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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 78ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA - PR Processo n° 04625.26.2017.8.16.0078 Tirulipa S.A, já devidamente qualificada nos autos da ação, pelo rito comum, que lhe move PONDURAS PODENCIO, brasileiro, estudante, solteiro, CPF 07575486199, RG 85684914, residente a rua Chile, 333, bairro Rebouças, Curitiba-PR, vem por seu advogado abaixo subscrito com endereço profissional na Rua Westphalen, nº 444, bairro Rebouças, Curitiba –PR, oferecer a Vossa Excelência sua CONTESTAÇÃO, com fulcro no art. 335 do NCPC, expondo e requerendo o que segue: I – DOS FATOS O autor da ação judicial, Ponduras Podencio, requer danos morais contra a empresa Tirulipa S.A, visto que se sentiu lesionado no momento em que foi proibido de adentrar no veículo da companhia. II. TEMPESTIVIDADE Salienta-se que a presente contestação é devidamente tempestiva, haja vista que o prazo para sua apresentação é de 15 (quinze) dias úteis, nos moldes dos arts. 219 e 335, CPC. Assim, considerando que a audiência de conciliação foi realizada em 17/10/2017,o termo final ocorre em 09/11/2017. III. DO DIREITO O autor ajuizou ação em face do réu, alegando ser ele o responsável pelo seu prejuízo. Ocorre que o motorista do ônibus estava apenas zelando pela segurança dos demais passageiros, uma vez que no momento da tentativa do autor em adentrar no veículo, não possuía o mínimo de higiene e sobriedade, lembrando que estava embriagado e com certeza assustaria os demais passageiros. Neste contexto trata o artigo 107 do Código de Transito Brasileiro, e determina que os veículos utilizados neste ramo atendam, cumulativamente, às exigências da legislação de trânsito, bem como as condições técnicas, de segurança, higiene e conforto determinadas pelo poder competente para autorizar, permitir ou conceder a exploração dessa atividade, que, nas vias urbanas, é o Executivo municipal. Tendo em vista se tratar a ré de pessoa estranha ao negócio jurídico objeto desta lide, resta provado que a requerida não é legítima para preencher o polo passivo desta demanda, bem como, não é a responsável pelo prejuízo sofrido pelo autor, vez que nos termos do art. 14, § 3º, do CDC, o fornecedor não será responsabilizado quando restar comprovada a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, o que descaracteriza a responsabilidade civil da ré. Assim exemplifica-se com o julgado: Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. TRANSPORTE. AÇÃO INDENIZATÓRIA. PASSAGEIRO COM SINTOMAS DE EMBRIAGUEZ. Devido ao fato de o passageiro apresentar sintomas de embriaguez, justificada a recusa da transportadora ao não permitir seu embarque. APELO DESPROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70038129086, Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Antônio Maria Rodrigues de Freitas Iserhard, Julgado em 18/05/2011) Assim sendo, ante a todos os argumentos expostos, requer o acolhimento da preliminar de ilegitimidade passiva, com a consequente extinção do processo sem resolução do mérito, nos moldes do art. 485, VI do CPC. IV. DO DANO MORAL O dano moral não mais se restringe à dor, tristeza e sofrimento, sendo definido como uma ofensa a um bem ou atributo da personalidade, em suma, uma agressão à dignidade de alguém (nome, honra, imagem, etc.). Sem que essa mácula exacerbada à naturalidade dos fatos da vida tenha ocorrido, não há falar em dano moral compensável, por mais aborrecida e triste que determinada pessoa alegue estar. Logo, no caso em tela, na eventualidade de uma condenação, o valor é abusivo. Ainda, dois princípios estão intrinsecamente relacionados ao tema, o da razoabilidade e da proporcionalidade, pois um mero aborrecimento, dissabor, mágoa ou irritação do cotidiano não é capaz de configurar dano moral e, ainda, quando este restar configurado, o valor deve ser proporcional à dor causada, não podendo de maneira nenhuma gerar enriquecimento ilícito, o que é expressamente vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro. A banalização do dano moral e a busca pelo ganho fácil é, neste contexto, muito claro. Nas palavras de Silvio Rodrigues: "Será o juiz, no exame do caso concreto, quem concederá ou não a indenização e a graduará de acordo com a intensidade e duração do sofrimento experimentado pela vítima.".[1: (RODRIGUES, Silvio, Responsabilidade Civil, 1979 p.198/9)] IV- DOS PEDIDOS Diante de todo o exposto, requer perante Vossa Excelência: 1. Por todos os fatos e fundamentos expostos, requer deste douto Juízo, JULGUE TOTALMENTE IMPROCEDENTE todos pedidos expostos na inicial, com a consequente extinção do processo com resolução de mérito, nos moldes do art. 487, I, CPC; 2. Na eventualidade de uma condenação, REQUER que Vossa Excelência atribua um valor adequado. 3. Produção de provas, requerendo assim o comparecimento do autor para testemunhar o fato. Nestes termos, pede deferimento Curitiba 19 de novembro de 2017 Adv Oab
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