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petição constitucional seção 2

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EX. MO. JUIZ DE DIREITO DA ____ ª VARA DA FAZENDA ESTADUAL DO ESTADO DE CEARÀ
Magnólia, brasileira, estado civil, idade, RG, CPF: residente e domiciliada na Rua ,nº, RS CEP, na cidade de, vem através de seu procurador signatário propor AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA para fornecimento de medicamento
Contra o ESTADO DO CEARÀ, pessoa jurídica de direito público com sede na Capital do Estado de CEARÁ, situado. À Av, nº, CEP, pelos fatos e fundamentos de direito que LOGO passa a expor:
Contra o Estado do Ceará, pessoa jurídica de direito público com sede na Capital do Estado, sito. À Av. nº, CEP, pelos fatos e fundamentos de direito que se passa a expor:
Da assistência judiciaria gratuita
Requer os benefícios da justiça gratuita por ser pobre na forma da lei, conforme comprovante de hipossuficiência anexado e compravante de renda não podendo, portanto, arcar com as despesas das custas processuais, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, com fulcro na lei 1.060/50, acrescida das alterações estabelecida pela lei 7.115/83 e lei 10.317/1, tudo em consonância com o artigo 5 LXXIV, da CF
FATOS
A impetrante foi diagnosticada recentemente como portadora de uma doença com baixa frequência de diagnostico semelhante, em decorrência disso, foi prescrevido um medicamento de uso regular e continuo, de alto custo conforme cópia do prontuário medico anexo. Tal medicamento compõe a lista de remédios a serem fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde- sus e ainda consta na relação de medicamentos excepcionais e elaborada pelo estado do Ceará.
Por ser uma pessoa humilde, sem recursos financeiros, não podendo arcar com o pagamento do medicamento, a impetrante procurou a central de distribuição estadual de medicamentos localizada no município de Caicó, no dia 10/10/2017, e foi informada que o fornecimento de medicamentos de alto custo, mesmo os constantes na lista do SUS e do Governo Estadual, estavam suspensos por prazo indeterminado, por ondem da Secretaria Estadual de Saúde.
No dia 11/10/2017, protocolou o requerimento (anexo) do medicamento, junto a Secretaria Estadual de Saúde no dia 15/10/2017, obtendo formalmente a resposta que todos os medicamentos estavam suspensos por tempo indeterminado. Diante da extrema necessidade de fazer uso do medicamento e da frustação de obter restou recorrer ao judiciário para valer o seu direito
DIREITOS
Princípio da dignidade da pessoa humana e o direito à vida:
A Constituição garante a inviolabilidade do direito à vida (CF, art. 5º, “caput”). Esta compreende não só o direito de continuar vivo, mas de ter uma subsistência digna. Por essa razão, o direito à vida deve ser entendido em consonância com o princípio da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III). Vejamos:
“A dignidade da pessoa humana, em si, não é um direito fundamental, mas sim um atributo a todo ser humano. Todavia, existe uma relação de mútua dependência entre ela e os direitos fundamentais. Ao mesmo tempo em que os direitos fundamentais surgiram como uma exigência da dignidade de proporcionar um pleno desenvolvimento da pessoa humana, somente através da existência desses direitos a dignidade poderá ser respeitada e protegida ´´Marcelo Novelino Camargo`` – Direito Constitucional para concursos. Rio de janeiro. Editora forense, 2007 .
Assim sendo, a saúde como um bem precípuo para a vida e a dignidade humana, foi elevada pela Constituição Federal à condição de direito fundamental do homem. A carta magna, garantir a todos uma existência digna, observando o bem estar e a justiça social, tratou de incluir a saúde com um dos pilares da Ordem Social (art. 193).
Da obrigação do SUS:
No atendimento ao interesse público, um dos princípios que regem a saúde pública, além da universalidade da cobertura e do atendimento e da igualdade, é o princípio da solidariedade financeira, uma vez que a saúde é financiada por toda a sociedade (art. 195 da CF).
Em seu art. 196 e 227 a Constituição Federal estabelece a responsabilidade da União, Estados e Municípios, de forma solidária, prestar o atendimento necessário na área da saúde, incluindo os serviços de assistência ao público e o fornecimento de medicamentos, suplemento alimentar, equipamentos, procedimentos médicos, tratamentos e exames aos que deles comprovadamente necessitem.
Tendo-se em vista que os serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierárquica, o SUS, amparando-se no princípio da gestão, com a participação simultânea dos entes estatais dos três níveis (art. 198 da CF/88 e o art. 7º da lei 8.080/90) cabe, contudo, ao Estado, Município, Distrito Federal e União promoverem as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. Portanto, é obrigação do Estado dar assistência à saúde e dar os meios indispensáveis para o tratamento médico.
O direito à saúde é direito fundamental. O fornecimento do medicamento buscado pela autora, individualmente nesta ação, é na verdade a expressão do direito público à saúde, difuso em todos os que necessitam de medicamentos para a própria sobrevivência. A função do remédio distribuído a quem dele necessita é o cumprimento em si do dever estatal de dar saúde aos seus cidadãos.
Por pertinente, adiante são transcritos alguns julgados proferidos em situações semelhantes:
STJ, Resp 658323/SC, 1a Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ 21/03/2005:
"RECURSO ESPECIAL. SUS. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. PACIENTE COM HEPATITE C. DIREITO À VIDA E À  SAÚDE. DEVER DO ESTADO. UNIÃO. LEGITIMIDADE.
Ação objetivando a condenação da entidade pública ao fornecimento gratuito dos medicamentos necessários ao tratamento de Hepatite C.
O Sistema Único de Saúde-SUS visa a integralidade da assistência à saúde, seja individual ou coletiva, devendo atender aos que dela necessitem em qualquer grau de complexidade, de modo que, restando comprovado o acometimento do indivíduo ou de um grupo por determinada moléstia, necessitando  de determinado medicamento para debelá-la, este deve ser fornecido,  de modo a atender ao princípio maior, que é a garantia à vida digna.
Configurada a necessidade do recorrente de ver atendida a sua pretensão posto legítima e constitucionalmente garantida, uma vez assegurado o direito à saúde e, em última instância, à vida. A saúde, como de sabença, é direito de todos e dever do Estado.
A União é parte legítima para figurar no pólo passivo nas demandas cuja pretensão é o fornecimento de medicamentos imprescindíveis à saúde de pessoa carente.
Recurso especial desprovido."
 TRF 2a Região, AG 129801/RJ, 3a Turma, Rel. Des. Fed. Tânia Heine, DJU 03/12/2004:
"PROCESSUAL CIVIL -AGRAVO DE INSTRUMENTO- TUTELA ANTECIPADA FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS .I - De acordo com o art. 7º, II, da Lei nº 8.080/90, o SUS garante a integralidade da assistência, de forma individual ou coletiva para atender cada caso em todos os níveis de complexidade. Assim, comprovada a necessidade do medicamento para a garantia da vida do paciente, deverá ele ser fornecido.II - O direito à vida é assegurado pela CF no seu art. 5º, caput, e diante de um  direito fundamental, não há que prosperar qualquer justificativa de  natureza técnica ou burocrática do Poder Público.III - O STF, quando do julgamento do RE 280.642, ao interpretar o art. 196 da CF/88, se posicionou no sentido de que o termo"Estado"apresenta uma  conotação genérica a abranger a União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.IV - Agravo de Instrumento improvido."
. STJ, RESP 201378/SP, 6 Turma, Rel. Min. Fernando Gonçalves,  DJ 21/06/1999:
"PROCESSUAL CIVIL. OBRIGAÇÃO DE FAZER. MULTA DIÁRIA  (ASTREINTES). FIXAÇÃO DE OFÍCIO CONTRA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. POSSIBILIDADE.
1 - As astreintes podem ser fixadas pelo juiz  de ofício, mesmo sendo contra pessoa jurídica de direito público (Fazenda Estadual), que ficará obrigada a suportá-las casos não cumpra  a obrigação de fazer no prazo estipulado. Precedentes desta Corte.
2 - Recurso não conhecido."
. TRF 2a Região, AGTAG 123666/RJ,5a Turma, Rel. Juiz Conv. França Neto, DJU 11/01/2005:
"PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO - UNIÃO FEDERAL - OBRIGAÇÃO DE FAZER - IMPOSIÇÃO DE MULTA - POSSIBILIDADE - JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA.I - O § 5º, do art. 461, do CPC, permite ao Juiz  a fixação de multa por tempo de atraso para ver  satisfeito o resultado prático da decisão que profere.II - A eficácia suspensiva é forma excepcional de recebimento de recurso e se presta a corrigir manifesta ilegalidade ou eventual teratologia da Decisão Agravada, sob pena de ter a Justiça de 1º grau a eficácia de seus julgados condicionados ao referendo do Colegiado.IV - Precedentes do STJ.V - Agravo Interno improvido.
DO PEDIDO
Diante de todo o exposto, pede a autora:
1. A antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional para o fim de determinar-se a expedição de ofício à Secretaria Municipal de Saúde de Caiocó para que forneça à autora os medicamentos necessários para o seu tratamento, tão-só a apresentação de receituário médico. Tal pleito se justifica e se legitima ante os termos do artigo 273 do CPC, vez que o direito demonstrado, de estatura constitucional, constitui prova inequívoca em benefício da autora, além da natureza essencialmente urgente da medida, sob pena de danos à saúde e à vida.
2. A citação dos réus para que respondam aos termos da presente ação, sob pena de revelia e confissão.
3. A declaração do direito da autora de receber do Sistema Único de Saúde, ou instituição que o venha a substituir, o medicamento DO PEDIDO
Diante de todo o exposto, pede a autora:
4. A condenação dos réus, em responsabilidade solidária, na obrigação de fornecer à autora os medicamento tão-somente a contra apresentação de receituário médico, fixando pena diária de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em favor da autora para o caso de descumprimento injustificado.
5. A gratuidade processual nos termos da Lei 1060/50.
6. A produção de todas as provas em Direito admitidas.
7. A condenação dos réus no pagamento das custas processuais e em honorários advocatícios a serem arbitrados por esse Juízo.
Fixa o valor da causa em R$ 500,00 para fins meramente fiscais.
 
Advogado/OAB nº

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