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Organizado por CP Iuris ISBN 978-85-5805-020-3 DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL 2ª edição Brasília CP Iuris 2021 SOBRE A AUTORA MICHELLE TONON. Bacharela em Direito pela Universidade de Brasília - UnB (2005). Foi aprovada, ainda durante a faculdade, no concurso para técnico judiciário do Superior Tribunal de Justiça. Atuou, de 2005 a 2007, como assessora de Subprocuradores-Gerais da República na PGR. Ingressou na Defensoria Pública do Distrito Federal em 2008, com atuação predominante na área criminal e Tribunal do Júri. Possui pós-graduação lato sensu em Direito, Estado e Constituição pela Jurplac/Faciplac (2009). É coautora das obras "Série Defensoria Pública. Teses jurídicas dos Defensores Públicos do Distrito Federal. Direito Penal e Processual Penal. Coordenação da ADEP- DF", "Manual de mediação judicial", "Estudos de arbitragem, mediação e negociação. Volumes 2 e 3", "O novo Direito Administrativo brasileiro - o Estado, as agências e o terceiro setor" e "O novo Direito Administrativo - o público e o privado em debate". SUMÁRIO INTRODUÇÃO À OBRA ...............................................................................................................................................15 CAPÍTULO 1 — DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DOS CRIMES CONTRA A VIDA .......................................................16 1. ART. 121. HOMICÍDIO ................................................................................................................................................... 16 1.2. Homicídio Privilegiado....................................................................................................................................... 17 1.3. Homicídio Privilegiado-Qualificado ou Híbrido ................................................................................................. 18 1.4. Homicídio Qualificado ....................................................................................................................................... 19 1.5. Homicídio Culposo ............................................................................................................................................. 25 QUESTÕES ....................................................................................................................................................................... 26 COMENTÁRIOS .................................................................................................................................................................. 26 2. ART. 122. INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 13.968/19) . 27 3. ART. 123. INFANTICÍDIO ................................................................................................................................................. 29 4. ARTS. 124 A 128. ABORTO ............................................................................................................................................. 29 QUESTÕES ....................................................................................................................................................................... 31 CAPÍTULO 2 — DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DAS LESÕES CORPORAIS ................................................................33 1. ART. 129. LESÃO CORPORAL ........................................................................................................................................... 33 1.1. Considerações iniciais........................................................................................................................................ 33 1.2. Substituição de pena ......................................................................................................................................... 36 1.3. Aumento de pena (lesão corporal culposa majorada) ...................................................................................... 37 1.4. Perdão judicial ................................................................................................................................................... 37 1.5. Violência doméstica .......................................................................................................................................... 37 CAPÍTULO 3 — DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE ........................................38 1. ART. 130. PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO ........................................................................................................................ 38 2. ART. 131. PERIGO DE CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE ........................................................................................................ 39 3. ART. 132. PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM ....................................................................................................... 39 4. ART. 133. ABANDONO DE INCAPAZ .................................................................................................................................. 40 5. ART. 134. EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO .................................................................................................. 41 6. ART. 135. OMISSÃO DE SOCORRO .................................................................................................................................... 41 7. ART. 135-A. CONDICIONAMENTO DE ATENDIMENTO MÉDICO-HOSPITALAR EMERGENCIAL ......................................................... 42 8. ART. 136. MAUS-TRATOS .............................................................................................................................................. 43 CAPÍTULO 4 — DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DA RIXA .........................................................................................44 1. ART. 137. RIXA ............................................................................................................................................................ 44 1.1. Qualificadora ..................................................................................................................................................... 44 CAPÍTULO 5 — DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DOS CRIMES CONTRA A HONRA ....................................................46 1. CLASSIFICAÇÃO DA HONRA ............................................................................................................................................... 46 2. ART. 138. CALÚNIA ....................................................................................................................................................... 46 3. ART. 139. DIFAMAÇÃO .................................................................................................................................................. 47 3.1. Exceção da notoriedade .................................................................................................................................... 47 4. ART. 140. INJÚRIA ........................................................................................................................................................ 48 QUESTÕES ....................................................................................................................................................................... 50 CAPÍTULO 6 — DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL ..................................51 1. ART. 146. CONSTRANGIMENTO ILEGAL ............................................................................................................................. 51 2. ART. 147. AMEAÇA ....................................................................................................................................................... 513. ART. 148. SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO ....................................................................................................................... 52 4. ART. 149. REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO ................................................................................................. 53 5. ART. 149-A. TRÁFICO DE PESSOAS ................................................................................................................................... 54 6. DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO ...................................................................................................... 55 6.1. Art. 150. Violação de Domicílio ......................................................................................................................... 55 7. DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA ........................................................................................... 56 7.1. Art. 151. Violação de Correspondência ............................................................................................................. 56 7.2. Art. 152. Correspondência Comercial ................................................................................................................ 58 8. DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS...................................................................................................... 58 8.1. ART. 153. DIVULGAÇÃO DE SEGREDOS .......................................................................................................................... 58 8.2. Art. 154. Violação de Segredo Profissional ....................................................................................................... 59 8.3. Art. 154-A. Invasão de Dispositivo Informático ................................................................................................. 59 CAPÍTULO 7 — DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: DO FURTO ............................................................................61 1. ART. 155. FURTO .......................................................................................................................................................... 61 1.1. Princípio da insignificância ou bagatela (causa de exclusão da tipicidade) ...................................................... 61 1.2. Requisitos para o reconhecimento da insignificância no caso concreto ........................................................... 62 1.3. Teorias acerca da consumação dos crimes de furto e roubo ............................................................................ 63 1.4. Repouso noturno ............................................................................................................................................... 63 1.5. Furto privilegiado .............................................................................................................................................. 64 1.6. Furto privilegiado-qualificado (híbrido) ............................................................................................................ 64 1.7. Furto qualificado ............................................................................................................................................... 65 1.8. Art. 156. Furto de Coisa Comum ....................................................................................................................... 69 QUESTÕES ....................................................................................................................................................................... 69 CAPÍTULO 8 — DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: DO ROUBO E DA EXTORSÃO .................................................70 1. CONSUMAÇÃO DO ROUBO PRÓPRIO .................................................................................................................................. 71 2. ROUBO CIRCUNSTANCIADO, AGRAVADO OU MAJORADO (ROUBO PRÓPRIO OU IMPRÓPRIO) .......................................................... 71 3. PLURALIDADE DE CAUSAS DE AUMENTO DE PENA ................................................................................................................. 74 4. ROUBO QUALIFICADO PELO RESULTADO.............................................................................................................................. 75 4.1. Latrocínio (art. 157, §3º, inc. II)......................................................................................................................... 75 QUESTÕES ....................................................................................................................................................................... 76 5. ART. 158. EXTORSÃO..................................................................................................................................................... 77 QUESTÕES ....................................................................................................................................................................... 78 6. ART. 159. EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO .................................................................................................................... 78 7. ART. 160. EXTORSÃO INDIRETA ....................................................................................................................................... 79 CAPÍTULO 9 — DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: DA USURPAÇÃO ...................................................................80 1. ART. 161. ALTERAÇÃO DE LIMITES ................................................................................................................................... 80 2. ART. 162. SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE MARCA EM ANIMAIS ............................................................................................. 81 CAPÍTULO 10 — DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: DO DANO ...........................................................................82 1. DOCUMENTOS PÚBLICOS PODEM SER OBJETO MATERIAL DO CRIME DE DANO? ........................................................................... 82 2. FIGURAS QUALIFICADAS DO DANO. ART. 163, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISOS I A IV ...................................................................... 83 3. DANO À CELA OU INSTALAÇÃO DE PRESÍDIO COM FINALIDADE DE FUGA ..................................................................................... 84 4. ART. 164. INTRODUÇÃO OU ABANDONO DE ANIMAIS EM PROPRIEDADE ALHEIA ....................................................................... 84 5. ART. 165. DANO EM COISA DE VALOR ARTÍSTICO, ARQUEOLÓGICO OU HISTÓRICO .................................................................... 84 6. ART. 166. ALTERAÇÃO DE LOCAL ESPECIALMENTE PROTEGIDO .............................................................................................. 84 7. ART. 167. AÇÃO PENAL ................................................................................................................................................. 84 CAPÍTULO 11 — DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA ..............................................85 1. ART. 168. APROPRIAÇÃO INDÉBITA .................................................................................................................................. 85 2. ART. 168-A. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA ........................................................................................................ 85 3. ART. 169. APROPRIAÇÃO DE COISA HAVIDA POR ERRO, CASO FORTUITO OU FORÇA DA NATUREZA ............................................. 87 4. ART. 170. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PRIVILEGIADA .............................................................................................................. 87 CAPÍTULO 12 — DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES ...............................88 1. ART. 171. ESTELIONATO................................................................................................................................................. 88 1.1. Reparação do dano e estelionato ..................................................................................................................... 90 2. ART. 172. DUPLICATA SIMULADA ..................................................................................................................................... 91 3. ART. 173. ABUSO DE INCAPAZES ...................................................................................................................................... 92 4. ART. 174. INDUZIMENTO À ESPECULAÇÃO ......................................................................................................................... 92 5. ART. 175. FRAUDE NO COMÉRCIO .................................................................................................................................... 92 6. ART. 176. OUTRAS FRAUDES ........................................................................................................................................... 93 7. ART. 177. FRAUDES E ABUSOS NA FUNDAÇÃO OU ADMINISTRAÇÃO DE SOCIEDADE POR AÇÕES ................................................... 93 8. ART. 178. EMISSÃO IRREGULAR DE CONHECIMENTO DE DEPÓSITO OU WARRANT ..................................................................... 94 9. ART. 179. FRAUDE À EXECUÇÃO ...................................................................................................................................... 94 CAPÍTULO 13 — DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: DA RECEPTAÇÃO .................................................................96 1. ART. 180-A. RECEPTAÇÃO DE ANIMAL .............................................................................................................................. 98 CAPÍTULO 14 — DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: DISPOSIÇÕES GERAIS ..........................................................99 QUESTÕES ....................................................................................................................................................................... 99 CAPÍTULO 15 — DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL ........................................................................ 101 1. ART. 184. VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL ..................................................................................................................... 101 2. ART. 185. USURPAÇÃO DE NOME OU PSEUDÔNIMO ALHEIO ............................................................................................... 102 3. ART. 186. AÇÃO PENAL ............................................................................................................................................... 103 CAPÍTULO 16 — DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL: DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO ............................................................................................................................................................... 104 CAPÍTULO 19 — DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ................................................................. 105 1. ART. 197. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHO ................................................................................................ 105 2. ART. 198. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE TRABALHO E BOICOTAGEM VIOLENTA ......................................... 105 3. ART. 199. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO .............................................................................................. 106 4. ART. 200. PARALISAÇÃO DE TRABALHO, SEGUIDA DE VIOLÊNCIA OU PERTURBAÇÃO DA ORDEM ................................................. 106 5. ART. 201. PARALISAÇÃO DE TRABALHO DE INTERESSE COLETIVO .......................................................................................... 106 6. ART. 202. INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, COMERCIAL OU AGRÍCOLA. SABOTAGEM. ............................................. 107 7. ART. 203. FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA .............................................................................. 107 8. ART. 204. FRUSTRAÇÃO DE LEI SOBRE A NACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO ............................................................................. 108 9. ART. 205. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO ADMINISTRATIVA ................................................................. 108 10. ART. 206. ALICIAMENTO PARA O FIM DE EMIGRAÇÃO ...................................................................................................... 108 11. ART. 207. ALICIAMENTO DE TRABALHADORES DE UM LOCAL PARA OUTRO DO TERRITÓRIO NACIONAL ...................................... 109 CAPÍTULO 20 — DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS: DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO ........................................................................................................... 110 1. ART. 208. ULTRAJE A CULTO E IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE ATO A ELE RELATIVO .......................................................... 110 2. ART. 209. IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE CERIMÔNIA FUNERÁRIA ................................................................................ 110 3. ART. 210. VIOLAÇÃO DE SEPULTURA ............................................................................................................................... 110 4. ART. 211. DESTRUIÇÃO, SUBTRAÇÃO OU OCULTAÇÃO DE CADÁVER ....................................................................................... 111 5. ART. 212. VILIPÊNDIO A CADÁVER .................................................................................................................................. 111 CAPÍTULO 21 — DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL ........... 112 1. ART. 213. ESTUPRO .................................................................................................................................................... 112 2. ART. 214. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR ..................................................................................................................... 113 3. ART. 215. VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE .............................................................................................................. 113 4. ART. 215-A. IMPORTUNAÇÃO SEXUAL............................................................................................................................. 114 5. ART. 216. ATENTADO AO PUDOR MEDIANTE FRAUDE ......................................................................................................... 115 6. ART. 216-A. ASSÉDIO SEXUAL ....................................................................................................................................... 115 CAPÍTULO 22 — DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL ................. 117 1. ART. 216-B. REGISTRO NÃO AUTORIZADO DA INTIMIDADE SEXUAL........................................................................................ 117 CAPÍTULO 23 — DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL .......... 119 1. ART. 217. SEDUÇÃO .................................................................................................................................................... 119 2. ART. 217-A. ESTUPRO DE VULNERÁVEL ........................................................................................................................... 119 3. ART. 218. CORRUPÇÃO DE MENORES .............................................................................................................................. 120 4. ART. 218-A. SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE .......................................................121 5. ART. 218-B. FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL ................................................................................................................................................................... 121 6. ART. 218-C. DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO E DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, DE SEXO OU PORNOGRAFIA ............................... 123 CAPÍTULO 24 — DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: DO RAPTO ............................................................... 125 1. ART. 225. AÇÃO PENAL ............................................................................................................................................... 125 2. ART. 226. AUMENTO DE PENA ....................................................................................................................................... 125 QUESTÕES ..................................................................................................................................................................... 126 GABARITO ...................................................................................................................................................................... 127 CAPÍTULO 26 — DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA O FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL ............................................................................ 128 1. ART. 227. MEDIAÇÃO PARA SERVIR A LASCÍVIA DE OUTREM ................................................................................................. 128 2. ART. 228. FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL ....................................................... 129 3. ART. 229. CASA DE PROSTITUIÇÃO ................................................................................................................................. 129 4. ART. 230. RUFIANISMO ............................................................................................................................................... 131 5. ARTS. 231 E 231-A. TRÁFICO INTERNACIONAL E INTERNO PARA FIM DE EXPLORAÇÃO SEXUAL .................................................... 132 6. ART. 232-A. PROMOÇÃO DE MIGRAÇÃO ILEGAL ................................................................................................................ 132 CAPÍTULO 27 — DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR ........................... 133 1. ART. 233. ATO OBSCENO .............................................................................................................................................. 133 2. ART. 234. ESCRITO OU OBJETO OBSCENO ......................................................................................................................... 133 CAPÍTULO 28 — DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: DISPOSIÇÕES GERAIS .............................................. 135 1. ART. 234-A. AUMENTO DE PENA ................................................................................................................................... 135 CAPÍTULO 29 — DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA: DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO ....................................... 136 1. ART. 235. BIGAMIA ..................................................................................................................................................... 136 2. ART. 236. INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL E OCULTAÇÃO DE IMPEDIMENTO ......................................................................... 137 3. ART. 237. CONHECIMENTO PRÉVIO DE IMPEDIMENTO ........................................................................................................ 137 4. ART. 238. SIMULAÇÃO DE AUTORIDADE PARA CELEBRAÇÃO DE CASAMENTO ........................................................................... 138 5. ART. 239. SIMULAÇÃO DE CASAMENTO ........................................................................................................................... 138 6. ART. 240. ADULTÉRIO .................................................................................................................................................. 139 CAPÍTULO 30 — DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA: DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO .......................... 140 1. ART. 241. REGISTRO DE NASCIMENTO INEXISTENTE............................................................................................................ 140 2. ART. 242. PARTO SUPOSTO. SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-NASCIDO ..................... 140 3. ART. 243. SONEGAÇÃO DE ESTADO DE FILIAÇÃO ................................................................................................................ 141 CAPÍTULO 31 — DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA: DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR ....................... 142 1. ART. 244. ABANDONO MATERIAL ................................................................................................................................... 142 2. ART. 245. ENTREGA DE FILHO MENOR A PESSOA INIDÔNEA .................................................................................................. 142 3. ART. 246. ABANDONO INTELECTUAL ............................................................................................................................... 143 4. ART. 247. ABANDONO MORAL ...................................................................................................................................... 144 CAPÍTULO 32 —DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA: DOS CRIMES CONTRA O PÁTRIO PODER, TUTELA OU CURATELA ................................................................................................................................................................................ 146 1. ART. 248. INDUZIMENTO A FUGA, ENTREGA ARBITRÁRIA OU SONEGAÇÃO DE INCAPAZES ........................................................... 146 2. ART. 249. SUBTRAÇÃO DE INCAPAZES ............................................................................................................................. 146 CAPÍTULO 33 — DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA: DOS CRIMES DE PERIGO COMUM ................... 148 1. ART. 250. INCÊNDIO .................................................................................................................................................... 148 2. ART. 251. EXPLOSÃO ................................................................................................................................................... 149 3. ART. 252. USO DE GÁS TÓXICO OU ASFIXIANTE ................................................................................................................. 150 4. ART. 253. FABRICO, FORNECIMENTO, AQUISIÇÃO POSSE OU TRANSPORTE DE EXPLOSIVOS OU GÁS TÓXICO, OU ASFIXIANTE .............. 151 5. ART. 254. INUNDAÇÃO ................................................................................................................................................ 151 6. ART. 255. PERIGO DE INUNDAÇÃO ................................................................................................................................. 151 7. ART. 256. DESABAMENTO OU DESMORONAMENTO ........................................................................................................... 152 8. ART. 257. SUBTRAÇÃO, OCULTAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE MATERIAL DE SALVAMENTO ............................................................. 152 9. ART. 258. FORMAS QUALIFICADAS DE CRIME DE PERIGO COMUM ......................................................................................... 153 10. ART. 259. DIFUSÃO DE DOENÇA OU PRAGA .................................................................................................................... 153 CAPÍTULO 34 — DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA:DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS ........................................................................ 154 1. ART. 260. PERIGO DE DESASTRE FERROVIÁRIO .................................................................................................................. 154 2. ART. 261. ATENTADO CONTRA A SEGURANÇA DE TRANSPORTE MARÍTIMO, FLUVIAL OU AÉREO ................................................... 155 3. ART. 262. ATENTADO CONTRA A SEGURANÇA DE OUTRO MEIO DE TRANSPORTE ...................................................................... 156 4. ART. 263. FORMA QUALIFICADA ................................................................................................................................... 156 5. ART. 264. ARREMESSO DE PROJÉTIL ................................................................................................................................ 156 6. ART. 265. ATENTADO CONTRA A SEGURANÇA DE SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA .................................................................... 157 7. ART. 266. INTERRUPÇÃO OU PERTURBAÇÃO DE SERVIÇO TELEGRÁFICO, TELEFÔNICO, INFORMÁTICO, TELEMÁTICO OU DE INFORMAÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA .......................................................................................................................................................... 158 CAPÍTULO 35 — DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA: DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA ........ 159 1. ART. 267. EPIDEMIA .................................................................................................................................................... 159 2. ART. 268. INFRAÇÃO DE MEDIDA SANITÁRIA PREVENTIVA .................................................................................................... 159 3. ART. 269. OMISSÃO DE NOTIFICAÇÃO DE DOENÇA ............................................................................................................. 160 4. ART. 270. ENVENENAMENTO DE ÁGUA POTÁVEL OU DE SUBSTÂNCIA ALIMENTÍCIA OU MEDICINAL ............................................... 161 5. ART. 271. CORRUPÇÃO OU POLUIÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL .................................................................................................... 161 6. ART. 272. FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE SUBSTÂNCIA OU PRODUTOS ALIMENTÍCIOS ..................... 162 7. ART. 273. FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE PRODUTO DESTINADO A FINS TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS .................................................................................................................................................................................... 163 8. ART. 274. EMPREGO DE PROCESSO PROIBIDO OU DE SUBSTÂNCIA NÃO PERMITIDA ................................................................... 165 9. ART. 275. INVÓLUCRO OU RECIPIENTE COM FALSA INDICAÇÃO ............................................................................................. 165 10. ART. 276. PRODUTO OU SUBSTÂNCIA NAS CONDIÇÕES DOS DOIS ARTIGOS ANTERIORES ........................................................... 166 11. ART. 277. SUBSTÂNCIA DESTINADA À FALSIFICAÇÃO ......................................................................................................... 166 12. ART. 278. OUTRAS SUBSTÂNCIAS NOCIVAS À SAÚDE PÚBLICA ............................................................................................. 167 13. ART. 279. SUBSTÂNCIA AVARIADA ................................................................................................................................ 167 14. ART. 280. MEDICAMENTO EM DESACORDO COM RECEITA MÉDICA ...................................................................................... 167 15. ART. 281. COMÉRCIO, POSSE OU USO DE ENTORPECENTE OU SUBSTÂNCIA QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA ....... 168 16. ART. 282. EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA, ARTE DENTÁRIA OU FARMACÊUTICA .................................................................... 168 17. ART. 283. CHARLATANISMO .................................................................................................................................. 169 18. ART. 284. CURANDEIRISMO ........................................................................................................................................ 170 19. ART. 285. FORMA QUALIFICADA .................................................................................................................................. 170 CAPÍTULO 36 — DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA ............................................................................................ 171 1. ART. 286. INCITAÇÃO AO CRIME .................................................................................................................................... 171 2. ART. 287. APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO ................................................................................................................ 172 3. ART. 288. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA ................................................................................................................................ 172 4. ART. 288-A. CONSTITUIÇÃO DE MILÍCIA PRIVADA .............................................................................................................. 174 CAPÍTULO 37 — DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA .............................................................................................. 176 1. ART. 289. MOEDA FALSA ............................................................................................................................................. 176 2. ART. 290. CRIMES ASSIMILADOS AO DE MOEDA FALSA ........................................................................................................ 177 3. ART. 291. PETRECHOS PARA FALSIFICAÇÃO DE MOEDA ....................................................................................................... 177 4. ART. 292. EMISSÃO DE TÍTULO AO PORTADOR SEM PERMISSÃO LEGAL ................................................................................... 178 5. ART. 293. FALSIFICAÇÃO DE PAPÉIS PÚBLICOS ................................................................................................................... 178 6. ART. 294. PETRECHOS DE FALSIFICAÇÃO .......................................................................................................................... 180 7. ART. 295. FORMA MAJORADA ....................................................................................................................................... 181 CAPÍTULO 38 — DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA: DA FALSIDADE DOCUMENTAL .............................................. 182 1. ART. 296. FALSIFICAÇÃO DO SELO OU SINAL PÚBLICO ......................................................................................................... 182 2. ART. 297. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO ........................................................................................................... 182 3. ART. 298. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR ....................................................................................................... 183 4. ART. 299. FALSIDADE IDEOLÓGICA ................................................................................................................................. 184 5. ART. 300. FALSO RECONHECIMENTO DE FIRMA OU LETRA ................................................................................................... 185 6. ART. 301. CERTIDÃO OU ATESTADO IDEOLOGICAMENTE FALSO ............................................................................................. 185 7. ART. 302. FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO .................................................................................................................... 186 8. ART. 303. REPRODUÇÃO OU ADULTERAÇÃO DE SELO OUPEÇA FILATÉLICA .............................................................................. 187 9. ART. 304. USO DE DOCUMENTO FALSO ........................................................................................................................... 187 10. ART. 305. SUPRESSÃO DE DOCUMENTO ......................................................................................................................... 188 CAPÍTULO 39 — DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA: DE OUTRAS FALSIDADES ...................................................... 190 1. ART. 306. FALSIFICAÇÃO DO SINAL EMPREGADO NO CONTRASTE DE METAL PRECIOSO OU NA FISCALIZAÇÃO ALFANDEGÁRIA, OU PARA OUTROS FINS .................................................................................................................................................................. 190 2. FALSA IDENTIDADE ....................................................................................................................................................... 190 2.1. Art. 307. .......................................................................................................................................................... 190 2.2. Art. 308. .......................................................................................................................................................... 191 3. FRAUDE DE LEI SOBRE ESTRANGEIRO ................................................................................................................................ 191 3.1. Art. 309. .......................................................................................................................................................... 191 3.2. Art. 310. .......................................................................................................................................................... 192 4. ART. 311. ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR ......................................................................... 192 5. ART. 311-A. FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO ............................................................................................... 193 CAPÍTULO 40 — DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ....................................................................... 195 CAPÍTULO 41 — DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL ................................................................................................... 197 1. ART. 312. PECULATO ................................................................................................................................................... 197 1.2. Modalidades de peculato ................................................................................................................................ 197 QUESTÕES ..................................................................................................................................................................... 198 GABARITO ...................................................................................................................................................................... 198 2. ART. 313. PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM ............................................................................................................ 199 3. ART. 313-A. INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES .............................................................................. 199 4. ART. 313-B. MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES ................................................... 199 5. ART. 314. EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO ..................................................................... 200 6. ART. 315. EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS ....................................................................................... 200 7. ART. 316. CONCUSSÃO ................................................................................................................................................ 201 8. ART. 316, § 1º. EXCESSO DE EXAÇÃO .............................................................................................................................. 202 9. ART. 317. CORRUPÇÃO PASSIVA .................................................................................................................................... 202 9.1. Classificação da corrupção passiva ................................................................................................................. 203 10. ART. 318. FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO ............................................................................................ 204 11. ART. 319. PREVARICAÇÃO .......................................................................................................................................... 204 12. ART. 319-A. PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA OU NOS PRESÍDIOS .............................................................................................. 204 13. ART. 320. CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA ..................................................................................................................... 205 14. ART. 321. ADVOCACIA ADMINISTRATIVA ....................................................................................................................... 205 15. ART. 322. VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA ................................................................................................................................ 206 16. ART. 323. ABANDONO DE FUNÇÃO ............................................................................................................................... 206 17. ART. 324. EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU PROLONGADO .................................................................... 207 18. ART. 325. VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL ................................................................................................................... 207 19. ART. 326. VIOLAÇÃO DO SIGILO DE PROPOSTA DE CONCORRÊNCIA ...................................................................................... 208 20. ART. 327. FUNCIONÁRIO PÚBLICO ................................................................................................................................ 208 QUESTÕES ..................................................................................................................................................................... 208 CAPÍTULO 42 — DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL .................................................................................................................. 209 1. ART. 328. USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA .................................................................................................................... 209 2. ART. 329. RESISTÊNCIA ................................................................................................................................................ 209 3. ART. 330. DESOBEDIÊNCIA ........................................................................................................................................... 210 4. ART. 331. DESACATO .................................................................................................................................................. 210 5. ART. 332. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA ................................................................................................................................. 211 6. ART. 333. CORRUPÇÃO ATIVA ....................................................................................................................................... 211 7. ART. 334. DESCAMINHO ..............................................................................................................................................212 8. ART. 334-A. CONTRABANDO ........................................................................................................................................ 213 9. ART. 335. IMPEDIMENTO, PERTURBAÇÃO OU FRAUDE DE CONCORRÊNCIA .............................................................................. 215 10. ART. 336. INUTILIZAÇÃO DE EDITAL OU DE SINAL ............................................................................................................. 215 11. ART. 337. SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO ................................................................................... 215 12. ART. 337-A. SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA ........................................................................................... 216 CAPÍTULO 43 — DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA .............................................................................................. 218 1. ART. 337-B. CORRUPÇÃO ATIVA EM TRANSAÇÃO COMERCIAL INTERNACIONAL ........................................................................ 218 2. ART. 337-C. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA EM TRANSAÇÃO COMERCIAL INTERNACIONAL ................................................................. 218 CAPÍTULO 44 — DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA ................................................................................................................................................................... 220 1. ART. 338. REINGRESSO DE ESTRANGEIRO EXPULSO ............................................................................................................ 220 2. ART. 339. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA ............................................................................................................................. 220 3. ART. 340. COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU DE CONTRAVENÇÃO ...................................................................................... 222 4. ART. 341. AUTOACUSAÇÃO FALSA .................................................................................................................................. 222 5. ART. 342. FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA ............................................................................................................. 222 6. ART. 343. CORRUPÇÃO ATIVA DE TESTEMUNHA, PERITO, CONTADOR, TRADUTOR OU INTÉRPRETE ............................................... 223 7. ART. 344. COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO ................................................................................................................... 224 8. ART. 345. EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES .................................................................................................... 224 9. ART. 346. SUBTRAÇÃO, SUPRESSÃO OU DANIFICAÇÃO DE COISA PRÓPRIA NO LEGÍTIMO PODER DE TERCEIRO ................................. 225 10. ART. 347. FRAUDE PROCESSUAL .................................................................................................................................. 225 11. ART. 348. FAVORECIMENTO PESSOAL ........................................................................................................................... 226 12. ART. 349. FAVORECIMENTO REAL ................................................................................................................................ 226 12.1. Art. 349-A ...................................................................................................................................................... 227 13. ART. 350. EXERCÍCIO ARBITRÁRIO OU ABUSO DE PODER .................................................................................................... 227 14. ART. 351. FUGA DE PESSOA PRESA OU SUBMETIDA A MEDIDA DE SEGURANÇA ....................................................................... 227 15. ART. 352. EVASÃO MEDIANTE VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA.............................................................................................. 228 16. ART. 353. ARREBATAMENTO DE PRESO ......................................................................................................................... 228 17. ART. 354. MOTIM DE PRESOS ..................................................................................................................................... 228 18. ART. 355. PATROCÍNIO INFIEL ..................................................................................................................................... 229 19. ART. 356. SONEGAÇÃO DE PAPEL OU OBJETO DE VALOR PROBATÓRIO .................................................................................. 229 20. ART. 357. EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO .......................................................................................................................... 229 21. ART. 358. VIOLÊNCIA OU FRAUDE EM ARREMATAÇÃO JUDICIAL .......................................................................................... 230 22. ART. 359. DESOBEDIÊNCIA A DECISÃO JUDICIAL SOBRE PERDA OU SUSPENSÃO DE DIREITO ....................................................... 230 QUESTÕES ..................................................................................................................................................................... 230 CAPÍTULO 45 — DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS ................................................................................................................................................................................ 231 1. ART. 359-A. CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO ..................................................................................................... 231 2. ART. 359-B. INSCRIÇÃO DE DESPESAS NÃO EMPENHADAS EM RESTOS A PAGAR ....................................................................... 231 3. ART. 359-C. ASSUNÇÃO DE OBRIGAÇÃO NO ÚLTIMO ANO DO MANDATO OU LEGISLATURA ........................................................ 231 4. ART. 359-D. ORDENAÇÃO DE DESPESA NÃO AUTORIZADA ................................................................................................... 232 5. ART. 359-E. PRESTAÇÃO DE GARANTIA GRACIOSA ............................................................................................................. 232 6. ART. 359-F. NÃO CANCELAMENTO DE RESTOS A PAGAR ...................................................................................................... 233 7. ART. 359-G. AUMENTO DE DESPESA TOTAL COM PESSOAL NO ÚLTIMO ANO DO MANDATO OU LEGISLATURA ................................. 233 8. ART. 359-H. OFERTA PÚBLICA OU COLOCAÇÃO DE TÍTULOS NO MERCADO .............................................................................. 233 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................ 234 15 INTRODUÇÃO À OBRA A presente obra busca tratar da parte geral do Direito Penal de forma suficiente para o enfrentamento de todas as fases de concursos de carreiras jurídicas, como os concursos para ingresso na magistratura, no ministério pública, na defensoria pública e no cargo de delegado de polícia. O livro nasceu das aulas do professor Samer Agi, cujo esqueleto é extraído da obra Manual de Direito Penal – parte geral – de Rogério Sanches Cunha (bibliografia indicada aos alunos dos cursos regulares), somada aos ensinamentos dos professores Nélson Hungria, Aníbal Bruno, Heleno Cláudio Fragoso e Aloysio de Carvalho Filho, em suas obras “Comentários ao Código Penal”. Por diversas vezes, faremos referência à obra do professor Rogério Sanches, cuja didática inspirou- nos na elaboração da sequência deste e-book. Michelle Tonon 16 CAPÍTULO1 — DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DOS CRIMES CONTRA A VIDA A Parte Especial do Código Penal contempla a maior parte das figuras definidas como crime no ordenamento jurídico brasileiro. Todavia, a abordagem não é exaustiva, vez que a legislação extravagante também tipifica importantes condutas delituosas. Conforme se observa, a preocupação inicial do legislador está voltada à tipificação dos crimes contra a pessoa, colocando o ser humano em posição de destaque na tutela penal. Nota-se, ainda, que a pessoa é protegida desde a concepção, isto é, antes mesmo do nascimento. O direito à vida é formalmente e materialmente constitucional (art. 5º,caput, CF). Porém, é relativo, podendo sofrer restrições, pois nenhum direito ou garantia individual tem caráter absoluto. Alguns exemplos de mitigação ao direito à vida previstos no ordenamento são a pena de morte em período de guerra declarada (5º, inc. XLVII, CF), a excludente de ilicitude da legítima defesa (art. 23, inc. II, CP), as hipóteses de aborto legal ou permitido (art. 128 do CP), dentre outros. Importa ressaltar a competência constitucional do Tribunal do Júri para julgar os crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados (art. 5º, inc. XXXVIII, “d”, da CF). Eis o rol dos crimes contra a vida previstos no Código Penal: - Homicídio (art. 121) - Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação (art. 122) - Infanticídio (art. 123) - Aborto (arts. 124 a 128) Devemos ainda destacar que, dos quatro crimes acima mencionados, apenas o homicídio apresenta as formas dolosa e culposa. Os demais somente são praticados com dolo (direto ou eventual). No caso do homicídio culposo, a competência para julgar é do juízo singular. 1. ART. 121. HOMICÍDIO Figura central dos crimes contra a vida, trata-se da conduta de matar alguém. Crime bicomum, já que não se exige qualidade especial, quer do agente, quer da vítima e material, isto é, tem um resultado naturalístico, o qual precisa ser alcançado para a consumação. É crime de forma livre, pois pode ser praticado por qualquer meio. Em regra, comissivo, mas poderá também ocorrer por omissão. Pode ser classificado ainda como instantâneo, já que se esgota com a ocorrência do resultado, porém de efeito permanente. É um crime de dano, pois o elemento subjetivo busca ofender o bem jurídico tutelado (a vida) e não somente colocá-lo em perigo. O homicídio é conceituado como a eliminação da vida humana extrauterina. Se a supressão da vida for intrauterina, haverá aborto. Iniciado o trabalho de parto, a hipótese será de homicídio ou infanticídio, a depender do caso. Considera-se iniciado o trabalho de parto com a dilatação do colo do útero e as contrações expulsórias, nos partos naturais, e com a incisão no abdômen feita pelo médico, nos casos de parto cirúrgico (cesariana). Tradicionalmente, considera-se o início da vida extrauterina com a verificação de processo respiratório autônomo, passível de constatação por prova pericial (docimasias respiratórias). Todavia, há quem entenda de modo diverso. Certo é que a respiração é a prova por excelência da existência de vida, mas não é a única, já que a vida pode se manifestar por movimentos circulatórios e pulsações do coração, por exemplo.1 Quando a vítima do homicídio, tentado ou consumado, é o Presidente da República, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do STF, e o crime tem motivação política, incidirá o autor no art. 29 da Lei nº 7.170/83 (Crimes contra a Segurança Nacional). Aplica-se, portanto, o princípio da especialidade. 1 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. Parte Especial. Volume 2. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 54. Michelle Tonon 17 Vale ressaltar que o genocídio, tipificado pela Lei nº 2.889/56, consiste na conduta de matar indivíduos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso. Assim, não é crime contra a vida, mas sim contra a humanidade. No homicídio doloso, o agente atua imbuído do denominado animus necandi ou occidendi. Admite-se o dolo eventual, quando o agente não quer o resultado morte, mas assume o risco de produzi-lo. Questão sempre debatida diz respeito ao homicídio praticado na direção de veículo automotor, após a ingestão de bebida alcoólica. Nessa situação,pode se caracterizar dolo eventual ou culpa consciente, a depender do caso concreto. A tendência jurisprudencial tem sido afastar qualquer consideração apriorística sobre dolo eventual no caso de homicídios praticados por indivíduos que ingeriram bebida alcoólica. Há que se ponderar as circunstâncias da hipótese em análise, uma vez que podem haver sensíveis diferenças quanto à substância ingerida, a quantidade, e a própria conduta do agente. A consumação do homicídio ocorre com a morte, verificada pela cessação da atividade encefálica (art. 3º, caput, Lei nº 9.434/97). A prova da materialidade, por sua vez, é feita por meio de exame necroscópico, o qual atesta a morte e suas causas. É admissível a tentativa (no latim, conatus),exceto quanto ao homicídio culposo, vez que os delitos culposos são incompatíveis com a forma tentada. A tentativa de homicídio pode ser branca ou incruenta, quando a vítima não é atingida, ou ainda vermelha ou cruenta, quando a vítima sofre ferimentos. Exemplo: indivíduo encontra um desafeto e, com a arma de fogo municiada, efetua disparos em direção ao inimigo, com intenção de matar. Os disparos atingem o inimigo, mas esse não vem a falecer, pois recebeu atendimento médico que evitou a morte. Tem-se, portanto, a tentativa cruenta. Por sua vez, se o indivíduo efetua os disparos e não atinge a vítima, por erro de pontaria, tem-se uma tentativa branca. O homicídio será hediondo quando qualificado (art. 121, §2º, CP) ou se praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente (art. 1º, inc. I, da Lei nº 8.072/90). Extermínio é a chacina, a eliminação da vida pelo fato da vítima pertencer a determinado grupo ou classe social, a exemplo de pessoas em situação de rua, prostitutas, homossexuais ou moradores de determinadas comunidades. A ação revela impessoalidade, isto é, a vítima não é escolhida por suas características individuais, mas sim por pertencer ou ser membro de um grupo que compartilha das mesmas condições. A figura básica do homicídio, descrita no caput do art. 121, não tem natureza hedionda e tem pena cominada em abstrato de 6 a 20 anos de reclusão. 1.2. HOMICÍDIO PRIVILEGIADO No art. 121, § 1º, do CP, temos a previsão do homicídio privilegiado como causa especial de diminuição de pena (minorante). Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Apesar do dispositivo legal trazer a expressão “o juiz pode reduzir a pena”, entende-se não se tratar de uma faculdade, mas sim de imposição legal, de direito subjetivo caso o acusado preencha os requisitos previstos em lei e o Conselho de Sentença reconheça a causa de diminuição de pena. Note-se que a conduta continua típica, ilícita e praticada por agente culpável. A estrutura do crime permanece intacta. Todavia, o legislador considera que os motivos do crime merecem uma reprovabilidade menor, de sorte a se reduzir a pena na terceira fase da dosimetria. Tal figura privilegiada, por certo, não se reveste de caráter hediondo, segundo entendimento já consolidado na doutrina e na jurisprudência. Importante frisar que o privilégio é tese defensiva, a ser apresentada durante os debates no plenário do júri. A matéria será quesitada antes das qualificadoras e, uma vez reconhecida a minorante pelo Conselho de Sentença, o juiz deverá reduzir a pena. Trata-se de direito subjetivo do acusado e não Michelle Tonon 18 mera liberalidadedo juiz presidente, por força do princípio da soberania dos veredictos (art. 5º, inc. XXXVIII, “c”, CF). Por estar a privilegiadora relacionada à motivação do agente, isto é, aos motivos determinantes do crime, apresenta caráter subjetivo ou pessoal, portanto incomunicável aos coautores ou partícipes, nos termos do art. 30 do CP, segundo o qual “Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime”. O art. 121, §1º, traz três hipóteses de homicídio privilegiado: a) Relevante valor social: se dá quando o interesse é de toda a coletividade. Ex.: matar o traidor da pátria, ou matar o estuprador de diversas crianças no bairro. b) Relevante valor moral: ocorre quando há um interesse individual, em regra envolvendo sentimento de misericórdia ou compaixão. Ex.: homicídio eutanásico. Quanto à eutanásia, importante destacar não ser admitida no direito brasileiro a causa supralegal de exclusão da ilicitude fundada no consentimento do ofendido, vez que a vida é direito indisponível. Dessa forma, ainda que a vítima, doente em estado terminal, manifeste em declaração de última vontade seu consentimento com a eutanásia, isto é, com a abreviação da própria vida, estará caracterizado o homicídio. Todavia, considerando que o autor do crime age por sentimento de piedade, em razão do sofrimento da vítima que padece de doença ou mal incurável, poderá ser beneficiado com a causa especial de diminuição de pena. A eutanásia em sentido estrito é aquela praticada por um agir (modo comissivo),com a eliminação da vida de pessoa portadora de doença grave ou sem prognóstico de recuperação. Já a ortotanásia é a eutanásia por omissão, moral ou terapêutica. Por exemplo, quando o médico deixa de adotar as providências para prolongar a vida do doente terminal. c) Homicídio emocional: o sujeito ativo reage logo após injusta provocação da vítima, sob o domínio de violenta emoção. São requisitos: domínio de violenta emoção (não basta a influência, que é atenuante genérica prevista no art. 65, inc. III, “c”, do CP; deve ser a emoção que retira por completo a capacidade de agir refletidamente); reação imediata (não pode ocorrer horas ou dias após); injusta provocação da vítima (apta a gerar repulsa e indignação, de acordo com um consenso geral). Importa relembrar que a emoção não afasta a responsabilização penal, conforme dispõe o art. 28, inc. I, do CP. Porém, tem o condão de privilegiar o crime de homicídio. 1.3. HOMICÍDIO PRIVILEGIADO-QUALIFICADO OU HÍBRIDO É pacífico o entendimento sobre a possibilidade de homicídio privilegiado – qualificado, a um só tempo, desde que a qualificadora tenha natureza objetiva. Exemplo: matou valendo-se de meio cruel (múltiplos golpes de faca), mas agiu logo após a injusta provocação da vítima, sob o domínio de violenta emoção. Considerando a orientação contida no art. 67 do CP, segundo a qual devem preponderar os motivos determinantes do crime, o homicídio privilegiado-qualificado não é hediondo. Assim sendo, de acordo com a doutrina e a jurisprudência dominantes, o chamado homicídio privilegiado-qualificado, caracterizado pela coexistência de circunstâncias privilegiadoras, de natureza subjetiva, com qualificadoras de natureza objetiva, não é considerado crime hediondo. Importa distinguir, então, as qualificadoras objetivas das subjetivas. As qualificadoras objetivas, materiais ou reais são aquelas que se materializam no plano fático, que podem ser constatadas pelo trabalho pericial e que aparecerão numa fotografia da cena do Michelle Tonon 19 crime. Estão, portanto,relacionadas aos meios e modos de execução do crime. São as qualificadoras dos incisos III, IV e VI do § 2º do art. 121, com exceção da traição, já que nesse último caso tem-se a quebra de uma relação de confiança preexistente entre as partes e, portanto, de natureza subjetiva. Quanto ao inciso VI, que contempla o feminicídio, a jurisprudência do STJ tem o considerado como qualificadora de índole objetiva, compatível, assim, com a motivação torpe. Não se desconhece a existência de entendimento doutrinário em sentido diverso. Porém, para fins de prova objetiva, o candidato deverá seguir a posição do STJ.2 As qualificadoras subjetivas, por seu turno, estão relacionadas aos aspectos volitivos do agente, isto é, a motivação do crime. Estão descritas nos incisos I, II, V e VII do § 2º do art. 121. 1.4. HOMICÍDIO QUALIFICADO As hipóteses qualificadoras do homicídio estão dispostas no § 2º do art. 121. Tornam o crime hediondo, isto é, submetido aos rigores da Lei nº 8.072/90, que veda a concessão de graça, anistia, indulto e fiança. Ademais, as qualificadoras aumentam os patamares de pena em abstrato, que passam a ser de 12 a 30 anos de reclusão. Enquanto os motivos sociais ou morais privilegiam o delito, as motivações imorais ou antissociais o qualificam. Em síntese, temos o seguinte panorama das qualificadoras: Incisos I e II: motivos do crime (subjetivas;incompatíveis com o privilégio) Incisos III e IV: meios e modos de execução (objetivas, exceto traição) Inciso V: conexão (especial finalidade do agente; subjetiva, incompatível com o privilégio) Inciso VI: feminicídio (contra mulher, por razões e condição do sexo feminino ou em contexto de violência doméstica e/ou familiar; objetiva, segundo o STJ) Inciso VII: contra integrantes dos órgãos de segurança pública ou pessoas a eles vinculadas por casamento, união estável ou parentesco (subjetiva, incompatível com o privilégio). Vejamos as principais características de cada uma das qualificadoras. INCISO I — Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe O legislador se valeu, na redação do dispositivo legal, de fórmula casuística (mediante paga ou promessa de recompensa), seguida de fórmula genérica, que admite interpretação analógica tendo por base os exemplos anteriormente apresentados. Tem-se a figura típica do homicídio mercenário, praticado por cupidez, ambição imoderada. A paga corresponde ao recebimento prévio, enquanto a promessa de recompensa contempla a expectativa futura de pagamento pela execução do homicídio. 2 PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO. FEMINICÍDIO. MOTIVO TORPE. COEXISTÊNCIA. POSSIBILIDADE. NATUREZAS DISTINTAS. EXCLUSÃO DA QUALIFICADORA. USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI. 1. Esta Corte possui o entendimento segundo o qual "as qualificadoras do motivo torpe e do feminicídio não possuem a mesma natureza, sendo certo que a primeira tem caráter subjetivo, ao passo que a segunda é objetiva, não havendo, assim, qualquer óbice à sua imputação simultânea" (HC n. 430.222/MG, relator Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado em 15/3/2018, DJe 22/3/2018). Precedentes. 2. A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que somente devem ser excluídas da decisão de pronúncia as circunstâncias qualificadoras manifestamente improcedentes ou sem nenhum amparo nos elementos dos autos, sob pena de usurpação da competência constitucional do Tribunal do Júri. Precedentes. 3. Agravo regimental desprovido. (AgRg no AREsp 1166764/MS, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 06/06/2019, DJe 17/06/2019). Michelle Tonon 20 Trata-se de crime bilateral ou de concurso necessário, já que há, no mínimo, um mandante e um executor (sicário, mercenário, matador de aluguel). Importante notar que a qualificadora NÃO se aplica automaticamente ao mandante,por se tratar de circunstância de caráter subjetivo (art. 30 do CP:“não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime”).3 O motivo torpe é aquele indigno, vil, repugnante, abjeto, moralmente reprovável, que atinge profundamente o sentimento ético-social da coletividade. A vingança e ociúmes não necessariamente caracterizam torpeza. É preciso analisar as circunstâncias do caso concreto. INCISO II – Motivo fútil É o motivo banal, insignificante, desproporcional, de pouca importância, que revela egoísmo ou mesquinhez. Não se confunde com o motivo torpe. Um motivo não pode ser simultaneamente torpe e fútil, vez que não há identidade entre as expressões. A ausência de motivo ou o seu desconhecimento não pode ser taxado de fútil. Ciúmes e embriaguez não necessariamente são motivos fúteis, sendo necessário o exame da hipótese fática. Uma importante divergência doutrinária e jurisprudencial reside em saber se há compatibilidade entre o motivo fútil e o dolo eventual. Para a primeira corrente, seriam compatíveis. O fato de o réu ter assumido o risco de produzir o resultado morte, aspecto caracterizador do dolo eventual, não exclui a possibilidade de o crime ter sido praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou indireto, não se confunde com o motivo que ensejou a conduta, mostrando-se, em princípio, compatíveis entre si (STJ. 5ª Turma. REsp 912.904/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/03/2012). Já a segunda corrente considera a qualificadora do motivo fútil incompatível com o dolo eventual, tendo em vista a ausência do elemento volitivo(STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/4/2016. Info 583). Para os adeptos dessa corrente, é preciso diferenciar a voluntariedade e a intenção criminosa. A voluntariedade está presente em todas as ações delitivas. Já a intenção criminosa, que está voltada às consequências da ação lesivas ao direito, não está presente nos crimes culposos e nos cometidos com dolo indireto. Vale destacar que, segundo entendimento jurisprudencial, a incidência da qualificadora do motivo fútil exige uma reação desproporcional do agente a uma ação ou omissão da vítima. Não existindo nenhum comportamento prévio do ofendido, a despertar a reação egoísta ou mesquinha do autor, não há que se falar em futilidade. Confira-se: Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP), na hipótese de homicídio supostamente praticado por agente que disputava ‘racha’, quando o veículo por ele conduzido - em razão de choque com outro automóvel também participante do ‘racha’ - tenha atingido o veículo da vítima, terceiro estranho à disputa automobilística. Motivo fútil corresponde a uma reação desproporcional do agente a uma ação ou omissão da vítima. No caso de ‘racha’, tendo em conta que a vítima (acidente automobilístico) era um terceiro, estranho à disputa, não é 3 PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO. JÚRI. MOTIVO TORPE. PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA. CIRCUNSTÂNCIA SUBJETIVA. MANDANTE. COMUNICABILIDADE. ANÁLISE CASUÍSTICA. RECURSO PROVIDO. 1. Não obstante a paga ou a promessa de recompensa seja circunstância acidental do delito de homicídio, de caráter pessoal e, portanto, incomunicável automaticamente a coautores do homicídio, não há óbice a que tal circunstância se comunique entre o mandante e o executor do crime, caso o motivo que levou o mandante a empreitar o óbito alheio seja torpe, desprezível ou repugnante. 2. Na espécie, o recorrido teria prometido recompensa ao executor, a fim de, com a morte da vítima, poder usufruir vantagens no cargo que exercia na Prefeitura Municipal de Fênix. 3. Recurso especial provido, para reconhecer as apontadas violações dos arts. 30 e 121, § 2º, I, ambos do Código Penal, e restaurar a decisão de pronúncia, restabelecendo a qualificadora do motivo torpe, a fim de que o réu seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, pela prática do delito previsto no art. 121, § 2º, I e IV, do Código Penal. (REsp 1209852/PR, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe 02/02/2016) Michelle Tonon 21 possível considerar a presença da qualificadora de motivo fútil, tendo em vista que não houve uma reação do agente a uma ação ou omissão da vítima. (STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/4/2016. Info 583). INCISO III – Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum Verifica-se que o CP se valeu de fórmula casuística, exemplificando com o emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, e arremata com uma expressão genérica (ou outro meio insidioso ou cruel). O meio insidioso é aquele traiçoeiro, sorrateiro, enganador, que envolve fraude, sabotagem. Exemplo: bebida com veneno, sabotagem em automóvel. No caso do veneno, para a caracterização da qualificadora do meio insidioso, é preciso que seja ministrado dissimuladamente, isto é, sem conhecimento da vítima. Se o veneno for administrado de forma forçada ou com conhecimento da vítima, poderá se caracterizar, em tese, o meio cruel, se o propósito for causar intenso ou desnecessário sofrimento. A consequência prática, para fins de fixação da pena, é a mesma. O emprego de fogo e explosivo podem constituir meio cruel ou meio de que pode resultar perigo comum, a depender das circunstâncias. Exemplos de explosivos: bomba caseira, coquetel Molotov. A asfixia, por sua vez, consiste em obstar a função respiratória. Poderá ser mecânica (afogamento, enforcamento) ou tóxica (gás asfixiante). A tortura, conceituada pelo Decreto nº 40/91, que promulgou a Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes é entendida como qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou uma terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência. Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram. Importa distinguir o homicídio qualificado pela tortura do crime de tortura com resultado morte, tipificado pelo art. 1º, § 3º, da Lei nº 9.455/97. No caso do homicídio qualificado pela tortura, o agente atua com dolo de matar (direto ou eventual). A tortura é o meio empregado, que provoca intenso ou desnecessário sofrimento físico ou mental. A competência para julgar é do Tribunal do Júri. Já no caso da tortura com resultado morte, tem-se um exemplo de crime preterdoloso (dolo no antecedente e culpa no consequente, a morte). A competência é do juízo singular. A conclusão, portanto, é que a diferença reside na análise do elemento subjetivo (dolo), que se revela pelas circunstâncias que estão em torno do crime. Se a intenção for a todo momento a de provocar a morte e se escolhe o meio especialmente cruel, tem-se o homicídio qualificado pela tortura. No entanto, se o objetivo era torturar para obter alguma informação ou castigar, não sendo a intenção matar, mas ocorrendo a morte por culpa, o crime será o tipificado na lei de tortura. Em ambos os casos, o crime será hediondo, já que a tortura é crime equiparado a hediondo pela CF (art. 5º, inc. XLIII, CF). O meio cruel é aquele que causa intenso e desnecessário sofrimento físico ou mental, que revela ausência de piedade, sadismo, um martírio. A quantidade (reiteração) de golpes é um indicativo do meio cruel. O meio de que possa resultar perigo comum é aquele que pode atingir um número indeterminado de outras pessoas, além da vítima.
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