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* * FACULDADE NOVOS HORIZONTES DISCIPLINA: CRIMES EM ESPÉCIE (CESPE) Professora Gabriela Dourado Nunes de Lima Turma: 06D1M * * PROGRAMA ANALÍTICO DA DISCIPLINA: Unidade 1 Introdução ao estudo dos crimes em espécie. Unidade 2 Crimes contra a Pessoa (Título I) 2.1 Dos crimes contra a vida a) Homicídio; b) Instigação, induzimento ou auxílio ao suicídio; c) infanticídio; d) Aborto (cap. I – art. 121 a 128) 2.2 Das lesões corporais (cap. II – art. 129); 2.3 Da periclitação da vida e da saúde (cap. III – art. 130 a 136); 2.4 Da Rixa (cap. IV – art. 137); 2.5 Dos crimes contra a honra (cap. V – art. 138 a 145); 2.6 Dos crimes contra a liberdade individual (cap. VI – art. 146 a 154); * * Unidade 3 Crimes contra o Patrimônio (título II). 3.1 Furto (cap. I – art. 155 a 156); 3.2 Roubo e Extorsão (cap. II – art. 157 a 160); 3.3 Usurpação; 3.4 Dano (cap. IV – art. 163); 3.5 Apropriação Indébita (cap. V – art. 168 a 170); 3.6 Estelionato e outras fraudes (cap. VI – art. 171); 3.7 Receptação (cap. VII – art. 180); 3.8 Disposições gerais sobre crimes contra o patrimônio (cap. VIII - art. 181 a 183) Unidade 4 Crimes contra a Propriedade Imaterial. (cap. I – art. 184 a 186) Unidade 5 Crimes contra a Organização do Trabalho. * * Unidade 6 Crimes contra o Sentimento Religioso e contra o Respeito aos Mortos. Unidade 7 Crimes contra a Dignidade Sexual. 7.1 Crimes contra a liberdade sexual (cap. I – art. 213 a 216-A); 7.2 Dos crimes sexuais contra vulnerável (cap. II – art. 217 a 218); 7.3 Do Lenocínio e tráfico de pessoas para fim de prostituição ou outra forma de exploração sexual (cap. V – art. 227 a 231); 7.4 Ultraje público ao pudor e disposições gerais (cap. VI e VII – art. 233 a 234-C). * * Unidade 8 Crimes contra a Família. (cap. I – art. 335 a 339 e cap. III – art. 244) Unidade 9 Crimes contra a Incolumidade Pública, a Paz Pública e a Fé Pública . Título VIII – dos crimes contra a incolumidade pública Cap. I – Dos crimes de perigo comum (art. 250 a 258) Cap. III – Dos crimes contra a saúde pública (art. 267 a 270, 272, 273, 280 e 282 a 285) Título IX – dos crimes contra a paz pública (art. 286 a 288-A) Título X – Dos Crimes Contra A Fé Pública Cap. I – Da moeda falsa (art. 289 a 291) Cap. III – Da falsidade documental (art. 296 a 302, 304 e 305) Capítulo IV – De outras falsidades (art. 307, 308 e 311) Capítulo V – Das fraudes em certames de interesse público (art. 311-A) * * Unidade 10 Crimes contra a Administração Pública. 10.1 Dos crimes praticados por funcionário público contra a Administração em Geral (cap. I - art. 312, 313, 316 a 321, 323, 352, 327 a 334); 10.2 Dos crimes praticados por particular contra a Administração em Geral ; 10.3 Dos crimes praticados por particular contra a Administração Pública estrangeira; 10.4 Dos crimes praticados contra a Administração da Justiça (cap. III - art. 339 a 349, 351 a 357); 10.5 Dos crimes contra as Finanças Públicas; Unidade 11 Crimes de Racismo. * * Unidade 1 Introdução ao estudo dos crimes em espécie Princípios penais importantes: Legalidade e anterioridade; irretroatividade (art. 5º, XXXIX, XL,CR; art. 1º, 2º CP); Personalidade (art. 5º, XLV, CR); Culpabilidade (3 acepções!); Humanidade; Individualização da pena (art. 5º, caput e XLVI, CR); Intervenção mínima / subsidiariedade; Fragmentaridade. * * Infração penal (gênero) x crime/delito e contravenção (espécies) - divisão dicotômica; - Art. 1º da Lei de introdução do CP (DL 3.914/1941) Regra geral: Parte Geral: normas penais não incriminadoras (diretivas – princípios para a aplicação da lei penal; permissivas e explicativas); Parte Especial: normais penais incriminadoras (preceito + sanção). +ou- 230 artigos!) * * conflito aparente de normas (Francisco Assis Toledo): princípio da especialidade: ex speciallis derrogat lex generallis. Ou seja, diante da dúvida na subsunção de dois tipos penais, constata-se uma relação de especialidade entre eles, de gênero e espécie, para que esta (norma especial) afaste a aplicação da norma geral. princípio da subsidiariedade: posição de maior ou menor grau de execução; princípio da consunção: tipos visam “a proteção de bens jurídicos diferentes”; atento ao princípio do ne bis in idem, para impedir a dupla punição pelo mesmo fato, determina que a norma mais ampla absorva a menos ampla, em uma relação de meio e fim, na qual o crime menos grave é abrangido pelo crime mais grave. * * Tempo de Crime (art. 4º, CP): momento da ação ou omissão, ainda que em outro ocorra o resultado (teoria da atividade); Lugar do crime (art. 6º, CP): local da ação e do resultado (teoria da ubiquidade); Conceito Analítico de crime (tripartido): FATO TÍPICO ANTIJURÍDICO CULPÁVEL * * 0) FATO/CONDUTA: ação ou omissão (própria ou imprópria); - causas excludentes: a) força física irresistível (coação física irresistível); b) estados de inconsciência; c) Movimentos/atos reflexos ; 1) TIPICIDADE: análise da adequação do fato à norma penal (tipo penal); Tipo Legal x Fato típico a relação luva e mão! * * Roteiro para análise do tipo penal em abstrato (antes de enfrentar a conduta concreta): Tipo legal (artigo completo); Conduta (descrita no tipo); Objeto jurídico (protegido pela norma – ver rubrica legal e posição do artigo no CP); Objeto material (verificar se previsto no tipo); Sujeito Ativo (verificar se prevista qualidade especial no tipo); Sujeito passivo (verificar se prevista qualidade especial no tipo); Meios e modos de execução (verificar se previstos no tipo); Circunstâncias de tempo e lugar: (verificar se previstos no tipo); Relação de Causalidade (art. 13, CP - analisar a existência no caso concreto). Resultado (verificar se previsto no tipo); Elemento subjetivo (dolo, elemento subjetivos especiais do tipo, culpa – identificar “o” ou “os” elementos subjetivos previstos no tipo). 1 a 10 – tipo objetivo; 11 – tipo subjetivo. * * CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES: Quanto à conduta: a) Comissivo x Omissivo Próprio x Omissivo Impróprio; b) Plurissubsistente x Unissubsistente (quantidade de atos para execução); c) Tipo Penal Simples x Misto ou Composto (quantidade de verbos núcleos); d) Tipo básico ou fundamental x Qualificado x Privilegiado; Em razão do objeto jurídico: e) uniofensivo x pluriofensivo (quantidade de bens tutelados); Em razão do sujeito ativo: f) Comum X Próprio X de Mão Própria (qualidade do sujeito ativo); g) Unissubjetivo X Plurissubjetivo (quantidade de sujeitos ativos); Em razão do resultado: h) Dano X Perigo (abstrato e concreto); (critério: lesão ou a probabilidade de dano decorrente do resultado da conduta prevista no tipo penal); i) Material X Formal (critério: configuração, ou não, de resultado externo à conduta prevista no tipo - resultado naturalístico); * * 2) ILICITUDE: designa oposição, contradição, antagonismo entre o fato típico e todo o ordenamento jurídico relação contraditória entre o fato e a norma; - Para ser ilícito, o fato não pode ter sido praticado mediante uma das causas de exclusão da ilicitude (art. 23 a 25, do CP): * estado de necessidade necessidade de afastar perigo; * legítima defesa necessidade de afastar perigo; * estrito cumprimento de dever legal atuação conforme prerrogativa prevista em lei; * exercício regular de direito atuação conforme prerrogativa prevista em lei; Causa supralegal: consentimento do ofendido (construção doutrinária) ausência de interesse. * * 3) CULPABILIDADE: acepção como fundamento da sanção penal (e não como princípio ou limite para a pena); - elementos estruturais: 3.1. Imputabilidade (capacidade de culpabilidade); 3.2. Potencial consciência da ilicitude; 3.3. Exigibilidade de condutadiversa. - causas excludentes: i. Inimputabilidade e culpabilidade reduzida (art. 26, CP); ii. Erro de proibição inevitável (art. 21, CP); iii. Inexigibilidade de conduta diversa (art. 22, CP); Coação moral irresistível; Obediência hierárquica * * Tipo Consumado e Tentado (art. 14, CP); ITER CRIMINIS. Fases do “caminho do crime: - Fase Interna: a.1. Cogitação; - Fase Externa: a.2. atos preparatórios. a.3. atos de execução. a.4. Consumação. Elementos da tentativa: a) início dos atos executórios “quando, iniciada a execução” b) ausência de consumação (resultado) por circunstâncias alheias à vontade do agente – natureza da interrupção é irrelevante! C) dolo e eventuais elementos subjetivos. * * * imagem extraída da Apostila do Curso de Formação de Sargentos CBMPE - 2012.1 do Estado do Pernambuco. * * * imagem extraída da Apostila do Curso de Formação de Sargentos CBMPE - 2012.1 do Estado do Pernambuco. * * Crimes que não admitem tentativa: Culposos; unissubsistentes (se aperfeiçoam em um único ato); omissivos próprios; Contravenções (por determinação legal: art. 4º do DL nº 3.688/1941 – “Não é punível a tentativa de contravenção”); habituais (consumação ocorre com a reiteração – Exemplo: rufianismo Art. 230) * * Concurso de Pessoas (art. 29 a 31, CP) REQUISITOS: 1. Pluralidade de agentes e de condutas; 2. Relevância causal de cada conduta; 3. Liame subjetivo entre os agentes; 4. Identidade de infração penal. * * Unidade 2 Crimes contra a Pessoa (Título I) 2.1 Dos crimes contra a vida : a) Homicídio - homicídio X assassinato; a.1. Homicídio Simples: TÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A PESSOA 1º dos 11 títulos da parte especial que traduzem os bens jurídicos tutelados! CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A VIDA crimes de dano (cap. III: crimes de perigo) Título VIII – crimes contra a incolumidade pública tb seriam crimes de perigo contra a vida! Homicídio simples rubrica legal Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. * * 1) Tipo legal: “matar alguém” eliminar a vida de alguém! 2) Conduta: verbo matar – crime comissivo e omissivo impróprio (garantidor); crime plurissubsistente; simples; básico; 3) Bem/Objeto jurídico: vida (crime uniofensivo); - Quando inicia a vida? Com o início do parto, com o rompimento do saco amniótico. - Quando termina a vida? Morte encefálica (lei nº 9.434/1997 – transplante de órgãos) 4) Objeto material: pessoa sobre a qual recai a conduta – “alguém”; - Cadáver = crime impossível (art. 17, CP – absoluta impropriedade do objeto) * * 5) Sujeito Ativo: qualquer pessoa (crime comum e unissubjetivo); - ver a posição de garantidor (art. 13, §2º, CP) – crime omissivo impróprio; 6) Sujeito passivo: “alguém” - pessoa humana viva; 6.1. Sujeitos passivos especiais: - Presidente da Republica, Senado, Câmara dos Deputados ou STF: crime contra a segurança nacional (art. 29 da lei nº 7.170/1983) Pena de 15 a 30 anos! - menor de 14 ou maior de 60: causa de aumento prevista no §4º do art. 121; 7) Meios e modos de execução: não previstos no tipo; 8) Circunstâncias de tempo e lugar: não previstos no tipo; * * 9) Relação De Causalidade: 10) Resultado (consumação): morte do sujeito passivo (crime plurissubsistente, de dano e material); - necessidade de exame de corpo de delito (art. 167 CPP); - tentativa cabível (realização incompleta do tipo); - causas de inadequação típica da tentativa: desistência voluntária e arrependimento eficaz (art. 15, CP) – responde pelos atos já praticados; arrependimento posterior (art. 16, CP) – causa de diminuição de pena; 11) Elemento subjetivo: dolo (vontade livre e consciente de realizar uma conduta dirigida à produção da morte de outrem - animus necandi) – direto ou eventual. * * Sentença aplicando arrependimento eficaz no caso de homicídio: * * a.2. Homicídio Privilegiado (causa especial de redução de pena): Caso de diminuição de pena reconhecimento pelo Júri! § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. * * - tipo privilegiado em razão da motivação: i. relevante valor social: interesses da coletividade e não somente pessoais; ex. morte traidor da pátria ou traficante que aterrorizava o bairro; político corrupto; ii. relevante valor moral: importante para o agente; ex. morte estuprador da filha; eutanásia; - ≠ atenuante (art. 65, III, ‘a’, CP): a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; iii. domínio violenta emoção: circunstância de tempo - logo em seguida: sem tempo para refletir; - injusta provocação ≠ injusta agressão (ai caberia LD); - ≠ atenuante (art. 65, III, ‘c’, CP): sob influência – e não domínio - e sem elemento temporal; * * a.3. Homicídio Qualificado: motivos, meios modos e qualidade do sujeito passivo causam maior reprovação ao homicídio; Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe motivo determinante – pessoal/subjetiva; - paga ou processa de recompensa: espécies de motivo torpe – homicídio mercenário; predomina o entendimento que deve ter cunho econômico; crime plurissubjetivo (2 agentes); - motivo torpe: que causa repugnância; vingança e ciúmes não necessariamente; * * Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: II - por motivo fútil; motivo determinante – pessoal/subjetiva; insignificante, desproporcional; - Ausência de motivo, ciúmes ou vingança não é motivo fútil! Inc. I e II: em regra, por ser circunstância pessoal do executor, é incomunicável (art. 30, CP); * * III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; meio de execução – objetiva! - meio insidioso: dissimulação da sua eficiência maléfica (Exposição de motivos - item 38); exemplo: veneno; - meio cruel: forma brutal, bárbara, com sofrimento desnecessário; exemplo: fogo e explosivo; - resultando perigo comum: atinge nº indefinido de pessoas; ≠ dos crimes de perigo comum (Título VIII, Cap.1) pelo elemento subjetivo; exemplos: fogo e explosivo, asfixia, tortura (não possui fim em si mesma, senão aplica-se a lei nº 9.455/97); * * PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO. JÚRI. MOTIVO TORPE. PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA. CIRCUNSTÂNCIA SUBJETIVA. MANDANTE. COMUNICABILIDADE. ANÁLISE CASUÍSTICA. RECURSO PROVIDO. 1. Não obstante a paga ou a promessa de recompensa seja circunstância acidental do delito de homicídio, de caráter pessoal e, portanto, incomunicável automaticamente a coautores do homicídio, não há óbice a que tal circunstância se comunique entre o mandante e o executor do crime, caso o motivo que levou o mandante a empreitar o óbito alheio seja torpe, desprezível ou repugnante. 2. Na espécie, o recorrido teria prometido recompensa ao executor, a fim de, com a morte da vítima, poder usufruir vantagens no cargo que exercia na Prefeitura Municipal de Fênix. 3. Recurso especial provido, para reconhecer as apontadas violações dos arts. 30 e 121, § 2º, I, ambos do Código Penal, e restaurar a decisão de pronúncia, restabelecendo a qualificadora do motivo torpe, a fim de que o réu seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, pela prática do delito previsto no art. 121, § 2º, I e IV, do Código Penal. (STJ, REsp 1209852/PR, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe 02/02/2016) * * Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: (...) IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulaçãoou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; modo de execução – objetiva! Dificultar ou impossibilitar a defesa da vítima é cláusula geral, enquanto as demais são espécies casuísticas; traição – atuar de forma desleal; emboscada – tocaia; dissimulação – esconder a real intenção; * * Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: (...) V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime fins determinantes – subjetiva! Pena - reclusão, de doze a trinta anos. - na hipótese de assegurar a execução, o crime não ocorreu; na ocultação e impunidade, o crime já ocorreu; - conexão com outro crime, mesmo se ele não chega a ser praticado ou se está prescrito! - se a conexão for com contravenção penal, não incide a qualificadora! * * Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: (...) Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: qualidade especial do sujeito passivo! (...) § 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) * * VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) Pena - reclusão, de doze a trinta anos. qualidade especial do sujeito passivo! - Forças Armadas (Marinha, Exército ou Aeronáutica); - exercício de atividades de segurança pública: 1) polícia federal; 2) polícia rodoviária federal; 3) polícia ferroviária federal; 4) polícias civis; 5) polícias militares e corpos de bombeiros militares. - em decorrência da função: aposentados? * * Homicídio qualificado-privilegiado: possibilidade, desde que as qualificadoras sejam de natureza objetiva (incisos III e IV – meios e modos); Ex. emboscada e valor moral; Fútil e valor moral não é possível! - Não é crime hediondo! Pluralidade de qualificadoras: uma qualifica e as demais são usadas como circunstância judicial desfavorável; Crimes hediondos (art. 1º, I, lei 8072/90) – homicídio: a) simples (caput), quando praticado em atividade típica de grupo de atividade de extermínio ; b) qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); * * a.4. Homicídio Culposo: Homicídio culposo § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) Pena - detenção, de um a três anos. Modalidades de culpa: A) Negligência (passivo): displicência; cuidado que, mesmo sendo possível, não é observado pelo agente; deixa de fazer o que deveria! B) imprudência (ativo): conduta arriscada ou perigosa; C) Imperícia: despreparo para exercer arte, profissão ou ofício. - não há compensação de culpas no DP; apenas culpa exclusiva da vítima exclui o crime! * * Elementos do crime culposo: a) Conduta voluntária b) Inobservância de dever de cuidado (ou dever de cautela): persegue um fim lícito, mas em determinado momento viola dever de cuidado imprudência, imperícia ou negligência; c) Resultado: decorrente da violação de dever de cuidado; involuntário, caso contrário será doloso; sem ele não há crime culposo! Se desobedece dever de cuidado e nada acontece! d) Relação de causalidade: entre a inobservância de dever de cuidado e o resultado involuntário. e) Previsibilidade objetiva (do resultado lesivo): é a possibilidade que existe de antever a superveniência de resultado lesivo. Resultado deve ser previsível. * * a.5. Disposições gerais: causas de aumento de pena: Aumento de pena § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica* de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos**. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) * * Crime culposo – aumento em 1/3: a) não observar regra técnica: não seria bis in idem frente a modalidade de imperícia? Divergência no STJ (Greco); doutrina sustenta que o agente, neste caso, é possui o conhecimento técnico e não o observa, enquanto na imperícia há inaptidão; b) ausência de prestação de socorro: afasta tipicidade do art. 135, CP; não se aplica se ocorreu morte imediata ou se outras pessoas prestaram socorro; se a vida do agente estiver em risco, pode não prestar socorro sem incidir; c) não procura diminuir as consequências ou foge para evitar prisão: se confundem com a omissão de socorro; - crime doloso – aumento de 1/3 em homicídios contra criança e idoso; * * § 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012) modo de execução? Qualidade especial do sujeito ativo; § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; circunstância de tempo; II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; = §4º, mas em quantidade maior; III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. modo de execução; * * Perdão Judicial: § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) - normalmente identificado pela expressão “o juiz poderá deixar de aplicar a pena”; - fato típico, antijurídico e culpável, mas mesmo assim a pena não é aplicada! * * Perdão Judicial: - por razões de política criminal, deixa de aplicar a pena em razão da configuração de circunstância expressamente prevista Hipótese de extinção da punibilidade (art. 107, IX, CP) + não gera reincidência (art. 120, CP); - direito público subjetivo de liberdade do indivíduo (desde que preenchidos os requisitos legais) que independe de aceitação do agente; - natureza jurídica da sentença que concede o perdão judicial é declaratória de extinção de punibilidade, afastando os efeitos penais; Não interrompe a prescrição! * * - Exposição de motivos da Nova Parte Geral do CP (Lei nº 7.209/1984): “98. Incluiu-se o perdão judicial entre as causas em exame (art. 107, IX) e explicitou-se que a sentença que o concede não será considerada para configuração futura de reincidência (art. 120). Afastam-se, com isso, as dúvidas que ora têm suscitado decisões contraditórias em nossos tribunais. A opção se justifica a fim de que o perdão, cabível quando expressamente previstona Parte Especial ou em lei, não continue, como por vezes se tem entendido, a produzir os efeitos de sentença condenatória.” * * - Súmula nº 18 do STJ - A SENTENÇA CONCESSIVA DO PERDÃO JUDICIAL E DECLARATÓRIA DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE, NÃO SUBSISTINDO QUALQUER EFEITO CONDENATORIO. (DJ 28/11/1990 p. 13963 RSTJ vol. 16 p. 465 RT vol. 661 p. 324) - possibilidade de aplicação ao CTB (homicídio e lesão culposos na direção de veículo automotor - art. 302 e 303); O dispositivo do CTB que tratava do tema foi vetado (art. 300) – razões do veto: entendeu-se que o CP já regulava o tema; * * Observações: o perdão judicial é previsto na parte especial e também na legislação esparsa; Outras hipóteses: - lesão corporal (art. 129, §8º); - injúria (art. 140, §1º); - outras fraudes (art. 176, pu); - receptação (art. 180, §3º); - parto suposto (art. 242, pus); - subtração de incapazes (art. 249); - código eleitoral (art. 326, §1º); - crime ambiental (art. 29, §2º); - lei de contravenções (art. 39, §2º); - lei de lavagem de dinheiro (art. 1º, §5º); - lei de proteção das testemunhas (art. 13).
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