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Professora Vera Carmem Avila DIREITO DAS OBRIGAÇÕES AULA 4 REGRAS GERAIS O risco de perecimento/deterioração da coisa segue a regra do res perit domino, o que significa dizer que a coisa perece para o dono. Art. 237. “Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação”. Então, em caso de deterioração ou de perecimento é o proprietário quem arca com o prejuízo. São duas as hipóteses que podem acontecer para o caso de perecimento ou deterioração da coisa: sem culpa do devedor com culpa do devedor SEM CULPA DO DEVEDOR No caso de perecimento, isto é, prejuízo total da coisa sem culpa do devedor, a lei define o seguinte: ocorrendo antes da tradição ou pendente de condição suspensiva, a obrigação fica resolvida para as partes e o prejuízo será suportado pelo proprietário. Art. 234. “Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida* a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos”. *RESPEITO AO STATUS QUO ANTERIOR. Ex: O devedor tem que dar um colar de brilhantes. Mas, antes de entregar o colar, o ladrão entra em sua casa e rouba este colar. A perda da coisa se deu sem a culpa do devedor. E segundo a lei, o devedor deve restituir ao credor, o valor que já havia sido pago, acrescido de correção monetária. Isto porque o prejuízo é do dono. OUTRA HIPÓTESE: VIDE 235 CC Ex: mas, digamos que este colar, antes da entrega, sem culpa do devedor, cai no chão, e perde alguns brilhantes. Neste exemplo, houve uma deterioração da coisa, um prejuízo parcial. Para este caso, a lei diz que o credor pode desfazer o negócio e ter a restituição do valor pago, ou o credor pode aceitar o colar, mesmo faltando algumas pedras, desde que o devedor faça um abatimento no preço, proporcional ao prejuízo gerado na coisa. POR CULPA DO DEVEDOR Ocorrendo a deterioração (prejuízo parcial) por culpa do devedor, o art. 236 diz o seguinte: “Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos”. Ver art.402 Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. dano emergente/efetivo lucro cessante + danos morais/materiais Exemplo: No caso do carro, o devedor alcoolizado se envolve em acidente de transito, mas o carro fica apenas amassado. O credor pode exigir o valor já pago corrigido ou aceitar receber o carro no estado em que se encontra, abatido de seu valor o estrago causado. E o credor ainda tem o direito, em qualquer dos casos, à indenização por perdas e danos. LOGO, Quando se verifica culpa do devedor, as consequências da perda ou deterioração na coisa antes da entrega são bem diferentes, pois a lei pretende punir o devedor culpado que prejudicou a obrigação. Por isso, nesses casos há a figura da indenização por perdas e danos. Assim, quando a coisa se perde por culpa do devedor, este fica obrigado a restituir o preço pago pelo credor, acrescido de correção monetária além das perdas e danos sofridos pelo não recebimento da coisa. Observação importante: quando os prejuízos suportados pelo credor não puderem ser quantificados, o devedor arcará com a restituição do valor pago corrigido acrescido de juros.
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