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Apontamentos de aula Entomologia 2018 parte 1 (1)

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1 
 
APONTAMENTOS DE AULA 
ENTOMOLOGIA 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
José Wilson P. Silva 
Eng. Agrônomo – Dr. em Entomologia 
Professor adjunto IV 
LEAF- Laboratório de Entomologia agrícola e florestal 
Universidade Federal do Pará 
Campus Universitário de Altamira 
 
2018 
 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS INSETOS 
 
Porque estudarmos insetos? 
 
Uma das grandes razões se deve a sua diversidade. 
Quase 80% de todas as espécies de animais são classificadas 
como insetos. Outra boa razão é a sua estreita relação com o 
homem, estando relacionados a questões alimentares, 
econômicas e saúde (produção de alimentos, danos, 
transmissão de doenças etc.). 
No princípio do século passado, existia uma crença 
entre muitos entomologistas de que era imperativo se controlar 
os insetos para a sobrevivência da raça humana. Embora 
saibamos hoje que apenas uma pequena fração das espécies 
de insetos constitui-se em pragas (cerca de 2%), ainda é 
verdade que estes podem competir significativamente com o 
homem por alimentos e outros recursos. 
Uma praga pode ser definida como uma espécie (não 
necessariamente de inseto) que apresenta as seguintes 
características, freqüentemente em conjunto: 
 Causa prejuízo sob algum ponto de vista (geralmente 
econômico); 
 Ocorre regularmente (todos os anos, por exemplo); 
 Apresenta elevados níveis populacionais. 
Portanto, não é possível dizer que um inseto encontrado 
ocasionalmente sobre uma planta qualquer sem maior 
importância econômica seja uma "praga". A maior parte das 
espécies de insetos (~ 98%) não se enquadra nessa categoria. 
Na realidade, essas espécies todas fazem parte de um 
delicado, mas importante, equilíbrio biológico natural, cuja 
2 
 
perturbação pelo homem pode, aí sim, resultar no 
aparecimento de pragas. São os chamados desequilíbrios. 
Os insetos que costumam causar problemas ao homem 
podem ser divididos de maneira simples em três grupos: 
 
PRAGAS DE IMPORTÂNCIA AGRÍCOLA OU FLORESTAL 
São as espécies que podem comprometer a produção 
esperada de plantas alimentícias e extrativas, pastagens, 
essências florestais, grãos armazenados, etc. Alguns exemplos 
são: bicudo do algodoeiro, Anthonomus grandis, lagarta 
desfolhadora dos citros,Heraclides thoas brasiliensis, lagarta 
da espiga do milho,Helicoverpa zea, cupins de montículo 
(Cornitermes spp.) e subterrâneos (Coptotermes spp.), lagarta-
parda-do-eucalipto,Thyrinteina arnobia, a broca do mogno 
Hypsipilla grandela; formigas cortadeiras Acromyrmex spp e 
Atta spp.;mosca-das- frutas, Anastrepha spp., besourinho do 
trigo, Tribolium castaneum, gorgulho do milho, Sitophilus 
zeamais, etc. 
PRAGAS DE IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA 
São os insetos (e outros artrópodos) que atacam os 
animais domésticos. Exemplos: pulga do gato, 
Ctenocephalides felis; mosca-do-chifre, Haematobia irritans; 
mosca da rinite parasitária da ovelha, Oestrus ovis, piolho da 
galinha, Menacanthus stramineus, bicheira, Cochliomyia 
hominivorax, berne, Dermatobia hominis, dentre outros. 
 
PRAGAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA 
Alguns insetos atacam ou competem diretamente com o 
homem, podendo ou não provocar doenças. Como exemplos, 
podem ser mencionados: barata americana (voadora, barata 
de esgoto), Periplaneta americana, barata alemã ou 
paulistinha, Blatella germanica, mosquito da dengue, Zica e 
Chikungunya( e transmite também a febre amarela), Aedes 
aegypti, mosquito comum, Culex spp., bicho-do-pé, Tunga 
penetrans, barbeiros (Panstrongylus megistus, Triatoma 
infestans, Rhodnius prolixus ) vetores da doença de Chagas, 
causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi), , 
piolho da cabeça, Pediculus humanus capitis, piolho do corpo, 
Pediculus humanus corporis (transmissores de doenças como 
a febre das trincheiras, febre recorrente e tifo), piolho pubiano 
ou chato, Phthirus pubis, o besouro conhecido como potó 
(Paederus irritans) que causa severas queimaduras e o 
mosquito conhecido como borrachudo (Simullium spp.) 
responsável pela transmissão de um nematóide causador da 
cegueira dos rios ou oncorcercose, além de outros insetos 
muito nocivos. 
Por outro lado, existem muitos insetos que são úteis ou 
benéficos. Nas ordens Hymenoptera, Diptera e Coleoptera, 
principalmente, têm um enorme número de espécies que 
mantêm o equilíbrio biológico de outras espécies, impedindo 
que sua população aumente muito; são os parasitóides e 
predadores tais como as vespas Diachasmimorpha 
longicaudata e Doryctyobracon areolatus, parasitóides de 
larvas de moscas-das-frutas e o besouro popularmente 
conhecido como joaninha, exímio predador de pulgões. 
As abelhas fornecem um grande número de produtos 
úteis: mel, cera, geléia real, própolis, veneno, além de serem 
excelentes para o estudo de sociedades animais. O bicho-da-
seda (Bombyx mori) fornece a seda natural, de grande valor 
comercial. Antigamente, usava-se a laca natural como verniz 
para madeiras, produzida pela cochonilha Laccifer lacca. Ainda 
hoje, algumas cochonilhas são utilizadas em certas regiões do 
mundo para o fornecimento de cera natural, como Llaveia axin 
Ceroplastes spp. 
3 
 
Com todos estes comentários podemos julgar que é 
muito difícil estimar o número de espécies de animais, 
entretanto aproximadamente 95% das espécies conhecidas 
pertencem aos invertebrados. A distribuição geográfica desses 
animais é a mais diversa possível. Há espécies praticamente 
em todas as latitudes, longitudes e altitudes, vivendo em 
variados hábitats. Para facilitar o estudo dessa enorme 
quantidade de animais, o Reino Animal é dividido em vários 
grupos, de acordo com as características dos animais, 
denominados Filos. Dentre esses Filos, três são de importância 
agrícola e florestal: 
FILO NEMATA. Reunindo os nematóides, organismos 
geralmente alongados que atacam principalmente raízes das 
plantas; 
FILO MOLLUSCA. Compreendendo as lesmas e caracóis 
(terrestres) e os caramujos (aquáticos), se alimentando de 
folhas, principalmente de hortaliças; 
FILO ARTHROPODA. Que abriga Animais tais como: Aranhas, 
escorpiões, carrapatos, caranguejos, centopéias e os insetos, 
únicos invertebrados voadores e os organismos deste estudo. 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS INSETOS 
 
O filo Arthropoda (do grego arthros = articulação; 
podes = pés), corresponde a aproximadamente a 80% do 
Reino Animal apresentando as características abaixo, que são 
comuns a todos os seus membros: 
 
*Pernas articuladas: origem do nome do Filo (gr. 
arthron = articulação; podes = pernas), formadas por vários 
segmentos ou artículos, unidos por juntas moveis, facilitando 
bastante a locomoção; 
*O corpo é sempre revestido por um Exoesqueleto 
revestimento duro do corpo e respectivos apêndices, formado 
principalmente por quitina (um polissacarídeo), que é trocado 
periodicamente, permitindo o crescimento do animal; 
 
*Simetria bilateral: as metades do corpo cortado 
longitudinalmente por um plano vertical são semelhantes entre 
si. 
*Heteronomia: corpo com divisões distintas, formadas 
pela fusão ou não de grupos de segmentos embrionários, 
assim, o corpo é dividido em cabeça, tórax e abdome ou 
cefalotórax e abdome. 
 
 *Ausência de epitélio ciliado: em todas as fases de 
desenvolvimento. 
*Aparelho circulatório dorsal e sistema nervoso 
ventral. 
Apresenta, em sua maioria, alto grau de concentração e 
desenvolvimento do sistema nervoso central e dos órgãos 
sensitivos, o que permitiu, em alguns grupos, a existência de 
padrões de comportamentocomplexos, inclusive organizações 
sociais. 
O filo Arthropoda está dividido em várias classes, entre as 
quais: 
Classe Diplopoda Corpo cilíndrico, dividido em cabeça 
e tronco com vários segmentos, cada um com 2 pares de 
pernas. Conhecidos por piolhos-de-cobra, embuás ou 
gongôlos. Podem destruir plantas recém-germinadas; algumas 
espécies são predadoras. 
Classe Chilopoda Chilópode ou quilópode é uma 
palavra de origem grega que significa "aquela que tem mil 
4 
 
pernas" (chilo significa "mil", e poda "perna"). Esse grupo é 
representado pela lacraia e pela centopeia. 
O corpo dos quilópodes é formado por uma cabeça e 
muitos segmentos. Em cada um desses segmentos, existe um 
par de pernas. Esses animais têm um par de antenas longas 
na cabeça. 
Esses seres terrestres vivem na sombra, em regiões 
quentes e em locais bastante úmidos. São ovíparos, carnívoros 
e predadores. Eles possuem veneno, que é inoculo no inimigo 
ou na presa. 
*Classe Arachnida Do ponto de vista agrícola e 
florestal, têm importância os ácaros, que causam danos em 
várias culturas, bem como várias espécies de aranhas 
predadoras de pragas agrícolas. 
*Classes: Diplura, Protura, Collêmbola. Os 
representantes dessas classes eram incluídos na classe 
insecta, mas por razões de estudos filogenéticos foram 
colocados em classes à parte embora alguns os considerem 
como pertencentes à classe dos insetos. 
*Classe Insecta. Estima-se que são conhecidas mais 
de 1.000.000 de espécies de insetos. Somente na Ordem 
Coleoptera (besouros), são conhecidas mais de 300.000 
espécies. Pode-se inferir que de cada quatro espécies de 
animais conhecidas, uma é espécie de besouro. 
Os insetos formam o grupo com o maior número de 
pragas de interesse agrícola e florestal. 
 
O PORQUÊ DA DIVERSIDADE DE INSETOS 
 
Muito embora insetos sejam de porte pequeno, estes 
podem ser encontrados em quantidades incríveis. Há 
pesquisadores que acreditam que 30% de toda a biomassa 
animal na bacia do Amazonas seja composta de formigas, e 
que 10% de toda a biomassa animal no mundo seja destes 
insetos, enquanto que outros 10% seriam de cupins. Isto quer 
dizer que assombrosos 20% de toda a biomassa animal no 
planeta correspondem a insetos sociais. Sobre a terra, não há 
lugar onde não se encontrem insetos, mesmo nos extremos 
pólos (nos meses mais quentes). Podem-se encontrar insetos 
em locais surpreendentes como o Lago Mono (Califórnia, 
EUA), cuja salinidade é próxima à do Mar Morto (larva da 
mosca Ephydra hyans), em poças de petróleo (larva da mosca 
Psilopa petrolei), e mesmo em geiseres na Islândia (larvas e 
adultos da mosca Scatella thermarum), onde a temperatura 
atinge 48 graus Celsius. 
Apesar do sucesso em terra, poucos insetos (menos de 
400 espécies) conseguiram colonizar ambientes marinhos. A 
maior parte destes insetos, compostos em sua maioria por 
moscas e besouros, é encontrada em poças formadas pelas 
marés, praias e mangues. Um reduzido número de percevejos 
subaquáticos como o gênero Halobates, vivem na superfície de 
mar aberto (espécies pelágicas). Embora haja um grande 
número de espécies de insetos, estima-se que apenas menos 
de 1% destas interaja diretamente com o homem. Entretanto, 
ainda assim aproximadamente 30% de toda a produção em 
alimentos no mundo são consumidas por insetos, a despeito 
do emprego de medidas de controle. 
Adicionalmente, muitas doenças são transmitidas por 
insetos. Vetores de doenças foram responsáveis por mais 
mortes do século XVII até o início do século XX que todas as 
outras causas combinadas, e a malária (transmitida por 
mosquitos) ainda hoje matam milhões de pessoas anualmente. 
Insetos são ainda uma das principais causas de 
mortalidade e redução na produtividade em animais, através 
5 
 
do parasitismo, ou indiretamente pela transmissão de doenças. 
Os danos que alguns insetos causam à agricultura, à saúde 
humana e animal os tornam um dos organismos de maior 
interesse econômico no mundo. 
 
Razões do sucesso biológico dose insetos 
 
O êxito as sobrevivência dos insetos como agrupamento 
animal de aproximadamente 350 milhões de anos de 
existência, deve-se ao fato desses artrópodes possuírem 
algumas vantagens sobre os demais animais que são: 
Capacidade de vôo: 
A vantagem óbvia é a de permitir dispersão. Dotados de 
asas, puderam os insetos dispersar-se para as mais diferentes 
regiões do globo terrestre em busca de condições favoráveis 
sempre que necessário, assim como a busca do sexo oposto e 
a fuga. As distâncias que os insetos podem voar são muito 
grandes, da ordem de centenas de quilômetros. Os padrões de 
vôo podem ser regulares, como acontece nas migrações, 
permitindo aos insetos escapar do inverno para climas mais 
favoráveis, como ocorre com a borboleta monarca Danaus 
plexippus (L.) (Lepidoptera, Nymphalidae). 
 
Grande adaptabilidade: A adaptabilidade às diferentes 
condições de vida é uma vantagem que nenhuma outra forma 
animal conseguiu obter. Os insetos conseguem se adaptar às 
diferentes formas ou tipos de alimentação, nutrindo-se de 
animais vivos, em decomposição, excrementos, tecidos, folhas, 
sangue, peles e pêlos, açucares etc. 
Exoesqueleto: 
A forma do exoesqueleto dos insetos é muito variável 
nas diferentes espécies. Supõe-se que os insetos evoluíram de 
um artrópode ancestral, de muitas pernas, provavelmente 
semelhante a uma centopéia. Normalmente o corpo de um 
artrópode é coberto por um tegumento que consiste de uma 
série de segmentos esclerotizados, separados uns dos outros 
por uma cutícula flexível. Cada segmento é formado por quatro 
placas e a maioria apresenta apêndices articulados. 
Além de formar o exoesqueleto, o tegumento é 
invaginado para formar braços (funcionalmente um 
endoesqueleto), tendões e placas para a fixação de músculos. 
. o esqueleto externo funciona como uma verdadeira 
armadura protetora contra choques, esmagamento, penetração 
de organismos nocivos, gases deletérios, entrada de água 
assim como sua perda, evitando assim a desidratação. 
Tamanho reduzido: 
Embora os extremos de tamanho existentes na Classe 
Insecta sejam consideráveis, a maioria destes artrópodes é 
pequena. Existem insetos que medem deste 1/5 de mm (200u), 
como Alaptus (Hymenoptera, Mymaridae), que parasita ovos 
de outros insetos e é tão pequeno quanto o maior protozoário, 
até aqueles que medem cerca de 150 mm, como o besouro 
Titaneus giganteus (Coleoptera, Cerambycidae) que pode 
atingir 22 cm de comprimento e pesar 70 gramas. Entretanto 
não existe um valor médio para o tamanho, mas pode-se dizer 
que geralmente os insetos são menores que 5 mm. Este 
pequeno tamanho proporciona algumas vantagens: 
1. Os insetos exigem menor quantidade de alimento 
para atingir a maturidade sexual. As fontes limitadas de 
alimento do seu ambiente serviriam, então, às necessidades 
de maior número de indivíduos. E quanto maior o número de 
indivíduos, maior a oportunidade de cruzamento 
(recombinações genéticas) que fornecerá material para a 
seleção natural. 
2. O pequeno tamanho permite que os insetos explorem 
microambientes que são inacessíveis a animais maiores. 
Minadores de folhas, por exemplo, passam todo o período 
6 
 
larval entre as duas epidermes de uma folha. Muitas espécies 
têm seu desenvolvimento completo dentro de um simples ovo 
de outro inseto hospedeiro. 
Mas o tamanho pequeno apresenta um importante 
problema: num organismo tão pequeno quanto o do inseto, a 
área da superfície será grande, em proporção ao seu volume 
total e ao volume de água que contém. Portanto esses 
pequenos animais tendem a perder águamuito rapidamente. 
Para evitar, ou pelo menos regular, a perda de água, os 
insetos desenvolveram certos mecanismos durante sua 
evolução. 
 
Metamorfose: 
Confere aos insetos a exploração de diferentes tipos de 
alimento em suas diferentes fases de vida. Larvas de 
diferentes insetos exploram determinado tipo de alimento de 
acordo com o seu tipo de aparato bucal e em sua fase adulta, 
com a modificação deste, exploram outras formas de alimento. 
Sistemas especializados de reprodução: 
As estratégias que os insetos desenvolveram para 
garantir sua propagação são muito diversas, desde métodos 
elaborados para a atração sexual, como o reconhecimento e a 
corte, até especializações que promovem a atração e o 
desenvolvimento da prole. O número de ovos produzidos por 
uma só fêmea varia muito nas diferentes espécies, mas pode 
ser muito alto. 
No geral, os insetos se reproduzem com a cópula de 
machos e fêmeas, e são capazes de retardar a fecundação de 
seus ovos e a postura até encontrarem condições favoráveis. 
Insetos tais como pulgões conseguem se reproduzir em 
nossas condições onde ocorre a ausência de machos, gerando 
prole através de partenogênese (fêmeas gerando fêmeas). 
 
 
 
NOÇÕES DE NOMENCLATURA ZOOLÓGICA 
 
Para um estudo racional da enorme quantidade de 
animais, há necessidade de ordená-los em certos grupos, 
classificando-os. A ciência que trata da classificação dos 
organismos é a Taxonomia ou Sistemática (para alguns 
autores a Sistemática, além de estudar a classificação dos 
organismos, preocupa-se também com a relação entre eles, 
sua relação com o meio, sua origem e evolução). A Taxonomia 
fundamenta-se em outras ciências (morfologia, ecologia, 
fisiologia, genética etc.) para alcançar seus objetivos. É uma 
ciência básica, pois, seja qual for o campo estudado por um 
zoólogo, sua primeira preocupação consistirá no conhecimento 
do nome do organismo que estuda. A partir disso, poderá 
tomar conhecimento da literatura sobre o animal de seu 
interesse, bem como comunicar suas descobertas. 
A Taxonomia é uma ciência tão antiga quanto o próprio 
homem, pois os habitantes de uma determinada região são 
capazes de reconhecer a fauna local, agrupando os animais 
semelhantes e observando as características que separam 
esses grupos de outros. Desse modo, cada animal (ou planta) 
tem seu nome regional (nome comum). 
O primeiro a preocupar-se com uma classificação mais 
racional dos organismos foi Aristóteles. Esse filósofo afirmava 
que os animais podiam ser classificados segundo suas partes 
corporais, modo de vida, ações etc. Antes de 1750, o nome de 
um animal era praticamente sua própria descrição. O médico 
sueco Linnaeus (1707-1778) foi dos primeiros a tentar uma 
padronização para a nomenclatura zoológica. Assim, Linnaeus 
atribuía nomes em latim ao material zoológico do Museu de 
Estocolmo, que julgava diferente dos demais, e publicava a 
lista de animais classificados sob o título de "Systema 
7 
 
Naturae". Linnaeus realizou vários desses trabalhos, até que 
na 10ª edição do "Systema Naturae", publicada em 1758, 
propôs uma nomenclatura binominal, isto é, atribuiu um 
nome em latim para a unidade considerada espécie (nome 
específico) e outro nome, também em latim, para o 
agrupamento dessas espécies (nome genérico). 
 Além disso, propôs a reunião dos gêneros afins (com 
mesmas características) em Ordens e estas em Classes. As 
categorias intermediárias subfamília, tribo e subtribo são de 
Latreille (1762-1833). Contudo, somente no 5º Congresso 
Internacional de Zoologia, realizado em 1901 em Berlim 
(Alemanha), foi aprovado o texto oficial das "Regras 
Internacionais de Nomenclatura Zoológica", que haviam sido 
intensamente debatidas nos Congressos anteriores. Nesse 5º 
Congresso foi considerada a data de 1º de janeiro de 1758 
como a data de validade de nomes dados a espécies e 
gêneros. Portanto, a partir dessa data (escolhida por ser o ano 
da publicação da 10ª edição do "Systema Naturae" de 
Linnaeus), são reconhecidos para fins de prioridade os nomes 
atribuídos corretamente, em latim, para gêneros e espécies. 
Nome científico. Formados em geral por dois nomes 
em latim ou latinizados, que correspondem ao gênero e à 
espécie. Tanto o nome genérico (gênero ) quanto o específico 
(espécie ), são sempre escritos em latim ou latinizados, onde o 
primeiro deve ser escrito com a inicial maiúscula, e o nome 
específico, deve ser escrito com letras minúsculas. Os nomes 
científicos formados, quando impressos devem estar em itálico 
ou sublinhados de modo a diferi-los do texto, quando usada 
uma única fonte ou escrito à mão. 
 O nome científico de uma espécie é binominal 
(Acromyrmex ambiguus Emery, 1887), da subespécie é 
trinominal (Acromyrmex subterraneus brunneus Forel, 1911), 
mesmo quando há o subgênero (nome entre parênteses após 
o nome do gênero), pois, de acordo com o código de 
nomenclatura, o nome do subgênero não faz parte do nome da 
espécie -Acromyrmex (Acromyrmex) subterraneus molestans 
Santschi, 1925. Portanto, não há nomes tetranominais. O 
subgênero-tipo e a subespécie-tipo podem ser indicados 
apenas pela letra inicial, seguida de um ponto: Acromyrmex 
(A.) s. subterraneus. 
Como apresentado acima para a formiga-quenquém, o 
nome científico é acompanhado do nome do autor (pessoa que 
descreveu a espécie ou subespécie), separado do ano da 
publicação do trabalho por uma vírgula. Quando o nome do 
autor estiver entre parênteses, significa que o autor descreveu 
a espécie ou subespécie em outro gênero e não no gênero 
considerado. Por exemplo, o nome científico da mosca-das-
frutas sul-americana é Anastrepha fraterculus (Wiedemann, 
1830), ou seja, Wiedemann, em 1830, descreveu a espécie 
fraterculus em outro gênero (no caso, no gênero Dacus) e não 
em Anastrepha. 
Um autor e somente ele que faz a transferência de uma 
espécie de um gênero para outro, indica essa mudança em um 
trabalho publicado (somente na primeira vez), colocando, após 
o nome modificado da espécie, a abreviatura n. comb. ou 
comb. n. (nova combinação). 
Quando um novo gênero recebe um nome que já havia 
sido utilizado para outro gênero do Reino Animal, o nome mais 
recente é invalidado, sendo considerado homônimo do nome 
mais antigo. De forma semelhante, não pode haver duas 
espécies com o mesmo nome num determinado gênero. 
Nesses casos, deverá ser atribuído um novo nome para 
substituir a denominação mais recente. O autor da nova 
denominação e somente ele - deverá indicar na primeira 
8 
 
publicação esse fato, colocando, após o nome completo da 
espécie, as abreviações n. nom. ou nom. n. (nome novo). O 
autor que propõe o nome novo passa a ser citado como autor 
do gênero ou da espécie. 
Quando se emprega o nome de uma pessoa para a 
denominação de uma espécie, se o nome for masculino, 
acrescenta-se a letra i (Anastrepha costalimai Autuori, 1936), 
mesmo que o nome termine em i(Anastrepha zucchii Norrbom, 
1999); se o nome for feminino, acrescenta-se ae; se o nome 
terminar em a, adiciona-se apenas o e (Anastrepha zenildae 
Zucchi, 1979). 
Princípio de prioridade . Conforme esse princípio, o 
nome válido para uma espécie ou gênero é sempre o mais 
antigo; todos os nomes atribuídos posteriormente são 
considerados sinônimos (sinonímias). O autor que estabelece 
uma sinonímia -e somente ele -indica claramente esse fato no 
primeiro trabalho que publica, usando as abreviações syn. n, 
ou n. syn, (nova sinonímia). O nome válido é o sinônimo sênior 
e os demais são os sinônimos juniores. 
Categorias taxonômicas. As principais são: filo, classe, 
ordem, família,gênero e espécie; todavia, outras categorias 
intermediárias, por exemplo, subordem, subfamília, tribo, 
subtribo podem ser estabelecidas para uma melhor disposição 
taxonômica de determinado grupo. As seguintes categorias 
têm terminações padronizadas: superfamília (-oidea), família (-
idae), subfamília (inae), tribo (-ini). 
 Os nomes dessas categorias são formados 
adicionando-se a terminação apropriada ao nome do gênero-
tipo. 
 
Assim, para uma abelha, tem-se: 
 
Reino...................................................Animal 
Filo......................................................Arthropoda 
Superclasse .........................................Hexapoda 
Classe ...............................................Insecta 
Ordem. ................................................Hymenoptera 
Subordem............................................Apocrita 
Superfamília .......................................Apoidea 
Família ................................................Apidae 
Subfamília...........................................Apinae 
Tribo ...................................................Apini 
Subtribo ..............................................Apina 
Gênero ................................................ Apis 
Espécie................................................Apis mellifera 
Subespécie................................Apis mellifera scutellata 
Espécie. Categoria básica do esquema de classificação. 
As espécies são "grupos de populações naturais passíveis de 
cruzamentos e isolados reprodutivamente dos demais grupos". 
Esse é o conceito biológico de espécie. Atualmente, a espécie 
não é mais considerada uma entidade invariável e estática 
(conceito tipológico), mas sim uma entidade multidimensional, 
dinâmica, variável no tempo e no espaço. Pode ocorrer que 
duas espécies sejam morfologicamente idênticas, todavia 
apresentem particularidades ecológicas, fisiológicas, de 
comportamento, hábitats etc. diferentes. São as chamadas 
siblings species (espécies crípticas), cujo reconhecimento 
depende de analises ecológicas, etológicas, biológicas (testes 
de (cruzamento), moleculares etc. 
Subespécie. “É uma população geograficamente 
definida, que difere taxonomicamente de outras populações da 
mesma espécie”. A subespécie é a única categoria 
infraespecifica reconhecida pelo Código de Nomenclatura 
Zoológica. É sempre definida em bases geográficas. As 
9 
 
categorias infra-específicas como variedades, formas, 
aberrações etc., embora encontradas em trabalhos 
entomológicos antigos, não são válidas. 
Tipos. Quando uma nova espécie é descrita, o autor 
deve designar o tipo (exemplar) utilizado na descrição. 
Holótipo é o espécime único designado como tipo pelo 
autor da descrição original de uma espécie. Na primeira 
publicação da descrição da nova espécie, o autor original 
deverá acrescentar após o nome científico a abreviação n. sp. 
ou sp. n. (nova espécie). Nas publicações posteriores o nome 
proposto será seguido do nome do autor e do ano de 
publicação da revista com a descrição. 
Parátipos são os exemplares, que não o holótipo, 
citados pelo autor na descrição original da espécie. Pode ser 
um único exemplar ou pode não haver parátipo (espécie 
descrita com base somente no holótipo), 
 
IDENTIFICAÇÃO 
Um inseto pode ser identificado (1) recorrendo-se a um 
especialista; (2) comparando-o com exemplares identificados 
numa coleção; (3) comparando-o com ilustrações ou 
descrições ou (4) utilizando-se chaves de identificação. 
Muitas vezes não se conta com especialistas ou 
coleções para o reconhecimento de determinado inseto, ou 
mesmo não se dispõe de uma figura ou descrição do exemplar 
desejado; nesse caso a solução é recorrer às chaves de 
classificação ou de identificação. Cada chave é composta por 
um número variável de entradas, sendo que numa mesma 
entrada encontram-se duas alternativas diferentes 
(contrastantes). Assim, percorre-se a chave seguindo sempre 
as alternativas concordantes com os caracteres apresentados 
pelo inseto, até a sua classificação ou identificação. Ao utilizar 
uma chave é preciso ter em mente que nem sempre ela é 
perfeita. Dessa maneira, ao obter o nome da categoria 
taxonômica desejada (família, gênero ou espécie), é 
necessário comprovar essa identificação com uma descrição 
da categoria considerada. 
 
SUPERCLASSE HEXAPODA 
A classificação moderna dos insetos tem sido baseada 
em estudos filogenéticos (evolucionários), os quais procuram 
estabelecer as relações de parentesco entre os grupos. 
Atualmente, os artrópodes hexápodes pertencem à 
Superclasse Hexapoda, sendo que os entógnatos (peças 
bucais retraídas) constituem as Classes Collêmbola, Protura e 
Diplura; os ectógnatos (peças bucais livres e salientes) 
formam a Classe Insecta. Até recentemente, as ordens 
Thysanura e Archaeognatha eram incluídas na subclasse 
Apterygota. Entretanto, estudos filogenéticos têm revelado que 
os Thysanura são mais relacionados aos Pterygota. Assim, 
Archaeognatha foi considerada uma subclasse e ordem à parte 
e Thysanura foi incluída na subclasse Dicondylia juntamente 
com os Pterygota . 
 
CLASSE COLLEMBOLA Lubbock, 1869 (colla = cola; 
embolon = pino) 
Os colêmbolos eram considerados uma ordem de 
Insecta, mas, de acordo com estudos filogenéticos, atualmente 
são agrupados numa classe distinta. São diminutos, no 
máximo com 5mm de comprimento. Corpo 
globoso e delicado, branco ou escuro, às vezes brilhantes (Fig. 
1). Possuem cabeça pequena, desprovida de olhos compostos, 
mas com ocelos laterais. Antenas curtas, aparelho bucal 
10 
 
mastigador (entógnatos). Em muitas espécies há um órgão 
sensorial olfativo denominado órgão pós antenal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pernas ambulatórias, com tarsos monômeros. Abdome 
no máximo com 6 segmentos, que apresentam apêndices 
típicos. Assim, no primeiro urômero há o tubo ventral ou 
colóforo, que funciona como ventosa e possibilita ao indivíduo 
fixar-se em superfícies lisas; no 3º urômero acha-se a tenácula, 
que fica alojada quando o indivíduo está em repouso, e a 
fúrcula, que se localiza no 4º ou 5º urômero. A fúrcula é um 
apêndice saltatório, bífido, composto pela parte basal ou 
manúbrio, um par de ramos distais ou dentes e garras 
denominadas mucro. Os colêmbolos são ametabólicos, isto é, 
do ovo eclode uma forma jovem que, por ecdises e 
desenvolvimento do aparelho reprodutor, atinge o estado 
adulto. Vivem em locais úmidos, quer na superfície de águas 
paradas, no solo ou sob folhas caídas. Raras vezes são 
prejudiciais às sementeiras onde "roem" plantas recém 
germinadas, facilitando a penetração de fungos do solo. 
 
CLASSE PROTURA Silvestri, 1907 (prot = primeiro; oura = 
cauda) 
 
É considerada por alguns uma ordem de Insecta. 
Medem 0,6 a 1,5 mm de comprimento. Cabeça mais ou menos 
cônica; peças bucais retraídas (entógnatos). Não apresentam 
antenas e olhos compostos. O primeiro par de pernas possui 
função sensorial e é mantido em posição elevada como 
antenas (Fig. 2). 
 
 
 
Passam por três ecdises e a forma jovem recém-
eclodida apresenta nove urômeros, sendo acrescentado um 
urômero em cada muda, de modo que o adulto apresenta 12 
urômeros. Habitam solo úmido, bolores de folhas, sob casca 
de árvore. Alimentam-se de matéria orgânica em 
decomposição. 
 
CLASSE DIPLURA Börner, 1904 (diplo = dois; oura = cauda) 
 
Os dipluros têm sido incluídos em Insecta (Apterygota) 
por muitos autores, mas, por serem entognatos, têm sido 
colocados numa classe distinta. São de coloração clara, 
medindo de6 a 15 mm de comprimento. Olhos ausentes e 
antenas moniliformes. Tórax pouco desenvolvido. Abdome com 
10 segmentos e com estilos e glândulas protráteis em alguns 
segmentos: cercos presentes (figura 3). São encontrados em 
lugares úmidos sob cascas de arvores, pedras, em madeira 
podre, em detritos etc. são reconhecidas aproximadamente 
700 espécies distribuídas em 4 famílias. 
Figura 1- Classe Collêmbola 
Figura 2. Classe Protura 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSE INSECTA Linnaeus, 1758 
 
A palavra inseto vem do radical grego Entomon, 
referenciando-se ao corpo segmentado ou sulcado e associado 
ao sufixo logos “o estudo de”, significando o estudo dos 
insetos, assim como do latim Insectum, designando aqueles 
animais que apresentam o corpo segmentado, onde 
Insectologia também significaria o estudo dos insetos. 
Contudo, o termo Entomologia vem sendo empregado desde 
os tempos de Aristóteles (384322 AC) para designar a ciência 
que estuda os insetos. Latreille (1762-1833) separou os 
caranguejos, aranhas e centopéias dos sistemas 
entomológicos, colocando esses animais em classes distintas. 
Estima-se que até a data atual foram descritas mais de 
um milhão de espécies de insetos, estes divididos em 29 ou 30 
ordens (variável de acordo com os classificadores), das quais 
Coleoptera (besouros) é a maior, com mais de 100 famílias e 
500 000 espécies descritas, podendo-se inferir que uma em 
cada quatro espécies animais no planeta é um besouro. 
A Classe Insecta difere das demais classes de 
Artrópodes com 3 pares de pernas, pelo aparato bucal 
ectógnato (peças bucais fora da cavidade bucal), enquanto nas 
Classes Collêmbola, Protura e Diplura o aparato bucal é 
entógnato (peças bucais dentro da cavidade bucal).A classe 
Insecta é considerada por muitos autores a mais evoluída do 
filo Arthropoda. Compreende o maior número de espécies 
desse ramo e dos animais conhecidos, pois abrange cerca de 
70% das espécies de animais, sem considerar a quantidade 
fabulosa de indivíduos que cada espécie pode apresentar. O 
seu corpo é dividido em três regiões típicas e distintas: cabeça, 
tórax e abdome (Fig. 4). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 3. Classe Diplura 
12 
 
A cabeça apresenta um par de antenas (artrópodes díceros), 
dois olhos compostos, nenhum ou até três ocelos, armadura 
bucal composta de lábios superior e inferior, mandíbulas, 
maxilas, epi e hipofaringe. Essas peças podem estar atrofiadas 
e modificadas em decorrência da evolução adaptativa, mas 
estão sempre expostas (ectognatos). 
O tórax é composto por três segmentos, todos com um 
par de pernas, além de apresentarem ou não asas no 2º e 3º 
segmentos. Pelo número de pernas são considerados 
hexápodes (seis pernas) e, pelo número de asas, podem ser 
ápteros (sem asas), dípteros (duas asas) ou tetrápteros (quatro 
asas). A formação das asas é única no Reino Animal, pois são 
apêndices de origem própria e não por transformação das 
pernas, como aconteceu com os sáurios voadores, aves e 
morcegos. 
 O abdome, com 6 a 11 segmentos verdadeiros, termina 
ou não com apêndices sensoriais, locomotores e genitais, 
apresentando segmentação característica, da qual originou o 
nome desses animais. 
 
ASPECTOS EVOLUTIVOS DOS INSETOS 
 
Embora ainda haja discussão sobre a origem das asas, 
é preciso ressaltar que o aparecimento das asas e a 
metamorfose foram importantes etapas no processo evolutivo 
dos insetos. Com base no estudo de insetos fósseis, 
reconhecem-se quatro estádios na evolução dos insetos 
(Carpenter, 1953) (Fig.5): 
 
1º estádio - insetos ápteros. A constatação de insetos 
primitivos sem asas (anteriormente denominados Apterygota) 
implica a suposição de que as asas evoluíram após o 
aparecimento dos insetos. O fóssil mais antigo de inseto 
(Archaeognatha) data do Devoniano Inferior (aproximadamente 
360 milhões de anos). Apenas 0,1% das espécies atuais de 
insetos são ápteras. 
 
2º estádio - desenvolvimento das asas. Vários insetos 
alados foram registrados no Carbonífero Superior 
(aproximadamente 300 milhões de anos). Contudo, tudo indica 
que a origem das asas foi mais remota. As asas dos primeiros 
insetos alados eram rígidas, não dobravam em repouso, sobre 
o corpo do inseto, permaneciam distendidas como nas libélulas 
atuais. Esses insetos com asas primitivas são os Palaeoptera. 
A capacidade de voar foi um importante evento no processo 
evolutivo dos insetos, pois possibilitava a fuga de predadores e 
capacidade de exploração de novos hábitats. Atualmente, 
apenas 0,9% das espécies de insetos possuem esse tipo 
primitivo de asas. 
 
3º estádio - dobramento das asas. Em repouso, as asas 
ficavam dobradas sobre o corpo, em razão de modificações na 
região de articulação da asa com o tórax. Esses insetos 
compreendem. os Neoptera. Esse estádio deve ter surgido no 
Carbonífero Inferior (cerca de 330 milhões de anos atrás). 
Essa modificação permitia que os insetos buscassem 
refúgio entre a vegetação e, dessa forma, ficassem menos 
expostos do que os paleópteros. Atualmente, 99% das 
espécies são Neoptera. 
 
4º estádio- metamorfose. Os primeiros Neoptera 
apresentavam metamorfose incompleta (hemimetabolia), ou 
seja, as formas imaturas assemelhavam-se aos adultos. 
Posteriormente, a metamorfose transformou-se num processo 
13 
 
mais complexo. As formas imaturas (larvas) eram muito 
diferentes dos adultos e precisavam passar por uma fase 
(pupa) antes de transformarem-se em adultos (holometabolia). 
Essa metamorfose completa foi muito vantajosa, pois permitia 
que larvas vivessem em hábitat diferente do explorado pelos 
adultos. Há registros de insetos holometabólicos no Permiano 
Inferior (mais ou menos 250 milhões de anos atrás), mas é 
provável que tenham surgido num período mais remoto 
(Carbonífero Superior), Dentre as espécies atuais de insetos, 
13% são hemimetabólicos e 86% holometabólicos. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS INSETOS 
 
A 1ª classificação dos organismos foi uma maneira que 
o homem encontrou de separá-los em grupos com 
características comuns, de modo a facilitar sua identificação e 
manejo. 
A citação de Gênesis 2:19 diz: “Tendo, pois, o senhor 
Deus formado da terra todos os animais dos campos, e todas 
as aves do céu, levou-os ao homem, para ver como ele os 
chamaria”. 
Linnaeus, em 1735, realizou a primeira classificação dos 
insetos e os dividiu em 7 ordens. Latreille, em 1796, 
acrescentou a essa classificação mais uma ordem e, no 
decorrer de 29 anos, mais 4. A penúltima classificação 
adotada, proposta por Handlirsh, considerava 30 ordens, 
reunidas em duas subclasses: Apterygota e Pterygota, onde a 
primeira abrigava as ordens Ametábolas (Archaeognatha e 
Thysaura), e a segunda era dividida em: Exopterygota ou 
Hemimetábola e Endopterygota ou Holometábola. A 
classificação atual, após sucessivas modificações, contava 
com 29 ordens, passando novamente a 30 depois da 
descoberta da nova ordem Manthophasmatodea na Namíbia 
(África ) em 2002:Figura 5- Estádios evolutivos dos insetos (Carpenter, 1953). 
14 
 
Classificação atual dos insetos, modificada de (CSIRO, 
1991). 
 
Reino Animal 
Filo Arthropoda 
Superclasse Hexapoda 
Classe Insecta 
Subclasse e Ordem Archaeognatha (1) 
Subclasse Dicondylia 
Infraclasse e Ordem Thysanura s. str. (=Zygentoma) (2) 
Infraclasse Pterygota (Palaeoptera) 
Divisão e Ordem Ephemeroptera (3) 
Divisão e Ordem Odonata (4) 
Divisão Neoptera 
Ordem Plecoptera (5) 
Ordens Blattodea, (6) 
Ordens Orthoptera (7) 
Ordens Mantodea (8) 
Ordem Phasmatodea (9) 
Ordem Grylloblattodea (10) 
Ordem Dermaptera (11) 
Ordem Isoptera (12) 
Ordem Manthophasmatodea (13) 
Ordem Embioptera (14) 
Ordem Zoraptera (15) 
Subdivisão Paraneoptera (=Acercaria, conjunto Hemipteróide) 
Ordem Psocoptera (16) 
Ordem Phthiraptera (17) 
Ordem Thysanoptera (18) 
Ordem Hemiptera (19) 
Subdivisão Endopterygota (= Holometabola) 
Ordem Megaloptera (20) 
Ordem Raphidioptera (21) 
Ordem Neuroptera (22) 
Ordem Coleoptera (23) 
Ordem Strepsiptera (24) 
Ordem Mecoptera (25) 
Ordem Siphonaptera (26) 
Ordem Diptera (27) 
Ordem Trichoptera (28) 
Ordem Lepidoptera (29) 
Ordem Hymenoptera (30) 
 
MORFOLOGIA DOS INSETOS 
 
Compreende o estudo de todas as partes que compõem 
externamente o corpo dos insetos. Assim sendo, descreve a 
cabeça com todos os seus apêndices, o tórax com as pernas e 
as asas, e o abdome e seus apêndices. A morfologia externa 
preocupa-se também com a estrutura do tegumento dos 
insetos, isto é, o exoesqueleto. 
 
Morfologia externa dos insetos 
 
Cabeça 
Como região altamente especializada, apresenta uma série 
de estruturas relativamente complexas, como os apêndices 
fixos, ou seja, olhos compostos e ocelos, apêndices móveis 
(antenas e peças bucais), além de suturas e cristas cefálicas, 
de imenso valor na taxonomia dos insetos (Figura 6). 
Suturas 
São sulcos ou linhas marcadas na superfície externa da 
camada externa protetora da cabeça (cápsula cefálica). 
 
15 
 
a) Epicranial: parte frontal da cabeça e tem forma de Y 
invertido 
b) Epistomal ou clipeal: separa o clípeo da fronte 
c) Laproclipeal ou clipeolabral: separa o clípeo do lábio 
superior 
d) Sub-genais: uma de cada lado, próximas às articulações 
das mandíbulas 
e) Oculares: em volta dos olhos compostos 
f) Sub-oculares: na parte inferior dos olhos, partindo em 
direção das bases das mandíbulas 
g) Antenais: na base das antenas 
h) Sub-antenais: na base das antenas em direção das 
mandíbulas 
i) Occipital: na parte posterior da cabeça 
j) Pós-occipital: atrás da occipital 
 
As áreas delimitadas pelas suturas chamam-se áreas 
intersuturais. 
Áreas intersuturais 
 
a) Frontoclipeal: compreende a fronte e o clípeo 
b) Parietais: entre os olhos compostos 
c) Vértice ou epicrânio: parte mais elevada da cabeça 
d) Genais: são duas abaixo e atrás dos olhos, até as 
mandíbulas. 
e) Sub-genais: entre as áreas genais e a articulação das 
peças bucais 
f) Occipital: entre as suturas occipital e pós-occipital, com 
forma de ferradura 
g) Pós-genais: na base do arco occipital 
h) Pós-occipital: entre a sutura pós-occipital e o cérvice. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antenas 
 
São apêndices móveis da cabeça, embriologicamente 
originários do segundo segmento da cabeça (antenal), 
inseridos na cavidade antenal. 
Todos os insetos adultos possuem um par de antenas, por 
isto são chamados de díceros. Tais estruturas têm funções 
sensoriais: olfato, audição, tato e gustação. Supõe-se também 
que apresentem também funções de equilíbrio e facilitam a 
cópula, ajudando o macho a segurar a fêmea. 
 
Estruturas de uma antena típica 
 
A antena típica é formada por uma série de artículos ou 
antenômeros e apresenta três partes distintas: escapo, 
pedicelo e flagelo (Fig. 7). 
Figura 6. Suturas da cabeça de um inseto 
16 
 
O escapo é o primeiro articulo, em geral o mais 
desenvolvido, e articula-se à cabeça por meio de uma parte 
basal mais dilatada (bulbo). 
O pedicelo é o segundo antenômero, geralmente curto, 
porém às vezes pode ser dilatado para abrigar o órgão de 
Johnston (função auditiva). 
O flagelo é formado pelos demais artículos, e varia muito 
quanto ao numero e à forma. 
 É a parte mais distinta da antena, sendo que os variados 
aspectos de seus antenômeros podem ser de importância para 
a taxonomia dos insetos. 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de antenas. 
As antenas são denominadas de acordo com o aspecto 
dos antenômeros do flagelo (Figura 8). 
 
a) Filiforme: tipo primitivo. Ex.: baratas. 
b) Moniliforme: semelhantes a contas de um colar. Ex.: 
vespa de Uganda e alguns coleópteros. 
c) Clavada: o flagelo termina em uma dilatação similar a 
uma clava. Típica de borboletas. 
d) Capitada: massa apical bastante dilatada. Típica da 
broca-do-café. 
e) Imbricada: artículos em forma de taça. Em besouros do 
gênero Calosoma. 
f) Fusiforme: artículos medianos dilatados, dando à antena 
aspecto de fuso. Comuns em lepidópteros de hábitos 
crepusculares. 
g) Serreada: artículos com dilatações em forma de 
espinhos. Comuns em alguns coleópteros. 
h) Estiliforme: apresenta um pequeno estilete na 
extremidade do flagelo. Diversos dípteros e mariposas. 
i) Plumosa: flagelo com inúmeros pelos: Típica de machos 
de pernilongos. 
j) Flabelada: expansões laterais em forma de lâminas. 
Alguns microhimenópteros. 
k) Setácea: Comuns em gafanhotos. 
l) Furcada: antenômeros do flagelo dispostos em dois 
ramos. Em machos de alguns microhimenópteros. 
m) Pectinada: artículos com dilatação lateral, 
assemelhando-se a um pente. Comuns em machos de 
algumas mariposas. 
n) Lamelada: Semelhante a lâminas que se sobrepõem. 
Típicas de coleópteros da família Scarabaeidae. 
o) Geniculada: artículos dobrados em ângulo com o 
escapo, lembrando um joelho. Em antenas de formigas, 
abelhas e outros. 
Figura 7. Estrutura de uma antena típica. (Adaptado 
de Snodgrass, 1935) 
17 
 
p) Aristada: Flagelo globoso, apresentando apenas um 
pelo, denominado arista. Típica da mosca doméstica e 
outros dípteros. 
q) Composta: combinações dos diversos tipos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dimorfismo sexual nas antenas 
 
Como geralmente machos e fêmeas apresentam antenas 
diferenciadas, muitas vezes é possível a sexagem dos insetos, 
considerando-se os seguintes aspectos principais: 
a) Tamanho: antenas de machos são geralmente maiores. 
b) Tipo: machos e fêmeas podem ter tipos diferentes. Ex.: 
machos de pernilongos têm antenas plumosas e fêmeas 
filiformes. 
c) Inserção: pode variar em função do sexo. 
d) Número de artículos: podem variar. Nos himenópteros 
aculeados, os machos têm 13 antenômeros e as fêmeas 
12. 
Peças bucais 
 O aparelho bucal compõe-se, primitivamente, de um 
conjunto de oito peças, como na Figura 9. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8. Tipos de antenas 
FIGURA 9. Peças bucais em vista anterior 
(STORER & USINGER, 1977). 
18 
 
Composto de apêndices móveis, embriologicamente 
originados do terceiro ao sexto segmentos cefálicos. 
Peças bucais (figura 4): 
a) Lábio superior (LS): também chamado de labro ou 
labrum. Articulada no clípeo ou epistoma, pela sutura 
clipeolabral. Pode se movimentar paracima e para 
baixo, com função de proteção e fixação dos 
alimentos, para serem trabalhados pelas mandíbulas. 
b) Mandíbulas (MD): abaixo do labro, articulando-se por 
meio de côndilos, com a parte lateral do orifício bucal. 
Com função trituradora, cortadora, moedora, 
perfuradora, modeladora e transportadora. Também 
com função de defesa. 
c) Maxilas (MX): São duas peças auxiliares das 
mandíbulas, durante a alimentação. Formadas por 
várias peças, algumas com função tátil, gustativa, 
mastigadora e perfuradora. 
d) Lábio inferior (LI): Também chamado de lábio ou 
lábium. Constituída pela fusão de duas maxilas nos 
artrópodos primitivos, havendo então homologia entre 
as peças do lábio e das maxilas. Tem função tátil e 
de retenção de alimentos. Formado por diversas 
partes, cujas modificações e fusões entre si, 
promovem diferenciações no lábio. 
e) Epifaringe (EP): Na parte interna ou ventral do labro, 
constituída por uma dobra membranosa recoberta 
por pelos sensíveis, com função gustativa. 
f) Hipofaringe (HP): Inserido junto ao lábio inferior. Com 
função gustativa e tátil. Apresenta função de canal 
salivar em muitos insetos sugadores. 
 
Obs: Como a mastigação se dá fora da cavidade oral, esta 
região tem a denominação de cibário ou cavidade pré-oral. 
 
Classificação dos aparelhos bucais 
 
Para se adaptarem aos diversos regimes alimentares dos 
insetos, as peças bucais apresentam modificações, dando 
origem a diferentes tipos de aparelhos bucais. Simplificando: 
a) Tipo triturador ou mastigador: É o mais primitivo, 
apresentando todas as peças bucais. Os insetos 
apresentam as peças bucais livres e salientes na 
cavidade bucal (ectógnatos). Presente na maioria 
das ordens (Figura 9). 
b) Tipo sugador labial: Ou picador-sugador. Peças 
bucais modificadas em estiletes ou atrofiadas, com 
exceção do lábio superior, que é normal e pouco 
desenvolvido. Lábio inferior transformado num tubo 
(haustelo, rostro ou bico), que aloja os demais 
estiletes. A função picadora (sucção do alimento) é 
realizada pelas mandíbulas, epifaringe e hipofaringe. 
As maxilas, com extremidades serreadas, têm função 
perfuradora. 
c) Há subtipos, de acordo com o número de estiletes 
envolvidos: 
- Hexaqueta, com seis estiletes (Figura 10), 
encontrado em pernilongos. 
- Tetraqueta, com quatro estiletes. Ocorrência em 
Hemiptera. 
- Triqueta, em Phthiraptera-Anoplura e 
Siphonaptera. 
- Diqueta, em Diptera. Nas moscas-dos-estábulos 
tem a função de picar. Nas moscas domésticas são 
19 
 
rudimentares e as peças bucais transformadas numa 
probóscida, adaptada para lamber. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
d) Tipo sugador maxilar: A modificação ocorre apenas 
nas maxilas, sendo as demais peças atrofiadas. As 
maxilas se transformam em duas peças alongadas e 
sulcadas, originando um canal por onde o alimento é 
ingerido por sucção. Encontrado em Lepidoptera 
(Figura 11). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
e) Tipo lambedor: As mandíbulas estão adaptadas para 
furar, cortar, transportar ou moldar cera. As maxilas e 
o lábio inferior são alongados e unidos, formando um 
órgão lambedor. Com estrutura própria (espécie de 
língua) para retirar o néctar das flores, com 
extremidade dilatada. Hymenoptera (Figura 12). 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 10. Aparelho bucal do tipo sugador 
labial-hexaqueta. 
FIGURA 11. Aparelho bucal do tipo sugador 
maxilar (ETCHEVERRY & HERRERA, 1972) 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aparelho bucal em adultos e jovens. 
Conforme apresentam o aparelho bucal nestas formas, 
os insetos dividem-se em três grupos: 
a) Menorrincos: aparelho bucal sugador labial em 
ambas as formas. Thysanoptera e Hemiptera. 
b) Menognatos: Mastigador nas larvas e adultos. 
Coleoptera, Orthoptera, Blattodea, Mantodea, 
Isotera e outras. 
c) Metagnatos: Aparelho bucal mastigador na larva, e no 
adulto tipo sugador maxilar (lepidópteros), lambedor 
(himenópteros) ou sugador labial (dípteros). 
Direção das peças bucais 
De acordo com a direção assumida pelas peças bucais 
em relação ao eixo longitudinal do corpo, a cabeça pode ter 
diferentes denominações (Fig. 13). 
Hipognata. Peças bucais dirigidas para baixo e cabeça 
vertical em relação ao eixo do corpo (90°). Ex.: gafanhotos, 
baratas, louva-a-deus, abelhas, libélulas etc. 
 
Prognata. Peças bucais dirigidas para frente e cabeça 
horizontal em relação ao eixo do corpo (180.). Ex.: 
tesourinhas, cupins etc. 
 
Opistognata. Peças bucais dirigidas para baixo e para trás, 
formando um ângulo menor que 90.. Ex.: cigarras, 
percevejos, pulgas etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13. Direção das peças bucais: A- Hipognata; 
B- Prognata; C- Opistognata 
FIGURA 12. Aparelho bucal do tipo lambedor 
(HERMS, 1961) 
21 
 
Tórax 
O tórax, segunda região do corpo dos insetos, é 
caracterizado pela presença dos apêndices locomotores, ou 
seja, pernas e asas. 
Derivado dos três segmentos, que persistem no inseto 
adulto, o tórax apresenta então três segmentos: 
O primeiro segmento é o protórax, que está unido à cabeça; 
o mesotórax é o mediano e o metatórax é o terceiro e liga-se 
ao abdome. 
Somente o protórax é desprovido de asas, todavia 
apresenta o primeiro par de pernas; O mesotórax e metatórax 
possuem cada um, geralmente, um par de asas (Pterotórax) e 
um par de pernas. Na fase adulta, todos os insetos possuem 
seis pernas (hexápodes). 
Com relação ao número de asas, podem ser ápteros (sem 
asas), dípteros (duas asas) e tetrápteros (quatro asas - 
maioria das espécies). 
O dorso de um segmento torácico alado é inteiramente 
ocupado por uma placa tergal, na qual se articulam as asas. 
Porém, no segmento com asas mais desenvolvidas, há outra 
placa posterior chamada pós-noto. 
Essas placas aladas formam a alinoto. Em alguns 
himenópteros, aparentemente o tórax tem 4 segmentos, porém 
o "quarto segmento" (. Na realidade o primeiro segmento 
abdominal (propódeo ou epinoto), que está intimamente 
unido ao metatórax. 
 
Constituição de um segmento torácico 
 
O corpo dos insetos é revestido por uma substância 
quitinosa que forma o exoesqueleto, porém, essa camada 
protetora não sofre solução de continuidade. Assim, toma-se 
fina, membranosa e flexível nas articulações e espessa nas 
demais partes, devido à maior concentração de quitina. Essas 
placas de quitina, constituintes dos segmentos ou metâmeros 
torácicos e abdominais, são chamadas escleritos (grego 
skleros = duro). Um segmento típico, por exemplo, o mesotórax 
(Fig. 14), apresenta sempre o mesmo número de escleritos. 
O metâmero típico 
É constituído por dois semi-arcos, um superior e outro 
inferior. O semiarco superior ou dorsal é o tergo ou noto e os 
seus escleritos são chamados tergitos. 
O semi-arco inferior ou ventral é o esterno, formado pelos 
esternitos. Esses semi-arcos são ligados lateralmente por 
áreas membranosas denominadas pleuras, e seus escleritos 
são chamados pleuritos. 
O tergo é constituído por oito tergitos: 2 pré escutos, 2 
escutos, 
2 escutelos e 2 pós-escutelos. 
O esterno é formado por dois esternitos, para cada metade 
do semi-arco. 
Cada pleura é constituída por dois pleuritos: epímero (em 
contato com o tergo) e epistemo (relacionado com o esterno). 
Portanto, considerando-se o tergo formado por oito tergitos (4 
pares simétricos),o esterno por 2 esternitos, e cada pleura por 
2 pleuritos, tem-se que um segmento típico é formado por 14 
escleritos. 
Dependendo do segmento torácico no qual determinado 
esclerito se localiza, empregam-se os prefixos pro, meso ou 
meta, em sua nomenclatura. Assim, tem-se, por exemplo, 
pronoto, proepímero, propleura, mesoesterno, mesoescuto, 
metapleura, metaepisterno etc. Essa nomenclatura é 
empregada nos estudos de morfologia externa e taxonomia. 
 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Apêndices torácicos 
 
Pernas. São apêndices locomotores terrestres ou 
aquáticos. 
Os insetos, no estado adulto, apresentam 6 pernas 
(hexápodes) e um número variável nas larvas. Além da 
locomoção, as pernas são também adaptadas para escavar o 
solo, coletar alimentos, capturar presas etc. Há um par de 
pernas em cada segmento torácico, isto é, é, pernas 
protorácicas ou anteriores, mesotorácicas ou medianas e 
metatorácicas ou posteriores. 
As pernas estão articuladas, na parte posterior de cada 
segmento torácico, entre o epímero e o episterno. 
 
 
 
As partes constituintes de uma perna de inseto (Figura 15) 
 
 Coxa (cx). Normalmente curta e grossa; articula-se ao tórax 
por meio da cavidade coxal. 
Trocanter (tr). Segmento curto entre a coxa e o fêmur, 
freqüentemente 
fixo a este. Às vezes pode estar dividido em duas partes 
(dítroca), não articuladas entre si. 
Fêmur (fm). Parte mais desenvolvida; fixa-se ao trocanter e às 
vezes diretamente à coxa, deslocando o trocanter lateralmente. 
Tíbia (tb). Segmento delgado e quase tão longo quanto o 
femur; pode apresentar espinhos e esporões. 
Tarso (ts). Porção articulada, constituída por artículos 
denominados tarsômeros, que variam de 1 a 5. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15. – partes de uma perna típica de inseto 
Tarsos 
Trocanter 
Pré escuto 
Escuto 
Escutelo 
Pós escutelo 
Figura 14. Escleritos de um segmento torácico 
23 
 
De acordo com o número de tarsômeros, os insetos podem 
ser agrupados em: 
Homômeros. Mesmo número de tarsômeros nos 3 pares de 
pernas. Os 
insetos homômeros podem ser monômeros, dímeros, 
trímeros, tetrameros e pentâmeros, quando possuem, 
respectivamente, 1, 2, 3, 4, ou 5 artículos nos tarsos de todas 
as pernas. Podem ser ainda criptotetrâmeros quando 
aparentam ter apenas 3 tarsômeros, mas na realidade 
possuem 4, pois o 3° artículo fica embutido entre o 2° e o 4°, e 
criptopentâmeros quando o 4° tarsômero está oculto entre o 
3° e o 5°, aparentando apenas 4 artículos, em vez de 5. 
Heterômeros. Diferente número de tarsômeros em pelo 
menos um par de pernas, como nas fórmulas tarsais: 3-5-5; 4-
5-5; 5-4-4; 5-5-4 (cada número indica os tarsômeros existentes 
em um par de pernas). 
Pós-tarso (pt). Parte distal da perna, também chamada de pré-
tarso (Fig. 16). As garras tarsais são estruturas do pós-tarso 
presentes na extremidade apical de todas as pernas; 
geralmente são duplas, mas em alguns grupos de insetos só 
há uma garra (ou unha) apical. Entre as garras pode haver 
uma expansão membranosa, que é o arólio. 
Alguns dípteros apresentam, entre as garras, uma 
estrutura bilobada, denominada pulvilo e pode ocorrer 
também um processo mediano conhecido por empódio em 
forma de espinho ou de uma expansão membranosa 
semelhante ao pulvilo. O pós-tarso tem a função de auxiliar a 
fixação, quer pelas garras (em superfícies ásperas), quer por 
meio do arólio (em superfícies lisas). 
Em abelhas o primeiro tarsômero é denominado 
barsitarso, abrigando o mesmo o cesto coletor de pólen das 
abelhas melíferas, denominado de corbícula. 
Tipos de pernas 
Os insetos apresentam 3 pares de pernas que comumente 
desempenham a mesma função, sendo morfologicamente 
idênticas, contudo, algumas modificações são observadas em 
alguns insetos, sendo interpretadas como adaptações 
específicas de acordo com o meio onde vivem, podendo 
ocorrer nos três pares de pernas ou somente no primeiro ou 
último par. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos verificados em insetos 
 
(A) Ambulatórial ou cursorial 
Sem modificações em nenhuma suas partes; é o tipo 
fundamental próprio de quase todos os insetos, sendo 
adaptadas para andar ou correr. Geralmente as pernas 
Figura 16- estrutura do tarso e pós tarso (Adaptado de 
Romoser & Stoffano, 1998) 
Empodio 
24 
 
protorácicas são mais curtas, as mesotorácicas, de tamanho 
intermediário, e as metatorácicas mais longas. 
É o tipo de pernas das baratas, moscas, muitos besouros, 
borboletas, mariposas, formigas etc. 
 
(B) Saltatórial 
Pernas posteriores (3º par) dos gafanhotos, grilos, 
esperanças, pulgas e alguns besouros. Fêmur e a tíbia 
bastante desenvolvidos e alongados, funcionando como uma 
alavanca que impulsiona o inseto para a frente aos saltos, que 
podem alcançar 100 vezes o tamanho do inseto. 
 
(C) Natatórial 
Pernas de insetos de hábito aquático, com adaptação 
mais acentuada nos tarsos posteriores, que assumem a forma 
de remo. Fêmur, tíbia e tarso achatados e geralmente com as 
margens providas de pêlos que auxiliam a locomoção na água. 
É o tipo de pernas das baratas-d'água e besouros aquáticos. 
 
(D) Preensora 
É o primeiro par de pernas das baratas d'água. O fêmur é 
desenvolvido com um sulco, onde se aloja a tíbia recurvada. 
Servem para apreender outros animais, inclusive outros 
insetos, entre o fêmur e a tíbia. 
(E) Raptatórial 
São as pernas anteriores dos Louva-Deus ou Poe mesa 
(Mantodea) e dos mantispídeos (Neuroptera). O fêmur e tíbia 
possuem perfeita adaptação, além de numerosos espinhos e 
dentes que auxiliam na apreensão das presas, 
(F) Fossorial ou escavadora 
Tarsos modificados em digitus (nas paquinhas) ou a tíbia 
em forma de lâmina larga e denteada (nos escaravelhos e 
ninfas de cigarras). Possuem função única de escavar o solo. 
Portanto, são as pernas anteriores de insetos de hábito 
subterrâneo. 
Escansorial Tíbia, tarso e garra tarsal com conformação típica 
para agarrar o pêlo (ou cabelo) do hospedeiro, para a sua 
fixação. São os três pares de pernas dos piolhos hematófagos. 
Coletora - Serve para recolher e transportar grãos de pólen. 
Primeiro segmento do tarso bastante desenvolvido, 
constituindo o basitarso provido de pêlos e, nas abelhas, a 
superfície externa da tíbia é lisa e com longos pêlos nas 
laterais, formando a corbícula, uma espécie de "cesto" para o 
transporte do pólen. É o terceiro par de pernas das abelhas. 
Adesiva. Alguns tarsômeros das pernas anteriores são 
dilatados e pilosos, formando uma "ventosa". São as pernas 
anteriores dos machos de alguns besouros aquáticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 17- Tipos de pernas 
25 
 
Asas 
 
Asas são apêndices torácicos utilizados para a locomoção 
aérea. Normalmente os insetos adultos apresentam 
geralmente dois pares de asas inseridas no mesotórax e no 
metatórax (tetrápteros). Há ainda os dípteros (um par de asas 
funcionais) e os ápteros, que não possuem asas. Há também 
os insetos que mesmo possuindo asas não as utilizam para o 
vôo. São chamados de aptésicos (ex.: a mariposa do bicho-da-
seda). 
Fósseis de insetos, pela primeira vez portadores de asas, 
datam do Carbonífero, há trezentos milhões de anos. Mas há 
autores que consideram a origem das asas em tempos ainda 
mais remotos (Devoniano e até mesmo Siluriano). Baseiam-se 
em estudos da morfologia das asas. 
Articulação com o tórax.Cada asa está unida ao tórax por uma porção 
membranosa, contendo um conjunto de escleritos, chamado de 
pterália. Os escleritos componentes da pterália são: placa 
umeral, ph; 4 axilárias, ax; 2 placas medianas, pm. Há ainda a 
tégula , tg, pequeno lóbulo na base da margem costal, perto da 
placa umeral. 
Nervuras. 
As nervuras são expansões que percorrem as asas, dando 
sustentação para as mesmas. Têm grande importância na 
taxonomia dos insetos, sendo agrupadas, de acordo com sua 
disposição em longitudinais e transversais. 
Nervuras longitudinais- 
Costal (c). Geralmente marginal, sem ramificações. 
Sub-costal (Sc). Bifurca-se em dois ramos: Sc1 e Sc2. 
Radial (R). Bifurca-se em ramos, que se dividem também, 
por sua vez. 
Mediana (M). Ramifica-se ma mediana anterior (MA), que 
também se ramifica, originando no final, os ramos distais MP3, 
MP4, MP5 e MP6. 
Cubital (Cu). Bifurca-se em Cu1 e Cu2. 
Anais (A). Não se bifurcam. Variam entre 1 a 12 (1A, 2A, 
etc) 
Jugais (1J e 2J). No lobo jugal. 2 nervuras distintas. 
Nervuras transversais- unem as longitudinais 
Umeral (h). Liga a costal à subdcostal (C-Sc). 
Radial (r). Liga R1 e o primeiro ramo do setor radial (R1-
Rs1) 
Setorial (s). R3-R4. 
Radio-mediana (r-m). Une Rs2-MA. 
Mediana (m). Entre MP2-Mp3. 
Médio-cubital (m-cu). Liga MP-cu1. 
Cubital (cu). Entre Cu1 e Cu2. 
Cúbito-anal (cu-a). Liga Cu2-1ª. 
Anais (a). Liga as anais entre si. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Células- São as áreas das asas, delimitadas pelas nervuras 
ou por estas e os bordos das asas. Podem ser fechadas 
FIGURA 18. Articulação, nervuras e células de 
uma asa típica. 
 
26 
 
(totalmente circundadas por nervuras) ou abertas, quando vão 
até a margem das asas. Possuem valor taxonômico grande. 
 
Regiões da asa- Podem ser vistas as seguintes regiões 
(Figura 19). 
 
FIGURA 19. Regiões da asa. 
 
Região articular. Articula-se com o tórax. 
Ala ou Remígio Asa propriamente dita. 
Anal ou vanal. Região triangular seprada da ala pela dobra 
anal ou vanal. 
Jugal. Região pequena (nem sempre existe), separada da 
região anal pela dobra jugal. 
 
Margens ou bordos- Figura 20. 
Margem costal ou anterior 
Lateral ou externa 
Anal ou interna 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estruturas de acoplamento- estruturas que unem as asas 
de um mesmo lado entre si, melhorando a eficiência do vôo. 
Figura 21. 
 
Jugo. Projeção do lobo jugal da asa anterior, sobre a 
margem costal da asa posterior. Família Hepialidae 
(Lepidóptera) 
Frênulo. Cerda inserida no ângulo umeral da asa posterior, 
que se prende à anterior por um tufo de cerdas e escamas. 
Nos machos o frênulo tem uma só cerda e nas fêmeas, duas 
ou três. Ex. alguns lepidópteros. 
Hámulos. Diminutos ganchos na parte mediana da margem 
costal da asa posterior, que se prendem na margem anal da 
asa anterior. 
 
FIGURA 20. Margens e ângulos da asa 
 
 
27 
 
 
 
FIGURA 21. Estruturas de acoplamento. A-jugo; B- frênulo; 
C- hámulos 
 
Tipos de asas- Figura 22, abaixo. 
Membranosas. Asas finas e flexíveis, com nervuras bem 
definidas. A, B e C. 
Tégminas. Aspecto pergaminhoso ou coriáceo. Estreitas e 
alongadas. D. 
Hemiélitros. Asas anteriores dos percevejos, com parte 
coriácea e parte apical membranosa. Figura 22, E. 
Élitros- Asas anteriores de Coleoptera e Dermaptera. São 
duras e resistentes que servem de proteção às asas 
membranosas (2º par). F, na Figura 22. 
Balancins- Ou halteres. São asas metatorácicas atrofiadas, 
encontradas nos dípteros, com função apenas de equilíbrio. G., 
na Figura 22. 
Pseudo-halteres. Asas anteriores atrofiadas dos machos de 
Strepsiptera (H). Evolutivamente parecem terem sido élitros 
que perderam a função protetora sobre as asas posteriores. 
Figura 22, H. 
Franjadas- alongadas, com pelos em toda a sua extensão e 
nervuras reduzidas. Característico da ordem Thysonoptera. 
Figura 22, I. 
Lobadas- Asas de microlepidópteros, onde a margem 
externa acompanha as nervuras, formando lobos, parecendo 
uma asa partida ou dividida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 22. Tipos de asas. A. membranosa (Odonata, Libellulidae); B. 
membranosa (Diptera, Tabanidae); C. membranosa, 
com escamas (Lepidoptera, Noctuidae); D. tégmina; 
E. hemiélitro; F. élitro (el); G. balancins (h); H. 
pseudo-halteres (ph); I. franjada. 
 
1.3. Abdome 
Terceira região do corpo, com típica segmentação e 
ausência de apêndices locomotores. Nunca ocorre mais do 
que 12 segmentos abdominais ou urômeros. Cada urômero é 
formado por uma placa tergal, arqueada e outra menor e mais 
plana, chamada de placa esternal. Essas placas são 
separadas pela membrana pleural. Por isto, o abdome dos 
insetos é muito móvel e flexível. Figura 23. 
 
1.3.1. Segmentos abdominais- 
Segmentos pré-genitais ou viscerais. Urômeros I-VII nas 
fêmeas e I-VIII nos machos. O primeiro urômero está unido ao 
metatórax. O segundo e o terceiro urômeros formam uma 
constrição ou pedúnculo. Os espiráculos estão normalmente 
localizados nas pleuras abdominais. Nas ninfas de percevejos 
(Pentatomoidea), do 3º ao 5º urômeros localiza-se um par de 
glândulas odoríferas. Os machos de cigarras possuem órgãos 
que produzem os sons estridentes no esterno do primeiro 
segmento abdominal. 
Segmentos genitais. 9º segmento nos machos e 8º e 9º nas 
fêmeas. Estão associados com as estruturas genitais. 
Segmentos pós-genitais. 10º e 11º urômeros. Os apêndices 
no 10º urômero são denominados de pigópodos, que 
correspondem às pernas anais das larvas de Lepidoptera, 
Hymenoptera e outras. 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apêndices abdominais- 
Insetos apresentam certos apêndices abdominais em seu 
desenvolvimento embrionário, que desaparecem na maioria 
dos casos, mas que permanecem noutros, para se tornarem 
em estruturas funcionais. Figura 24. 
 
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FIGURA 24. Apêndices abdominais. A. Traça: a- estilos; 
vesículas protráteis; c-cerco; d-filamento mediano; e- 
ovipositor; B. Lagarta de lepidópteros: g- pernas 
abdominais; h- perna anal; C. Larva de coleóptero: i- 
urogonfos (VII-IX-X-XI urômeros); D. Pulgão: j-sifúnculos 
ou cornículos; E. Barata: k- cercos; l-estilos 
30 
 
Tipos de abdome- 
Baseados na ligação do abdome ao tórax (Figura 18): 
Séssil ou aderente. Abdome se liga aotórax em toda a sua 
largura. Ex.: baratas, gafanhotos, besouros e outros (A). 
Livre. Aparece na união do abdome ao tórax uma 
constrição medianamente pronuciada. Ex.: moscas, abelhas, 
borboletas e outras (B) 
Pedunculado. Constrição pronunciada na ligação do 
abdome com o tórax, formando um pedúnculo ou pecíolo. Ex.: 
formigas e vespas (C). 
 
 
 
FIGURA 25 Tipos de abdome. A- séssil; B- livre; C- pedunculado.

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