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Processo Penal II

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Processo Penal II
Sumário
1.	Atos Jurisdicionais	5
A.	Despachos de mero expediente	5
B.	Decisões	5
C.	Sentença	5
i)	Condenatória	5
ii)	Absolutórias	5
a)	próprias	5
b)	impróprias	5
iii)	Declaratória	5
a)	Principio da congruência/correlação	5
2.	Busca e apreensão	6
3.	Nulidades no Processo Penal	6
A.	Diferenças:	6
B.	Problemas:	8
C.	Nulidade Absoluta e Relativa	8
D.	Princípios	9
i.	“PAs de Nullité sans Gried”	9
ii.	Instrumentalidade das formas	9
iii.	Princípio do interesse	9
iv.	Não se declara nulidade de ato irrelevante	10
v.	Princípio da Causalidade/Consequencialidade	10
vi.	Princípio da convalidação	10
E.	Analise do 564	11
4.	Recursos	14
A.	Fundamento Jurídico para existência do Recurso	14
B.	Definição	15
C.	Conceito:	15
D.	Generalidades	15
E.	Princípios	15
i.	Duplo Grau de Jurisdição	15
ii.	Taxatividade	16
iii.	Unirrecorribilidade (singularidade ou unicidade)	16
iv.	Fungibilidade	16
v.	Dialeticidade	17
vi.	“Non Reformatio in Pejus”	17
vii.	“Reformatio in melius”	18
viii.	Voluntariedade	19
ix.	Disponibilidade	19
F.	Observações Finais sobre os princípios	20
G.	Efeitos dos Recursos	20
i)	Efeito Devolutivo	20
ii)	Efeito Suspensivo	20
iii)	Efeito Regressivo / Devolutivo Inverso / Iterativo	21
iv)	Efeito Extensivo	21
v)	Recurso “Ex Officio”	21
vi)	Falha na Tramitação	22
H.	Pressupostos	22
i)	Taxatividade	23
ii)	Forma Prescrita em Lei	23
iii)	Tempestividade	23
iv)	Interesse	23
v)	Legitimação	23
I.	Generalidades	23
J.	Interposição e Procedimento	23
K.	Recurso em Sentido Estrito	23
1)	Hipóteses:	23
Hipótese I: Que não receber a denúncia ou queixa	24
Hipótese II: Que concluir pela incompetência do Juízo	24
Hipótese III: Que julgar procedente as exceções, salvo a de suspeição	25
Hipóteses IV: Que pronunciar o réu.	25
Hipótese v - Decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante (inc. V)	25
Hipótese VII: Decisão que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor (inc. VII)	25
Hipótese VIII: Decisão que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade (inc. VIII)	26
Hipótese IX. Decisão que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade (inc. IX)	26
Hipótese X. Decisão que conceder ou negar a ordem em habeas corpus (inc. X)	26
Hipótese XI. Decisão que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena (inc. XI)	26
Hipótese XII. Decisão que conceder, negar ou revogar livramento condicional (inc. XII)	27
Hipótese XIII. Decisão que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte (inc. XIII)	27
Hipótese XIV. Decisão que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir (inc. XIV)	27
Hipótese XV. Decisão que DENEGAR a apelação ou a JULGAR DESERTA (inc. XV)	27
Hipótese XVI. Decisão que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial (inc. XVI)	28
Hipóteses XVII. Decisão sobre unificação de penas (inc. XVII)	28
Hipótese XVIII. Decisão sobre incidente de falsidade (inc. XVIII)	28
2)	Prazo de Recurso	28
L.	Recurso de Apelação	28
Inciso I - Sentença	28
Inciso II – Decisões não cabíveis no capitulo anterior	29
Inciso III – Tribunal do Júri	29
Sumulas:	30
Prazo	31
5.	Revisão Criminal	32
6.	Habeas Corpus	33
7.	Mandado de Segurança	33
16/09/2016
Atos Jurisdicionais
Despachos de mero expediente
Serve para dar impulso oficial
Não tem conteúdo condenatório
São irrecorríveis
Decisões
Conforme art. 93, IX, CF – prevê que todas as decisões devem ser fundamentadas.
Cabe recurso
Precisa ser fundamentada
Sentença
Contem: Relatório, Fundamentação e Dispositivo.
Conforme art. 93, IX, CF – prevê que todas as decisões devem ser fundamentadas.
Condenatória
é uma decisão extensa.
É no dispositivo que ira conter a dosimetria da pena. 
No art. 387 CPP, tem a possiblidade de fixar valor de reparação (que a principio alguns penalistas entendem que deveria estar no Cível) 
Para a aplicação do item IV do art. 387, Requisitos: tem que ser cometido crime depois de 2008, tem que estar expresso no pedido; tem que dar contraditório e ampla defesa sobre esse item também
Absolutórias
Art. 386 do CPP
O juiz deve colocar do dispositivo da sentença a declaração de inocência, mas tem que estar fundamentada e conter indicação dos incisos do 386 CPP.
Existe a possibilidade de ter reflexo do processo penal para Direito Civil.
próprias
Existe nesse tipo de sentença o interesse do réu de recorrer das decisões para que se altere o tipo de absolvição.
Não cabe revisão criminal para então condena-lo.
impróprias
Previsto no art. 387, inciso II.
Declaratória
Extinção de punibilidade
Principio da congruência/correlação
Situação 1: O Ministério público no inquérito relatou o roubo (art. 157) mas no dispositivo colocou que foi um furto (art. 155) o que esta errado. Quando o juiz for deferir a decisão, pode condenar pelo art. 157 com base no “emendatio libelli” (art. 383 CPP), porque a fundamentação esta certa. => não cabe recurso.
Situação 2: O Ministério Público no inquérito relatou furto (art. 155 CP) e colocou no dispositivo colocou art. 155 CP. Mas durante a instrução descobre que deveria ser art. 157, então o juiz abre para o Ministério publico aditar a inicial pela “Mutatio Liberi” (Mudar a descrição - Art. 384 CPP) para emendar a inicial adequando o inquérito para art. 157 (prazo 3 dias). => cabe recurso.
SUMULA 453
Situação 1: acusado de dolo, mas condenado por CULPA. => cabe recurso? Um entendimento é 1388440 do STJ; outro é 
Art. 385 CPP
Situação 1: Ministério Público oferece denuncia mas nas alegações finais pede pela absolvição, entretanto o juiz condena o acusado. => parte da doutrina entende que não poderia o juiz; outra parte da denuncia entende que para o juiz teria obrigatoriamente apresentar agravante que já tivessese sido apresentado no inquérito. 
Ler: Logica do Cisne Negro.
Busca e apreensão
Previsto no artigo 240 do CPP.
Conforme art. 5, inciso XI CF/88 prevê quando inviolabilidade da residência.
Alínea F não foi recepcionada pela Constituição.
O mandado tem que ser certo e determinado – art. 243. O sentido de casa é aquele previsto no art. 150, §4 CP.
16/09/2016
PROVa
16/09/2016
Devolutiv
16/09/2016
Várias aulas no laboratório se passaram
16/09/2016
Nulidades no Processo Penal
Nulidade é o vício de que padece o ato processual ou mesmo o processo por inteiro, por não atender ao modelo fixado em lei.
Nulidade é consequência da sanção de ineficácia imposta em relação ao ato praticado com inobservância dos parâmetros normativos. É a decretação de ineficácia do ato atípico, imperfeito, defeituoso. O nosso CPP emprega a palavra nulidade não só para indicar o motivo que torna o ato imperfeito como, também, para traduzir a consequência da sua atipicidade.
O ato processual para ser válido deve ser praticado de conformidade com o paradigma legal. Não o sendo, torna-se, evidentemente, atípico. E, quando a atipicidade sofre a sanção de ineficácia, o ato se diz nulo.
Diferenças:
- Atos Irregulares
O ato existe, é válido e eficaz.
Se a irregularidade ou atipicidade for insignificante, não alcançará status de nulidade (relativa ou absoluta), em face da total ausência de prejuízo, que trará ínsita a inexistência de interesse jurídico no refazimento do ato imperfeito.
Embora evidente e reconhecida a irregularidade, nenhuma consequência jurídica advirá para o processo, pois, no dizer de JOSÉ JOAQUIM CALMON DE PASSOS, a irregularidade “é um defeito na estrutura do ato sem reflexos na sua eficácia” (A nulidade no processo civil, Rio de Janeiro, Forense, 1959, p. 79).
É o que ocorre, por exemplo, se o juiz e todos os demais presentes descumprirem o art. 472 do CPP e se mantiverem sentados por ocasião do juramento solene que deve ser feito pelos jurados no plenário do júri.
Na hipótese citada, emboraa lei diga que todos deverão colocar-se de pé nesse momento, em sinal de respeito, o desatendimento da regra não acarreta qualquer prejuízo, daí não haver mácula a ser proclamada.
- Atos Nulos
Ato nulo é o ato que sofreu sanção de nulidade judicialmente imposta em razão de sua atipicidade total ou parcial.
Quando há “uma falta de correspondência entre o tipo e o ato”, surge uma imperfeição. O ato existe, mas de maneira imperfeita, defeituosa, capenga, e, em face dessa tipicidade, pode tornar-se ineficaz se vier a sofrer a sanção de nulidades. Enquanto o Juiz não lhe declarar a imprestabilidade, ele continua gerando efeitos. Mas, se o juiz observa e lhe decreta ineficácia, o ato se diz nulo.
A nulidade é o resultado da sanção de ineficácia imposta pelo Juiz ao ato processual atípico. Quando o juiz impõe a sanção de ineficácia ao ato diz-se que esse ato é nulo. Logo, se a sanção não for imposta – judicialmente, claro, o ato produz.
- Atos Inexistentes
O ato não existe e, não existindo, jamais poderá ser válido e eficaz.
Segundo Calmon de Passos o ato inexistente não é ato típico nem atípico; é um não-ato, porque desprovido dos pressupostos que informam a existência do ato processual e por isso mesmo, os atos inexistentes prescindem de decretação judicial para que se tornem ineficazes. Para JOSÉ FREDERICO MARQUES, atos inexistentes são atos processuais que, “pela absoluta discordância com o respectivo modelo legal, não possuem existência jurídica” (Elementos de direito processual penal, Rio-São Paulo, Forense, s/d, v. II, p. 414)
Exemplo: sentença proferida por alguém que não é magistrado.
Quanto a inexistência material se projeta sobre o processo, e não sobre o ato, não se poder anular o que não existe.
Se num processo por crime que tenha deixado vestígios não se procedeu ao exame de corpo de delito, direto ou indireto, haverá nulidade, nos termos do artigo 564, III b, do CPP. Anula-se o procedimento, e não o exame de corpo de delito. Mesmo porque não se anula o que não existe.
Quando fala em inexistência do ato, a doutrina quer referir-se não à ausência material do ato, mas àquele ato que, embora tenha existência material, é totalmente desprovido de qualquer significado jurídico, equivalente ao ato absolutamente nulo.
O ato inexistente acarreta, portanto, nulidade absoluta.
Em verdade, nesse tema é possível distinguir inexistência material de inexistência jurídica.
Ocorre inexistência material quando o ato não é praticado ou se tem por suprimida determinada fase. Exemplo: o réu não é citado para o processo. O que aqui se identifica é um não ato.
Ocorre inexistência jurídica, embora o ato tenha sido praticado, quando sua desconformidade com a lei é de tal ordem que corresponde a não ter sido praticado. Exemplo: sentença condenatória prolatada e assinada pelo diretor do cartório, e não pelo juiz.
• Nulidade absoluta: O ato existe, porém nunca será válido e eficaz. O prejuízo decorrente da violação da regra de direito é de tal ordem que a mácula não permitirá que se alcance prestação jurisdicional válida, impondo-se, sob tais condições, o refazimento do ato processual ou do processo fulminado de nulidade plena. Nesses casos incide presunção absoluta (juris et de jure) de prejuízo, e por isso não é possível prova em sentido contrário.
• Nulidade relativa: O ato existe, não é válido nem eficaz. Contudo, poderá ser válido e produzir efeitos caso venha a ser sanado ou convalidado. O prejuízo causado pelo desatendimento da regra de direito não é tão grave, daí por que caberá à parte interessada alegar e provar sua existência.[1: tornar válido, legitimar; dar validade a; legalizar]
Problemas: 
Falta de Sistemática no CPP; 
Absurdas relativizações; 
Falta de Conformidade com crises.
CPP, 563 e seguintes.
Nulidade Absoluta e Relativa
E ambas tem que haver prejuízo
A nulidade gera efeitos até que seja declarado nulo.
	Nulidades Absolutas
	Nulidades Relativas
	Prejuízo
É tão grave. É vício que atinge normas de ordem pública, como tais consideradas aquelas que tutelam garantias ou matérias tratadas direta ou indiretamente pela Constituição Federal.
Prejuízo presumido
Exemplo: defesa sem defensor
	Prejuízo
Não é tão grave.
São nulidades relativas aquelas que atingem normas que não tutelam o interesse público, e sim o interesse privado da parte
Tem que demonstrar o prejuízo.
Exemplo: defesa falha
	Não comporta convalidação
Exemplo: não pode aceitar que foi realizada uma audiência
	Ato comporta convalidação
Exemplo: pode aceitar algum ato praticado
	Pode/Deve ser declarada de ofício
A nulidade absoluta pode ser arguida pelos interessados ou declarada ex officio pelo juiz.
Também os tribunais, no julgamento de recursos, podem reconhecê-la, exceto quando, não arguida em recurso da acusação e não sendo caso de reexame necessário, importar em prejuízo ao réu (Súmula 160 do STF).
	Não se exige que o juiz declare de oficio
	Pode ser alegada por qualquer parte
	Deve ser alegada pela parte interessada
	Pode ser alegada a qualquer tempo
	Deve ser alegada no momento/Prazo previsto em Lei, sob pena de preclusão.
	Pode ser reconhecido em qualquer fase, grau de jurisdição mesmo após o transito em julgado, em sede de habeas corpus ou revisão criminal
	Não pode ser alegada por quem deu causa/concorrente
	Não está sujeita à Preclusão
	Está sujeita a preclusão
	Precisa ser declarada por decisão judicial
	Precisa ser declarada por decisão judicial
	Não admite sanatório
	Admite sanabilidade
Princípios 
“PAs de Nullité sans Gried” 
(Não há nulidade sem prejuízo)
Principio do prejuízo/da Conservação. A viga mestra do tema nulidade é a existência de prejuízo, e a jurisprudência fala em prejuízo concreto, não apenas potencial.
“(...) O princípio do pas de nullité sans grief – corolário da natureza instrumental do processo – exige, sempre que possível, a demonstração de prejuízo concreto à parte que suscita o vício, ainda que a sanção prevista 1646/1980 seja a de nulidade absoluta do ato’ (HC 93.868/PE, rel. Ministra Cármen Lúcia, Primeira Turma, DJe 16-12-2010). .... - STF, HC 93 868
Previsto no art. 563 do CPP, significa que não se decreta a nulidade relativa e não se declara a nulidade absoluta sem que haja resultado prejuízo para qualquer das partes.
Tratando-se de nulidade relativa, o prejuízo deverá ser provado pela parte que as invocar, exigindo-se, ainda, que seja concreto ou, no mínimo, provável, não bastando que seja possível. Por outro lado, sendo hipótese de nulidade absoluta, duas correntes subsistem em relação à necessidade de comprovação do prejuízo:
1.ª Corrente: Tal prejuízo é presumido (presunção juris tantum, admitindo prova em contrário), não necessitando ser demonstrado por quem alega o vício.
2.ª Corrente: Exige-se a comprovação do prejuízo, assim como ocorre na situação de nulidade relativa. Esta última é a posição consolidada nos Tribunais Superiores (STF e STJ)
Instrumentalidade das formas
O princípio da instrumentalidade das formas “quer que só sejam anulados os atos imperfeitos se o objetivo não tiver sido atingido (o que interessa, afinal, é o objetivo do ato, não o ato em si mesmo)”.
É que o processo penal rege-se pelo princípio da instrumentalidade das formas, do qual se extrai que as formas, ritos e procedimentos não existem como fins em si mesmos, mas como meios de se garantir um processo justo, equânime, que confira efetividade aos postulados constitucionais da ampla defesa, do contraditório, e do devido processo legal” (STF, HC 111.582/PR, 1ª T., rel. Min. Luiz Fux, j. 17-4-2012, DJe 086, de 4-5-2012) - STF, HC 111.582/PR
Se o ato mesmo pratico, de forma diferente da lei, mas atinge a finalidade não declara a nulidade.	
14/10/2016
Princípio do interesse
Art. 565 - Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.
Não é dadoà parte arguir vício a que haja dado causa ou para que tenha concorrido
Não se declara nulidade que só interesse à parte contrária
Obs.: Ministério Publico (Acusador e/ou fiscalizador da lei)
Contraria a ética e o bom senso imaginar que qualquer das partes possa praticar determinado ato de forma irregular e depois alegar, ela mesma, em seu benefício, a nulidade do ato ou do processo. Com tal proibição coíbem-se a má-fé e a criação de chicanas processuais, condena-se ao descaso o mau uso das faculdades processuais; pune-se, enfim, a tentativa de estelionato intelectual.
Não se declara nulidade de ato irrelevante
Art. 566 - Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.
Este princípio também atende aos princípios da economia e celeridade processual. Não tem sentido lógico ou jurídico declarar a nulidade e determinar o refazimento de ato processual que tenha se mostrado irrelevante para o julgamento do processo.
Exemplo: em relação a testemunha que não é nacional (estrangeira) deve ser acompanhada por um interprete, mas o juiz não o faz. O advogado argui uma nulidade.
Princípio da Causalidade/Consequencialidade
Não é sempre que contamina o ato subsequente
Deve ser identificada relação de Causalidade
O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende (CPP, art. 573, § 2º). 
O procedimento nada mais é do que o conjunto de atos processuais ou a sucessão deles – a marcha ordenada de atos processuais; a sequência como se desenvolve o processo com seus rituais, do início ao fim. De tal forma, é natural que estejam interligados e que disso resulte uma relação de causalidade entre eles.
A esse respeito, explicam GRINOVER, GOMES FILHO e SCARANCE que “Os diversos atos que compõem o procedimento não têm existência isolada, independente, mas constituem elos de uma cadeia lógica que objetiva a preparação da sentença final; pode existir um nexo de causalidade entre os diversos atos que se sucedem”
Não é acertado afirmar que a nulidade de um ato qualquer sempre contamina os atos subsequentes. Para que isso ocorra, é imprescindível que o(s) ato(s) posterior(es) dependa(m) diretamente do ato maculado ou seja(m) dele uma consequência, pois do contrário não haverá prejuízo e será aplicável o princípio da conservação do ato processual, que está por determinar a preservação dos atos não contaminados.
Identificada a relação de causalidade entre eles, aí sim, a nulidade de um causará a nulidade dos demais, cumprindo que o juiz analise e declare, caso a caso, a extensão ou o alcance. Fala-se aqui em nulidade derivada; nulidade ou ineficácia contagiosa.
Art. 573 - Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados.
§ 1º - A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência.
§ 2º - O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende
Princípio da convalidação 
Art. 572 - As nulidades previstas no art. 564, III, d e e, segunda parte, g e h, e IV, considerar-se-ão sanadas:
I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior;
II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;
III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.
Convalidar é o mesmo que atribuir ou reconhecer validade, validar. É o inverso de invalidar. Por meio da convalidação, atos praticados em desconformidade com o modelo legal não são alcançados pela sanção de nulidade; relativiza-se a exigência de certos formalismos e busca-se a efetividade do processo.
Trata-se de técnica que atende, dentre outros, aos princípios da economia e celeridade processual, da razoabilidade e da instrumentalidade das formas, na medida em que permite que o processo siga seu caminhar rumo à prestação jurisdicional final, sem maiores entraves, suportando que, sob certas condições, nulidades relativas sejam consideradas sanadas. Por força de sua incidência, o ato atípico ou irregular não necessita ser retificado ou refeito.
Evidentemente, não é possível falar em convalidação quando se estiver diante de nulidade absoluta. Nem mesmo o trânsito em julgado de sentença condenatória impede que eventual nulidade absoluta seja declarada – a pedido da defesa – em sede de habeas corpus ou de revisão criminal. Oportuno enfatizar, entretanto, que essas providências jamais poderão ser manejadas por iniciativa e em atendimento a interesse do Estado-acusador.
Tenta estabelecer que a validade para algumas nulidades relativas indicadas no art. 564, III, d e e, segunda parte, g e h, IV. 
Mas existem criticas que esta ocorrendo a validação de nulidades absolutas por parte de Tribunais Superiores.
Analise do 564 
- Analise 564 + 572, CPC[2: Art. 564 - A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;II - por ilegitimidade de parte;III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintesa) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante;b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167;c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa;f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia;h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabili dade;k) os quesitos e as respectivas respostas;l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;m) a sentença;n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido;o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso;p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o julgamento;IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.Parágrafo único - Ocorrerá ainda a nulidade, por defi ciência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas. (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948)]
A critica aparece porque nesse artigo 564, existem palavras/expressões ou procedimento que não são mais utilizadas ou ainda estão contra a constituição, mas não serão considerados nulidades.
- Sumulas
Sumulas Vinculantes 11 do STF – uso de algemas
Sumula 155 do STF – falta intimação de precatória para intimação de testemunha.
Sumula 273 do STJ
Súmula 156 do STF – Tribunal de Júri
Súmula 164 do STF – Contra ré arguida no recurso da acusação
Súmula 152 do STF – Tribunal do Júri, quesitos
Súmula 206 do STF – Tribunal do Júri, Julgamento
Súmula 351 do STF – Réu preso, citação
18/10/2016
Súmula 366 – Não é nula a citação por edital que não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos.
Súmula 431 – Nulo julgamento em segunda instância, salvo habeas corpus, sem previa intimação ou publicação.
Súmula 523 – Ausência de defesa e deficiência de defesa.
Súmula 706 – inobservância da competência penal por prevenção[3: Para aquele juiz que decreta prisão no inquérito, o mesmo estará relacionado ao julgamento em fase do processo.]
Súmula 707 – Falta de intimação do denunciado para oferecer as contrarrazões ou nomeação de defensor.
[O Ministério Público oferece a Denuncia, ojuiz recebe (ainda não cita o denunciado), mas Rejeita essa Denúncia. O MP propõe um Recurso em Sentido Estrito com razão para que seja aceita a Denúncia pelo Juiz. Aqui para que não ocorra a nulidade do ato, o Denunciante tem que ser intimado para oferecer Contra-razões]
Súmula 708 – Renúncia do único defensor.
Súmula 712 – Desaforamento de processo competência do júri [4: Tira do Foro do Júri para ir para outro Foro ]
Hipóteses de nulidade absoluta
1) por incompetência, suspeição ou suborno do juiz (art. 564, I);
2) por ilegitimidade de parte (art. 564, II);
3) por falta de denúncia ou queixa e representação (art. 564, III, a);
4) por falta de exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no art. 167 (art. 564, III, b);
5) por falta de nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente (art. 564, III, c). Impende destacar que, desde a vigência do atual Código Civil, já não se nomeia curador ao acusado menor de 21 anos;
6) por falta de citação do réu para ver-se processar (art. 564, III, e), desde que a omissão não seja suprida nos moldes do art. 570 do CPP;
7) por falta de interrogatório do réu, quando presente (art. 564, III, e); 1656/1980
8) por falta de decisão de pronúncia (art. 564, III, f), nos processos de competência do Tribunal do Júri, sendo caso de anotar que a referência ao libelo contida no art. 564 decorre de sua desatualização, visto que a necessidade de apresentação de libelo-crime acusatório deixou de existir desde a reforma introduzida no procedimento do júri pela Lei n. 11.689/2008;
9) pela ausência de quórum mínimo, que é de 15 jurados, para a instalação dos trabalhos no Tribunal do Júri (art. 564, III, i);
10) pela falta de sorteio dos jurados do Conselho de Sentença em número legal (7 jurados) e a incomunicabilidade de todos (art. 564, III, j), cumprindo aqui ressaltar que, para a validade do julgamento, a incomunicabilidade deve ser certificada nos autos (CPP, art. 466, § 2º);
11) por falta dos quesitos e as respectivas respostas (art. 564, III, k);
12) por falta de acusação e/ou de defesa, na sessão de julgamento (art. 564, III, l);
13) por falta de sentença (art. 564, III, m);
14) por falta de recurso de ofício, nos casos em que a lei o tenha estabelecido (art. 564, III, n);
15) por falta de intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e decisões de que caiba recurso (art. 564, III, o);
16) por falta de quorum para a instalação da sessão de julgamento nos tribunais (art. 564, III, p);
17) por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas (art. 564, parágrafo único)
Hipóteses de nulidade relativa
Em razão da combinação dos arts. 564 e 572 do CPP, conclui-se que haverá nulidade relativa:
1) por ausência de intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública (art. 564, III, d);
2) por ausência de concessão de prazo legal à acusação e à defesa para que possam praticar, respectivamente, os atos que a cada uma competir (art. 564, III, e, segunda parte);
3) por falta de intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia (art. 564, III, g);
4) por falta de intimação das testemunhas arroladas para oitiva no plenário do júri, nos termos estabelecidos pela lei (art. 564, III, h), cumprindo aqui reiterar que, a partir da reforma introduzida pela Lei n. 11.689/2008, já não há mais libelo e contralibelo, e o momento para arrolar testemunha é aquele tratado no art. 422 do CPP;
5) por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato (art. 564, IV).
Exercícios de cobrança das Nulidades:
1) Relação de Causalidade =>
Principio do Interesse =>
2) Princípio do Prejuízo
Princípio da convalidação
3) Ler art. 568 CPP
4) Ler art. 347, §4 CPP
Princípio da Insignificância, para excluir a condição de crime.
Princípio do Estado de Necessidade, excluir a condição de crime.
Princípio da Inelegibilidade conduta adversa, excluir a condição de crime.
Existe 2 entendimento: Seria ou não a nulidade de não analise e fundamental todas as teses defensivas.
5) nulidades de defesa colidentes (mesmo advogado para dois ou mais réus que acusam uma ao outro)
6) 
Analisando a fase do Inquérito e fase do Processo Penal: uma nulidade que ocorre em fase de Inquérito anula o processo penal? A principio pela jurisprudência que não anula o processo. 
21/10/2016
Recursos
Verificar o duplo grau de jurisdição? Condições? É explicito ou Implícito? Onde? Abrange todas as decisões? Haveria de decisão de Sentença irrecorrível? 
CPP, 574 e ss
Art. 574 - Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz:
I - da sentença que conceder habeas corpus;
II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411
O que motiva o recurso contra decisão? inconformismo; satisfação psicológica, minimização de possiblidade de erro, inibição de arbítrios, descasos...
Fundamento Jurídico para existência do Recurso
- CR/88, art. 5, LV + art. 92
No art. 5º, LV, da CF, está assegurado que “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”, e não há como compreender o exercício da ampla defesa sem que haja faculdade recursal; sem a possibilidade de submeter a questão decidida à reapreciação de um órgão de instância superior, ou, na pior das hipóteses, ao mesmo órgão prolator.[5: LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;]
A propósito desse tema, o art. 92 da CF aponta para a existência de Juízos e Tribunais (Supremo Tribunal Federal; Superior Tribunal de Justiça; Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; Tribunais e Juízes do Trabalho; Tribunais e Juízes Eleitorais; Tribunais e Juízes Militares; Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios) dotados de competência originária e de competência recursal, e depois segue disciplinando cada um deles naquilo que lhe é dado fazer.[6: Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: (EC no 45/2004)I – o Supremo Tribunal Federal;I-A – o Conselho Nacional de Justiça;II – o Superior Tribunal de Justiça;III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;VI – os Tribunais e Juízes Militares;VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.]
- CADH, art.8, 2-H
Cumpre observar, ainda, que o art. 8º, 2-h, da Convenção Interamericana de Direitos (Pacto de San José da Costa Rica), ratificada no Brasil pelo Decreto n. 678/92, também assegura a toda pessoa acusada de delito o direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior.
“Pode-se afirmar, assim, que a garantia do duplo grau, embora só implicitamente assegurada pela Constituição brasileira, é princípio constitucional autônomo, decorrente da própria Lei Maior, que estrutura os órgãos da chamada jurisdição superior. Em outro enfoque, que negue tal postura, a garantia pode ser extraída do princípio constitucional da igualdade, pelo qual todos os litigantes, em paridade de condições, devem poder usufruir ao menos de um recurso para a revisão de decisões, não sendo admissível que venha ele previsto para algumas e não para outras. Uma terceira colocação retira o princípio do duplo grau daquele da necessária revisão dos atos estatais, como forma de controle da legalidade e da justiça das decisões de todos os órgãos do Poder Público” (ADA PELLEGRINI GRINOVER, ANTONIO MAGALHÃES GOMES FILHO e ANTONIO SCARANCE FERNANDES, Recursos no processopenal, 6. ed., São Paulo, Revista dos Tribunais, 2009, p. 21)
Definição
Recurso: do latim “recursos” retomar o curso, voltar pelo mesmo caminho.
MAURÍCIO ZANOIDE DE MORAES explica que “Recurso, etimologicamente originário do latim, significa ‘tornar a correr’, ‘refazer um caminho já antes percorrido’, ‘retroagir’” (Interesse e legitimação para recorrer no processo penal brasileiro, São Paulo, Revista dos Tribunais, 2000, p. 35)
Conceito:
“Recurso é o meio voluntário de impugnação das decisões judiciais, utilizado antes do trânsito em julgado e no próprio processo em que foi proferida a decisão, visando à reforma invalidação, esclarecimento ou integração ou integração da decisão judicial” [Badaró]
Generalidades
Genericamente, denomina-se recorrente a parte que ingressa com o recurso e recorrido(a) a parte contrária.
Autor e réu da ação penal podem ao mesmo tempo figurar como recorrente e recorrido, quando ambos ingressarem com recurso contra determinada decisão ou sentença.
Observado o nomem juris do recurso interposto, fala-se em apelante e apelado, agravante e agravado, embargante e embargado etc.
Em matéria recursal, fala-se também em jurisdição inferior (juízo a quo) e jurisdição superior (juízo ad quem), para designar, respectivamente, o juízo prolator da decisão, sentença ou acórdão recorrido e a instância a quem compete o julgamento do recurso.
Quanto à extensão, o recurso pode ser total ou parcial, conforme busque rediscutir a integralidade da matéria decidida ou apenas parte dela, cumprindo que aqui se observe a incidência do brocardo tantum devolutum quantum appellatum (devolve-se a matéria à apreciação conforme a extensão do recurso), com as particularidades que adiante veremos por ocasião da análise a determinados princípios específicos
Princípios
Duplo Grau de Jurisdição
O exercício da ampla defesa traz consigo a possibilidade de recorrer a órgãos de superior instância judiciária visando nova apreciação da matéria decidida, tal como se extrai da Constituição Federal vigente e está disciplinado no regramento inferior.
Possibilidade de Recorrer a órgão de instância superior
Garante a possiblidade de recorrer pelo menos uma vez.
Obs: Não é eternização de demanda
Limitações ocorrem e estão previstas na própria constituição quando há julgamento inicial no supremo tribunal, não haverá a possibilidade de exercer o duplo grau de jurisdição. Há ainda limitação jurídica ao duplo grau de jurisdição imposta pela existência de foro privilegiado por prerrogativa de função.
É o que ocorre, por exemplo, na situação em que um membro do Congresso Nacional é julgado e condenado por crime praticado no exercício do mandato, tendo em vista a competência originária do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, I) e a impossibilidade de recurso ordinário a outro órgão superior dotado de competência jurisdicional na estrutura judiciária brasileira, porquanto inexistente.
O fundamento político do duplo grau de jurisdição está no fato de que, no Estado de Direito, todo e qualquer ato estatal se encontra subordinado a controle jurisdicional, e não poderia ser de modo diverso em relação às decisões proferidas por determinado órgão judiciário, mesmo que em sede de controle interna corporis.
Taxatividade
Somente pode interpor recurso previsto em Lei.
Só é possível interpor recurso previsto em lei, do que decorre afirmar que as hipóteses recursais estão taxativamente dispostas no ordenamento jurídico, e não há que se falar em recurso inominado ou indeterminado.
Afirmar a taxatividade, entretanto, não exclui a possibilidade de utilização, em certos casos, das ações autônomas de impugnação: habeas corpus e mandado de segurança.
Quando não existe a previsão de recurso, devemos analise a possibilidade de Mandado de Segurança e Habeas Corpus (constrangimento ilegal)
Unirrecorribilidade (singularidade ou unicidade)
Conforme a natureza da decisão, há um específico recurso de ataque tipificado, de maneira que a parte inconformada não poderá ingressar com dois recursos simultâneos versando sobre a mesma matéria.
Não é dizer que o ordenamento jurídico não admite a interposição de dois ou mais recursos simultaneamente. Note-se: o que não se permite é a pluralidade visando rediscutir o mesmo tema.
Tanto isso é exato que, a depender da decisão proferida, será possível a interposição concomitante de embargos infringentes, recurso especial (STJ) e extraordinário (STF), ou só estes dois últimos.
A parte não poder interpor recurso simultaneamente discutindo sobre a mesma matéria.
Fungibilidade
Está prevista no art. 579 do CPP, segundo o qual “salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível”.[7: Art. 579 - Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro.Parágrafo único - Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível.]
Para a definição do que possa ser considerado “má-fé”, a jurisprudência dos tribunais superiores tem se guiado pela regra do prazo previsto para o recurso adequado na hipótese.
De tal sorte, se, dentro do prazo para determinado tipo de recurso, a parte ingressa com recurso diverso, aplica-se a regra que permite o aproveitamento do recurso errôneo como se fosse aquele cabível, porquanto manifesta a ausência de dolo/má-fé, exceto se na hipótese restar configurado erro grosseiro, quando então não será possível a benesse da fungibilidade.
Por outro vértice, se a parte ingressa com recurso impróprio dotado de prazo de interposição mais dilatado que o recurso cabível, a situação se revela indicativa de má-fé processual
- STJ: 1.321.228 => “(...) a aplicação do princípio da fungibilidade recursal reclama: 1) a inexistência de erro grosseiro; 2) dúvida objetiva quanto ao recurso cabível; e 3) tempestividade da interposição de um recurso em relação ao outro” (STJ, AgRg nos EAg 1.321.228/MS, Terceira Seção, rela. Mina. Assusete Magalhães, j. 27-2-2013, DJe de 5-3-2013).
- STF: HC 68.952 => “O princípio da fungibilidade dos recursos tem aplicação ao processo penal, desde que inocorra má-fé na interposição de uma modalidade recursal por outra, e que o recurso, embora impróprio, tenha sido deduzido tempestivamente, no prazo legal reservado a impugnação recursal adequada” (STF, HC 68.952 ED/SP, 1ª T., rel. Min. Celso de Mello, j.10-3-1992, DJ de 3-4-1992, p. 4.290, RTJ 141/517)
Condições:
- Inexistência de erro Grosseiro
- Dúvida Objetiva (por exemplo, aquele artigo que indicam uma condição, mas pelas alterações nas demais leis vigentes aquela condição perder ação).
- Tempestividade
Dialeticidade
Ligado ao princípio da igualdade das partes e do contraditório, este princípio determina que o recorrente apresente as razões do recurso interposto, e que a parte contrária sempre seja intimada a fim de que tome conhecimento do inconformismo formalmente manifestado e apresente, querendo, contrariedade às razões recursais.
Diz, em última análise, que à parte contrária deve ser concedida a oportunidade de apresentar contrarrazões ao recurso, antes de ser ele julgado pelo órgão jurisdicional superior.
Esse entendimento foi adotado expressamente na edição da Súmula 707 do STF, que tem o seguinte teor: “Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo”.
Evidentemente, a regra sumulada vale para todos os recursos admitidos, e sua não observância, qualquer que seja a hipótese, configura nulidade absoluta.
“Non Reformatio in Pejus”
Se houver apenas recurso da defesa, a situação não poderá ser modificada para pior, em detrimento do réu.
Na expressão esclarecedora de GIOVANNI LEONE, genericamente,significa “la prohibición de pronunciar una nueva sentencia más desfavorable al imputado sobre el mismo objeto” (Tratado de derecho procesal penal, traducción de Santiago Sentís Melendo, Buenos Aires, EJEA – Ediciones Jurídicas Europa-América, 1989, t. III, p. 101).
Este princípio não se aplica à acusação, por força do princípio inverso que veremos a seguir.
No ambiente processual penal, o denominado efeito prodrômico da sentença impede que ocorra reformatio in pejus direta ou indireta, sempre que houver recurso exclusivo do réu.
Mesmo diante de nulidade absoluta, que pode e deve ser reconhecida ex officio em qualquer tempo e grau de jurisdição, diz a Súmula 160 do STF que: “É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício”.
A agravação de determinada decisão judicial em desfavor do réu só poderá decorrer do provimento a recurso interposto pela acusação com vistas a alcançar o específico resultado, jamais por iniciativa manifestada em desconformismo defensório, tal como se vê na parte final do art. 617 do CPP.
GRINOVER, GOMES FILHO e SCARANCE lembram que “(...) na jurisprudência brasi- leira, a proibição tem sido estendida aos casos em que a sentença venha a ser anulada, por intermédio de recurso do réu: assim, o juiz que vier a proferir nova decisão, em lugar da anulada, ficará vinculado ao máximo da pena imposta na primeira sentença, não podendo agravar a situação do réu. Se o fizesse, argumentase, estaria ocorrendo uma reformatio in pejus indireta”.
E advertem: “Tecnicamente não parece correta a posição, ante a falta de texto expresso. Para que a reformatio in pejus se verifique, deve haver diferença para pior entre a decisão recorrida e a decisão no recurso. Sob o ponto de vista prático, a aplicação da tese pode levar a resultados aberrantes: à decisão anulada, proferida, por exemplo, por juiz incompetente, suspeito ou peitado, conferir-se-ia a força de impedir que o verdadeiro julgador pudesse solucionar a controvérsia legalmente e com justiça. E, em qualquer caso, haverá sempre a anomalia de se reconhecer a influência de uma sentença nula sobre a válida. No entanto, atualmente o entendimento é tranquilo na jurisprudência brasileira” (ADA PELLEGRINI GRINOVER, ANTONIO MAGALHÃES GOMES FILHO e ANTONIO SCARANCE FERNANDES, Recursos no processo penal, 6. ed., São Paulo, Revista dos Tribunais, 2009, p. 41).
Já decidiu a Corte Suprema que, “Anulada uma sentença mediante recurso exclusivo da defesa, da renovação do ato não pode resultar para o réu situação mais desfavorável que a que lhe resultaria do trânsito em julgado da decisão de que somente ele recorreu: é o que resulta da vedação da reformatio in pejus indireta, de há muito consolidada na jurisprudência do Tribunal. Aceito o princípio, é ele de aplicar-se ainda quando a anulação da primeira sentença decorra da incompetência constitucional da Justiça da qual emanou” (STF, HC 75.907/RJ, 1ª T., rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 11-11-1997, DJ de 9-4-1999, p. 2).
Esse posicionamento dominante não tem prevalecido frente aos processos de competência do Tribunal do Júri, pois em relação a estes se tem decidido que o princípio da soberania do tribunal popular prevalece, de tal sorte que, anulada a primeira decisão em razão de recurso interposto pelo réu, nova condenação poderá implicar o agravamento da situação verificada na primeira sentença.
Direta = é quando recorre de uma condenação de 6 anos, não existe a possibilidade que o recurso aumento a condenação
Indireta = é quando recorre da decisão de condenação de 8 anos por causa de nulidade, então o novo processo não poderá condenar acima dos 8 anos.
- Efeito Prodrômico da Sentença Penal
obs: Súmula 160 STF
OBS: Tribunal do Júri => não se aplica a reforma para pior
“Reformatio in melius”
Este princípio permite que eventual recurso interposto pela acusação, visando o agravamento da situação do réu, termine por acarretar a reforma da decisão recorrida de maneira diametralmente oposta à pretensão recursal manifestada e, por consequência, em favor do réu que não recorreu.
Por aqui, a extensão do recurso (acusatório ou defensório) não impõe limites ao julgador, de maneira que o órgão competente poderá ultrapassar a profundidade do desconformismo e reanalisar todo o processo, quanto ao mérito e também quanto ao procedimento, não sendo aplicada a regra do tantum devolutum quantum appellatum.
Disso decorre que, em razão de recurso interposto pela acusação visando o agravamento da situação, o recorrido poderá ter sua situação aliviada e até mesmo ser absolvido.
Há quem sustente que, na hipótese tratada – recurso exclusivo da acusação visando o agravamento das consequências jurídicas –, a situação não poderia ser modificada em favor do réu silente, pois tal proceder resultaria em surpresa para a acusação e desrespeito ao princípio da igualdade das partes, cumprindo ao órgão julgador, sendo caso, conceder habeas corpus “ex officio” com vistas a decotar excessos e evitar constrangimento ilegal.
A nosso sentir, tal forma de enfrentar a questão se apega a preciosismo desnecessário e incabível em face dos direitos em colisão, até porque, em última análise, tudo resultará em atendimento ao ideal de justiça, que termina por prestigiar os princípios da dignidade humana e do favor rei
Voluntariedade
A parte não está obrigada a recorrer; recorre se quiser.
Disponibilidade 
Manifesta-se por meio da renúncia e da desistência, tendo ambas efeitos preclusivos.
A renúncia é sempre prévia à interposição do recurso.
Entre outras coisas, diz o art. 577 do CPP que o recurso pode ser interposto pelo réu, por seu procurador ou pelo defensor.
Observado que os recursos integram o rol das faculdades processuais conferidas às partes, o réu, seu procurador e seu defensor não estão obrigados por lei a recorrer de qualquer decisão ou sentença que se afigure desfavorável aos interesses do primeiro, muito embora, em algumas situações, tal proceder sirva para confirmar a ausência de defesa técnica imprescindível, de modo a recomendar providências por parte do juiz no sentido de destituir o defensor desidioso e nomear outro em substituição, sendo caso.
É legítimo, portanto, que, diante do caso concreto, o réu e seu defensor renunciem validamente ao direito de recorrer.
A respeito da controvérsia que pode haver entre as opções do réu e de seu defensor, dispõe a Súmula 705 do STF que: “A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta”.
Tem razão AFRÂNIO SILVA JARDIM quando diz que “a circunstância de o Cód. Proc. Penal dizer que, em regra, os recursos são voluntários não significa que dependam da vontade apenas do réu. Vale dizer, o réu é o senhor único da sua interposição. Quando o seu defensor recorre também está manifestando expressamente a vontade de impugnar determinada decisão, seja para modificá-la, para desconstituí-la, esclarecê-la ou integrá-la. Se um dos ‘órgãos’ da defesa deseja recorrer, poderá fazê-lo de forma autônoma, manifestando a sua vontade neste sentido.
Note-se que há sempre interesse público no aprimoramento da prestação jurisdicional e o exercício amplo do direito constitucional da defesa é condição imprescindível para o atingimento de tal escopo. O processo não é apenas um instrumento técnico de que se vale o Estado para exercer a sua função pública e dizer o direito diante de uma situação litigiosa concreta, mas também um instrumento ético” (Direito processual penal, 11. ed., Rio de Janeiro, Forense, 2002, p. 357).
A nosso ver, se houver divergência entre o réu e seu defensor, prevalecerá sempre a opção manifestada no sentido de interpor recurso, venha de quem vier, por ser esta a que atende melhor ao princípio da ampla defesa, dentre outros. Também o Ministério Público, o assistente (sendo caso) e o querelante não estão obrigados a recorrer, de maneira que podem renunciar ao exercíciodessa faculdade processual. Embora exista incoerência lógica entre o pedido de condenação formulado pelo acusador e a ausência de recurso contra eventual sentença de absolvição proferida, dever legal de recorrer não há.
A renúncia pode ser expressa ou tácita. A primeira deverá ser manifestada por escrito, evidentemente. A segunda irá resultar da preclusão, que decorre do não aproveitamento do prazo disponibilizado em lei para a interposição do recurso. A desistência, a seu turno, pressupõe recurso interposto (preclusão consumativa) e configura modalidade de extinção anormal deste, já que, observado o curso procedimental, o normal é que seja submetido à Superior Instância para que, sendo conhecido, sobre ele se profira julgamento de mérito.
Quanto ao réu, a possibilidade de acolher ou não o pedido de desistência deve ser analisada caso a caso, pois, a depender da situação fática, fará concretizar violação ao princípio da ampla defesa, que deve prevalecer sempre que houver confronto entre eles.
Em relação ao Ministério Público, há proibição expressa no art. 576 do CPP, segundo o qual não poderá desistir de recurso interposto.
Sendo o recurso um desdobramento do exercício do direito de ação, a lógica aplicada é a mesma, visto que o Estado-acusador se encontra a manusear direitos indisponíveis (especialmente nas ações penais públicas incondicionadas). Embora não esteja obrigado a interpor recurso, se assim proceder, dele não poderá desistir validamente.
Quanto ao querelante e ao assistente da acusação, a liberdade de desistir é ampla e, por isso, poderá ser manifestada a qualquer tempo, antes do julgamento do recurso.
25/10/2016
Observações Finais sobre os princípios
Efeitos dos Recursos
Efeito, por aqui, tem sentido de consequência que a interposição do recurso acarreta em relação ao comando emergente da decisão ou sentença recorrida. Pode ser: devolutivo ou suspensivo.
Efeito Devolutivo
Comum a toda e qualquer espécie recursal, é por força de sua incidência que se permite ao próprio juiz prolator ou à instância superior rever a matéria atacada no recurso. Por ele, devolve-se à apreciação judicial o conteúdo das razões do desconformismo e também se permite ao órgão julgador a declaração ex officio de eventual nulidade absoluta que favoreça o acusado.
Devolver a matéria impugnada para apreciação do judiciário.
Efeito Suspensivo
Excepcional que é, a rigor deve incidir apenas quando estiver expressamente previsto para certa espécie recursal. Por meio dele, suspende-se o comando emergente da decisão ou sentença, de maneira a tornar impossível a execução do julgado enquanto a matéria recursal não for decidida. Em alguns casos, mesmo diante da ausência de previsão expressa, pode ser alcançado por meio de provimento judicial específico, em sede de mandado de segurança, com vistas a evitar prejuízo de difícil ou impossível reparação. Há situações em que, mesmo sem previsão autorizadora, o inconformado deve ingressar com o recurso adequado e postular os dois efeitos, justificando a necessidade do efeito suspensivo imprevisto. Negado este, deverá impetrar mandado de segurança com o único objetivo de consegui-lo, inclusive em sede de liminar.
Mesmo que não exista a possibilidade do Recurso Suspensivo, então pode entrar o Mandado de segurança para exigir o Recurso Suspensivo.
Efeito Regressivo / Devolutivo Inverso / Iterativo
Fala-se em efeito devolutivo inverso, regressivo ou iterativo, quando a espécie recursal permitir que o próprio juiz prolator reveja sua decisão antes que ela seja reapreciada por outro órgão judiciário de instância mais elevada, ocasião em que poderá reconsiderá-la no todo ou em parte, e, neste caso, o recurso não terá seguimento por ter perdido seu objeto.
EDUARDO ESPÍNOLA FILHO afirmou a incidência desse efeito em relação ao recurso em sentido estrito, ao agravo e à carta testemunhável, e sobre isso falaremos por ocasião da análise de cada espécie recursal (Código de Processo Penal brasileiro anotado, 3. ed., Rio de Janeiro, Borsoi, 1955, v. VI, p. 11).
Hipóteses 1: quando o juiz rejeita a acusação, e em contra essa decisão o Ministério Público ingresso recurso em sentido estrito previsto (R.S.E.) no art. 581 CPP. O recurso é interposto no juízo a quo. Para esse recurso, conforme previsto no art. 589, o juiz poderá reforma a próprio decisão e por consequência realizara o efeito regressivo.
Efeito Extensivo
Hipóteses 1: o R1 e R2 são autores de roubo, sendo processados pelo artigo 157, §2 (i – Emprego de arma e II – Concurso, com pena de 6 anos. Apenas o R1 recorreu com alegação que a arma era de brinquedo e o juiz não poderia ter considerado o agravante. Reduz então a pena para 5 anos. E pelo efeito, esse efeito também estende ao R2. Somente isso ocorrerá quando não for algo pessoal, mas relacionado ao crime. (Circunstância Pessoais do Crime)
- CPP 580
Verdadeira ampliação do efeito devolutivo do recurso, por força do disposto no art. 580 do CPP, havendo corréus em idêntica situação, a decisão que favoreça qualquer deles a todos se estenderá. Diz-se extensivo o efeito porque termina por alcançar corréu interessado, que não recorreu. Não se trata, todavia, de efeito do recurso, mas da decisão a seu respeito proferida.
Sua razão de ser está na necessidade de tornar efetiva a garantia de equidade (STF, HC 74.712/RJ, 1ª T., rel. Min. Celso de Mello, j. 20-5-1997, DJe 224, de 14-11-2012); destina-se à concreção do princípio da igualdade (STF, HC 106.449/ SP, 2ª T., rel. Min. Ayres Britto, j. 17-5-2011, DJe 030, de 13-2-2012), bem por isso o Supremo Tribunal Federal tem admitido sua aplicação mesmo quando a decisão favorável não decorrer de recurso propriamente dito, tal como se verifica com aquelas alcançadas em sede de revisão criminal ou em habeas corpus (STF, HC 106.449/SP, 2ª T., rel. Min. Ayres Britto, j. 17-5-2011, DJe 030, de 13-2-2012).
Necessário enfatizar, entretanto, que a decisão, mesmo quando favorável, não terá efeito extensivo nas hipóteses em que o recurso estiver fundamentado em razões ligadas exclusivamente à pessoa do recorrente (estado civil, valoração da personalidade etc.). De igual maneira, não alcançará o corréu que tenha seu recurso improvido, pois só se estende a quem não tenha recorrido.
Deverá ser observado: Concursos de agentes, se é de caráter pessoal ou não, e se pode estender o efeito ou não.
O efeito também poderá ser aplicado a ação de Habeas Corpus e Revisão Criminal.
Recurso “Ex Officio”
(Reexame Necessário)
- CPP, 574
Providência regulada no art. 574 do CPP, leva em conta a natureza da matéria tratada e tem por objetivo permitir o duplo grau de jurisdição obrigatório; o reexame necessário da decisão proferida.
Embora seja majoritária na doutrina e também na jurisprudência a denominação “recurso ex officio”, a rigor a hipótese não cuida propriamente de recurso, mas de providência imposta ao juiz com vistas a permitir novo julgamento da matéria por Instância Superior, mesmo quando as partes se conformarem com a decisão proferida e dela não recorrerem.
Disso resulta o equívoco em se afirmar que o art. 574 não foi recepcionado pela Constituição Federal vigente, ao argumento de que a jurisdição é inerte e a interposição de recurso é matéria de exclusivo interesse das partes.
O ponto fulcral, como dito, é que não se trata de recurso, pois não há lógica ou inteligência alguma em imaginar, mesmo diante do equívoco redacional da norma de regência, qualquer que seja a hipótese, que ao juiz seria imposto recorrer de sua própria decisão. Com melhor técnica, o art. 496 do CPC/2015 trata da “remessa necessária”, de modo a evitar qualquer referência a “recurso ex officio”.
Há quem entenda, como GUILHERME DE SOUZA NUCCI, que o duplo grau de jurisdição obrigatório não mais se justifica em relação à sentença que concede habeas corpus, porque a previsão apenas tinha sentido quando não havia possibilidade de interposição de recurso voluntário pelo Ministério Público, situação já superada com a vigência do art. 581, X,do CPP, mas a nosso ver, e considerando a magnitude do interesse público em questão, ainda é caso de reexame necessário, até porque a relevância persiste e não se pode excluir eventual desídia ou opção conformista do órgão Ministerial.
Confrontadas as regras do ordenamento jurídico vigente e o acima exposto, é cabível o duplo grau de jurisdição obrigatório em relação à:
1) sentença que conceder habeas corpus;
2) decisão que determinar arquivamento de inquérito ou sentença absolutória em processo por crime contra a economia popular ou contra a saúde pública, nos limites do art. 7º da Lei n. 1.521/51;
3) decisão do relator que indefere liminarmente pedido de revisão criminal;
4) decisão do presidente do tribunal que indefere liminarmente pedido de habeas corpus.
A evidenciar a relevância deste tema, determina a Súmula 423 do STF que: “Não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso ex officio, que se considera interposto ex lege”.
Falha na Tramitação
- CPP 575
O duplo grau de jurisdição é garantia assegurada àquele que se vê processar, e eventual falha na tramitação do recurso, decorrente de erro, falta ou omissão de funcionário da justiça, portanto, não atribuível ao recorrente, não pode constituir entrave à apreciação de seu inconformismo oportunamente manifestado.
A propósito deste tema, a Súmula 320 do STF tem o seguinte teor: “A apelação despachada pelo juiz no prazo legal não fica prejudicada pela demora da juntada, por culpa do cartório”.
Pressupostos
Não se movimenta a máquina judiciária a esmo. Para interpor recurso, é preciso atender a determinados pressupostos processuais, que podem ser comuns a toda e qualquer modalidade ou específicos, e, como bem observou VICENTE GIMENO SENDRA, “El incumplimiento de tales requisitos impedirá al Tribunal el examen de la pretensión en la segunda instancia” (Derecho procesal penal, Navarra, Civitas, 2012, p. 799).
Taxatividade
Só é possível interpor recurso previsto em lei, do que decorre afirmar que as hipóteses recursais estão taxativamente dispostas no ordenamento jurídico, e não há que se falar em recurso inominado ou indeterminado. Afirmar a taxatividade, entretanto, não exclui a possibilidade de utilização, em certos casos, das ações autônomas de impugnação: habeas corpus e mandado de segurança.
É previsto em lei
Forma Prescrita em Lei
Tempestividade
Está no Prazo para recorrer.
Interesse
A parte tem interesse.
Ministério poderá recorrer pedir a absolvição do Reú.
O réu poderá recorrer : Absolvição Impróprio e Própria.
Legitimação
Generalidades
Conhecido / Não Conhecido -> Juízo de Admissibilidade
Provido / Desprovido -> Juízo de Mérito.
Interposição e Procedimento
É possível interpor por petição, termo nos autos
- CPP, 578
- Obs, Razões Defensivas. Para esses casos, na ausência de advogado então nomeara advogado dativo.
01/11/2016
Recurso em Sentido Estrito
Em regra, para impugnar decisões interlocutórias.
A partir do 581 CPP.
Obs: PL 4.206/2001
Cabimento e adequação
CPP, 581: Decisão, Sentença.
OBS: “Caput”, despacho? => despacho não é recorrível.
Para os recursos em fase de Execução não cabe Recurso em Sentido Estrito, mas cabe Agravo de Execução.
Hipóteses:
Hipótese I: Que não receber a denúncia ou queixa
A rejeição da inicial acusatória (CPP, art. 395) obsta a instauração do processo e de consequência o exercício pleno do direito de ação; impede a prestação jurisdicional perseguida pelo titular do jus persequendi in judicio.
Com vistas a preservar a ampla defesa e o contraditório, embora ainda não exista processo instaurado, o recorrido SEMPRE deverá ser intimado a fim de apresentar contrarrazões ao recurso.
Trata-se de matéria pacificada no Supremo Tribunal Federal, como nos mostram os enunciados que seguem:
Súmula 707: “Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo”.
Súmula 709: “Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela”.
São duas as situações reguladas nesta última súmula:
a) se a decisão recorrida for de rejeição e o tribunal der provimento ao recurso, o acórdão já implicará em recebimento da inicial acusatória, sendo desnecessário que a seguir o juízo de origem profira decisão nesse sentido para dar cumprimento ao acórdão;
b) se o fundamento do recurso estiver lastreado na nulidade da decisão impugnada, provido o inconformismo e, portanto, anulada a decisão, o juízo de origem deverá proferir outra.
É juridicamente possível que se verifique a rejeição parcial da denúncia ou queixa, e, se tal ocorrer, caberá o mesmo recurso em relação à parte da decisão que implica rejeição.
Contra a decisão que recebe a inicial acusatória CABERÁ HABEAS CORPUS caso esta se preste a materializar constrangimento ilegal.
Também caberá recurso em sentido estrido quando ao aditamento.
OBS: a que recebe; irrecorrível. Habeas Corpus
- CPP, 395
- Vale também para decisão que rejeita o aditamento.
	
Hipótese II: Que concluir pela incompetência do Juízo
Trata-se de decisão interlocutória que não põe fim ao processo, mas apenas provoca o deslocamento de competência entre juízes.
Não se trata de decisão proferida em sede de incidente ou exceção de incompetência, matéria de que cuidaremos no item seguinte.
Por aqui, o próprio juiz é que reconhece sua incompetência e determina a remessa dos autos àqueloutro que entende competente.
Contra a decisão que reconhecer a competência do juízo, embora não exista recurso expressamente tipificado para a hipótese, eventualmente poderá ocorrer impugnação por meio de habeas corpus com vistas a se fazer respeitar o princípio do juiz natural.
O Tribunal do Júri, no caso de pronuncia, cabe Recurso em Sentido Estrito.
Obs: Exceto quando tem exceção de incompetência (ai é o inc III)
OBS: Decisão de desclassificação própria, da Primeira Fase do Júri => cabe recurso em sentido estrito
Hipótese III: Que julgar procedente as exceções, salvo a de suspeição
A ressalva quanto à procedência da exceção de suspeição atende a uma questão lógica, de coerência, pois não teria sentido admitir que a parte pudesse ingressar com recurso visando modificar decisão em que o próprio juiz reconhece sua suspeição.
Se, ao revés, o juiz julgar improcedente qualquer das exceções, não há recurso algum tipificado, mas a depender do caso concreto será possível a impetração de habeas corpus com fundamento no art. 648, VI, do CPP.
Suspeição (252, 253 e 254 CPP) é IRRECORRIVEL, porque é situação que o juiz se declarar amigo intimo ou inimigo capital.
- CPP, 95
- Decisões de 1 grau
Hipóteses IV: Que pronunciar o réu.
A decisão de pronúncia tem natureza de decisão interlocutória mista, visto que apenas encerra uma fase do processo (instrução preliminar) e marca o início de outra (instrução e julgamento em plenário).
O juiz irá fundamentar que acredita que o processo é habito para o Tribunal de Juiz (acredita que o réu cometeu o homicídio).
A decisão de impronúncia, por outro vértice, tem natureza terminativa, visto pôr fim ao processo, daí ser impugnável via apelação, conforme indica o art. 416 do CPP.
Hipótese v - Decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante (inc. V)
Por configurarem decisões interlocutórias, é correta a tipificação de recurso em sentido estrito para as hipóteses indicadas, mas é preciso considerar que a decisão que negar, cassar ou julgar inidônea a fiança poderá acarretar constrangimento ilegal, daí ser cabível também o ajuizamento de habeas corpus.
Seria o caso que o juiz decide em favor da defesa, então é interesse da Acusação.
Contra decisão que (a) defere pedido de prisão preventiva; (b) nega pedido de liberdadeprovisória; ou (c) de relaxamento de prisão em flagrante, embora não exista recurso especificamente tipificado, é cabível pedido de habeas corpus com vistas a afastar constrangimento ilegal que dela decorra
04/11/2016
Hipótese VII: Decisão que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor (inc. VII)
Sobre as consequências da decisão que julga quebrada a fiança ou perdido seu valor; já discorremos no capítulo em que estudamos o tema “prisões cautelares”, para onde remetemos o estimado leitor com vistas a evitar o enfaro da repetição.
Contra a decisão que indefere pedido de quebramento da fiança e/ou perda do valor pago a tal título não há recurso algum tipificado.
CPP, 327 e 341
Exemplo quando o réu é condenado mas não aparece para cumprir a pena, por consequência perderia fiança.
Hipótese VIII: Decisão que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade (inc. VIII)
Aqui nos parece que há equívoco quanto ao recurso tipificado, já que a decretação de extinção da punibilidade – qualquer que seja o fundamento – é terminativa de mérito, visto que põe fim ao processo (embora não decida exatamente sobre autoria e materialidade etc.), e por isso adequado seria o recurso de apelação.
Observada a opção do legislador, para não se expor ao risco de o recurso não ser conhecido em razão da inadequação, o correto é a impugnação via recurso em sentido estrito.
CP, 107
Obs: Se proferida em sede de execução penal, Agravo.
Hipótese IX. Decisão que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade (inc. IX)
Aqui sim temos verdadeira decisão interlocutória, pois o indeferimento do pedido, qualquer que seja o fundamento utilizado, permite a continuidade do processo, daí a correção do recurso tipificado.
Hipótese X. Decisão que conceder ou negar a ordem em habeas corpus (inc. X)
Cabe aqui observar, apenas, que a decisão que concede habeas corpus pode ser atacada com recurso em sentido estrito – que é recurso voluntário –, mas também há previsão de recurso ex officio, conforme está previsto no art. 574, I, do CPP.
Em relação ao habeas corpus decidido em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão, cabe recurso ordinário constitucional (CF, art. 102, II, a)
Oportuno salientar, desde logo, que a teor do disposto na Súmula 691 do STF: “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar”
Obs: Cabe se impetrado em 1 Grau.
Exemplo: num julgamento de Foz de Iguaçu, a força policia cometeu um procedimento errado, deixando uma mulher presa com os homens. Da defesa impetra um HC em juiz de primeiro grau. Duas possibilidades: negado, faria um Agravo (na pratica faria um novo HC, agora no tribunal superior); e aceito, também caberia Agravo em sentido estrito.
Hipótese XI. Decisão que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena (inc. XI)
Suspensão Condicional da pena = “Sursi” art 77. Na Sentença Condenatório o juiz ira verificar vários condições (Culpabilidade, Tipicidade, A e C; Provas), decretara a condenação, passa para analise a Dosimetria da Pena (todas as fases) e tipos de regimes; e se é cabível ou não Sursi. Em fase de Execução poderá ou não conceder o Sursi.
O Sursi será a suspensão da pena por um determinado período de tempo
Diferente do “sursi” Processual ou Suspensão Condicional do Processo, previsto no artigo 89 da Lei 9.099. Este caso para de penas menores de 1 ano, onde o Ministério Público propõem ao réu cumprir condições alternativas no processo.
Mesmo que o réu queira recorrer apenas da concessão ou não do SURSI, cabe apenas Apelação. 
Já na analise da questão da execução caberá Agravo.
[NESSE ITEM NÃO CABE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, PERDEU EFICÁCIA]
Em relação à decisão que concede ou nega o sursis, se tal ocorrer por ocasião da sentença de mérito, proferida no processo de conhecimento, cabível será o recurso de apelação.
Por outro vértice, se as discussões ocorrem em sede de execução penal, desde o advento da Lei n. 7.201/84 o correto é interpor o recurso de agravo em execução previsto no art. 197 da LEP (Sobre execução penal, conferir: RENATO MARCÃO, Curso de execução penal, 13. ed., São Paulo, Saraiva, 2015; Execução penal, São Paulo, Saraiva, 2011 (Coleção Saberes do Direito, v. 9), e Lei de execução penal anotada, 4. ed., São Paulo, Saraiva, 2014).
Hipótese XII. Decisão que conceder, negar ou revogar livramento condicional (inc. XII)
Pelas razões anteriormente informadas, as situações aqui reguladas devem ser impugnadas mediante recurso de agravo em execução (art. 197 da LEP)
[NESSE ITEM NÃO CABE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, PERDEU EFICÁCIA]
Hipótese XIII. Decisão que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte (inc. XIII)
Esta decisão não encerra o processo, mas impõe o refazimento da prova contaminada de nulidade, daí sua natureza interlocutória.
Contra a decisão do juiz que indefere pedido de anulação da instrução não cabe recurso algum, cumprindo ao interessado articular os fundamentos de seu inconformismo em sede de preliminar em recurso de apelação.
Caberia Recurso Estrito sobre a decisão de anulou.
Hipótese XIV. Decisão que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir (inc. XIV)
Nesse caso, excepcionalmente, o prazo de interposição do recurso é de 20 (vinte) dias, contado da data da publicação da lista definitiva (conta a partir da data da publicação provisória) de jurados, conforme determina o parágrafo único do art. 586 do CPP, e, observado o disposto no parágrafo único do art. 582, o recurso deverá ser endereçado ao Presidente do Tribunal de Justiça do Estado ou ao Presidente do Tribunal Regional Federal, conforme se trate de júri estadual ou federal, respectivamente.
CPP 425 e 426
Hipótese XV. Decisão que DENEGAR a apelação ou a JULGAR DESERTA (inc. XV)
Denegar = não conhecer, sendo juízo de admissibilidade feito pelo juízo a quo.
Cabe o Recurso em sentido da decisão de negou o juiz a quo. Não entrando no mérito apenas em relação a adminissibilidade
Deserta = não houve o preparo 
Preparo com recolhimento de custas somente cabe em Ação Penal de iniciativa Privada. (CPP, art. 806, § 2º)
Haverá Recurso em Sentido Estrito naqueles caso de Julgar Deserto (não houve preparo para Ação Penal de Iniciativa Privada).
Tem evidente natureza interlocutória a decisão que não recebe ou julga deserto recurso de apelação (CPP, art. 806, § 2º), daí ser atacável por recurso em sentido estrito.
Já o inverso não ocorre, por isso irrecorrível a decisão que recebe o recurso ou deixa de decretar sua deserção, cumprindo à parte contrária alegar em preliminar de suas contrarrazões a ausência de pressupostos ou deserção que irá impedir seja aquele conhecido pelo tribunal ad quem e, de consequência, julgado o mérito.
Considerando que a normal extinção do recurso se verifica com seu julgamento pelo órgão competente, tal qual a desistência, a deserção é forma de extinção anormal de recurso interposto.
Trata-se de penalidade imposta como consequência da omissão do recorrente quanto ao cumprimento de obrigação que lhe fora determinada por lei.
Diz-se que o recurso será julgado deserto nas seguintes hipóteses:
1) quando o acusado não pagar as custas devidas (CPP, art. 806, § 2º, parte final);
2) quando o acusado deixar de promover o translado das peças dos autos, na hipótese regulada no art. 601, § 1º, do CPP.
Inexiste no ordenamento vigente, deserção em razão de fuga do recorrente que estava preso.
Hipótese XVI. Decisão que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial (inc. XVI)
As questões prejudiciais estão reguladas nos arts. 92 e 93 do CPP e, nas hipóteses indicadas, a decisão tem nítido caráter interlocutório.
Contra a decisão que indefere pedido de suspensão do processo em razão de questão prejudicial não cabe recurso.
Exemplo: para o caso de bigamia (casar já sendocasado). Seria o caso que o cidadão esta discutindo a questão do casamento (se separando) e casou de novo. Então o juiz penal analisando essa questão que o primeiro casamento esta sendo discutido no Civil, então esse juiz declara a suspensão da penal para então depois de resolvido a questão, julgar. Sobre essa decisão caberia recurso
Hipóteses XVII. Decisão sobre unificação de penas (inc. XVII)
A decisão sobre unificação de penas também se insere no ambiente da execução penal e por isso se encontra exposta ao recurso de agravo em execução (LEP, art. 197), e não mais ao recurso em sentido estrito.
Hipótese XVIII. Decisão sobre incidente de falsidade (inc. XVIII)
A hipótese se refere a documento juntado nos autos do processo, sobre o qual recaia suspeita de falsidade, que pode ser material ou ideológica.
Observada a natureza interlocutória da decisão indicada, é adequado o recurso em sentido estrito para a situação tratada
Incisos XIX e XXIV cabe GRAVO, e não mais Recurso em Sentido Estrito porque é juiz de Execução.
Prazo de Recurso
A Regra geral é de interpõem em 5 dias (art. 586 CPP), e depois quando o juiz intima para então apresentar razão o prazo para isso é de 2 dias (588 CPP).
Exceções:
- 586, p. único = 20 dias;
- 584, 1, c/c 598 = 15 dias (Assistente de Acusação não habilitado)
Termo e petição = art. 578
CPP 589 – juízo de retratação
04/11/2016
Recurso de Apelação
CPP, 593 ...
Denomina-se apelação o recurso que se destina à impugnação de decisões definitivas, extintivas do processo, com ou sem julgamento de mérito.
Inciso I - Sentença
I – das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular;
Das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular.
Podendo ser condenatório ou absolutório (Própria ou imprópria, essa cabe medida de segurança).
A reforma poderá ser total ou parcial, podendo ser para melhor ou para pior em relação ao réu.
Sentença no mérito da causa
Inciso II – Decisões não cabíveis no capitulo anterior
II – das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior;
Sentença NÃO NO MÉRITO DA CAUSA
As decisões definitivas, ou com força de definitivas, também proferidas por juiz singular, contra as quais não seja cabível recurso em sentido estrito.
Em casos de arresto de bens, sequestro e entre outros.
Inciso III – Tribunal do Júri
III – das decisões do Tribunal do Júri, quando:
Temos que haverá a Soberania dos Vereditos do júri, e ao mesmo tempo teremos o Duplo grau de Jurisdição, ambos os caos previstos na Constituição.
O legislador particularizar determinadas decisões do Tribunal do Júri passíveis de apelação, e por aqui, ao contrário do que ocorre na generalidade dos casos, o fundamento do recurso só poderá estar circunscrito a uma das hipóteses taxativamente listadas e anteriormente indicadas, mas a falta de indicação na petição de interposição dos dispositivos legais em que se funda o apelo não impede seja ele conhecido, desde que nas razões do inconformismo seja possível identificá-los.
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
Basicamente nos erros ocorridos na segunda fase do Júri, como por exemplo: Algema no júri sem fundamentação, promotor fez alusão a pronúncia para justifica o crime, o silencio do acusado ser utilizado como acusação, erros nos quesitos e etc.
Sabido que o procedimento do Tribunal do Júri é escalonado ou bipartido, vencida a instrução preliminar (primeira fase), que se encerra com a decisão de pronúncia, passa-se à fase de instrução e julgamento em plenário (segunda fase), e nesse ambiente podem ocorrer inúmeras situações ensejadoras de nulidade posterior à pronúncia.
O ato defeituoso poderá ser impugnado por meio de apelação, cuja procedência determinará a nulidade do julgamento em plenário, a fim de que, sanada a mácula, seja o acusado submetido a novo julgamento.
Resultado: Encaminhado a novo julgamento
b) for a sentença do juiz presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
Note-se que não se trata de erro cometido pelos jurados, mas pelo juiz de Direito – presidente do Tribunal do Júri –, e o desacerto poderá decorrer de violação à regra expressa de direito, ao que fora deliberado pelos jurados, ou a ambos os aspectos.
Nos processos de competência do Tribunal do Júri, quem condena ou absolve em plenário são os jurados, e ao juiz togado resta apenas redigir a sentença, cujo conteúdo está determinado no art. 492 do CPP, e evidentemente não poderá se distanciar do que fora soberanamente decidido pelo “juiz natural dos crimes dolosos contra a vida”.
Se houver algum descompasso, contra a sentença caberá apelação, e, se esta for provida, o próprio tribunal deverá determinar os ajustes necessários, com vistas à conformação do que fora decidido em plenário e a sentença (art. 593, § 1º).
Seria o caso de por exemplo: o jurado reconhece uma qualificadora mas o juiz julga como simples; ou quanto o juiz condena o réu com crime conexo, mas não quesito os jurados sobre essa caso.
Resultado: o Tribunal a quem retifica a decisão, absolvendo ou faz a dosimetria correta. 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;
Basicamente ataca a dosimetria da pena, no regime imposto.
Também é apelável a sentença que materializa erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança, e por aqui é preciso admitir que, enquanto o erro é mais facilmente perceptível, por envolver basicamente critério objetivo de quantificação, a afirmação de injustiça demanda análise de cunho subjetivo, inegavelmente mais complexa, porquanto sujeita a influxos diversos e por isso variável de pessoa para pessoa.
Haverá erro na aplicação da pena, por exemplo, se, ao trabalhar com a incidência do § 6º do art. 121 do CP, o juiz aumentar a pena em menos de 1/3 (um terço) ou em mais de metade, de modo a desrespeitar os extremos (mínimo e máximo) previstos.
Será possível argumentar injusta dosimetria de pena, por exemplo, quando, sem qualquer embasamento na prova colhida, o juiz dobrar a pena-base fixada e indicar a personalidade do acusado (CP, art. 59) como fundamento para tal exagero.
De igual maneira, em casos tais, o tribunal ad quem, se der provimento ao apelo, retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança (art. 593, § 2º)
Resultado: reforma e retifica
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos
Seria a decisão do júri totalmente diferente das provas.
Aqui, dois importantes aspectos necessitam ser destacados: 1º) o equívoco, in casu, é praticado pelos jurados, e não pelo juiz togado; 2º) é imprescindível que a decisão seja manifestamente contrária à prova dos autos.
Se a decisão dos jurados acolhe uma dentre as versões plausíveis disponibilizadas pela prova do processo, não há falar em decisão manifestamente contrária, do que resulta a impossibilidade jurídica de provimento ao apelo nesse cenário manifestado.
Existe uma divergência da doutrina quando a aplicação deste item quanto absolvição: porque hoje o quesito se o júri absolve ou não o réu (Pergunta de sim ou não), e em caso positivo, não tem como sabe qual foi o motivo. Então não saberíamos sobre o que recorrer.
Ressalvamos que somente cabe uma única vez, ou pela acusação ou pela defesa. Caso um das partes tenha utilizado a outra não poderá usar.
CPP, 593, §4
§ 4º Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra.
Sumulas: 
705 e 713, STF
Súmula 713 do STF: “O efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição”.
É caso
“O advérbio ‘manifestamente’, constante do art. 593, III, d, do CPP, autoriza os jurados a apoiarem-se em qualquer prova dos autos, não cabendo questionar-se se tal prova é a melhor ou se foi corretamente valorada. Basta que a decisão do

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