Buscar

HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO03

Prévia do material em texto

30/08/2017 HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
http://portaldoaluno.webaula.com.br/Cursos/ebook/historia_do_direito_brasileiro/?capitulo=1&Matricula=201708071784&disciplina=CCJ0105&n… 1/14
Capítulo 1: Parte 3
A escravidão e a economia colonial
Tornou-se lugar-comum a�rmar que o trabalho escravo forneceu as bases para a construção do
Brasil, desde o período colonial até próximo do �nal do Império brasileiro, quando a Lei Áurea
libertou os escravos no país. Formalmente, porque a população negra não teve oportunidade, nos
planos social e econômico, de se integrar à vida nacional, restando a eles papéis subalternos
associados à pobreza material, ao analfabetismo, fazendo do negro liberto um cidadão de segunda
categoria.
Além disso, são frequentes as comparações entre o destino das populações negras no Brasil e
aquelas da América Inglesa, tendo em vista que questões ligadas ao relacionamento de etnias
suscitam discussões ligadas, em princípio, ao acesso dos negros ao mercado de trabalho e aos
diferentes graus de inserção na sociedade.
Dizemos que os norte-americanos são fortemente marcados pela escravidão com aproximadamente
dois séculos e meio de duração, sem atentar para o fato de que, no Brasil, o período escravocrata
começou pelo menos oitenta anos antes e se encerrou 23 anos depois, dando margem a que muitos
escravocratas empobrecidos com o �m da Guerra Civil Americana, resultando na abolição da
escravatura, em 1865, vissem no Brasil a chance de manter seu modo de vida.
Do século XV ao XIX, milhões de pessoas, os números variam muito e é difícil precisar, foram
arrancadas do seu mundo, acorrentadas e enviadas a locais estranhos para elas, como o sul dos
Estados Unidos, Cuba ou o nordeste do Brasil, entre outros, alimentando uma das atividades mais
rentáveis da História, o trá�co.
Igualmente essa situação mexeu com a estrutura das várias etnias no continente africano que, por
vezes, em razão de preconceito enraizado, ainda é tratado como se fosse um único país e toda sua
diversidade cultural parece abolida em função da cor da pele de seus habitantes, não obstante as
diferenças visíveis entre os diversos grupos étnicos.
A agromanufatura açucareira
30/08/2017 HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
http://portaldoaluno.webaula.com.br/Cursos/ebook/historia_do_direito_brasileiro/?capitulo=1&Matricula=201708071784&disciplina=CCJ0105&n… 2/14
A severa repressão das expedições guarda-costas não podia dar conta dos infratores, de forma que
Portugal necessitou trazer para suas terras americanas um cultivo que promovesse a ocupação da
terra, o açúcar.
Durante algum tempo, o termo engenho identi�cava o local da produção de açúcar. Depois passou a
indicar todo o complexo envolvido na produção e também a ordem social na qual se inseria. A
estrutura familiar era de natureza patriarcal, isto é, concentrando poderes nas mãos dos senhores
de Engenho, controlando com mão pesada sua família a partir da Casa-grande, normalmente situada
em um plano elevado, próximo ao qual estavam a casa da moenda, a máquina de moer cana, a
caldeira, e a senzala era onde se concentravam os escravos.
O Mercantilismo condicionou a atividade açucareira dentro da lógica da exploração colonial
fundamentada no chamado exclusivismo metropolitano, obrigando a que os produtores vendessem
o açúcar aos comerciantes portugueses deles dependendo para a aquisição das manufaturas, ou
seja, a ordem econômica sofria a interferência da dominação política a determinar as trocas
comerciais.
A morte do rei de Portugal, D. Sebastião, ainda jovem e sem herdeiros, ao combater os muçulmanos
no norte da África, em 1578, abriu o problema da sucessão e o trono foi destinado ao candidato
mais poderoso, Felipe II, da Espanha.
Durante sessenta anos (1580-1640), Portugal e Espanha estariam unidos sob a mesma dinastia, com
consequências econômicas e políticas signi�cativas para o Brasil. Um tempo longo que assistiu ao
apogeu e progressivo declínio do poder espanhol ainda à época de Felipe II, malogrando em sua
tentativa de subme-ter a Inglaterra por meio da “Invencível Armada”, derrotada pelas intempéries e
pelos corsários ingleses.
“É fato universalmente reconhecido que aos portugueses coube a primazia no
empreendimento dessa empresa. Se seus esforços não tivessem sido coroados de
êxito a defesa das terras do Brasil ter-se-ia transformado em ônus demasiado
grande e — excluída a hipótese de antecipação na descoberta do ouro —
di�cilmente Portugal teria perdurado como grande potência colonial na América.”
— Furtado (1959, p. 11)
“
30/08/2017 HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
http://portaldoaluno.webaula.com.br/Cursos/ebook/historia_do_direito_brasileiro/?capitulo=1&Matricula=201708071784&disciplina=CCJ0105&n… 3/14
A derrota espanhola consolida o protestantismo
na Europa, bem como abre espaço para a
a�rmação da Inglaterra e dos Países Baixos como
potências marítimas.
Desde a Idade Média, o reino de Portugal mantinha relações de comércio com a região dos Países-
Baixos, fazendo das cidades, como Amsterdam, centro de recepção e distribuição de mercadorias.
Os mercadores holandeses eram os principais distribuidores de produtos orientais trazidos por
Portugal, e o domínio espanhol era prejudicial aos interesses holandeses no Brasil associados à
economia açucareira.
A organização da economia açucareira exigia muito dinheiro. A montagem de um engenho era cara,
envolvendo mão de obra numerosa alimentando o trá�co de escravos africanos e,
progressivamente, trans-ferindo o controle global do processo dos proprietários rurais para uma
burguesia mercantil mantendo um �uxo de renda constante, tudo dentro de crescente
especialização nas atividades de produção e comércio.
O açúcar se tornaria o elemento destinado a preservar a presença dos colonizadores integrando
economicamente a colônia com os mercados da Europa. A adoção da monocultura açucareira não
apenas aumentou o trá�co de escravos, bem como internacionalizou a economia.
A proliferação de engenhos mudou não apenas �sicamente a aparência das regiões litorâneas. O
emprego maciço da mão de obra escrava e sua exploração consolidou a expansão da economia
açucareira.
EXEMPLO
A produção farta em solo fértil como o de Pernambuco, por exemplo, levou a que a economia
nordestina se especializasse na lavoura. Reuniam-se a grande propriedade, o trabalho escravo e a
empresa mercantil fornecendo as bases do sistema econômico.
30/08/2017 HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
http://portaldoaluno.webaula.com.br/Cursos/ebook/historia_do_direito_brasileiro/?capitulo=1&Matricula=201708071784&disciplina=CCJ0105&n… 4/14
Estava caracterizado o chamado Pacto Colonial, assegurando à metrópole o monopólio do comércio
colonial, conciliando interesses dos produtores brasileiros e os dos comerciantes portugueses. Os
senhores de engenho conseguiam bom preço para o açúcar e os negociantes lusos ganhavam com o
transporte e a revenda da mercadoria, bem como por trazer produtos europeus aos colonos e,
principalmente, com o trá�co de escravos.
A economia açucareira criou mercado a ser atendido dentro da própria colônia. Centrados na
produção açucareira, os senhores de engenho estimularam a produção de alimentos no interior,
impulsionando principalmente a pecuária de corte com destaque para as regiões do Vale do Rio São
Francisco e na região do Piauí. Para os paulistas, a tendência foi desenvolver a penetração e o
desbravamento do interior visando o apresamento dos indígenas, o que os levou a entrar em terras
sujeitas legalmente a Espanha, pelo Tratado de Tordesilhas.
Na verdade, dentro da União Ibérica, mesmo considerando a dominação espanhola, não se pode
ignorar que uma parcela da elite de Portugal acabava se bene�ciando dela. A ideia era participar de
alguma forma da circulaçãode riquezas da América Hispânica.
Ao falar das invasões holandesas no Brasil, torna-se necessário ter uma ideia de como essa
sociedade se organizou. O poder nas terras holandesas se concentrou em uma república de ricos
mercadores, receptiva aos empreendedores, o que incluía os judeus, perseguidos pela Inquisição
nos países ibéricos.
A criação da Companhia das Índias Ocidentais, em 1621, em moldes semelhantes a sua coirmã a
Companhia das Índias Orientais, deixa claro o objetivo essencialmente mercantil da conquista do
nordeste açucareiro do Brasil. O empreendimento, tanto na primeira tentativa na Bahia, em 1625, de
30/08/2017 HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
http://portaldoaluno.webaula.com.br/Cursos/ebook/historia_do_direito_brasileiro/?capitulo=1&Matricula=201708071784&disciplina=CCJ0105&n… 5/14
curta duração, quanto os 24 anos transcorridos desde a tomada de Pernambuco, em 1630, foi
determinado por razões comerciais e também de natureza política, uma vez que a Holanda havia se
libertado do domínio espanhol, e o Brasil, sob a União Ibérica, constituía um alvo atrativo.
A presença holandesa no Nordeste re�etia os costumes e a estrutura política de uma sociedade
estruturada em bases urbanas, contrastando com o interior das terras brasileiras, situação que
permaneceu mesmo em momentos de maior esforço para expulsar o invasor, a exemplo da
Insurreição Pernambucana de 1645, ou seja, uma identidade luso-brasileira construída em função do
mundo rural, opondo-se ao mundo urbano dos colonizadores.
REFLEXÃO
Sobre a presença holandesa no Brasil, cabe uma observação sobre o conde Maurício de Nassau,
representativo do Brasil holandês. Nassau assimilou a problemática do relacionamento entre os
grandes senhores de engenho e as autoridades holandesas. Motivados principalmente pelo receio
de aumento dos impostos dos produtores brasileiros, os holandeses procuraram manter o status
quo, negociando com Portugal que, desde 1640, havia recuperado sua independência, com o �nal da
União Ibérica.
Deve-se ter na devida conta que a presença holandesa no Nordeste foi um empreendimento
essencialmente comercial, tornando pouco aceitável a ideia de que sua colonização seria a mais
adequada ao Brasil, uma vez que, por princípio, atividades coloniais bene�ciam a metrópole e uma
elite colonial a ela vinculada.
As hipóteses ligadas à colonização holandesa
podem ser confrontadas com a trajetória da
colonização holandesa na Indonésia e na região da
África do Sul.
De concreto, temos o registro de que os holandeses, após sua expulsão do Nordeste, em 1654, se
dirigiram às Antilhas e, por conta dos conhecimentos adquiridos no Brasil, bene�ciados por
distâncias que permitiam baratear o transporte das mercadorias, provocaram o declínio da
30/08/2017 HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
http://portaldoaluno.webaula.com.br/Cursos/ebook/historia_do_direito_brasileiro/?capitulo=1&Matricula=201708071784&disciplina=CCJ0105&n… 6/14
economia açucareira nordestina.
ATENÇÃO
Mesmo considerando que os preços do açúcar não se mantiveram altos, a produção açucareira não
declinou, re�etindo a complexidade da economia colonial. A pecuária ocupava espaços no interior e
produtos como o tabaco e o algodão ampliavam sua importância.
Mineração — A Era do Ouro
Com a descoberta do ouro em �ns do século XVII, as contas de Portugal puderam se reequilibrar. Na
colônia, a economia deslocou seu eixo das regiões nordestinas para a das Gerais. Um novo surto de
prosperidade havia chegado, integrando áreas muito distantes ao consumir produtos agrícolas e
também atrair a pecuária.
ATENÇÃO
O sistema colonial ganhava nova dimensão ao integrar produtores e mineradores e aumentar o
pagamento de impostos para a coroa, além do monopólio dos transportes na mão de comerciantes
portugueses.
A produção de ouro na região das Gerais permitiu ao reino português viver um período de opulência
cujo declínio já se veri�ca após 1760. A busca pelo ouro, no século XVII, foi responsável por um
êxodo populacional que deu nova face à colônia. Estima-se que mais de cem mil pessoas vieram à
região das minas.
Evidentemente a metrópole não foi indiferente ao êxito da mineração e aumentou os mecanismos
de controle da economia colonial. A Coroa precisava de ouro em quantidades crescentes para saldar
seus compromissos, principalmente com a Inglaterra, de quem Portugal se tornou uma economia
dependente.
Pessoas de variada condição social chegaram à
região das minas, na esperança de fazer fortuna
fácil com o garimpo. Aventureiros de toda espécie
vinham à área de mineração.
30/08/2017 HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
http://portaldoaluno.webaula.com.br/Cursos/ebook/historia_do_direito_brasileiro/?capitulo=1&Matricula=201708071784&disciplina=CCJ0105&n… 7/14
Acontece que o Direito não se antecipa à realidade, mas regula as atividades humanas pelo
conhecimento e bom senso. Em um primeiro momento, a descoberta de riqueza metálica
literalmente joga milhares de pessoas na região das minas, agitadas pela possibilidade de �carem
ricas sem o controle do �sco, pois o Estado não dispõe de soldados para impor a ordem e
administradores para supervisionar o cumprimento das determinações reais.
O Portugal da Restauração, após a União Ibérica, apresentava uma condição muito distinta da época
em que se �rmou a aliança com os britânicos. As lutas contra os holandeses, a guerra da
Restauração e o declínio do comércio com o oriente enfraqueciam os portugueses. Os ingleses, por
sua vez, se a�rmavam como potência marítima, principalmente após o Ato de Navegação, e
passaram a ter controle inclusive do trá�co de escravos.
Além disso, no século XVIII, a Inglaterra levou a dianteira em relação aos demais países com a
chamada Revolução Industrial, o que tornou mais difícil a posição de Portugal, com re�exos na
colônia brasileira.
Enquanto o ouro foi abundante, as minas
ostentaram riqueza em suas cidades.
30/08/2017 HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
http://portaldoaluno.webaula.com.br/Cursos/ebook/historia_do_direito_brasileiro/?capitulo=1&Matricula=201708071784&disciplina=CCJ0105&n… 8/14
A mineração provocou uma alteração profunda na vida colonial. Nos primeiros tempos a presença
europeia era essencialmente rural compondo uma elite controladora dos engenhos e culturas
agrícolas. Mesmo as pessoas ricas levavam uma vida simples em sua maioria. O surgimento das
cidades mudou as regras do jogo.
A sociedade das minas permitiu que muitas pessoas livres e pobres buscassem oportunidades de
mudar de vida em um contraste nítido com o mundo mais fechado da sociedade baseada na
produção açucareira do Nordeste. Uma sociedade com mais esperança. Uma sociedade em que
descobrir uma jazida muda a vida de uma hora para outra, ao contrário da rotina da empresa
açucareira do Nordeste.
ATENÇÃO
O ouro e os diamantes foram responsáveis pela colonização do território e promoveram o
surgimento de vilas e povoados. A migração não se limitou à chegada de gente da metrópole, na
própria colônia houve pessoas que se deslocaram de vários cantos do Brasil, enfrentando perigos
como ataques de índios ou de animais nas regiões a serem atravessadas para o destino �nal.
Além disso, ocorreu um fenômeno comum às áreas apontadas como as de grande prosperidade. A
tendência à elevação geral de preços, o que comprometia a sobrevivência dos que lá chegavam.
En�m, para muitos, o ouro era uma miragem, e a pobreza, uma realidade.
O Estado português tratou de regulamentar a exploração de riquezas e, para isso, instituiu a
Intendência de Minas, visando supervisionar as concessões de terra para a mineração e controlar as
relações entre os mineradores. Entre os pré-requisitos para participar da exploração aurífera
estavam ter, ao menos, 12 escravos para trabalhar nas datas.
Nãoé preciso uma grande informação do processo como um todo para imaginar que a sonegação
de informações sobre o ouro encontrado fosse elevada. Às autoridades interessava a parte do Leão
nos tributos sobre a produção de riqueza. Algo fácil de entender em nossos dias.
As condições de trabalho nas minas eram muito sofridas, particularmente nas galerias subterrâneas
sujeitas a desastres. Mesmo considerando todos esses fatores desfavoráveis, podemos registrar
uma acentuada urbanização nas Gerais, permitindo que muitas atividades pro�ssionais, antes de
pouco signi�cado ou inexistentes, ganhassem força na capitania. Com efeito, médicos, artesãos,
30/08/2017 HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
http://portaldoaluno.webaula.com.br/Cursos/ebook/historia_do_direito_brasileiro/?capitulo=1&Matricula=201708071784&disciplina=CCJ0105&n… 9/14
músicos, escritores, juntamente com funcionários da metrópole viviam em cidades com elevado
nível de riqueza. Não se tratava de “mais do mesmo”. A mineração permitiu a formação de um rico
patrimônio cultural na região.
O enriquecimento da região em uma época em que Portugal da restauração se encontrava
crescentemente endividado resultou em uma taxação abusiva. Antes se aplicavam às Ordenações
Manuelinas de 1532, estipulando que um quinto do minério seria propriedade real. A estes foram
acrescentados tributos tão onerosos que levaram a decadência das Minas.
A economia brasileira, no período colonial, atendeu aos interesses da metrópole tendo no
açúcar o elemento de �xação de Portugal como potência colonial na América.
Depois do �m da União Ibérica e de os holandeses serem expulsos, levando o cultivo do
açúcar para a região das Antilhas, nossa produção entrou em decadência.
Com a descoberta das minas, a colonização interiorizou-se e houve uma urbanização nessas
áreas produtoras, provocando a chegada de muitos migrantes.
MULTIMÍDIA
Para estabelecer uma conexão com o conteúdo visto e, assim, aprofundar sua aprendizagem,
sugerimos assistir aos seguintes �lmes:
1492: A CONQUISTA DO PARAÍSO. Direção: Ridley Scott. Produção: Gaumont. França, Alemanha,
1992. 154 min., son., col., 35mm.
AGUIRRE, A CÓLERA DOS DEUSES. Direção: Werner Herzog. Produção: Werner Herzog
Filmproduktion. Alemanha, Espanha, 1972. 93 min., son., col., 35mm.
A RAINHA MARGOT. Direção: Patrice Chéreau. Produção: Renn Productions. França, Itália, Alemanha,
1993. 162 min., son., col., 35mm.
DESMUNDO. Direção: Alain Fresnot. Produção: A. F. Cinema e Vídeo. Brasil, 2002. 101 min., son., col.,
35mm.
A MISSÃO. Direção: Roland Jo�é. Produção: Warner Bros. Inglaterra, 1986. 125 min., son., col., 35mm.
30/08/2017 HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
http://portaldoaluno.webaula.com.br/Cursos/ebook/historia_do_direito_brasileiro/?capitulo=1&Matricula=201708071784&disciplina=CCJ0105&… 10/14
COMO ERA GOSTOSO O MEU FRANCÊS. Direção: Nelson Pereira dos Santos. Produção: Condor
Filmes, Regina Filmes. Brasil, 1972. 84 min., son., col., 35mm.
O DESCOBRIMENTO DO BRASIL. Direção: Humberto Mauro. Produção: Brazilia Filme. Brasil, 1937. 60
min., son., P/B, S/I.
CARAMURU – A INVENÇÃO DO BRASIL. Direção: Guel Arraes. Produção: Globo Filmes. Brasil, 2001. 85
min., son., col., S/I.
ATIVIDADE
Leia o texto a seguir, e responda às questões relacionadas fazendo anotações em seu caderno.
Ao �nal, clique no botão GABARITO para conferir as respostas sugeridas.
(ENADE/ 2012 — questão 8)
A globalização é o estágio supremo da internacionalização. O processo de intercâmbio
entre países, que marcou o desenvolvimento do capitalismo desde o período mercantil
dos séculos XVII e XVIII, expande-se com a industrialização, ganha novas bases com a
grande indústria nos �ns do século XIX e, agora, adquire mais intensidade, mais amplitude
e novas feições. O mundo inteiro torna-se envolvido em todo tipo de troca: técnica,
comercial, �nanceira e cultural. A produção e a informação globalizadas permitem a
emergência de lucro em escala mundial, buscado pelas �rmas globais, que constituem o
verdadeiro motor da atividade econômica (Adaptado de: SANTOS, M. O país distorcido.
São Paulo: Publifolha, 2002).
No estágio atual do processo de globalização, pautado na integração dos mercados e na
competitividade em escala mundial, as crises econômicas deixaram de ser problemas
locais e passaram a a�igir praticamente todo o mundo. A crise iniciada em 2008 é um dos
exemplos mais signi�cativos da conexão e interligação entre os países, suas economias,
políticas e cidadãos. Considerando esse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação
proposta entre elas.
I. O processo de desregulação dos mercados �nanceiros norte-americano e europeu levou
à formação de uma bolha de empréstimos especulativos e imobiliários, a qual, ao estourar
em 2008, acarretou um efeito dominó de quebra nos mercados.
1
30/08/2017 HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
http://portaldoaluno.webaula.com.br/Cursos/ebook/historia_do_direito_brasileiro/?capitulo=1&Matricula=201708071784&disciplina=CCJ0105&n… 11/14
POR QUE
II. As políticas neoliberais marcam o enfraquecimento e a dissolução do poder dos
Estados nacionais, bem como asseguram poder aos aglomerados �nanceiros que não
atuam nos limites geográ�cos dos países de origem.
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justi�cativa da I. 
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justi�cativa da I. 
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
e) As asserções I e II são proposições falsas. 
(Sistema Político e Direito Internacional)
“As guerras religiosas e as ambições universais das dinastias Bourbon, Habsburgo e do
Santo Império Romano Germânico, nos idos dos séculos XVI e XVII, levaram à assinatura
dos Acordos de Westphalen, em 1648. Com o objetivo de frear a Guerra dos Trinta Anos
(1618–1648) e promover a reorganização das unidades estatais no que tange a religião, os
tratados ultrapassaram tais funções tornando-se peça fundadora do Sistema Internacional
Moderno”. (SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Impérios na História. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2009. p. 145)
Considerando o texto acima, identi�que a assertiva correta:
— O Sistema Internacional surgido ao �m da Guerra dos Trinta Anos:
a) Identi�cou a falência da ordem política internacional baseada no princípio da não
intervenção. 
b) Consagrou os princípios basilares da continuidade no tempo e das fronteiras estáveis
transmitidos pelos romanos aos visigodos como alicerce da diplomacia. 
c) Condicionou a arbitragem de litígios na área da Cristandade a aceitação da liderança
dos Papas conforme disposto no IV concílio de Latrão. 
d) Reconheceu no Estado autonomia no trato de seus assuntos domésticos, rejeitando a
ideia de uma autoridade política suprema. 
e) Assimilou as concepções políticas autocráticas do Império Romano do Oriente para
enfrentar a ameaça dos otomanos. 
(Administração Colonial e Ordem Jurídica)
2
3
30/08/2017 HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
http://portaldoaluno.webaula.com.br/Cursos/ebook/historia_do_direito_brasileiro/?capitulo=1&Matricula=201708071784&disciplina=CCJ0105&… 12/14
“... Com efeito, a noção de que as decisões cabiam, em última instância ao soberano,
conferia à Formação Social Brasileira, na conjuntura, uma coerência ideológica na qual a
desigualdade era assumida e conscientemente legitimada”. (Albuquerque, Manuel
Maurício de. Pequena história da formação social brasileira. 3. ed. Rio de Janeiro: Graal,
1984. p. 226)
De acordo com o texto acima podemos dizer que a organização jurídica da colônia
brasileira obedeceu à orientação do poder real, sendo colocada em prática pelo Governo
Geral que:
a) Recorreuao exemplo da França, elaborando um código colonial muito mais rígido que o
metropolitano. 
b) Incumbiu o ouvidor-mor de organizar a justiça, deixando as instâncias �nais para
Lisboa, onde funcionava a Casa de Suplicação. 
c) Instalou no Brasil os Tribunais do Santo Ofício para combater heresias. 
d) Deixou a cargo dos “Homens Bons”, núcleo do latifúndio, o combate ao criptojudaísmo. 
e) Organizou a partilha das terras indígenas e controlou o tráfego marítimo utilizando os
serviços do ouvidor-mor. 
(Economia colonial)
A escravidão, prática de longa duração, marcou profundamente a sociedade brasileira
desde as primeiras levas chegadas ao Nordeste no século XVI, o que nos permite concluir
que:
a) Constituiu uma prática inovadora na História, o que explica sua rápida expansão a
partir da África, atingindo até a Ásia. 
b) Manteve o Brasil, em plena era da segunda revolução industrial, como o último país do
mundo a, legalmente, abolir a escravidão. 
c) Trouxe para as regiões litorâneas do Nordeste uma alternativa barata para substituir a
mão de obra indígena, mais especializada, porém rebelde. 
d) Deixou o Brasil muito mais rico com o emprego na mineração, muito embora tenha tido
um começo tardio, um século depois das Treze Colônias da América receberem seus
escravos da África Ocidental. 
e) Representou um atrativo de tanta importância que levou os holandeses a invadir
Angola para obter mão de obra para suprir as atividades açucareiras, mostrando como o
trá�co de escravos articulava interesses nos três continentes. 
4
30/08/2017 HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
http://portaldoaluno.webaula.com.br/Cursos/ebook/historia_do_direito_brasileiro/?capitulo=1&Matricula=201708071784&disciplina=CCJ0105&… 13/14
Questões discursivas:
Explique por que nem todas as leis de “As Ordenações” eram de fácil aplicação no Brasil.
Identi�que as diferenças mais marcantes entre a economia da agromanufatura açucareira
e àquela da mineração.
Gabarito
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBUQUERQUE, M. M. Pequena história da formação social brasileira. Rio de Janeiro:
Graal, 1984.
DOHLNIKOFF, M.; CAMPOS, F. Atlas História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1993.
FURTADO, C. Formação Econômica do Brasil. Brasília: UNB, 1959.
HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
LARA, S. H. Ordenações Filipinas: Livro 5. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
LEVY, M. B. História �nanceira do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: IBMEC, 1979.
MAGALHÃES, B. Expansão Geográ�ca do Brasil Colonial. São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 1935.
MARTINS FILHO, I. G. S. Evolução Histórica da Estrutura Judiciária Brasileira. In: Revista
Jurídica Virtu¬al, Brasília, v. 1, n. 5, set. 1999. Disponível em: >. Acesso em: 16 de abr. de 2014.
SOUZA, L. M. (org). História da vida privada no Brasil. São Paulo: cotidiano e vida privada
na América Por¬tuguesa. São Paulo: Cia das Letras, 1997.
1
2

CAPÍTULO 1
Com quantas naus se faz um país?
Clique sobre os ícones abaixo.
1 2 3  
CAP. 
30/08/2017 HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
http://portaldoaluno.webaula.com.br/Cursos/ebook/historia_do_direito_brasileiro/?capitulo=1&Matricula=201708071784&disciplina=CCJ0105&… 14/14

Continue navegando