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AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE GESTÃO DE PROJETOS E CANTEIRO DE OBRAS Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE GESTÃO DE PROJETOS E CANTEIRO DE OBRAS MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1 PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PROJETOS 1.1 DEFINIÇÃO DE PROJETO 1.2 FASES E CICLO DE VIDA DO PROJETO 1.3 AS PARTES ENVOLVIDAS 1.4 GERÊNCIA DE PROJETO 1.5 ÁREAS DE GESTÃO 1.5.1 Gerência do escopo do projeto 1.5.2 Gerência do tempo do projeto 1.5.3 Gerência do custo do projeto 1.5.4 Gerência da qualidade do projeto 1.5.5 Gerência dos recursos do projeto 1.5.6 Gerência das comunicações do projeto 1.5.7 Gerência dos riscos do projeto 1.5.8 Gerência das aquisições do projeto 1.6 HABILIDADES DE UM GERENTE DE PROJETOS 2 GESTÃO DO ESCOPO 2.1 INICIAÇÃO 2.1.1 Descrição do produto 2.1.2 Plano estratégico 2.1.3 Critérios de seleção do projeto 2.1.4 Informações históricas 2.1.5 Métodos de seleção de projeto 2.1.6 Avaliação especializada 2.1.7 Gerente do projeto identificado e designado 2.1.8 Restrições 2.1.9 Premissas 2.2 PLANEJAMENTO 2.2.1 Análise do produto AN02FREV001/REV 4.0 4 2.2.2 Custo e benefício 2.2.3 Identificação de alternativas 2.2.4 Declaração do escopo 3 GESTÃO DO PRAZO 3.1 DECOMPOSIÇÃO 3.2 LISTAGEM DAS ATIVIDADES 3.3 SEQUENCIAMENTO DAS ATIVIDADES 3.4 DURAÇÃO DAS ATIVIDADES 3.5 CRONOGRAMA DO PROJETO 4 GESTÃO DO CUSTO 5 GESTÃO DA QUALIDADE 5.1 PLANEJAMENTO DA QUALIDADE 5.2 CONTROLE DA QUALIDADE 5.3 GARANTIA DA QUALIDADE 6 GESTÃO DAS COMUNICAÇÕES 6.1 AS PARTES ENVOLVIDAS 6.2 PLANO DE GERENCIAMENTO 6.3 REGISTROS 6.4 ARQUIVOS 7 GESTÃO DOS RECURSOS 7.1 DESENVOLVIMENTO DA EQUIPE 7.2 MONTAGEM DA EQUIPE 7.2.1 Negociação 7.2.2 Contratação 7.2.3 Alocação 7.2.4 Relacionamento 7.3 APRIMORAMENTO DA EQUIPE 8 GESTÃO DOS RISCOS 9 GESTÃO DAS AQUISIÇÕES 10 COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS AN02FREV001/REV 4.0 5 MÓDULO ll 11 CONSTRUÇÃO CIVIL 11.1 CONCEITUAÇÃO 11.2 SISTEMAS CONSTRUTIVOS 11.2.1 Tradicional 11.2.2 Convencional 11.2.3 Industrial 12 SETORIZANDO E ENTENDENDO A OBRA 12.1 FASE INICIAL 12.2 O TERRENO 12.3 LOCAÇÃO DA OBRA 12.4 FUNDAÇÕES 12.4.1 Fundações superficiais 12.4.1.1 Pedra 12.4.1.2 Sapata isolada 12.4.1.3 Sapata corrida 12.4.1.4 Radier 12.4.2 Fundações profundas 12.5 TÉCNICAS CONSTRUTIVAS 12.5.1 Paredes 12.5.2 Concreto armado 12.5.3 Alvenaria estrutural 12.5.4 Pré-moldado 12.5.5 Cobertura 12.5.6 Estrutura de madeira 12.5.7 Estrutura metálica AN02FREV001/REV 4.0 6 MÓDULO lll 13 MANUAL DE ENCARGOS 13.1 TERMINOLOGIA 14 ORÇAMENTO 14.1 COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS 14.1.1 Materiais 14.1.2 Mão de obra 14.1.3 Maquinário 15 MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 15.1 CLASSIFICAÇÃO 15.1.1 Material simples 15.1.2 Elemento simples 15.1.3 Elemento composto 15.1.4 Elemento funcional 15.1.5 Elemento semiacabado 16 FERRAMETAS E EQUIPAMENTOS 17 SEQUENCIA DE ETAPAS 17.1 SERVIÇOS PRELIMINARES 17.2 INFRAESTRUTURA 17.3 SUPRAESTRUTURA 17.4 ALVENARIA 17.5 COBERTURA 17.6 IMPERMEABILIZAÇÕES 17.7 INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS 17.8 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, TELEFÔNICAS E DE LÓGICA 17.9 INSTALAÇÕES ESPECIAIS 17.10 REVESTIMENTOS DE PAREDE 17.11 ESQUADRIAS EXTERNAS 17.12 REVESTIMENTOS DE TETO 17.13 REVESTIMENTO DE PISO 17.14 ESQUADRIAS INTERNAS AN02FREV001/REV 4.0 7 17.15 PINTURA 17.16 SERVIÇOS COMPLEMENTARES 18 MANUAL DE ESPECIFICAÇÕES 18.1 FOLHA DE ROSTO 18.2 ÍNDICE 18.3 O EMPREENDIMENTO 18.4 ESCOPO GERAL 18.5 NORMAS APLICÁVEIS AO PROJETO 18.6 SERVIÇOS A SEREM EXECUTADOS 18.7 CONCLUSÕES FINAIS MÓDULO lV 19 PLANEJAMENTO 20 CRONOGRAMA 20.1 MS PROJECT 21 CANTEIRO DE OBRAS E SUA LOGÍSTICA 21.1 CLASSIFICAÇÃO 21.1.1 Porte pequeno 21.1.2 Porte mediano 21.1.3 Porte grande 21.2 INSTALAÇÕES 21.2.1 Depósito 21.2.2 Áreas de armazenamento 21.2.3 Almoxarifado 21.2.4 Escritório 21.2.5 Vestiário 21.2.6 Sanitário 21.2.7 Refeitório 21.2.8 Dormitórios 21.2.9 Guarita 21.3 SETORIZAÇÃO AN02FREV001/REV 4.0 8 21.3.1 Produção de concreto 21.3.2 Carpintaria 21.3.3 Montagem da Ferragem 21.3.4 Eletricidade 21.3.5 Água 21.3.6 Transportes 21.4 EQUIPAMENTOS 22 SEGURANÇA NO TRABALHO 22.1 RISCOS 22.1.1 Risco Físico 22.1.2 Risco Químico 22.1.3 Risco Biológico 22.1.4 Risco Ergonômico 22.1.5 Risco Mecânico 22.2 ACIDENTES DE TRABALHO 22.3 TREINAMENTOS 22.3.1 Treinamento admissional 22.3.2 Treinamento de refinamento 22.4 INSTALAÇÕES 22.5 EPI 22.5.1 Proteção da cabeça – capacete 22.5.2 Proteção dos olhos – óculos 22.5.3 Proteção da face – máscaras 22.5.4 Proteção dos ouvidos – protetores auriculares 22.5.5 Proteção respiratória – respiradores 22.5.6 Proteção do tronco – aventais 22.5.7 Proteção dos membros superiores – luvas 22.5.8 Proteção dos membros inferiores – calçados e botas 22.5.9 Proteção do corpo inteiro – uniforme 22.5.10 Proteção contra quedas – cintos tipo paraquedista, cinto abdominal, trava quedas 22.5.11 Obrigações 22.5.11.1 Obrigações do empregador AN02FREV001/REV 4.0 9 22.5.11.2 Obrigações do empregado 22.6 EPC 22.6.1 Guarda-corpo 22.6.2 Plataforma 22.6.3 Tela 22.6.4 Prevenção a incêndio 22.6.5 Sinalização 22.6.6 Movimentação e transporte de pessoas e matérias 22.6.6.1 Torre de elevador 22.6.6.2 Andaime suspenso ou em balanço 22.6.6.3 Elevador de transporte de materiais 22.6.7 Acessos temporários 22.6.7.1 Escadas de uso coletivo 22.6.7.2 Rampas e passarelas 22.7 RECOMENDAÇÕES FINAIS 22.7.1 Andaimes 22.7.2 Escadas 22.7.3 Telhados GLOSSÁRIO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 10 MÓDULO I 1 PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PROJETOS FIGURA 1 – PROJETOS E CAPACETES FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/WpAgGT>. Acesso em: 05 maio 2013. 1.1 DEFINIÇÃO DE PROJETO Projetos são desenvolvidos para implementar possibilidades de realizar algum plano estratégico. Uma definição bastante objetiva seria: “um projeto é um empreendimento temporário com o objetivo de criar um produto ou serviço único”. Temporário significa que cada projeto tem um começo e um fim bem definidos. AN02FREV001/REV 4.0 11 Único significa que o produto ou serviço produzido é de alguma forma diferente de todos os outros produtos ou serviços semelhantes. 1.2 FASES E CICLO DE VIDA DO PROJETO Pelos projetos possuírem um caráter único, a eles está associado certo grau de incerteza. As organizações que desenvolvem projetos usualmente dividem-nos em várias fases visando um melhor controle gerencial e uma ligação mais adequada de cada projeto aos seus processos operacionais contínuos. O conjunto de fases é conhecido como o ciclo de vida do projeto. Para cada fase pode haver a junção e conclusão de um ou mais produtos. Um subproduto é um resultado do trabalho, tangível e verificável, tal como um estudo de viabilidade, um design detalhado ou um protótipo. Os subprodutos do projeto e também as fases, compõem uma sequência lógica, criada para assegurar uma adequada definição do produto do projeto. A conclusão de uma fase é geralmentemarcada pela revisão dos principais subprodutos e pela avaliação do desempenho do projeto. Estas revisões de fim de fase são comumente denominadas saídas de fase, passagens de estágio ou pontos de término. Ao realizar tais revisões chegamos a duas possibilidades: Determinar se o projeto deve continuar na sua próxima fase; Detectar e corrigir erros a um custo aceitável. 1.3 AS PARTES ENVOLVIDAS As partes envolvidas são indivíduos e organizações que estão diretamente envolvidos no projeto, ou aqueles cujos interesses podem ser afetados, de forma positiva ou negativa, no decorrer do projeto ou mesmo após sua conclusão. AN02FREV001/REV 4.0 12 Os diversos envolvidos podem, também, exercer influências no projeto e seus resultados. A equipe de gerência do projeto deve identificar as partes envolvidas, conhecer suas necessidades e expectativas e, então, gerenciar e influenciar os requisitos de forma a garantir o sucesso do projeto. Podemos de uma forma bastante genérica, resumir as partes envolvidas em: Gerente do projeto - responsável por gerenciar o projeto e liderar os envolvidos. Cliente - indivíduo ou organização que fará uso do produto do projeto. Podem existir múltiplas camadas de clientes, por exemplo: os clientes de um novo produto farmacêutico incluem os médicos que o prescrevem, os pacientes que o tomam e as companhias de seguro que pagam por ele. Em muitas áreas de aplicação, clientes e usuários são sinônimos, enquanto em outras clientes refere-se à entidade que comprou o resultado do projeto e usuários são aqueles que usarão diretamente o produto do projeto. Organização executora - empresa cujos funcionários estão mais diretamente envolvidos na execução do projeto. Membros da equipe do projeto - o grupo que realiza o trabalho do projeto. Patrocinador - indivíduo ou grupo, dentro da organização executora, que provê os recursos financeiros, em dinheiro ou espécie, para o projeto. 1.4 GERÊNCIA DE PROJETO Gerência de Projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades e técnicas para projetar, executar e acompanhar as atividades ligadas ao cumprimento do projeto. É importante notar que muitos processos dentro da gerência de projetos são naturalmente interativos. Uma característica relevante para sucesso na gestão, e do projeto em si, é que quanto mais se tenha conhecimento acerca do assunto, melhor será o seu gerenciamento. É indispensável que se tenha o maior número de AN02FREV001/REV 4.0 13 informação sobre o tema a ser desenvolvido, pois dessa forma a sua gestão, fiscalização e solução dos diversos problemas intrínsecos ao sistema, possam ser solucionados. Jamais vamos administrar algum tipo de projeto o qual não entendamos, pois dessa forma o fracasso seria eminente. 1.5 ÁREAS DE GESTÃO As áreas de conhecimento da gerência de projetos descrevem os conhecimentos e práticas em gerência de projetos a partir dos processos que as constituem. Para fins didáticos resumimos em oito capítulos os quais abordaremos de uma forma mais aprofundada na sequência dos estudos. 1.5.1 Gerência do escopo do projeto Descreve os processos necessários para assegurar que o projeto contemple todo o trabalho requerido, para completar o projeto com sucesso. 1.5.2 Gerência do tempo do projeto Descreve os processos necessários para assegurar que o projeto termine dentro do prazo previsto. Ele é composto pela definição das atividades, sequenciamento das atividades, estimativa da duração das atividades, desenvolvimento do cronograma e controle do cronograma. AN02FREV001/REV 4.0 14 1.5.3 Gerência do custo do projeto Descreve os processos necessários para assegurar que o projeto seja completado dentro do orçamento previsto. Ele é composto pelo planejamento dos recursos, estimativa dos custos, orçamento dos custos e controle dos custos. 1.5.4 Gerência da qualidade do projeto Descreve os processos necessários para assegurar que as necessidades que originaram o desenvolvimento do projeto serão satisfeitas com qualidade. Ele é composto pelo planejamento da qualidade, garantia da qualidade e controle da qualidade. 1.5.5 Gerência dos recursos do projeto Descreve os processos necessários para proporcionar a melhor utilização dos recursos humanos e materiais envolvidos no projeto. Ele é composto pelo planejamento organizacional, montagem e desenvolvimento da equipe. 1.5.6 Gerência das comunicações do projeto Descreve os processos necessários para assegurar que a geração, captura, distribuição, armazenamento e pronta apresentação das informações do projeto sejam feitas de forma adequada e no tempo certo. Ele é composto pelo AN02FREV001/REV 4.0 15 planejamento das comunicações, distribuição das informações, relato de desempenho e encerramento administrativo. 1.5.7 Gerência dos Riscos do Projeto Descreve os processos necessários para averiguar e prever os riscos que possam ameaçar o sucesso do projeto. Composto pelo planejamento, análise, identificação, controle e resposta a riscos. 1.5.8 Gerência das Aquisições do Projeto Descreve os processos necessários para identificar e viabilizar recursos para aquisições extras para o andamento do projeto. Composto por planejamento e preparação de aquisições, obtenção e seleção de fornecedores, administração e encerramento de contratos. AN02FREV001/REV 4.0 16 1.6 HABILIDADES DE UM GERENTE DE PROJETOS FIGURA 2 – GERENTE DE PROJETOS FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/82sdHV>. Acesso em 05 de maio de 2013. A pessoa nomeada para gerenciar um projeto necessita possuir qualidades e características que possibilitem um trabalho satisfatório e exitoso. Dentre as principais, destacamos: Liderança: em um projeto, especialmente em um grande projeto, espera-se do gerente do projeto que ele seja também o líder. A liderança, contudo, não é limitada ao gerente do projeto: ela pode ser manifestada por diferentes indivíduos, em diferentes situações do projeto. A liderança necessita ser demonstrada em todos os níveis do projeto (liderança do projeto, liderança técnica, liderança de equipe). Comunicação: comunicar envolve troca de informação. O emissor é responsável por tornar a informação clara, coerente e completa, permitindo que o receptor a receba corretamente. O receptor é responsável por garantir que a informação foi recebida de forma integral e entendida corretamente. AN02FREV001/REV 4.0 17 Negociação: negociar significa discutir com os envolvidos objetivando a chegada de determinado acordo. Os acordos podem ser negociados diretamente ou com auxílio de uma terceira parte. Mediação e arbitragem são dois tipos possíveis da negociação assistida. Negociações ocorrem em torno de diversas questões, em diversos momentos e em vários níveis do projeto. Durante o andamento de um projeto típico, a equipe do projeto tende a negociar por algumas ou todas as questões seguintes: Objetivos de escopo, custo e cronograma; Mudanças de escopo, custo e cronograma; Termos e condições contratuais; Designações; Recursos. Solucionar Problemas: solucionar problemas envolve uma combinação entre definição do problema e tomada de decisão correta, no momento propício. A definição do problema requer diferenciação entre sintomas e causas. Os problemas podem ser internos ou externos. Podem ser de natureza técnica, gerencial ou interpessoal. A tomada de decisão consiste em analisar o problema para identificar possíveis soluções e, então, fazer a escolha dentre as mesmas. Podem-se tomar decisões por conta própria ou obtê-las de outra parte (do cliente, da equipe, do gerente funcional). Uma vez definidas, asdecisões devem ser implementadas. Decisões também têm relação com a variável tempo - a decisão "certa" pode não ser a "melhor" se for tomada muito cedo ou muito tarde. Influência na Organização: envolve a habilidade de "conseguir que as coisas sejam feitas". Isto exige o entendimento das estruturas formais e informais de todas as organizações envolvidas - a organização executora, o cliente, empreiteiros e muitos outros. Influenciar a organização também exige entendimento dos mecanismos de política e poder. AN02FREV001/REV 4.0 18 2 GESTÃO DO ESCOPO Abrange os processos necessários para que o trabalho exigido pelo projeto seja executado. Basicamente exercer o controle sobre o que está ou não incluso no projeto. 2.1 INICIAÇÃO A iniciação corresponde ao reconhecimento formal que um novo projeto existe ou que um projeto existente deve continuar em sua próxima fase. A iniciação formal liga o projeto com o trabalho em execução na organização. Muitas vezes, antes de iniciar um novo empreendimento, é necessária a avaliação de requisitos, de um estudo de viabilidade, de um plano preliminar ou de qualquer outra forma equivalente de análise que tenha sido iniciada separadamente. Alguns tipos de projetos são iniciados informalmente, especialmente projetos de serviços internos e de desenvolvimento de novos produtos, quando alguma quantidade limitada de trabalho é feita para assegurar as aprovações necessárias para a iniciação formal. Os estímulos que originam um novo projeto podem decorrer de motivos diversos, tais como: Uma demanda de mercado; Uma oportunidade de negócio; Um avanço tecnológico; Um pedido de cliente; Um avanço tecnológico; Uma necessidade social, etc. AN02FREV001/REV 4.0 19 Esses estímulos podem ser chamados de problemas, oportunidades ou requisitos do negócio. O tema central de todos esses termos é que a gerência deve, geralmente, tomar a decisão sobre como responder. 2.1.1 Descrição do produto Registro das características do produto ou serviço que compõe o projeto. Usualmente menos detalhado em um primeiro momento, e à medida que vai evoluindo, recebe uma especificação mais apurada. A descrição do produto pode, também, documentar a relação entre o produto ou o serviço em criação com a necessidade do negócio ou outro estímulo que originou o projeto. Ainda que a forma e o conteúdo da descrição do produto possam variar, eles devem sempre possuir detalhes suficientes para apoiar o futuro planejamento do projeto. 2.1.2 Plano estratégico Os projetos devem servir de apoio para os objetivos estratégicos das organizações. O plano estratégico da organização executora deve ser considerado como um fator nas decisões de seleção do projeto. 2.1.3 Critérios de seleção do projeto Os critérios de seleção do projeto são, tipicamente, definidos em termos das peculiaridades do produto do projeto e podem cobrir uma AN02FREV001/REV 4.0 20 ampla faixa de possíveis condicionantes gerenciais (retorno financeiro, fatia de mercado, percepções públicas, etc.). 2.1.4 Informações históricas Quando a iniciação envolve aprovação de uma fase do projeto, as informações dos resultados das fases anteriores são necessariamente qualificadas como requisito para o andamento do processo. As informações resultantes, tanto de projetos anteriores, quanto de situações semelhantes devem servir de amparo para a tomada de decisões. 2.1.5 Métodos de seleção de projeto Os métodos de seleção de projetos envolvem a medição do seu valor ou da sua atratividade para o dono do projeto. Cabe considerar o critério de decisão e os meios para cálculo de valores sob incerteza. Estes dois componentes são conhecidos como modelo de decisão e método de cálculo. A seleção do projeto também se aplica para escolha dos meios alternativos para executar o projeto. 2.1.6 Avaliação especializada Uma avaliação especializada pode ser requerida para avaliar as entradas deste processo. Tal habilidade pode ser provida por um grupo ou indivíduo com conhecimento ou treinamento especializado, e está disponível em várias fontes, por exemplo: AN02FREV001/REV 4.0 21 2.1.7 Gerente do projeto identificado e designado Em geral, o gerente do projeto deve ser identificado e designado o mais cedo possível para que o processo seja acompanhado e fiscalizado desde o início, e dessa forma se tenha o registro de todas as atividades por meio de um histórico do projeto. 2.1.8 Restrições As restrições são fatores que limitarão as opções da equipe de gerência do projeto. Por exemplo, um orçamento pré-estipulado é uma restrição que na maioria das vezes limita as opções da equipe. Da mesma forma, o prazo, recursos ou escopo podem influenciar na consecução do projeto. Outras unidades dentro da organização; Consultores; Partes envolvidas, incluindo clientes; Associações profissionais e técnicas; Grupos industriais. AN02FREV001/REV 4.0 22 2.1.9 Premissas Premissas afetam todos os aspectos do planejamento do projeto e são parte da elaboração progressiva do projeto. Equipes de projeto devem identificar, documentar e validar as premissas como parte de seus processos de planejamento. 2.2 PLANEJAMENTO FIGURA 3 – PLANEJAMENTO DO ESCOPO FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/aRu2Yf>. Acesso em: 05 maio 2013. O planejamento do escopo compreende a elaboração do trabalho do projeto (escopo do projeto) produzindo o produto do projeto. O planejamento do escopo começa com as entradas iniciais da descrição do produto e a definição inicial das restrições e premissas. A especificação do resultado do projeto, que é o produto do projeto, deve satisfazer as necessidades que o geraram. AN02FREV001/REV 4.0 23 2.2.1 Análise do produto Detalha-se o projeto para obter um melhor entendimento do produto do projeto. Isso inclui técnicas como a análise de decomposição do produto, engenharia de sistemas, engenharia de valor, análise de valor, análise de funções e desdobramento da função qualidade. 2.2.2 Custo e benefício A análise do custo e benefício passa pela análise dos custos tangíveis e intangíveis, bem como dos benefícios das várias alternativas do projeto e produto. A partir desse estudo é que se podem usar medidas financeiras tais como retorno de investimento ou período de reembolso para avaliar a qualidade relativa das alternativas identificadas. 2.2.3 Identificação de alternativas Este é um termo genérico para qualquer técnica usada para gerar diferentes abordagens do projeto. É a visão crítica do projeto que já passou pela iniciação e adentrou na etapa de planejamento. Visualizar os pontos positivos e negativos, o cumprimento do objetivo traçado, e possíveis saídas secundárias para a viabilização do projeto, integra essa etapa. AN02FREV001/REV 4.0 24 2.2.4 Declaração do escopo A declaração do escopo fornece a documentação que avalizará a tomada de decisões futuras acerca do projeto proposto e para confirmar ou desenvolver um entendimento comum do escopo entre as partes envolvidas. A declaração do escopo deve conter entre suas descrições alguns itens que esclarecem a proposta: Justificativa do projeto: é onde aparecem os requisitos do negócio que o projeto pretende atender. A justificativa do projeto fornece as bases para avaliar futuras compensações entre alternativas. Produto do projeto: um breve sumário com a descrição do produto do projeto. Subprodutos do projeto: se existirem devem ser especificados possíveisitens que farão parte do projeto. Por exemplo, um subproduto de uma edificação pode ser um estudo de viabilidade mercadológica ou uma maquete física do empreendimento. Objetivos do projeto: critérios quantificáveis presentes no projeto para que ele seja considerado exitoso. Os objetivos do projeto devem incluir, no mínimo, custo, cronograma e medidas de qualidade. AN02FREV001/REV 4.0 25 3 GESTÃO DO PRAZO Engloba os procedimentos necessários para estabelecimento e cumprimento dos prazos do projeto. Fornece uma visão ampla do sequenciamento das atividades e estabelecimento de seus tempos necessários. 3.1 DECOMPOSIÇÃO É a divisão do projeto como um todo em pequenas partes, ou seja, subdividir os principais processos dentro do todo, para que possamos ter um maior controle do projeto. 3.2 LISTAGEM DAS ATIVIDADES A lista de atividades inclui todos os procedimentos que serão executados no projeto. Precisa ser organizada como uma extensão do escopo para assegurar que esteja completa. A lista de atividades deve incluir descrições de cada atividade para garantir que os membros da equipe do projeto entendam como o trabalho deverá ser feito. 3.3 SEQUENCIAMENTO DAS ATIVIDADES O sequenciamento das atividades envolve identificar e documentar as relações de dependência entre as atividades. As atividades devem ser listadas corretamente para que o cronograma tenha uma cronologia coerente. AN02FREV001/REV 4.0 26 O sequenciamento pode ser feito com o auxílio de um computador (por exemplo, utilizando softwares de gerência de projeto) ou com técnicas manuais. As técnicas manuais são, geralmente, mais efetivas em projetos menores e em fases iniciais de projetos maiores quando existem poucos detalhes disponíveis. As técnicas manuais e automatizadas podem, também, ser utilizadas em conjunto. 3.4 DURAÇÃO DAS ATIVIDADES As avaliações quantitativas, do tempo provável, para cada atividade determinam o avanço do projeto. Estipulado um prazo geral, as atividades recebem um tempo estimado para conclusão. 3.5 CRONOGRAMA DO PROJETO O cronograma do projeto inclui, para cada atividade, no mínimo, as datas de início e de término próprio esperado. O cronograma do projeto pode ser apresentado de forma sumarizada ou em detalhes. AN02FREV001/REV 4.0 27 4 GESTÃO DO CUSTO FIGURA 4 – CUSTO DO PROJETO FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/K2fQXX>. Acesso em: 06 maio 2013. No gerenciamento dos custos é necessário que os recursos envolvidos no desenvolvimento do projeto estejam identificados e quantificados. É indispensável que se tenham o valor aproximado de cada recurso, seja operacional, de matéria- prima ou de pessoal. As estimativas de custos são geralmente expressas em unidades monetárias com a finalidade de facilitar a quantificação. Em alguns casos, as estimativas poderão ser obtidas usando outras unidades, como por exemplo, de medida, tais como homens-hora ou homens-dia, com os seus custos estimados, para facilitar o apropriado controle gerencial. A partir da determinação estimada dos custos, de cada recurso relacionado ao cumprimento de cada atividade, podemos planejar a distribuição proporcional para cada etapa do projeto. Da mesma forma as subdivisões permitem o orçamento e controle do custo total. AN02FREV001/REV 4.0 28 5 GESTÃO DA QUALIDADE O projeto como um todo deve sempre buscar a satisfação máxima em relação ao produto oferecido. No gerenciamento da qualidade temos os procedimentos necessários para que sejam atendidas tais diretrizes. 5.1 PLANEJAMENTO DA QUALIDADE O planejamento da qualidade envolve identificar os padrões de qualidade relevantes para o projeto e planejar o método satisfazê-los. A equipe deve atentar-se para o princípio moderno de qualidade que diz: “a qualidade é planejada, não inspecionada.” É óbvio que a frase não quer dizer que não devemos inspecionar as etapas, quer antes de tudo, evidenciar que além da inspeção é necessário planejar a qualidade. E como fazemos isso? Inspecionando todas as atividades e buscando a excelência em todos os setores, para que não sejam passados problemas entre as etapas e estas se acumulem em algum momento. Esse gargalo criado pode afetar o projeto como um todo e encarecer, atrasar a entrega ou até inviabilizar a sua conclusão. 5.2 CONTROLE DA QUALIDADE O gerenciamento da qualidade do projeto deve ser direcionado tanto para o gerenciamento do projeto quanto para o produto do projeto. A equipe de gerenciamento do projeto deve tomar cuidado para não confundir qualidade com funcionalidade. A funcionalidade é uma categoria ou posição atribuída a entidades que possuam a mesma utilização funcional, mas diferentes exigências de qualidade. Nessa linha temos os padrões ISO, ainda que AN02FREV001/REV 4.0 29 não garantam a qualidade, trata-se de processos que padronizam as atividades, e dessa forma colocam-se como ferramentas que auxiliam no controle da qualidade. Agregar qualidade e funcionalidade é atribuição do gerente e sua equipe, que devem estar atentos para que a qualidade esteja presente do início ao final do projeto. A inspeção do processo é medida indispensável para controlar os diversos processos e atividades ligadas ao projeto. A posterior aceitação ou remediação é responsabilidade do gerente do projeto. 5.3 GARANTIA DA QUALIDADE A garantia da qualidade consiste de todas as atividades planejadas e sistematizadas, implementadas no sistema da qualidade para prover segurança de que o projeto satisfaz os padrões de qualidade relevantes. Um sistema de auditorias, feitas pela própria organização ou contratadas, podem auxiliar na fiscalização, garantia dos processos feitos com qualidade. AN02FREV001/REV 4.0 30 6 GESTÃO DAS COMUNICAÇÕES FIGURA 5 – COMUNICAÇÃO DE GESTORES DE PROJETOS FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/u9s8BU>. Acesso em: 05 maio 2013. Conjunto de processos necessários para garantir a graduada e coerente geração, coleta, disseminação, armazenamento e descarte final das informações do projeto. Fornece os registros relevantes entre pessoas, ideias e informações necessárias para o andamento e sucesso do projeto. Todos os envolvidos no projeto devem estar preparados para enviar e receber comunicações e devem compreender como as suas comunicações afetam o projeto como um todo. O planejamento das comunicações envolve determinar as informações e comunicações necessárias às partes envolvidas no projeto: Quem precisa de que informação? Quando serão necessárias? Por quem e como devem ser fornecidas? AN02FREV001/REV 4.0 31 Embora todos os projetos necessitem transmitir informações inerentes ao sistema, as necessidades de informações e os métodos de distribuição variam conforme a complexidade do empreendimento. Identificar as necessidades de informações das partes envolvidas e determinar os meios adequados para o atendimento dessas necessidades é um fator indispensável para o sucesso do projeto. Na maioria dos projetos, a maior parte do planejamento das comunicações é feito nas fases iniciais do projeto. Entretanto, os resultados deste processo devem ser revisados regularmente durante o projeto e, se necessário, para a continuidade da aplicação. Podemos dividir esse gerenciamento em quatro etapas principais. Veja a seguir. 6.1 AS PARTES ENVOLVIDAS As necessidades e prioridades de informação, direcionadas às diversas partes envolvidas, são obrigatoriamente analisadas, para desenvolver uma visão metódica e lógica da distribuição e fontes de obtenção. A análise deve considerar os métodos e tecnologias adequados ao projeto para fornecer as informaçõesnecessárias para cada etapa e equipe envolvida. Deve-se evitar o desperdício de recursos com informações desnecessárias ou tecnologia imprópria que poderiam prejudicar o entendimento e andamento do projeto. 6.2 PLANO DE GERENCIAMENTO O plano de gerenciamento das comunicações é um documento que fornece: Uma estrutura de coleta, e arquivamento, que especifica os métodos a serem usados para reunir e armazenar os vários tipos de informação. Devem, igualmente, fiscalizar a coleta e a disseminação das atualizações e correções de material. AN02FREV001/REV 4.0 32 Uma estrutura de distribuição que detalha para quem as informações (relatórios de posicionamento, dados, cronograma, documentação técnicas, etc.), será dirigida e quais os métodos (relatórios escritos, reuniões, etc.) serão empregados para distribuir os vários tipos de informação. Descrição da informação a ser distribuída, incluindo: formato, conteúdo, nível de detalhamento, convenções e definições a serem utilizadas. Métodos de acesso das informações. Método para atualização e refinamento do plano de gerenciamento das comunicações, à medida que o projeto avança e desenvolve-se. 6.3 REGISTROS Os registros podem incluir correspondências, anotações e documentos que descrevem o projeto. Nesses registros estão os dados necessários para o entendimento e andamento do projeto e devem estar à disposição das partes envolvidas. 6.4 ARQUIVOS Um apanhado geral dos registros do projeto utilizados deve ser preparado para arquivamento pelas partes apropriadas. Quaisquer bancos de dados referentes ao projeto sejam eles específicos, ou no nível de programa, devem ser mantidos sempre atualizados. Dessa forma, são evitados contratempos e erros que comprometeriam o êxito do projeto. Caso os projetos sejam conduzidos sob contrato ou quando envolvem um volume significativo de contratação externa, deve ser dispensada uma atenção especial ao arquivamento de registros advindos de terceiros. AN02FREV001/REV 4.0 33 7 GESTÃO DOS RECURSOS Todo projeto necessita de recursos para poder ser desenvolvido, sejam materiais ou humanos. Para cada atividade são designados os recursos necessários, tais como as matérias-primas, ferramentas, as mais variadas possíveis, e necessariamente, as pessoas envolvidas para execução das tarefas. Em virtude da multiplicidade de atividades que envolvem cada projeto em si, trataremos de forma mais específica nesse capítulo das pessoas, ou seja, os recursos humanos. Quando elencamos as partes humanas envolvidas, estamos tratando da equipe de trabalho, os clientes, os patrocinadores e demais envolvidos. Permeando todas essas vertentes está o gerente do projeto que deve atender e saber lidar com todos os envolvidos. A parte que está constantemente sob a custódia e responsabilidade do gerente é a equipe de trabalho. Vejamos detalhes acerca da equipe do projeto. 7.1 DESENVOLVIMENTO DA EQUIPE O desenvolvimento da equipe do projeto deve fomentar as competências individuais e de grupo para elevar o desempenho do projeto. Estes processos interagem entre si e com os processos das demais áreas de conhecimento. Cada processo pode envolver esforço de um ou mais indivíduos ou grupos, dependendo das peculiaridades do projeto. O trato com pessoas precisa seguir algumas diretrizes: Liderança, comunicação e negociação; Delegação, motivação, instrução, assessoramento e outros assuntos relacionados ao trato com indivíduos; Desenvolvimento de equipe, tratamento de conflitos, e outros assuntos relacionados ao trato com grupos; AN02FREV001/REV 4.0 34 Avaliação de desempenho, recrutamento, retenção, relações de trabalho, regulamentações de saúde e segurança e outros assuntos relacionados à administração da função de recursos humanos. A natureza temporária dos projetos pode fazer com que as relações pessoais e organizacionais sejam, igualmente, temporárias e novas. A equipe de gerenciamento do projeto deve tomar cuidado para selecionar técnicas que sejam apropriadas a essas relações transitórias. 7.2 MONTAGEM DA EQUIPE FIGURA 6 – CONTRATAÇÃO DE PESSOAL FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/xMHM9b>. Acesso em: 06 maio 2013. A montagem da equipe envolve conseguir que os recursos humanos necessários (indivíduos ou grupos) sejam alocados ao projeto. Em algumas situações, os recursos mais indicados podem não estar disponíveis, e a equipe de gerenciamento do projeto deve atentar-se para garantir que os recursos que estão disponíveis atendam os requisitos do projeto. Vejamos as principais etapas da montagem da equipe. AN02FREV001/REV 4.0 35 7.2.1 Negociação Os direcionamentos de pessoal devem ser negociados na maioria dos projetos. Por exemplo, a equipe de gerenciamento do projeto pode precisar de: Negociar com os gerentes funcionais responsáveis, para assegurar que o projeto receba o pessoal habilitado no momento adequado; Negociar para que outra equipe de gerenciamento do projeto, dentro da organização executora, aloque recursos escassos ou especializados apropriadamente. As habilidades de persuasão sobre a equipe desempenham um papel importante na negociação das alocações de pessoal, assim como as políticas das organizações envolvidas. 7.2.2 Contratação Muitas vezes não existe a quantidade ou qualidade suficiente de recursos disponíveis, para a execução das atividades do projeto. Nesses casos, o gerente deve ter a noção prévia da necessidade e saber distribuir corretamente no cronograma de atividades o recurso necessário. 7.2.3 Alocação O projeto estará com a equipe montada quando as pessoas apropriadas tiverem sido alocadas corretamente para trabalhar nele. A equipe pode ser alocada em tempo integral, parcial, ou variável, dependendo das necessidades do projeto. AN02FREV001/REV 4.0 36 7.2.4 Relacionamento É uma necessidade, intrínseca ao andamento do projeto, entre todos os membros da equipe do projeto e outras partes envolvidas. A relação pode ser formal ou informal, muito detalhada ou geral, dependendo das necessidades do projeto. 7.3 APRIMORAMENTO DA EQUIPE A equipe de trabalho pode requerer aprimoramento e treinamento em determinadas situações, para que possa desempenhar etapas dentro do processo. Cabe à organização prover recursos e possibilidades para que o devido estudo possa ser realizado. As competências da equipe estão diretamente ligadas à qualidade dos serviços, portanto, cabe uma atenção especial para que a equipe obtenha tal aprimoramento sempre que a necessidade se fizer presente. Pode ser desde reuniões, cursos e especializações. 8 GESTÃO DOS RISCOS O risco de projeto é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, pode gerar um efeito positivo ou negativo no objetivo do projeto. Um risco tem uma causa, e se essa ocorrer, uma consequência. Riscos de projeto incluem as ameaças para os objetivos do projeto, e também, oportunidades para aprimorá-los. A origem está na incerteza que está presente em todos os projetos. AN02FREV001/REV 4.0 37 Cabe ao gerente do projeto ter sob sua competência a análise dos possíveis riscos e um planejamento adequado para sua administração. Uma vez identificados, eles podem ser mensurados e monitorados. Riscos conhecidos são aqueles que são identificados, analisados e podem ser planejados. Riscos desconhecidos não podem ser gerenciados, embora os gerentes de projeto possam considera-los por meio da aplicação de uma contingência genérica baseada na experiência passada com projetos similares. Riscos, que são ameaças ao projeto, devem ser aceitos se estão balanceados com compensações para obter ganhos futuros. 9 GESTÃODAS AQUISIÇÕES A natureza de cada projeto pode exigir a aquisição de bens ou serviços para conclusão de determinadas atividades, ou ainda o processo como um todo. Deve-se avaliar a real necessidade e viabilidade de tais aquisições. Para tal objetivo, o gerente deve planejar previamente as necessidades do projeto. Uma vez determinadas as aquisições, procede-se com a seleção de fornecedores e consequentes orçamentos para contratação definitiva. AN02FREV001/REV 4.0 38 10 COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS FIGURA 7 – COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS FONTE: Disponível em: <www.sindcongru.org.br>. Acesso em: 08 maio 2013. Antes de executar qualquer empreendimento de construção civil, necessitamos de projetos específicos que servirão como um verdadeiro manual de como fazer a obra. Tais projetos são necessários à obra, mas antes disso, fazem parte de um caderno de exigências feitas pelos diversos órgãos fiscalizadores do setor da construção civil. Dessa informação já surge um primeiro cuidado ao lançar qualquer projeto: não se trata simplesmente de um documento de aprovação junto aos órgãos competentes, antes disso é um documento que servirá de alicerce para a concepção de algo concreto, portanto deve funcionar e minimizar ao máximo, problemas e patologias futuras. Guardadas as proporções e devida complexidade de cada empreendimento, são necessários diversos projetos específicos, que estão subdivididos em áreas de AN02FREV001/REV 4.0 39 conhecimento. Para cada área existe o profissional habilitado e especialista no assunto. Se tomarmos como exemplo a construção de um edifício de apartamentos, vamos perceber que é necessário de uma forma geral e sintética: Arquiteto para conceber o projeto de arquitetura com a localização, dimensão e setorização de cada cômodo e elemento construtivo do prédio; Engenheiro civil para realizar o cálculo, dimensionamento e localização dos diversos elementos da estrutura do prédio; Engenheiro eletricista para calcular, especificar e locar todos os componentes referentes ao projeto elétrico; Arquiteto ou engenheiro para calcular, dimensionar e localizar as tubulações de água e esgoto da edificação; Engenheiro mecânico para calcular, especificar e distribuir as tubulações de acondicionamento de ar e ventilação. A partir dessa constatação podemos admitir que temos diferentes áreas de conhecimento, cada qual com suas exigências e especificações para um mesmo produto. Se não existir um denominador comum entre todos, fatalmente irá ocorrer sobreposição de elementos. Tal situação pode deflagrar situações de conflito durante a execução do projeto e pior que isso, tais situações virem a se converter em graves patologias no prédio. Para minimizar tais possibilidades, o arquiteto é o profissional mais indicado para reunir todos os projetos dos diferentes profissionais e compatibilizar todos os elementos envolvidos por meio da sobreposição de plantas e projetos. Quando a complexidade do projeto for maior, é aconselhável a contratação de um segundo profissional, que não está envolvido nos projetos, para analisar todo o processo de uma forma mais homogênea, por estar isento de peculiaridades inerentes do projeto. FIM DO MÓDULO I
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