ▪ Fundamentos teóricos do processo ➢ Pressão e velocidade na laminação A potência em cada cilindro laminador P= pFLN / 60,000 kW Onde: F em Newtons, L em metros e N em rpm do cilindro laminador. Laminação Efeito do atrito na pressão de laminação Efeito da intensidade de redução sobre a pressão de laminação ▪ Fundamentos teóricos do processo Laminação • Análise simplificada da carga de Laminação As principais variáveis de laminação são: • O diâmetro do rolo. • A resistência à deformação do metal influenciada pela metalurgia, temperatura e velocidade de deformação. • O atrito entre os rolos e a peça de trabalho.• A presença da tensão da frente e / ou tensão de volta no plano da placa. Consideramos as condições: 1) a condição de nenhum atrito 2) a condição de atrito normal 3) a condição de sticky friction • Estimativa da carga de laminação Laminação No caso de nenhum atrito, a carga de laminação (P) é dada pela pressão do cilindro (p) vezes a área de contacto entre o metal e os rolos (bLP). Onde a pressão do rolo (p) é a tensão de escoato, em um estado plano de deformação quando não há nenhuma mudança na largura (b) da placa. • Estimativa da carga de laminação • A condição de nenhum atrito Laminação • Estimativa da carga de laminação • A condição de atrito normal • A carga P de laminação aumenta com o atrito, com o diâmetro rolo, com a espessura menor da placa na entrada • A contribuição do atrito está no termo e^Q • Atrito alto resulta em grandes cargas de laminação Laminação • Consequentemente a carga de rolamento P aumenta com o raio do rolo de R1 / 2, dependendo da contribuição do atrito. • A carga de rolamento também aumenta à medida que a placa que entra nos rolos se torna mais fina (devido ao termo eQ). • Em um ponto, nenhuma outra redução na espessura pode ser alcançado se a resistência à deformação da placa for maior do que a pressão do rolo. Os rolos em contacto com a placa são ambos severamente elasticamente deformados. • Rolos de pequeno diâmetro que são devidamente reforçados contra os desvios pelos rolos de apoio podem produzir uma redução maior antes de ocorrer o achatamento do rolo e tornar-se significativo e nenhuma redução adicional da placa será é possível. Exemplo: a laminação de papel de alumínio usado na cozinha. Diâmetro do rolo <10 mm, com um total de 18 rolos de apoio. • A condição de atrito normal Laminação Laminação • O torque em laminação pode ser estimado assumindo que a força de separação dos laminadores age no meio do arco de contato de contato, isto é, um braço de momento de Lp/2 e a força F é perpendicular ao plano da chapa. O torque por rolo é: ▪ T= 𝐹∗𝐿𝑝 2 , e a potência por rolo é: Pot= T*w, ▪ w = 2*π*N (rpm) ▪ Pot = π∗𝐹∗N∗𝐿𝑝 60000 [kW] Pot = π∗𝐹∗N∗𝐿𝑝 33000 • Torque de laminação e potência Laminação ▪ Fundamentos teóricos do processo ➢ Laminadores de pequeno e grande diâmetro • relação com carga de laminação; ➢ Solução da deformação central: • colocar cilindros maiores (cilindros de encosto) • fabricar cilindro com diâmetro variável Área de contato: Laminação Laminação Problemas de planificação dos rolos Quando as forças elevadas geradas na laminaçãosão transmitidos para a peça de trabalho Através dos rolos, existem dois tipos principais de distorções elásticas: 1) Os rolos tendem a sofrer flexão ao longo do seu comprimento porque a peça de trabalho tende a separá- los enquanto eles são contidos em suas extremidades. Problema = variação. espessura 2) Os rolos na região onde entram em contato com a peça. O raio da curvatura é aumentado R para R '. (Achatamento rolo).De acordo com a análise por Hitchcock: Laminação ▪ Aspectos metalúrgicos do processo ➢ A laminação pode ser realizada a quente ou a frio. • Laminação a frio: a peça é laminada numa temperatura abaixo da temperatura de recristalização, apresentando uma maior qualidade de acabamento e tolerância. ✓ Formação de texturas ✓ Tratamento térmico de recozimento • Laminação a quente: ocorre a temperatura acima da temperatura de recristalização, não apresentando um bom acabamento superficial. Laminação ▪ Aspectos metalúrgicos do processo Laminação ▪ Aspectos metalúrgicos do processo ➢ A laminação a quente Laminação ▪ Aspectos metalúrgicos do processo Laminação ▪ Aspectos metalúrgicos do processo ➢ Formação de texturas; • Exemplo da textura de fibra na laminação de arames e barras; ➢ Tratamento térmico de recozimento; Laminação ▪ Aspectos metalúrgicos do processo ➢Laminação convencional Laminação ▪ Aspectos metalúrgicos do processo ➢Laminação controlada Laminação ▪ Aplicações ➢ Os produtos laminados (materiais ferrosos e não ferrosos) podem ser classificados em semi-acabados e acabados; • produtos semi-acabados: os blocos, as placas e os tarugos. • produtos acabados subdividem-se: ✓ Não-planos: trilhos e perfis estruturais (I, L, U, T etc) obtidos a partir de blocos e barras, barras para trefilação e tubos sem costura obtidos a partir dos tarugos; ✓ Planos: chapas e as tiras laminadas a quente e a frio, as fitas as folhas e as tiras para fabricação dos tubos com costura; Laminação ▪ Produtos Piso Laminação ▪ Produtos Bobinas Laminação ▪ Produtos Bobinas Laminação ▪ Produtos Diversos Laminação ▪ Defeitos dos produtos laminados Laminação ▪ Defeitos dos produtos laminados Laminação ▪ Tensões residuais Laminação ▪ Equipamentos Laminação a quente Laminação ▪ Equipamentos Laminação a quente (Al) Laminação ▪ Equipamentos Laminação a frio Laminação ▪ Equipamentos Laminação intermediária (“morna”) Laminação ▪ Equipamentos Produto final (bobinas) Laminação ▪ Equipamentos ➢ Os principais equipamentos de laminação são: laminadores, sistema de acionamentos dos cilindros e equipamentos de manuseio e transporte das peças; ➢ Os laminadores são compostos por: cilindros, mancais e carcaça (gaiola). • Os tipos principais são: duo, trio e quádruo; Laminação ▪ Equipamentos Componentes de um Laminador Laminação ▪ Partes dos laminadores Cilíndros laminadores Laminação ▪ Partes dos laminadores Quadros Laminação ▪ Tipos de laminadores Duo não-reversíveis Duo reversíveis Laminação Laminadores trio Laminadores quádruo ▪ Tipos de laminadores Laminação Laminadores tipo universal ▪ Tipos de laminadores Laminadores Sendzimir Laminação Laminadores Sendzimir ▪ Tipos de laminadores www.sendzimir.com Laminação Laminadores Sendzimir ▪ Tipos de laminadores Laminação Laminador Sendzimer Laminação Laminador mannesmann ▪ Tipos de laminadores Laminação Laminador Mannesmann ▪ Tipos de laminadores Laminação Laminador planetário Laminador de anéis ▪ Tipos de laminadores Laminação Laminadores de roscas ▪ Tipos de laminadores Laminação ▪ Seqüência de fabricação de perfis Laminação ▪ Etapas do processo Laminação ▪ Etapas do processo Laminação ▪ Seqüência de fabricação de perfis Laminação ▪ Fabricação de perfis Laminação Kalpakjian www.cometroll.com www.safeair-dowco.com ▪ Fabricação de perfis Laminação www.mortonbuildings.com ▪ Fabricação de perfis Laminação ▪ Seqüência de laminação de chapas Laminação • Fabricação de aço Laminação • Laminação a quente Laminação • Laminação a frio Laminação • Laminador Sendzimir Laminação • Laminação de roscas – Grandes dimensões Laminação • Laminação de parafusos Laminação • Laminação de parafusos Vídeos Laminação https://www.youtube.com/watch?v=AuuP8L-WppI https://www.youtube.com/watch?v=DWUto5m8w48 https://www.youtube.com/watch?v=3H3QhbQtsLo http://www.youtube.com/watch?v=6xnKmt_gsLs hot rolling 3 min
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