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Resenha do texto "China" de K.M. Panikkar

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Prévia do material em texto

Guilherme Vasconcelos Ferreira. - 201749511-3
 HRI – Fábio Koiffman
Resenha do texto: “A China”
PANIKKAR, K. M.
Assim como na Índia, no princípio da instalação territorial dos ingleses na Ásia do Sul, na China, os europeus se encontravam em algumas feitorias perto das costas sem ter nenhum poderio militar e influências políticas e sem aparentes interesses pelos mesmos, apenas se preocupavam com o comércio e os lucros. E assim terminam as similaridades entre a China e a Índia. 
Diferente da Índia, o governo Chinês não desejava o comércio marítimo, 
“Meu império regurgita de todas as riquezas e de nada necessita” – Escreveu Kien-Long ao Rei Jorge II. 
Diferente da Índia que não havia um governo central, e os europeus podiam negociar com os pequenos príncipes e vice-reis, na China era necessário tratar com o império central, que controlava todo o seu território. 
A Inglaterra dominava a Índia e possuía uma supremacia comercial, econômica, política e intelectual sem precedentes na história mundial, E os outros países como os Estados Unidos estavam apenas começando, e outros como Áustria e Alemanha e França, ou estavam preocupados com outras coisas ou se recuperando de Revoluções, como a França. Os pioneiros dos primeiros impérios marítimos, a Espanha, Portugal e a Holanda, haviam “desaparecido” do cenário da época. 
A doutrina do liberalismo estava crescendo, e os países que fechavam seus comércios era considerado imoral e antinatural pois a liberdade comercial era vista como um direito divino. Abrir a China ao comércio estrangeiro, mesmo pela força, era então servir à paz, ao progresso e à civilização.
O comércio com a China fora durante muito tempo de sentido único. Os europeus praticamente nada tinham para vender em troca das imensas quantidades de seda, de chá e de ruibarbo que compravam. O grande problema sempre consistira em encontrar algo que pudesse responder às necessidades chinesas e evitar as exportações de ouro que até então haviam serviam para equilibrar a balança comercial.
A crescente predileção dos chineses ao ópio veio fornecer uma solução, solução essa que não era nova, já que um português já havia pensado nisso antes, o ópio havia sido proibido por um decreto imperial em 1729 pois o consumo do mesmo era viciante e afetava a saúde da população, embora esse decreto não tenha sido respeitado, o consumo do ópio nunca foi elevado.
Os ingleses usaram seus impérios na Índia para cultivar grandes quantidades de ópio, em 1733, Warren Hastings fez do comércio do ópio um monopólio da Companhia e em 1797 obteve o de sua manufatura.
A Companhia das Índias ampliou esse mercado, enchendo os cofres ingleses na Índia e tornando o ópio uma moeda de troca com a China. A Companhia não vendia o ópio diretamente para a China, se contentavam em vender para mercadores independentes em Calcutá, os mesmos se encarregavam a transportar e vender o produto ilegalmente em Lintim. 
As firmas chegavam a montar canhões em seus navios para lutar contra as leis chinesas e essa atitude, de armar navios sem bandeiras e transportar mercadorias proibidas era considerado pirataria pelas leis internacionais tanto da China quanto da Inglaterra. 
O imperador chinês preocupado com a situação do tráfico do ópio encarregou Lin-Tse-hsu, o até então vice-rei de Hu-Kuang recebeu o título de Comissário Imperial Extraordinário com poderes ilimitados e seu programa encorajava o comércio legal, não tinha problemas com os estrangeiros, apenas quando a lei não era cumprida. 
Ele pediu e obteve dos mercadores chineses a entrega de todas as suas caixas de ópio, em número de 20 mil e, para surpresa geral, destruiu-as em meio a uma cerimônia pública. Depois, fez com que os mercadores chineses e ingleses assinassem uma promessa formal de jamais dedicar-se no futuro àquele comércio nefasto e contrário às leis do império. Nesse mesmo momento, uma firma britânica estava fazendo um contrabando costeiro na base de Manila. 
Ingênuo, Lin não acreditava que o governo inglês tinha algo a ver com o tráfico do ópio na região pois na Inglaterra era proibida a venda do mesmo, e por isso acreditou que a marinha britânica não iria intervir para defender os malfeitores. 
"Pensamos", escrevia à Rainha Vitória, "que essa substância perniciosa é fabricada clandestinamente por artificiosos maquinadores que dependem de vossa nação. Seguramente, Honrada Soberana, Vós não ha·veis ordenado a cultura e a venda dessa planta.''
Mas Lin estava completamente enganado, pois o governo Inglês não só sabia, mas colaborava com o comércio do ópio.
A Tomada Inglesa.
Indispostos a perder o comércio e influência que mantinham na China, ser o país mais populoso do mundo, o que seria para os ingleses um mercado inesgotável foi o que convenceu os ingleses a dominar a região. 
13 de junho de 1842: As forças britânicas ocuparam Xangai e intercederam o importante rio chinês Iang-tsé.
29 de agosto de 1842: Tomaram a grande cidade de Nanquim e foi assinado o Tratado de Nanquim, que fixava por 100 anos as condições de comércio da China com as nações europeias, obrigando a mesma a comerciar com os ocidentais e a ensinava que estava longe de ser superior a todas as nações do mundo e talvez seria a última. 
Aparentemente os chineses não sabiam exatamente o que estavam sendo obrigados a assinar, os documentos foram traduzidos porcamente para um mau chinês e tudo que os vencedores impuseram foi mantido no final.
O tratado com exceção de Hong-Kong, tratava de estruturar as relações da China com as potências ocidentais, era o que abriria ao comércio cinco portos onde os estrangeiros poderiam se instalar com suas famílias e exercer a sua atividade sem restrições. Consulares e superintendentes também poderiam residir nos portos e as tarifas alfandegarias seriam honestas. 
Os americanos e franceses conseguiram concessões similares pelos tratados de Whangia (3 de julho) e de Whampoa (24 de outubro) e em Macau, os portugueses desfrutaram de privilégios que nunca haviam conseguido no auge do seu poderio. 
Os cinco portos visados pelo tratado de Nanquim, onde os mercadores estrangeiros tinham o direito de comerciar diretamente, encontravam-se na embocadura do langtsé e ao longo da costa: Xangai, Ningpó, li Fu-Tcheu, Amói e Cantão. Em cada um deles devia encontrar-se, permanentemente, um barco de guerra, e os franceses e americanos pediram e obtiveram o direito a que os barcos de guerra "cruzando para proteger o comércio, sejam bem recebidos em todos os portos da China onde lhes der vontade de ir". 
Os franceses fizeram acrescentar ao seu tratado uma cláusula que viria tornar vãos todos os esforços despendidos para estabelecer relações de amizade entre a China e o Ocidente: a proteção dos chineses cristãos. Pois as nações europeias tornavam-se assim o símbolo de uma religião que seus missionários pretendiam a todo custo impor ao povo chinês.
O China Repository registrou fatos estranhos, como no dia 3 de setembro, um grupo de oficiais ingleses armados fazendo papel de vândalos, penetraram o Pagode (Torre) de Porcelana e destruíram e carregaram uma quantidade de objetos inestimáveis, e isso não parou por aí, pois atos parecidos se repetiram no Palácio do Verão, em 1860, em Tientsin, em 1870, e em Pequim, em 1900.
Os mercadores, confiando por tanto tempo em seus entrepostos, começaram a respirar e viram materializar-se o seu sonho dourado: doravante poderiam comerciar livremente nos grandes portos da China do Sul. Xangai, onde a Inglaterra, os Estados Unidos e a França tinham uma concessão cada, encontrava-se organizado como um porto de comércio estrangeiro, com sua própria municipalidade e seus regulamentos internos. As grandes firmas britânicas vieram instalar-se num posto que parecia abrir mercados ilimitados no interior da China.
Mesmo com todos esses benefícios dos 5 portos, a cifra de exportação britânica em 1850 não era superior à de 1843 e em 1854 chegou a ser inferior o que fez os ingleses acreditarem que na China havia um mercado para o ópio, mas não paraos demais produtos. 
Em meados de 1847, trezentos milhões de chineses recusarem os produtos ingleses era algo que até mesmo os ingleses não podiam penetrar. Os mercadores chineses se mostravam hostis e as autoridades quase sempre tomavam decisões favoráveis aos chineses, assim os mercadores ingleses propuseram que suas ações se estendessem além dos 5 portos atuais além de dar aos cônsules o direito de utilizar a força para reparar as injustiças e tratar diretamente com as autoridades provincianas, sem passar pelo governo central. "Nosso comércio com a China", declarava a Câmara de Comércio de Manchester, "não poderá desenvolver-se enquanto o direito de compra e venda não for estendido para além dos portos em que atualmente estamos confinados."
A mais poderosa firma inglesa na China, Jardine & Matheson, declarava em junho de 1850: 
"Nossos últimos relatórios mensais vos informaram do caminho desfavorável que assumiram nossos negócios no que se refere às importações. Só podemos confirmá-los e advertir-vos da séria queda que sofreram os fios de algodão e os shirtings; novas remessas de mercadorias só concorreriam para atravancar ainda mais um mercado cujas necessidades estão cobertas por muito tempo."
Os navios de guerra atracados em Campton não estavam ali somente para proteger os mercadores, mas também para permitir que eles passassem por cima das leis locais e surrar impunemente os vendedores ambulantes, coisas que aconteciam mais regularmente do que se pode imaginar. 
O governo chinês continuava sempre tentando respeitar ao máximo o Tratado, diferente dos estrangeiros que não respeitavam as leis chinesas e passavam por cima de tudo com sua arrogância, despertando assim nos chineses um ódio pelos estrangeiros e provocando que a autoridade governamental fosse se enfraquecendo cada vez mais, obrigada a se dobrar perante os canhões ingleses e quase sempre ignorando o sentimento popular do povo chinês. 
O Tratado de Nanquim só havia trago confusão, e 	em 1854 os franceses, ingleses e americanos reuniram-se para revisar o tratado, na pretensão de estender a sua área de influência e obter total acesso ao país, além de legalizar o comércio do ópio, e do emprego dos operários chineses, coisas essas que sabiam que só poderia acontecer se o país fosse completamente derrotado. 
Os ingleses não tardaram a julgar-se obrigados à guerra.
Um antigo pirata, procurado pelo governo chinês por vários crimes chegou na costa tentando conseguir um certificado de inscrição inglês pois o seu estava expirado, Ieh Ming-tai, vice-rei e alto comissário do Kuangtung ordenou que detivessem o pirata e seu cumplice, coisa que os ingleses não fizeram e fizeram exigências ao vice-rei, que certo dos seus direitos se negou a cumprir. 
Então os ingleses começaram a tomar diversas medidas para fazer com que o governo chinês se curvasse visto que a revisão do tratado já fora decidida e que só poderia fazer-se valer pela força.
A segunda guerra se desenrolou graças a proteção dos ingleses a alguns chineses, contrabandistas, a guerra se desenrolou como da primeira vez, e os franceses querendo abocanhar uma parte da Ásia, entrou nessa expedição. 
Os Estados Unidos que se recusou a participar, se mostrou completamente de acordo com os seus aliados.	
Em 1857, Cantão foi ocupada e o vice-rei Ieh capturado e enviado para a índia.
Os representantes franco-ingleses ameaçaram então, se Pequim se recusasse a negociar diretamente com eles, tomar os fortes de Taku. que guardavam Tientsin. Recusaram as propostas de paz do vice-rei de Tientsin; mas é que estavam decididos a abater definitivamente a pretensa superioridade da China, a só negociar com plenipotenciários imperiais e a firmar o tratado na própria capital do império. 
Depois que o imperador se recusou a receber os enviados estrangeiros em Pequim, os almirantes aliados ocuparam os fortes de Taku, que se renderam sem oferecer resistência. Vendo que era inútil obstinar-se por mais tempo, a Corte aceitou então negociar e nomeou plenipotenciários imperiais.
Os tratados de Tientsin deram naturalmente às nações ocidentais tudo quanto reclamavam havia 20 anos: a livre navegação no langtsé, a abertura de 11 novos portos entre os mais importantes do vale do rio, até à altura de Hankeu, uma jurisdição autônoma para os seus processos. liberdade de ação para as missões cristãs e, cláusula especial para a França, a proteção dos apóstatas; as potências estrangeiras tinham, além de tudo, o direito de manter representantes permanentes. Tudo isso já era exorbitante, mas não bastou para os britânicos, que pretendiam humilhar a China ainda mais.
Elgin, que dirigia a expedição, recebeu a ordem de se apresentar diante de Taku com “uma força naval suficiente” a fim de dirigir-se a Pequim para obter a ratificação do tratado; deveria exigir uma recepção à altura, não apenas na capital, como também em Taku e Tientsin.
Novas negociações falharam e, os exércitos aliados avançaram até o Palácio de Verão, a esplêndida residência que Chien Lung mandara construir sobre um lago. Aí, a soldadesca aliada retomou a tradição de vandalismo que já se manifestara no Pagode de Porcelana, em Nanquim: o palácio que, segundo as palavras do comandante francês Montauben, "era de uma riqueza e de uma beleza sem igual na Europa", foi submetido sistematicamente à pilhagem pelos oficiais.
Mas o insaciável Lorge Elgin, após ter entrado em Pequim, ordenou que se tocasse fogo a todos esses "esplendores" que os próprios conquistadores haviam considerado "difíceis de descrever". Elgin imaginava, candidamente que o incêndio do Palácio de Verão impressionaria os orientais e deixaria aos chineses um duradouro pavor dos europeus. É de se imaginar que os europeus acreditavam que seu prestigio para com os chineses aumentaria junto com a proporção de sua selvageria e crueldade.
Tais façanhas não podiam deixar de imprimir marcas duradouras, porém totalmente diversas daquelas imaginadas por Elgin: um ódio ardente dos "bárbaros", aliado a um desprezo inexprimível. O incêndio do Palácio de Verão ainda hoje não foi esquecido e um alto funcionário do Governo Central da China Popular dizia, em 1951 que a conta ainda continuava aberta e que seria acertada, mais dia menos dia. 
O Tratado de Pequim (25 de outubro de 1860), que pôs termo a tais ações inqualificáveis, obrigava o imperador a exprimir seus "profundos pesares" pela ruptura de relações até então cordiais. As potências podiam estabelecer legações em Pequim; obtinham indenizações ainda mais elevadas que dantes, e Tientsin era acrescentado à lista de portos do tratado. A Grã-Bretanha obtinha, naturalmente, algo mais: a concessão perpétua de Ku-lung, península frente a Hong1 Kong. 
A França como parecia se tornar um costume, colocou uma cláusula escondida em seu tratado onde definia que a França poderia comprar e construir casas, afim de aumentar suas propriedades.
Os tratados de Tientsin e o Tratado de Pequim abrem um novo capítulo das relações sino-europeias.
Todas as relações mantidas desde então entre europeus e chineses viriam a ser profundamente marcadas por essa violação de boa-fé internacional, o povo chinês jamais perdoara os europeus e os europeus nunca mais poderiam confiar nos chineses por medo de uma represália.

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