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10 Auditoria e Prestacao de Contas 2

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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TCE-SP 
Agente da Fiscalização 
 
 
Noções gerais de auditoria: finalidade, objetivos e responsabilidade. Distinção entre auditoria interna 
e externa. ................................................................................................................................................. 1 
Tipos e procedimentos de auditoria. .................................................................................................. 16 
Julgamento de contas públicas pelo controle externo. ....................................................................... 21 
O parecer e o relatório dos auditores. ................................................................................................ 32 
Legislação: Prestação Anual de Contas e à Gestão Fiscal dos órgãos fiscalizados; ao Controle Interno; 
aos Atos de Pessoal; às Licitações e Contratos e aos Repasses Públicos (Instruções nº 02/2016 do 
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo). ........................................................................................ 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1364174 E-book gerado especialmente para RITA GISELE MOREIRA MENDONCA
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
AUDITORIA: CONCEITOS, DEFINIÇÕES, FINALIDADES E OBJETIVOS. 
 
Primeiramente é necessário entender o que é Auditoria, o que implica esse conceito e porque é tão 
comentado e importante nos dias de hoje. 
A auditoria surgiu para atender uma necessidade decorrente da evolução do sistema capitalista. No 
início, as empresas eram fechadas e familiares, posteriormente, a evolução da economia trouxe, para 
algumas empresas, a necessidade de captar dinheiro de terceiros. Ou seja, para crescer é necessário 
dinheiro e, em muitas ocasiões, esse recurso tem que vir de investidores externos à empresa, tais como 
bancos, credores, acionistas, entre outros. 
Todo investidor quer saber onde está injetando seu dinheiro, ter uma garantia de todos os esforços 
serão voltados ao crescimento do negócio, para tanto o investidor precisa saber se a empresa tem uma 
saúde financeira estável, quais são seus ativos e passivos, ou seja, o que a empresa possui de patrimônio, 
de bens e direitos e o que possui de obrigações e dívidas contraídas e que devem ser liquidadas. Enfim 
o investidor precisa estar por dentro das ações da empresa, tantos em termos financeiros, econômicos, 
materiais, tecnológicos, humanos, etc. 
 Dessa forma, o investidor consegue verificar se a empresa possui segurança, rentabilidade, e 
capacidade de liquidez no futuro, permitindo que o investidor consiga ter maior certeza se deve continuar 
investindo na empresa ou não. 
Por essa necessidade do investidor que é vital para uma empresa, independente se pública ou privada, 
foi que os gestores perceberam a necessidade das demonstrações financeiras e contábeis, ou seja, de 
publicar o balanço patrimonial, demonstrativo de fluxo de caixa, demonstrativo de resultados, etc., como 
forma de transparecer sua situação financeira ao público, principalmente aos investidores. 
 
DICA IMPORTANTE PARA VOCÊ CANDIDATO: a Lei nº 11.638/07 instituiu várias modificações nos 
padrões de contabilidade até então vigente no Brasil. Porém, ficou mantida na norma a expressão 
“demonstrações financeiras” ao invés de “demonstrações contábeis”, que é a nomenclatura correta, por 
ser mais abrangente do que a adotada na legislação. Assim, você pode encontrar na prova tanto uma 
como outra expressão, indistintamente. 
 
Estão ocorrendo grandes mudanças no cenário internacional (nas empresas), e exige-se que elas 
passem a adotar um novo procedimento contábil harmônico com o mundo, para que a linguagem dos 
negócios possa ser entendida por todos da mesma forma em todos os lugares. O Brasil precisa estar 
inserido neste contexto e nesse contexto a contabilidade dá passos concretos, atualizando as regras 
contábeis brasileiras e adequando suas demonstrações e principalmente o Balanço Patrimonial ao 
cenário contábil internacional. 
Conclui-se que os impactos ocorridos no Balanço Patrimonial em razão das atualizações nas normas 
contábeis brasileira são muito importantes, por razão da adequação do Brasil ao cenário contábil 
internacional. 
Portanto, houve amplas mudanças que fizeram com que os contadores e gestores tornassem não 
somente um responsável pela apuração e pagamento de impostos, mas representasse um grande passo 
para a integração das companhias brasileiras, com a convergência contábil internacional. 
Mesmo após a identificação da necessidade de demonstrar as informações ainda faltava acertar 
alguns pontos importantes, para garantir a completude, correção e idoneidade das informações. Então 
surge a auditoria, de uma necessidade de avaliação independente da real situação da empresa. 
 
 
 
 
Noções gerais de auditoria: finalidade, objetivos e responsabilidade. 
Distinção entre auditoria interna e externa. 
1364174 E-book gerado especialmente para RITA GISELE MOREIRA MENDONCA
 
. 2 
Figura 01: Dinâmica da Auditoria 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de Graeff e Barreto, disponível em: www.pontodosconcursos.com.br. 
 
A figura acima representa a dinâmica da Auditoria, podemos comentar que há a Auditoria Externa e 
Interna, ambas servem para comprovar se a empresa têm seguido os padrões estabelecidos pelas leis e 
órgãos competentes que serão comentados logo abaixo, e para aferir se a empresa têm condições 
financeiras, econômicas e legais para permanecer atuando no mercado. 
A auditoria é um tipo de atividade que tem como objetivo verificar se os controles internos, 
procedimentos e regras estabelecidas pela entidade se estão sendo cumpridas, e, se os documentos, 
registros e papéis estão regulares. Os trabalhos exercidos durante o período de desenvolvimento da 
auditoria serão relatados de maneira formal, onde, deverá conter os resultados dos exames aplicados, as 
opiniões e recomendações que forem sugeridas para os responsáveis das entidades, para que os mesmo 
tomem as medidas e mudanças necessárias. 
De forma ampla a Auditoria está além da divisão1: Interna ou Externa. Para (Crepaldi, 2012 apud Brito 
E Fontenelle, 2015), a Auditoria pode ser definida de forma bastante simples, como o levantamento, 
estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e das 
demonstrações financeiras de uma entidade. 
Aprofundando a definição, podemos dizer que se trata de testar a eficiência e a eficácia do controle 
patrimonial, sem nos limitarmos aos aspectos contábeis do conceito. Por ser uma atividade crítica, em 
sua essência, traduz-se na emissão de uma opiniãosobre as atividades verificadas. 
 
A Auditoria juntamente com a Escrituração, as Demonstrações e Análise de Balanços é uma técnica 
utilizada pela Contabilidade para atingir as suas finalidades. Neste sentido, é correto dizer que a Auditoria 
Contábil é a técnica contábil cujo o objetivo é emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis. 
A evolução da auditoria como técnica contábil sempre esteve ligada ao atendimento de seu principal 
objetivo, que seria a citada emissão de opinião independente sobre a adequação das demonstrações 
contábeis/financeiras aos Princípios de Contabilidade, às Normas Brasileiras de Contabilidade, à 
legislação específica e, mais recentemente, à estrutura de Relatório financeiro Aplicável. 
Os conceitos utilizados na Auditoria Independente são bastante similares aos da Auditoria 
Governamental e aos da Auditoria Interna. O foco acaba sendo, em regra, o mesmo: a Emissão de uma 
opinião independente (lembrando que a opinião da auditoria Interna também deve ser independente – 
autônoma). O que difere, basicamente, é o ambiente ou a área em que estamos atuando. 
 
EVOLUÇÃO DA AUDITORIA 
O surgimento da Auditoria está ancorado na necessidade de confirmação por parte dos investidores e 
proprietários quanto à realidade econômico-financeira espelhada no patrimônio das empresas investidas. 
Tudo como fruto da evolução do sistema capitalista. 
(William Attie, 2010 Apud Brito E Fontenelle, 2015) afirma ser desconhecida a data de início da 
atividade de auditoria, mas cita alguns momentos marcantes para o desenvolvimento do assunto, sendo 
o primeiro a criação do cargo de auditor do Tesouro, na Inglaterra, em 1314. 
Em 1880, foi criada a Associação dos Contadores Públicos Certificados, na Inglaterra, e em 1886, sua 
congênere nos Estados Unidos. 
 
1 Brito, Claudenir e Fontenelle, Rodrigo. Auditoria Privada e Governamental: Teoria de Forma Objetiva e mais de 400 Questões Comentadas. Niterói, RJ: Impetus, 
2015. 
Para captar recursos e exercer suas 
atividades as entidades precisam 
fornecer informações aos diversos 
usuários. 
 
 
No entanto, estes usuários não têm 
certeza se as informações recebidas são 
verdadeiras. 
 
Entidade 
 
Demonstrações 
contábeis 
 
Usuários das 
informações contábeis 
- Acionistas; 
- Credores; 
- Clientes; 
- Fornecedores; 
- Governo 
 
1364174 E-book gerado especialmente para RITA GISELE MOREIRA MENDONCA
 
. 3 
A partir daí, o ponto principal da evolução da auditoria foi a criação da SEC – Security and Exchange 
Comission (algo como a CVM aqui no Brasil), em 1934, nos Estados Unidos, quando a profissão de 
auditor assume sua importância, tendo em vista que as empresas listadas em Bols de Valores foram 
obrigadas a se utilizarem dos serviços de auditoria para dar mais credibilidade a suas demonstrações 
financeiras. 
No Brasil, a evolução da auditoria esteve primariamente relacionada com a instalação de filiais e 
subsidiárias de firmas estrangeiras, e a consequente obrigatoriedade de se auditarem suas 
demonstrações contábeis. Como resultado, tivemos a chegada ao país de empresas internacionais de 
auditoria independente. 
Com a evolução do mercado de capitais, a criação da Comissão de Valores Mobiliários – CVM – e a 
Lei das Sociedades por Ações, em 1976, a atividade de auditoria tomou grande impulso, mas ainda 
atrelada às empresas integrantes do mercado de capitais e do sistema Financeiro. 
 
Auditor 
Quanto ao termo auditor, a doutrina se divide em citar sua origem latina – audire, audição, ouvinte – e 
a expressão inglesa to audit – examinar, identificar. De forma mais direta, auditar é ouvir o gestor – aquele 
detém a responsabilidade pela administração do patrimônio alheio – para saber como está agindo na 
condução de suas atividades, e se essa conduta está alinha com o que o proprietário dos recursos espera 
dele. 
 
Objeto da Auditoria 
A definição por (Franco e Marra, 2011 Apud Brito e Fontenelle, 2015) trata do objeto da auditoria de 
forma geral, como sendo o conjunto de todos os elementos de controle do patrimônio administrado, os 
quais compreendem registos contábeis, papéis, documentos, fichas, arquivos e anotações que 
comprovem a veracidade dos registros e a legitimidade dos atos da administração, bem como sua 
sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais. 
 
Auditoria Governamental e Privada 
De acordo com o ambiente em que será aplicada, a Auditoria poderá ser Governamental ou Privada. 
 
A Auditoria Governamental – ou Pública, do Setor Público, conforme disposto na Instrução Normativa 
SFC/MF 01/2001, da Secretaria Federal de Controle Interno da Controladoria-Geral da União 
(anteriormente do Ministério da Fazenda, por isso o SFC/MF), é o conjunto de técnicas que visa avaliar a 
gestão pública, pelos processados e resultados gerenciais, e a aplicação de recursos públicos por 
entidades de direito público e privada, mediante a confrontação entre uma situação encontrada com um 
determinado critério técnico, operacional ou legal e tem por objetivo primordial garantir resultados 
operacional na agência da coisa pública. 
A auditoria Governamental engloba todas as esferas de governo – federal, distrital, estadual e 
municipal – e níveis de poder – Executivo, Legislativo e Judiciário -, e alcança as pessoas jurídicas de 
direito privado que se utilizem de recursos públicos. 
 
A Auditoria Privada – ou empresarial, das Demonstrações Contábeis, das Demonstrações 
Financeiras – é o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre 
as demonstrações contábeis das empresas privadas em relação à sua adequação aos princípios de 
Contabilidade e à legislação específica. 
Nesse sentido, a NBCTA200 define como objetivo da Auditoria das Demonstrações Contábeis 
(Auditoria Independente): 
Aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é 
alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações 
contábeis foram elaborados, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma 
estrutura de relatório financeiro aplicável. 
 
AUDITORIA INTERNA E EXTERNA 
 
Auditoria Externa 
 
A auditoria externa (também chamada de auditoria independente) é aquela executada por 
profissionais ou empresas que não possuem vínculo e/ou subordinação à empresa auditada, com o 
objetivo de trazer uma opinião independente sobre a entidade. 
1364174 E-book gerado especialmente para RITA GISELE MOREIRA MENDONCA
 
. 4 
É realizada por auditores que não fazem parte da estrutura da empresa. É executada por profissional 
independente, sem ligação com os quadros da empresa, tendo sua atuação regulada por contrato de 
serviços. 
Seu objetivo é dar credibilidade às demonstrações contábeis, examinadas dentro dos parâmetros de 
normas de auditoria e princípios contábeis. Podemos concluir também que tem como clientes o público 
externo à empresa, usuário final dessa informação. 
Para ficar bastante claro, vamos nos colocar na situação do interessado nessa informação produzida 
pela Auditoria. Os investidores se contentariam em receber dados gerenciais da própria empresa, ainda 
que da Auditoria Interna, sabendo que seus integrantes fazem parte da folha de pagamento da auditada? 
Provavelmente não. 
 
Atenção!!! 
Se houver uma comparação entre a independência da auditoria interna e da auditoria externa, 
não resta dúvida do que a auditoria externa é mais independente do que a interna. 
 
Assim, a Auditoria Externa cumpre esse objetivo de emitir opinião sobre as demonstrações contábeis, 
a fim de permitir a diversos interessados uma tomada de decisão mais racional sobre os investimentos 
feitos na organização. 
Pelas novas normas (NBC TA 200), as demonstrações contábeis devem ser elaboradasconforme uma 
estrutura de relatório financeiro aplicável é aquela que é aceitável em vista da natureza da entidade e do 
objetivo das demonstrações contábeis ou que seja exigida por lei ou regulamento. 
 
Funções da Auditoria Externa 
Pode-se resumir a finalidade da Auditoria Externa com a Afirmação de que busca conferir credibilidade 
Às demonstrações contábeis, visto que, para os interessados opinião independente da auditoria Externa. 
Não é atribuição do auditor independente garantir a viabilidade futura da entidade ou fornecer algum 
tipo de atestado de eficácia da administração na gestão dos negócios. 
De acordo com a NBC TA 200, ao conduzir a auditoria de demonstrações contábeis, os objetivos gerais 
do auditor são: 
“a) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de 
distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando assim que o 
auditor expresse sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os 
aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável; e 
b) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se como exigido pelas NBC 
TAs, em conformidade com as constatações do auditor”. 
 
Auditoria interna 
 
Já a auditoria interna é formada por um conjunto de procedimentos e técnicas, aplicados ao exame 
da regularidade, da economicidade, da eficiência, da eficácia dos atos e dos fatos administrativos 
praticados na gestão de bens e é desenvolvida pelo próprio Auditor da empresa ou órgão público. 
 
Podemos definir Auditoria Interna como uma atividade de avaliação independente dentro da empresa, 
para verificar as operações e emitir uma opinião sobre elas, sendo considerada como um serviço prestado 
à administração. 
Conforme (Crepaldi, 2012 Apud Brito E Fontenelle, 2015), a Auditoria é executada por profissional 
ligado à empresa, ou por uma seção própria para esse fim, sempre em linha de dependência da direção 
empresarial. Essa ligação com a Alta Administração da empresa é que dá a necessária autonomia aos 
trabalhos da Auditoria Interna, pois não é dependente de qualquer setor da entidade. 
Nesse ponto, é comum a seguinte pergunta: como uma opinião independente seria emitida por alguém 
que está em linha de dependência da direção? 
Simples: se a Auditoria Interna presta um serviço à própria administração, com que objetivo o auditor 
iria “alterar” um resultado, modificar uma opinião para encobrir alguma irregularidade? 
O fata é que a Auditoria Interna tem como objetivo auxiliar a administração da entidade no 
cumprimento de seus objetivos. A Auditoria Interna não tem por objetivo principal a identificação de 
fraudes e erros, tampouco a punição de gestores que cometam impropriedades ou irregularidades. 
Ou seja, se a auditoria Interna não puder emitir uma opinião independente, autônoma, não cumprirá 
seu papel na estrutura organizacional. 
1364174 E-book gerado especialmente para RITA GISELE MOREIRA MENDONCA
 
. 5 
Em se tratar de norma, a considerada mais importante, quando falamos de Auditoria Interna é a NBC 
T-12 – Da Auditoria Interna – aprovada pela Resolução n° 986/2003, do Conselho Federal de 
Contabilidade. Na verdade, a Resolução CFC n°1.329/2011 alterou a sigla e a numeração desta norma 
NBC TI 01. Assim, a nomenclatura correta é NBC TI 01. Nesta norma o CFC deixa claro que a Auditoria 
Interna deve avaliar processos, sistemas e controle, a fim de auxiliar a administração no cumprimento 
doas objetivos da entidade. 
 
Funções da Auditoria Interna 
Outro ponto de destaque na NBC TI 
1 é que a norma afirma que “A Auditoria Interna é exercida nas pessoas jurídicas de direito público, 
interno ou externo e direito privado”. Dessa forma, deixa claro que não se limita a discutir conceitos 
exclusivos dos setor privado, incluindo as pessoas jurídicas de direito público. 
Sobre a finalidade da Auditora Interna, a NBC TI 01 a coloca da seguinte forma: “agregar valor ao 
resultado da organização, apresentando subsídios para o aperfeiçoamento dos processos, da gestão e 
dos controles internos, por meio da recomendação de soluções para as não conformidades apontadas 
nos relatórios”. 
 
Papel da Auditoria Interna: 
 
Fonte: Brito, Claudenir e Fontenelle, Rodrigo. Auditoria Privada e Governamental: 
Teoria de Forma Objetiva e mais de 400 Questões Comentadas. Niterói, RJ: Impetus, 2015. 
 
Merece destaque, em relação às funções da Auditoria Interna, a relação desta com a prevenção de 
fraudes e erros. 
 
Atenção!!! 
O que mais nos interessa nesse assunto é saber que a prevenção de fraudes e erros não é atribuição 
principal, finalidade precípua, objetivo maior, e outras afirmações desse tipo, da Auditoria Interna. Se a 
questão apresentar que é, podemos considera-la ERRADA sem medo, pois a responsabilidade 
primária por essa detecção é da própria administração da entidade. 
 
Objetivos da função de auditoria interna (NBC TA 610) 
 
A3. Os objetivos das funções de auditoria interna variam amplamente e dependem do tamanho e da 
estrutura da entidade e dos requerimentos da administração e, quando aplicável, dos responsáveis pela 
governança. As atividades da função de auditoria interna podem incluir um ou mais dos itens a seguir: 
 
• Monitoramento do controle interno. A função de auditoria interna pode receber responsabilidades 
específicas de revisão dos controles, monitoramento de sua operação e recomendação de melhorias nos 
mesmos. 
 
• Exame das informações contábeis e operacionais. A função de auditoria interna pode ser 
responsável por revisar os meios usados para identificar, mensurar, classificar e reportar informações 
contábeis e operacionais e fazer indagações específicas sobre itens individuais, incluindo o teste 
detalhado de transações, saldos e procedimentos. 
 
AGREGAR VALOR APERFEIÇOAMENTO
PROCESSOS
GESTÃO
CONTROLES 
INTERNO
1364174 E-book gerado especialmente para RITA GISELE MOREIRA MENDONCA
 
. 6 
• Revisão das atividades operacionais. A função de auditoria interna pode ser responsável por 
revisar a economia, eficiência e eficácia das atividades operacionais, incluindo as atividades não 
financeiras de uma entidade. 
 
• Revisão da conformidade com leis e regulamentos. A função de auditoria interna pode ser 
responsável por revisar a conformidade com leis, regulamentos e outros requerimentos externos e com 
políticas e normas da administração e outros requerimentos internos. 
 
• Gestão de risco. A função de auditoria interna pode ajudar a organização mediante a identificação 
e avaliação das exposições significativas a riscos e a contribuição para a melhoria da gestão de risco e 
dos sistemas de controle. 
 
• Governança. A função de auditoria interna pode avaliar o processo de governança quanto à 
realização de seus objetivos de ética e valores, administração de desempenho e prestação de contas, 
comunicando informações sobre risco e controle para as áreas apropriadas da organização, e da eficácia 
da comunicação entre as pessoas responsáveis pela governança, os auditores internos e independentes 
e a administração. 
 
De maneira geral, visa atingir os seguintes objetivos: 
- Comprovar a legalidade, responsabilidade e legitimidade e avaliar os resultados, quanto à eficiência 
e eficácia da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nas unidades da administração direta e 
entidades supervisionadas da administração federal; 
- Observar o cumprimento dos princípios fundamentais de planejamento, coordenação, 
descentralização, delegação de competência e controle, pelos órgãos e entidades; 
- Examinar a observância da legislação federal específica e normas relacionadas; 
- Avaliar a execução dos programas de governo, dos contratos, convênios, acordos, ajustes e outros 
instrumentosde mesma origem; 
- Avaliar o desempenho administrativo e operacional das unidades da administração direta e entidades 
supervisionadas; 
- Verificar o controle e a utilização dos bens e valores sob uso e guarda dos administradores ou 
gestores; 
- Examinar e avaliar as transferências e a aplicação dos recursos orçamentários e financeiros das 
unidades da administração direta e entidades supervisionadas; e 
- Verificar e avaliar os sistemas de informações e a utilização dos recursos computacionais das 
unidades da administração direta e entidades supervisionadas. 
 
Procedimentos da Auditoria Interna 
 
Conforme a NBC T- 12 – DA AUDITORIA INTERNA, os procedimentos de auditoria interna são os 
exames, incluindo testes de observância e testes substantivos, que permitem ao auditor interno obter 
provas suficientes para fundamentar suas conclusões e recomendações. 
Os testes de observância visam a obtenção de uma razoável segurança de que os controles internos 
estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento 
pelos funcionários da Entidade. 
Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos 
dados produzidos pelos sistemas de informações da Entidade. 
As informações que fundamentam os resultados da auditoria interna são denominadas de "evidências", 
que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecerem base sólida para as 
conclusões e recomendações. 
 
A auditoria interna ganha maior significância quando a atuação é no setor público, pois no setor 
público há maior burocracia, regulamentos e normas a serem seguidas de maneira mais ríspida. Além do 
que, o patrimônio público é propriedade coletiva que deve ser vigiado por todos, além disso, a sociedade 
brasileira vem exigindo cada vez mais a transparência na aplicação dos recursos públicos. 
 Os órgãos públicos alcançam mais facilmente esta transparência quando têm o auxílio da auditoria, 
pois, suas atividades servem como um meio de identificação de que todos os procedimentos internos, 
políticas definidas e a própria legislação estão sendo devidamente seguidos, e também para constatação 
de que todos os dados registrados merecem a verdadeira confiança; então, pode-se dizer que a 
importância da auditoria interna se torna indispensável. 
1364174 E-book gerado especialmente para RITA GISELE MOREIRA MENDONCA
 
. 7 
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é o órgão que edita as Normas Brasileiras de 
Contabilidade (NBCs) que devem ser adotadas por todos os profissionais da contabilidade no Brasil. 
Para assegurar a evolução das Ciências Contábeis e a aplicação do conhecimento atualizado e 
globalizado no exercício profissional, uma das prioridades do CFC tem sido à busca da convergência das 
Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões internacionais. A elaboração e a revisão das Normas 
Brasileiras de Contabilidade (NBCs)2, Técnicas e Profissionais, assim como dos Princípios de 
Contabilidade (Resolução CFC nº 750/93), fazem parte de um processo constante que congrega, em 
igual medida, o saber técnico e a aplicação prática, sem se descuidar da realidade atual da profissão 
contábil. 
Portanto as normas existem para formalizar e padronizar as demonstrações contábeis. Tais normas 
são vitais para que todos os contadores e gestores possam seguir o mesmo formato e dessa forma facilitar 
nas interpretações e análises dos auditores, sejam externos ou internos. 
 
RESPONSABILIDADE - SOBRE A PESSOA DO AUDITOR 
 
SOBRE A PESSOA DO AUDITOR 
 
O Auditor no exercício da atividade de auditoria deve manter uma atitude de independência que 
assegure a imparcialidade de seu julgamento, nas fases de planejamento, execução e emissão de seu 
parecer, assim como nos demais aspectos relacionados com sua atividade profissional. 
De acordo com o Manual de Auditoria do Administrador3, espera-se que os auditores sigam 4 (quatro) 
princípios: 
I) Integridade – estabelece crédito e fornece base para a confiabilidade atribuída a seus julgamentos; 
II) Objetividade – estabelece o mais alto nível de objetividade na coleta, avaliação e comunicação de 
informações sobre a atividade ou processo examinado; 
III) Confidencialidade – estabelece o respeito ao valor e a propriedade das informações que recebem 
e não divulgar sem autorização apropriada, a não ser em caso de obrigação judicial, legal ou profissional; 
IV) Competência – estabelece a aplicação de conhecimento, habilidades e experiências necessárias 
na execução dos trabalhos. 
 
O Auditor não deve expressar sua opinião sobre a gestão e os procedimentos quando: 
 
a. Tenha vínculo familiar com pessoas chave na empresa/instituição auditada; 
b. Teve em período imediatamente anterior relação de atividade com a empresa/instituição auditada. 
 
O Auditor será culpado em ato de descrédito, quando: 
 
a. Deixar de expressar um fato importante que conheça, porém, não expor em seu relatório; 
b. Deixar de informar acerca de uma exposição errônea; 
c. For culpado por negligência grave em seu exame ou relatório; 
d. Não reunir evidências ou provas sufi cientes para justificar a expressão de sua opinião; 
e. Não relatar qualquer desvio importante ou não expor qualquer omissão importante dos princípios 
fundamentais da administração. 
 
Características desejadas do auditor: 
 
1. Independência 
O Auditor no exercício da atividade de auditoria deve manter uma atitude de independência que 
assegure a imparcialidade de seu julgamento, nas fases de planejamento, execução e emissão de seu 
parecer, bem assim nos demais aspectos relacionados com sua atividade profissional. 
 
2. Soberania 
Durante o desenvolvimento do seu trabalho, o Auditor deverá possuir o domínio do julgamento 
profissional, pautando-se, exclusiva e livremente a seu critério, no planejamento dos seus exames, na 
seleção e aplicação de procedimentos técnicos e testes de auditoria, na definição de suas conclusões e 
na elaboração de seus relatórios e pareceres. 
 
 
2 Disponível em: http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/Auditoria_Interna.pdf 
3 http://www.cfa.org.br/servicos/publicacoes/manual-auditoria/manual-de-auditoria-portal.pdf 
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. 8 
3. Imparcialidade 
Durante seu trabalho, o Auditor está obrigado a abster-se de intervir nos casos onde há conflito de 
interesses que possam influenciar a absoluta imparcialidade do seu julgamento. 
 
4. Objetividade 
Na execução de suas atividades, o Auditor se apoiará em fatos e evidências que permitam o 
convencimento razoável da realidade ou a veracidade dos fatos, documentos ou situações examinadas, 
permitindo a emissão de opinião em bases consistentes. 
 
5. Conhecimento técnico e capacidade profissional 
Na execução de suas atividades, o Auditor deve possuir um conjunto de conhecimentos técnicos, 
experiência e capacidade para as tarefas que executa e conhecimentos inter-relacionados com outras 
disciplinas de forma que possa sugerir a intervenção de outros profissionais em ações necessárias para 
o adequado cumprimento do objetivo da auditoria. O auditor experiente tem conhecimento amplo nos 
processos de auditoria, normas de auditoria e exigências legais aplicáveis. Deverá, ainda, ter habilidade 
no trato com as pessoas e conhecer técnicas em comunicação. 
 
6. Economicidade 
É a minimização dos custos dos recursos utilizados na realização de uma atividade sem comprometer 
os padrões de qualidade. O Auditor deverá verificar se a meta está sendo atingida. 
 
7. Eficiência 
Atingimento das metas e outros objetivos constantes de programas de maneira sistemática de modo 
a minimizar os custos sem diminuir o nível e qualidade dos serviços oferecidos.8. Eficácia 
Considera-se eficaz a administração, programa, plano ou projeto que, na consecução de seus objetivos 
consegue os efeitos necessários, ou seja, atinge as metas a que se propôs. 
 
9. Atualização dos conhecimentos técnicos 
O Auditor deve manter sua competência técnica, atualizando-se quanto ao avanço de normas, 
procedimentos e técnicas aplicáveis à auditoria. 
 
10. Cautela e zelo profissional 
No desempenho de suas funções, na elaboração do relatório e emissão de sua opinião, o Auditor 
necessita agir com a devida precaução e zelo profissional, devendo acatar as normas de ética profissional, 
o bom senso em seus atos e recomendações, o cumprimento das normas gerais de auditoria e o 
adequado emprego dos procedimentos de aplicação geral ou específica. 
 
11. Comportamento ético 
No desenvolvimento de seu trabalho, o Auditor deve respeitar as normas de conduta que regem a sua 
profissão, não podendo valer-se da função em benefício próprio ou de terceiros, ficando, ainda, obrigado 
a guardar confidencialidade das informações obtidas, não devendo revelá-las a terceiros, sem autorização 
específica, salvo se houver obrigação legal ou profissional de assim proceder. 
 
A opinião do auditor dever ser expressa por meio de Relatório ou Parecer. 
 
Conceito de Responsabilidade4 
 
CAVALCANTE (1994, 25:26) divide os estudo das responsabilidades assumidas pelos auditores 
independentes dentro de três campos: 
 
O Campo Ético. Relacionado ao Código de Ética da Profissão, abrangendo critérios de ética 
profissional que devem ser respeitados pelos auditores independentes e que envolvem aspectos ligados 
à pessoa do auditor, no que se refere à sua postura perante a profissão, ante seus colegas e ante seus 
clientes; 
 
 
4 Marcio Toshikazu Ishikawa; Vicente da Fonseca Bezerra Júnior. A Responsabilidade e o Papel da Auditoria Independente de Demonstrações Contábeis. IX 
Congresso Brasileiro de Custos – São Paulo, SP, Brasil, 13 a 15 de outubro de 2002. 
1364174 E-book gerado especialmente para RITA GISELE MOREIRA MENDONCA
 
. 9 
O Campo Técnico. Relacionado basicamente às Normas Usuais de Auditoria, que abrangem métodos 
e procedimentos, inclusive no que diz respeito à emissão do parecer, que precisam ser respeitadas pelos 
auditores independentes quando da realização de seu trabalho; 
 
O Campo Legal. Relacionado ao fato de que, ao emitir o seu parecer sobre as demonstrações 
contábeis de uma determinada entidade, o auditor independente está prestando uma informação a todos 
quanto àquelas demonstrações tiverem acesso e delas fizeram uso, ou seja, pode influenciar o interesse 
de várias outras pessoas físicas ou jurídicas, que não aquelas que contrataram o trabalho. 
 
Responsabilidade dos Administradores 
 
A finalidade da expressão “elaboradas sob a responsabilidade de sua administração” no primeiro 
parágrafo do parecer é evidenciar, para os usuários das demonstrações contábeis, que os auditores 
independentes não participaram da sua elaboração. SANTI (1989, 20) é da opinião que “são conceitos já 
firmados, inclusive pela lei, que as demonstrações contábeis sejam elaboradas pela empresa, não pelo 
auditor, e que elas constituam representações de sua administração, mesmo que reflitam ajustes 
propostos pelo auditor e por ela aceitos. Assim, ela assume integral responsabilidade pela adequação 
das suas demonstrações contábeis. 
A única interferência do auditor nas demonstrações é para examinar, respondendo, porém, pela 
consequência dos erros profissionais de julgamento ou de auditoria.” Pode-se afirmar que compete aos 
administradores a obrigação de elaborar as demonstrações contábeis. Como responsáveis, cabe a eles 
responder por eventuais irregularidades contidas nas demonstrações. A preocupação em evidenciar a 
responsabilidade da administração pela preparação das demonstrações contábeis tem uma lógica: uma 
das características primordiais de uma auditoria das demonstrações contábeis é a independência dos 
auditores em relação à empresa auditada. 
Dessa forma, se os auditores ficassem responsáveis pela elaboração das demonstrações, a 
independência para emitir uma opinião sobre essas mesmas demonstrações deixaria de existir. Além 
disso, uma das premissas importantes para a auditoria das demonstrações contábeis é que a 
administração da empresa auditada deve ter a convicção de que essas demonstrações estão de acordo 
com os PCGA. Caso contrário, o trabalho de auditoria perde o sentido, já que a auditoria consiste verificar 
se as afirmações contidas nas demonstrações estão de acordo com a convicção da administração de que 
aquelas demonstrações refletem fidedignamente os negócios da empresa. 
 
Responsabilidade dos auditores 
 
Como já foi visto em tópicos anteriores, o primeiro parágrafo do parecer dos auditores independentes 
diz que a responsabilidade dos auditores é “expressar uma opinião sobre as demonstrações 
contábeis”. 
Portanto, os auditores devem se responsabilizar sempre que expressarem uma opinião incorreta. Essa 
responsabilidade pela opinião leva ao conceito de “risco de auditoria”. A NIA – Normas Internacionais de 
Auditoria – em seu matter 400 define risco de auditoria como sendo “o risco de que o auditor dê um 
parecer de auditoria impróprio”. 
O risco de auditoria possui três componentes: risco inerente, risco de controle e risco de detecção. 
Risco inerente é o risco supondo que não existem controles, ou seja, é o risco que existe 
independentemente da existência de controles internos. 
Risco de controle é o risco de os controles internos da entidade não detectarem e corrigirem em 
tempo hábil uma distorção em uma conta ou classe de transações. 
Risco de detecção é o risco de que os procedimentos de auditoria não detectem uma distorção 
relevante em uma conta ou classe de transações. 
 
Nota-se que a responsabilidade para minimizar os riscos inerente e de controle cabem à administração 
da entidade auditada. Ao auditor cabe a responsabilidade pela avaliação desses riscos, através da 
avaliação dos sistemas contábeis e de controles internos. A partir da avaliação dos riscos inerente e de 
controles, o auditor define a natureza, época de aplicação e extensão dos procedimentos comprobatórios. 
O risco de detecção é, portanto, o risco de auditoria propriamente dito, pois é o risco de o auditor não 
avaliar corretamente os riscos inerente e de controle e, consequentemente, não planejar adequadamente 
os procedimentos de auditoria, o que pode levar a um erro de opinião no parecer. 
 
 
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. 10 
Quanto a fraude ou erro, a NIA 240 diz o seguinte: 
a) Responsabilidade da Administração: “Cabe à administração a responsabilidade de prevenir e 
detectar fraudes ou erros através da implantação e operação contínua de sistemas contábeis e de controle 
interno adequados.” 
b) Responsabilidade do auditor: “O auditor não é responsável nem pode ser responsabilizado pela 
prevenção de fraudes ou erros.” 
Apesar de não ser responsável pela prevenção de fraudes ou erros, o auditor deve avaliar o risco de 
que tais fatos possam fazer com que as demonstrações contábeis contenham distorções relevantes. 
Se, em sua avaliação, o auditor avaliar que pode haver fraudes ou erros que afetem as demonstrações 
contábeis, o auditor deve estender seus procedimentos. 
Se o auditor descobrir a existência de fraudes ou erros, deve relatar tal fato à administração da 
entidade. Além disso, deve considerar a possibilidade de expressar uma opinião com ressalva ou adversa 
em seu parecer. No caso de a entidade impedir o auditor de obter evidência de auditoria suficiente e 
apropriada para avaliar se ocorreu, ou tem probabilidade de ocorrer fraude ou erro, o auditor deve 
expressar uma opiniãocom ressalva ou uma abstenção de opinião sobre as demonstrações contábeis 
baseado em uma limitação sobre o alcance da auditoria. 
 
A NBC TA 200, apresenta alguns conceitos importantes sobre auditoria e também sore a conduta do 
auditor: 
 
NBC TA 200 - OBJETIVOS GERAIS DO AUDITOR INDEPENDENTE E A CONDUÇÃO DA 
AUDITORIA EM CONFORMIDADE COM NORMAS DE AUDITORIA 
 
Alcance 
1. Esta Norma de Auditoria trata das responsabilidades gerais do auditor independente na condução 
da auditoria de demonstrações contábeis em conformidade com as normas brasileiras e internacionais 
de auditoria. Nesta Norma e em outras normas elas estão substancialmente apresentadas pela sua sigla 
"NBC TA". Especificamente, ela expõe os objetivos gerais do auditor independente e explica a natureza 
e o alcance da auditoria para possibilitar ao auditor independente o cumprimento desses objetivos. Ela 
também explica o alcance, a autoridade e a estrutura das NBC TAs e inclui requisitos estabelecendo as 
responsabilidades gerais do auditor independente aplicáveis em todas as auditorias, inclusive a obrigação 
de atender todas as NBC TAs. Doravante, o "auditor independente" é denominado o "auditor". 
2. As NBC TAs são escritas no contexto da auditoria de demonstrações contábeis executada por um 
auditor. Elas devem ser adaptadas conforme necessário às circunstâncias, quando aplicadas a auditorias 
de outras informações contábeis históricas. As NBC TAs não endereçam as responsabilidades do auditor 
que possam existir numa legislação, regulamentação ou de outra forma, por exemplo, como em conexão 
com uma oferta pública de títulos. Essas responsabilidades podem ser diferentes daquelas estabelecidas 
pelas NBC TAs. Dessa forma, enquanto o auditor pode encontrar aspectos nas NBC TAs que o apoiem 
nessas circunstâncias, é responsabilidade do auditor garantir cumprimento de todas as obrigações legais, 
regulatórias e profissionais. 
 
Auditoria de demonstrações contábeis 
3. O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos 
usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações 
contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de 
relatório financeiro aplicável. No caso da maioria das estruturas conceituais para fins gerais, essa opinião 
expressa se as demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos 
relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro. A auditoria conduzida em 
conformidade com as normas de auditoria e exigências éticas relevantes capacita o auditor a formar essa 
opinião. 
4. As demonstrações contábeis sujeitas à auditoria são as da entidade, elaboradas pela sua 
administração, com supervisão geral dos responsáveis pela governança. As NBC TAs não impõem 
responsabilidades à administração ou aos responsáveis pela governança e não se sobrepõe às leis e 
regulamentos que governam as suas responsabilidades. 
Contudo, a auditoria em conformidade com as normas de auditoria é conduzida com base na premissa 
de que a administração e, quando apropriado, os responsáveis pela governança têm conhecimento de 
certas responsabilidades que são fundamentais para a condução da auditoria. A auditoria das 
demonstrações contábeis não exime dessas responsabilidades a administração ou os responsáveis pela 
governança. 
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. 11 
5. Como base para a opinião do auditor, as NBC TAs exigem que ele obtenha segurança razoável de 
que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, independentemente 
se causadas por fraude ou erro. Asseguração razoável é um nível elevado de segurança. Esse nível é 
conseguido quando o auditor obtém evidência de auditoria apropriada e suficiente para reduzir a um nível 
aceitavelmente baixo o risco de auditoria (isto é, o risco de que o auditor expresse uma opinião 
inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante). Contudo, asseguração 
razoável não é um nível absoluto de segurança porque há limitações inerentes em uma auditoria, as quais 
resultam do fato de que a maioria das evidências de auditoria em que o auditor baseia suas conclusões 
e sua opinião é persuasiva e não conclusiva. 
6. O conceito de materialidade é aplicado pelo auditor no planejamento e na execução da auditoria, e 
na avaliação do efeito de distorções identificadas sobre a auditoria e de distorções não corrigidas, se 
houver, sobre as demonstrações contábeis (NBC TA 320 - Materialidade no Planejamento e na Execução 
da Auditoria, e NBC TA 450 - Avaliação das Distorções Identificadas durante a Auditoria). Em geral, as 
distorções, inclusive as omissões, são consideradas relevantes se for razoável esperar que, individual ou 
conjuntamente, elas influenciem as decisões econômicas dos usuários tomadas com base nas 
demonstrações contábeis. Julgamentos sobre a materialidade são estabelecidos levando-se em 
consideração as circunstâncias envolvidas e são afetadas pela percepção que o auditor tem das 
necessidades dos usuários das demonstrações contábeis e pelo tamanho ou natureza de uma distorção, 
ou por uma combinação de ambos. A opinião do auditor considera as demonstrações contábeis como um 
todo e, portanto, o auditor não é responsável pela detecção de distorções que não sejam relevantes para 
as demonstrações contábeis como um todo. 
7. A estrutura das NBC TAs contempla uma introdução, os objetivos, os requisitos e uma seção 
contendo aplicação e outros materiais explicativos que se destinam a dar suporte ao auditor na obtenção 
de segurança razoável. Quando necessário, elas são complementadas com Apêndices. As NBC TAs 
exigem que o auditor exerça o julgamento profissional e mantenha o ceticismo profissional ao longo de 
todo o planejamento e na execução da auditoria e, entre outras coisas: 
Identifique e avalie os riscos de distorção relevante, independentemente se causados por fraude ou 
erro, com base no entendimento da entidade e de seu ambiente, inclusive o controle interno da entidade. 
Obtenha evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir se existem distorções relevantes 
por meio do planejamento e aplicação de respostas (procedimentos de auditoria) apropriadas aos riscos 
avaliados. 
Forme uma opinião a respeito das demonstrações contábeis com base em conclusões obtidas das 
evidências de auditoria obtidas. 
8. A forma da opinião expressa pelo auditor depende da estrutura de relatório financeiro aplicável e de 
lei ou regulamento aplicáveis. 
9. O auditor também pode ter outras responsabilidades de comunicação e de relatório, perante os 
usuários, a administração, os responsáveis pela governança ou partes fora da entidade, a respeito dos 
assuntos decorrentes da auditoria. Essas outras responsabilidades podem ser estabelecidas pelas NBC 
TAs, por lei ou regulamento aplicável, como, por exemplo, NBC TA 260 - Comunicação com os 
Responsáveis pela Governança, e item 43 da NBC TA 240 que trata da responsabilidade do auditor em 
relação a fraude, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis. 
 
Data de vigência 
10. Esta Norma é aplicável para auditorias de demonstrações contábeis para períodos iniciados em 
ou após 1º de janeiro de 2010. 
Objetivos gerais do auditor 
11. Ao conduzir a auditoria de demonstrações contábeis, os objetivos gerais do auditor são: 
(a) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de 
distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando assim que o 
auditor expresse sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os 
aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável; e 
(b) apresentar relatório sobreas demonstrações contábeis e comunicar-se como exigido pelas NBC 
TAs, em conformidade com as constatações do auditor. 
12. Em todos os casos em que não for possível obter segurança razoável e a opinião com ressalva no 
relatório do auditor for insuficiente nas circunstâncias para atender aos usuários previstos das 
demonstrações contábeis, as NBC TAs requerem que o auditor se abstenha de emitir sua opinião ou 
renuncie ao trabalho, quando a renúncia for possível de acordo com lei ou regulamentação aplicável. 
 
 
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. 12 
Definições 
13. Para fins das NBC TAs, os seguintes termos possuem os significados atribuídos a seguir: 
Estrutura de relatório financeiro aplicável é a estrutura de relatório financeiro adotada pela 
administração e, quando apropriado, pelos responsáveis pela governança na elaboração das 
demonstrações contábeis, que é aceitável em vista da natureza da entidade e do objetivo das 
demonstrações contábeis ou que seja exigida por lei ou regulamento. 
A expressão "estrutura de apresentação adequada" é utilizada para se referir a uma estrutura de 
relatório financeiro que exige conformidade com as exigências dessa estrutura e: 
(i) reconhece explícita ou implicitamente que, para conseguir a apresentação adequada das 
demonstrações contábeis, pode ser necessário que a administração forneça divulgações além das 
especificamente exigidas pela estrutura; ou 
(ii) reconhece explicitamente que pode ser necessário que a administração se desvie de uma exigência 
da estrutura para conseguir a apresentação adequada das demonstrações contábeis. Espera-se que tais 
desvios sejam necessários apenas em circunstâncias extremamente raras. 
A expressão "estrutura de conformidade" (compliance) é utilizada para se referir a uma estrutura de 
relatório financeiro que exija a conformidade com as exigências dessa estrutura, mas não reconhece os 
aspectos contidos em (i) e (ii) acima. 
Evidências de auditoria são as informações utilizadas pelo auditor para fundamentar suas conclusões 
em que se baseia a sua opinião. As evidências de auditoria incluem informações contidas nos registros 
contábeis subjacentes às demonstrações contábeis e outras informações. Para fins das NBC TAs: 
(i) a suficiência das evidências de auditoria é a medida da quantidade da evidência de auditoria. A 
quantidade necessária da evidência de auditoria é afetada pela avaliação do auditor dos riscos de 
distorção relevante e também pela qualidade de tal evidência; 
(ii) a adequação da evidência de auditoria é a medida da qualidade da evidência de auditoria; isto é, 
sua relevância e confiabilidade no fornecimento de suporte às conclusões em que se baseia a opinião do 
auditor. 
Risco de auditoria é o risco de que o auditor expresse uma opinião de auditoria inadequada quando 
as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante. O risco de auditoria é uma função dos riscos 
de distorção relevante e do risco de detecção. 
Auditor é usado em referência à pessoa ou pessoas que conduzem a auditoria, geralmente o sócio do 
trabalho ou outros integrantes da equipe do trabalho, ou, como aplicável, à firma. Quando uma NBC TA 
pretende expressamente que uma exigência ou responsabilidade seja cumprida pelo sócio do trabalho, 
usa-se o termo "sócio do trabalho" ao invés de auditor. "Sócio do trabalho" e "firma" devem ser lidos como 
se referindo a seus equivalentes no setor público, quando for relevante. 
Risco de detecção é o risco de que os procedimentos executados pelo auditor para reduzir o risco de 
auditoria a um nível aceitavelmente baixo não detectem uma distorção existente que possa ser relevante, 
individualmente ou em conjunto com outras distorções. 
Demonstrações contábeis é a representação estruturada de informações contábeis históricas, 
incluindo notas explicativas relacionadas, com a finalidade de informar os recursos econômicos ou 
obrigações da entidade em determinada data no tempo ou as mutações de tais recursos ou obrigações 
durante um período de tempo, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro. As notas 
explicativas relacionadas geralmente compreendem um resumo das políticas contábeis significativas e 
outras informações. O termo "demonstrações contábeis" geralmente se refere a um conjunto completo de 
demonstrações contábeis, como determinado pela estrutura de relatório financeiro aplicável, mas também 
pode se referir a uma única demonstração contábil, que seria um quadro isolado. 
Informação contábil histórica é a informação expressa em termos financeiros em relação a uma 
entidade específica, derivada principalmente do sistema contábil da entidade, a respeito de eventos 
econômicos ocorridos em períodos passados ou de condições ou circunstâncias econômicas em 
determinada data no passado. 
Administração é a pessoa com responsabilidade executiva pela condução das operações da entidade. 
Para algumas entidades, como no Brasil, a administração inclui alguns ou todos os responsáveis pela 
governança, por exemplo, membros executivos de um conselho de governança, ou sócio-diretor. 
Distorção é a diferença entre o valor, a classificação, a apresentação ou a divulgação de uma 
demonstração contábil relatada e o valor, a classificação, a apresentação ou a divulgação que é exigida 
para que o item esteja de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. As distorções podem 
originar-se de erro ou fraude. Quando o auditor expressa uma opinião sobre se as demonstrações 
contábeis foram apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, as distorções também 
incluem os ajustes de valor, classificação, apresentação ou divulgação que, no julgamento do auditor, são 
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. 13 
necessários para que as demonstrações contábeis estejam apresentadas adequadamente, em todos os 
aspectos relevantes. 
Premissa, relativa às responsabilidades da administração e, quando apropriado, dos responsáveis pela 
governança, com base na qual a auditoria é conduzida - Que a administração e, quando apropriado, os 
responsáveis pela governança, tenham conhecimento e entendido que eles têm as seguintes 
responsabilidades, fundamentais para a condução da auditoria em conformidade com as normas de 
auditoria. Isto é, a responsabilidade: 
(i) pela elaboração das demonstrações contábeis em conformidade com a estrutura de relatório 
financeiro aplicável, incluindo quando relevante sua apresentação adequada; 
(ii) pelo controle interno que os administradores e, quando apropriado, os responsáveis pela 
governança, determinam ser necessário para permitir a elaboração de demonstrações contábeis que 
estejam livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro; 
(iii) por fornecer ao auditor: 
a. acesso às informações que os administradores e, quando apropriado, os responsáveis pela 
governança, tenham conhecimento que sejam relevantes para a elaboração e apresentação das 
demonstrações contábeis como registros, documentação e outros assuntos; 
b. quaisquer informações adicionais que o auditor possa solicitar da administração e, quando 
apropriado, dos responsáveis pela governança para o propósito da auditoria; e 
c. acesso irrestrito àqueles dentro da entidade que o auditor determina ser necessário obter evidências 
de auditoria. 
No caso de uma estrutura de apresentação adequada, o item (i) acima pode ser redigido como "pela 
elaboração e apresentação adequada das demonstrações contábeis em conformidade com a estrutura 
de relatório financeiro", ou "pela elaboração de demonstrações contábeis que propiciem uma visão 
verdadeira e justa em conformidade com a estrutura de relatório financeiro". Isso se aplica a todas as 
referências à elaboração e apresentação das demonstrações contábeis nas normas de auditoria.Julgamento profissional é a aplicação do treinamento, conhecimento e experiência relevantes, dentro 
do contexto fornecido pelas normas de auditoria, contábeis e éticas, na tomada de decisões informadas 
a respeito dos cursos de ação apropriados nas circunstâncias do trabalho de auditoria. 
Ceticismo profissional é a postura que inclui uma mente questionadora e alerta para condições que 
possam indicar possível distorção devido a erro ou fraude e uma avaliação crítica das evidências de 
auditoria. 
Asseguração razoável é, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis, um nível alto, mas não 
absoluto, de segurança. 
Risco de distorção relevante é o risco de que as demonstrações contábeis contenham distorção 
relevante antes da auditoria. 
Consiste em dois componentes, descritos a seguir no nível das afirmações: 
(i) risco inerente é a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma transação, saldo contábil ou 
divulgação, a uma distorção que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras 
distorções, antes da consideração de quaisquer controles relacionados; 
(ii) risco de controle é o risco de que uma distorção que possa ocorrer em uma afirmação sobre uma 
classe de transação, saldo contábil ou divulgação e que possa ser relevante, individualmente ou em 
conjunto com outras distorções, não seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelo controle 
interno da entidade. 
Responsável pela governança é a pessoa ou organização com a responsabilidade de supervisionar 
de forma geral a direção estratégica da entidade e obrigações relacionadas com a responsabilidade da 
entidade. Isso inclui a supervisão geral do processo de relatório financeiro. Para algumas entidades, os 
responsáveis pela governança podem incluir empregados da administração, por exemplo, membros 
executivos de conselho de governança de uma entidade do setor privado ou público, ou sócio-diretor. 
 
Requisitos 
Requisitos éticos relacionados à auditoria de demonstrações contábeis 
14. O auditor deve cumprir as exigências éticas relevantes, inclusive as pertinentes à independência, 
no que se refere aos trabalhos de auditoria de demonstrações contábeis. 
Ceticismo profissional 
15. O auditor deve planejar e executar a auditoria com ceticismo profissional, reconhecendo que 
podem existir circunstâncias que causam distorção relevante nas demonstrações contábeis. 
 
 
 
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. 14 
Julgamento profissional 
16. O auditor deve exercer julgamento profissional ao planejar e executar a auditoria de demonstrações 
contábeis. 
Evidência de auditoria apropriada e suficiente e risco de auditoria 
17. Para obter segurança razoável, o auditor deve obter evidência de auditoria apropriada e suficiente 
para reduzir o risco de auditoria a um nível baixo aceitável e, com isso, possibilitar a ele obter conclusões 
razoáveis e nelas basear a sua opinião. 
 
Condução da auditoria em conformidade com NBC TAs 
Conformidade com NBC TAs relevantes para a auditoria 
18. O auditor deve observar todas as NBC TAs relevantes para a auditoria. Uma NBC TA é relevante 
para a auditoria quando ela está em vigor e as circunstâncias tratadas nela existem na situação específica 
(ver itens A53 a A57). 
19. O auditor deve entender o texto inteiro de cada NBC TA, inclusive sua aplicação e outros materiais 
explicativos para entender os seus objetivos e aplicar as suas exigências adequadamente (ver itens A8 a 
A66). 
20. O auditor não deve declarar conformidade com as normas de auditoria (brasileiras e internacionais) 
no seu relatório, a menos que ele tenha cumprido com as exigências desta Norma e de todas as demais 
NBC TAs relevantes para a auditoria. 
Objetivos declarados em NBC TAs individuais 
21. Para atingir os objetivos gerais do auditor, ele deve utilizar os procedimentos estabelecidos nas 
NBC TAs relevantes ao planejar e executar a auditoria, considerando as inter-relações entre as NBC TAs, 
para: 
(a) determinar se são necessários quaisquer procedimentos de auditoria, além dos exigidos pelas NBC 
TAs, na busca dos objetivos formulados nas NBC TAs; e 
(b) avaliar se foi obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente; 
Conformidade com exigências relevantes 
22. Observado o disposto no item 23, o auditor deve cumprir com cada exigência de uma NBC TA, a 
menos que, nas circunstâncias da auditoria: 
(a) a NBC TA inteira não seja relevante; ou 
(b) a exigência não seja relevante por ser condicional e a condição não existir. 
23. Em circunstâncias excepcionais, o auditor pode julgar necessário não considerar uma exigência 
relevante em uma NBC TA. Em tais circunstâncias, o auditor deve executar procedimentos de auditoria 
alternativos para cumprir o objetivo dessa exigência. Espera- se que a necessidade do auditor não 
considerar uma exigência relevante surja apenas quando a exigência for a execução de um procedimento 
específico e, nas circunstâncias específicas da auditoria, esse procedimento seria ineficaz no 
cumprimento do objetivo da exigência. 
 
Não cumprimento de um objetivo 
24. Se um objetivo em uma NBC TA relevante não pode ser cumprido, o auditor deve avaliar se isso o 
impede de cumprir os objetivos gerais de auditoria e se isso exige que ele, em conformidade com as NBC 
TAs, modifique sua opinião ou renuncie ao trabalho (quando a renúncia é possível de acordo com lei ou 
regulamento aplicável). A falha no cumprimento de um objetivo representa um assunto significativo, que 
exige documentação em conformidade com a NBC TA 230 - Documentação de Auditoria. 
 
Questões 
 
01. (TRE-PR - Analista Judiciário – Contabilidade – FCC/2017) A Auditoria Interna 
(A) não deve prestar assessoria à administração da entidade. 
(B) deve ser autônoma e independente. 
(C) deve buscar fundamentar as opiniões com testes substantivos, sempre que possível. 
(D) não deve abrir seu relatório à auditoria externa, de forma a não comprometer a imparcialidade da 
última, nem o dever de sigilo da primeira. 
(E) deve manter a objetividade, sendo-lhe impróprio formular críticas, sugestões e recomendações. 
 
02. (SEBRAE-RN - Assistente I – FUNCERN/2015) Dentre as opções a seguir, assinale qual 
representa a natureza da Auditoria que é determinada pela própria empresa e constituída dentro de seu 
quadro funcional por profissionais habilitados nas suas várias especialidades e dentro de suas áreas de 
competência. 
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. 15 
(A) Auditoria Articulada 
(B) Auditoria Externa 
(C) Auditoria Interna 
(D) Auditoria Pública 
 
03. (DETRAN-RJ - Analista - Contabilidade – EXATUS) As Auditorias podem ser classificadas em: 
(A) Auditoria Interna e Auditoria Externa 
(B) Auditoria Periódica e Auditoria Ininterrupta 
(C) Auditoria Governamental e Auditoria Empresaria 
(D) Auditoria de Pesquisa e Auditoria de Fato. 
 
04. (Prefeitura de São Paulo – SP - Auditor Fiscal do Município – FCC) NÃO é uma atividade da 
função da auditoria interna: 
(A) o monitoramento do controle interno. 
 (B) o exame das informações contábeis e operacionais. 
 (C) a aprovação do relatório de auditoria externa. 
 (D) a avaliação do processo de governança. 
 (E) a gestão de risco. 
 
05. (Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal – ESAF) A responsabilidade primária na 
prevenção e detecção de fraudes e erros é: 
(A) da administração. 
(B) da auditoria interna. 
(C) do conselho de administração. 
(D) da auditoria externa. 
(E) do comitê de auditoria. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: C 
A) NBC TI 01 12.1.1.3 – A Auditoria Interna compreende os exames, análises, avaliações, 
levantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, 
adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos processos,dos sistemas de informações e de 
controles internos integrados ao ambiente, e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à 
administração da entidade no cumprimento de seus objetivos 
B) As opiniões em auditoria devem ser independente (quando externa) ou autônoma (quando interna), 
emitindo-a de forma isenta. 
C) CERTO; 12.2.3.3 – Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, 
exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informação da entidade. 
12.2.3.2 – Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os controles 
internos estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento, inclusive quanto ao seu 
cumprimento pelos funcionários e administradores da entidade. 
D) Errado, a NBC TA 610 disciplina a utilização de trabalho de auditoria interna pelo auditor 
independente. 
E) NBC TI 01 12.1.1.4 – A atividade da Auditoria Interna está estruturada em procedimentos, com 
enfoque técnico, objetivo, sistemático e disciplinado, e tem por finalidade agregar valor ao resultado da 
organização, apresentando subsídios para o aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles 
internos, por meio da recomendação de soluções para as não-conformidades apontadas nos relatórios. 
 
02. Resposta: C 
A questão trata da diferença entre Auditoria INTERNA e EXTERNA. Auditoria Externa ou independente 
é aquela realizada por profissionais ou empresas que não possuem vinculo e/ou subordinação à empresa 
auditada. Já a Auditoria Interna, é aquela executada pela própria organização. O Auditor é empregado da 
empresa. 
Sabendo apenas disso e analisando o trecho: "...e constituída dentro de seu quadro funcional", 
chegamos facilmente ao gabarito. 
 
03. Resposta: A 
As auditorias podem ser classificadas em: 
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. 16 
Auditoria Externa é realizada por um profissional sem vínculos empregatícios com a empresa, 
Auditoria Interna é feito por um profissional da própria empresa com o propósito de monitorar e avaliar 
os controles internos. 
 
04. Resposta: C 
A Auditoria Externa quando concluir seus trabalhos oferece um parecer. Já a Auditoria Interna quando 
finaliza seus exames oferece um relatório. O erro do item é dizer que a Auditoria Interna aprova o relatório 
da Auditoria Externa que por sua vez apresenta suas conclusões na forma de pareceres. 
 
05. Resposta: 
A responsabilidade primária na prevenção e detecção de fraudes e erros cabe à administração da 
entidade. A auditoria interna ou externa "não tem nada a ver" com isso. 
 
 
 
Tipos de Auditoria Governamental 
 
a) Auditoria de Gestão5 
 
A Auditoria de Gestão tem por finalidade emitir opinião com vistas a certificar a regularidade das contas, 
verificar a execução de contratos, convênios, acordos ou ajustes, a probidade na aplicação dos dinheiros 
públicos e na guarda ou administração de valores e outros bens da União ou a ela confiados, 
compreendendo, entre outros, os seguintes aspectos: 
-exame das peças que instruem os processos de tornada ou prestação de contas; 
-exame da documentação comprobatória dos atos e fatos administrativos; 
-verificação da existência física de bens e outros valores; 
-verificação da eficiência dos sistemas de controles administrativo e contábi1; 
-verificação do cumprimento da legislação pertinente. 
 
b) Auditoria de Programas 
 
A Auditoria de Programas objetiva acompanhar, examinar e avaliar a execução de programas e 
projetos governamentais específicos, bem como a aplicação de recursos descentralizados 
compreendendo, entre outros, os seguintes aspectos: 
-análise da realização físico-financeira em face dos objetivos e metas estabelecidos; 
-análise dos demonstrativos e dos relatórios de acompanhamento produzidos com vistas à avaliação 
dos resultados alcançados e à eficiência gerencial; 
-verificação da documentação instrutiva e comprobatória, quanto à propriedade dos gastos realizados; 
e 
-análise da adequação dos instrumentos de gestão - contratos, convênios, acordos, ajustes e outros 
congêneres - para consecução dos planos, programas, projetos e atividades desenvolvidas pelo gestor, 
inclusive quanto à legalidade e diretrizes estabelecidas. 
 
c) Auditoria Operacional 
 
Auditoria Operacional consiste em avaliar as ações gerenciais e os procedimentos relacionados ao 
processo operacional, ou parte dele, dos Órgãos ou Entidades da Administração Pública, programas de 
governo, atividades, ou segmentos destes, com a finalidade de emitir opinião sobre a gestão. Atua nas 
áreas inter-relacionadas do órgão/entidade, avaliando a eficácia de seus resultados em relação aos 
recursos materiais, humanos e tecnológicos disponíveis, bem como a economicidade, eficiência, 
efetividade e qualidade dos controles internos existentes para gestão dos recursos públicos. 
Sua filosofia de abordagem dos fatos é de apoio, procurando auxiliar a administração na gerência e 
nos resultados, por meio de recomendações que visem aprimorar procedimentos, melhorar os controles 
e aumentar a responsabilidade gerencial. 
 
 
5 Controle Interno e Auditoria Governamental. CONTROLADORIA-GERAL DO ESTADO – CGE. Curso Básico de Controle Interno e Auditoria Governamental. 
Disponível em: http://www.cge.mg.gov.br/images/documentos/apostila-controle-interno-e-auditoria-governamental.pdf. 
Tipos e procedimentos de auditoria. 
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. 17 
Seus principais objetivos são: 
-comprovar a conformidade às diretrizes, políticas, estratégias e ao universo normativo; 
-avaliar os controles internos; 
-identificar procedimentos desnecessários ou em duplicidade e recomendar sua correção; 
-identificar as áreas críticas e riscos potenciais, proporcionando as bases para sua eliminação ou 
redução; 
-melhorar o desempenho e aumentar o êxito das organizações por meio de recomendações oportunas 
e factíveis; 
-avaliar as medidas adota das para a preservação dos ativos e do patrimônio para evitar o desperdício 
de recursos; 
-aferir a confiabilidade, segurança, fidedignidade e consistência dos sistemas administrativos, 
gerenciais e de informação; 
-avaliar o alcance dos objetivos e metas identificando as causas dos desvios, quando houver; 
-identificar áreas que concorrem para aumento e/ou diminuição de custos e/ou receitas; 
-recomendar e assessorar a implantação de mudanças. 
 
d) Auditoria Contábil 
 
A Auditoria Contábil é a técnica utilizada no exame dos registros e documentos e na coleta de 
informações e confirmações, mediante procedimentos específicos, pertinentes ao controle do patrimônio 
de um órgão ou entidade. A auditoria contábil objetiva obter elementos comprobatórios suficientes que 
permitam opinar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais de 
contabilidade e se as demonstrações deles originárias refletem, adequadamente, a situação econômico-
financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas 
demonstradas. 
 
e) Auditoria de Sistemas 
 
A Auditoria de Sistemas objetiva assegurar a adequação, privacidade dos dados e informações 
oriundas dos sistemas eletrônicos de processamento de dados, observando as diretrizes estabelecidas e 
a legislação específica. 
 
f) Auditoria Especial 
 
A Auditoria Especial objetiva o exame de fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza 
incomum ou extraordinária, sendo realizadas para atender a determinação do Presidente da República, 
Ministros de Estado ou por solicitação de outras autoridades. 
 
g) Auditoria da Qualidade 
 
A Auditoria da Qualidade tem como objetivo permitir a formação de uma opinião mais concreta sobreo desempenho gerencial dos administradores públicos, servindo como estímulo a adoção de uma cultura 
gerencial voltada para o atingimento de resultados dentro dos princípios da qualidade, identificando os 
pontos fortes e fracos da organização. 
Utiliza-se de alguns critérios sob a ótica dos quais busca avaliar a organização, quais sejam: liderança, 
planejamento estratégico, foco no cliente e no cidadão, informações e análise, gestão e desenvolvimento 
de pessoas, gestão de processo e resultados institucionais. 
 
h) Auditoria Integral 
 
A auditoria integral envolve o exame dos controles, processos e sistemas utilizados para gerenciar os 
recursos da organização, quais sejam: dinheiros, pessoas, ativos físicos e informações, fundamentando-
se em dois princípios de gestão pública. 
Primeiro: a gestão deve ser conduzida de forma que as decisões resultem no melhor uso dos recursos 
públicos, e, consequentemente, em serviços públicos econômicos, eficientes e efetivos. 
Segundo: as pessoas que conduzem a gestão devem ser responsabilizadas pelo gerenciamento 
prudente e efetivo dos recursos delegados. 
 
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. 18 
Técnicas e procedimentos de Auditoria 6 
 
As técnicas de auditoria são os meios utilizados na aplicação dos procedimentos com a finalidade de 
se obter informações e suas análises, bem como as evidências comprobatórias dos achados de auditoria. 
 
Abaixo, seguem as técnicas mais utilizadas na atividade de auditoria. 
 
Inspeção física 
 
Consiste na verificação in loco da existência física de objeto ou item, bem como de sua qualidade. 
 
Essa técnica não serve apenas para confirmar se algo existe ou está onde deveria estar. Serve também 
para a verificação de atributos de objetos, como, por exemplo, o estado de conservação de um bem, o 
prazo de validade de produtos e os tipos de materiais utilizados em uma obra. 
 
A comprovação é essencialmente visual, sendo recomendável sua documentação por intermédio de 
fotografias. Se o exame requerer uma análise mais aprofundada do objeto analisado, outras técnicas 
deverão ser utilizadas, tais como perícias ou exames laboratoriais. Exemplo: contagem de estoques, 
constatação da existência de determinada obra, medição de obra. 
 
Observação direta 
 
A observação direta é uma técnica de coleta de dados ou informações que se utiliza dos sentidos na 
obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em 
examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar. 
Nas auditorias, observação direta é um método de coleta de informação contextualizada sobre a forma 
de funcionamento de determinado processo, serviço ou atividade. A técnica possibilita sua aplicação de 
forma sistemática e estruturada, valendo-se de roteiros para registro das observações. 
Enquanto a inspeção física é aplicada para situações estáticas (equipamentos, instalações e 
infraestrutura em geral), a observação direta é utilizada para situações dinâmicas (prestação de serviços, 
execução de processos, execução de procedimentos de controle interno). 
 
Exame documental 
 
Essa técnica refere-se ao exame de documentos relacionados aos objetos da auditoria em busca de 
dados ou informações que poderão servir de subsídio ao planejamento da auditoria ou como evidências 
dos achados. Exemplos de documentos que podem ser analisados: processos de licitação, termos 
contratuais, termos de convênios, prestações de contas, documentos avulsos (notas fiscais, cheques), 
relatórios etc. 
 
Circularização ou Confirmação Externa 
 
A circularização (também chamada de confirmação externa) trata da solicitação de confirmação, por 
parte de fontes externas ao fiscalizado, de informações obtidas junto ao fiscalizado. A resposta, que deve 
ser formalizada, pode vir no formato de uma declaração escrita ou de uma ou mais cópias de documentos. 
 
A técnica é utilizada, geralmente, para confirmar: 
 
- a existência de bens em poder de terceiros; 
- direitos a receber; 
- obrigações assumidas pelo fiscalizado junto a terceiros; 
- pagamento a fornecedores; 
- a ocorrência de serviços fornecidos ao fiscalizado; 
- se os alegados licitantes participaram efetivamente do processo; 
- a veracidade de notas fiscais junto ao Fisco. 
 
 
 
6 MANUAL DA AUDITORIA GOVERNAMENTAL. Secretaria do Controle Externo – Tribunal de Contas, 2013. 
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. 19 
Entrevista 
Técnica que consiste na coleta de informações por meio de uma conversação, individual ou em grupo, 
com pessoas que tenham relação com o objeto auditado. Em resumo, uma entrevista é uma sessão de 
perguntas e respostas para obter uma informação específica. 
É importante destacar que a técnica deve ser sempre utilizada como suporte ou em conjunto com 
outras técnicas, uma vez que as respostas obtidas não constituem evidências sólidas para, isoladamente, 
fundamentar os achados, ou seja, a boa prática da auditoria utiliza-se efetivamente da entrevista para 
conhecer melhor determinado objeto e não para evidenciar determinado achado de auditoria. 
 
Indagação escrita ou questionário 
 
Essa técnica consiste na formulação e apresentação de questões, geralmente por meio de um ofício 
ou questionário eletrônico, com a finalidade de obter a manifestação do respondente por escrito. 
As questões devem ser elaboradas com cuidado, evitando-se redações que possam dar margem a 
entendimentos diversos, ambiguidades, respostas evasivas ou respostas dicotômicas. 
 
Conferência de cálculos 
 
A conferência de cálculos refere-se à revisão das memórias de cálculos relacionados ao objeto da 
auditoria, com o fim de verificar a correção das operações matemáticas e dos elementos utilizados nas 
operações. É uma técnica básica, mas indispensável nas auditorias. Relaciona-se com a postura de 
ceticismo profissional do auditor. 
A extensão da aplicação da técnica se dá de acordo com o julgamento profissional da equipe, utilizando 
como critério básico a relevância da operação para o objetivo da auditoria. 
É importante destacar que informações de cálculo produzidas a partir de sistemas informatizados 
devem ser objeto da técnica, uma vez que não estão livres de erros ou omissões. 
 
Conciliação 
 
A conciliação refere-se à comparação do registro da movimentação de contas bancárias ou contábeis 
entre si, ou com elementos, fatos ou ocorrências relacionados à movimentação, ou seja, a técnica tem 
por finalidade verificar a compatibilidade entre o saldo das contas sintéticas com aqueles das contas 
analíticas, ou ainda o confronto dos registros mantidos pelo fiscalizado com elementos recebidos de 
fontes externas (observa-se aí que a conciliação e a circularização podem se complementar). 
 
Análise de Contas 
 
Essa técnica trata da análise das transações que geraram lançamentos em determinada conta contábil. 
O auditor, após selecionar os lançamentos contábeis que serão auditados, passa a identificar e a 
investigar a existência, legalidade e pertinência dos fatos correspondentes aos respectivos lançamentos 
contábeis. A técnica utiliza-se da contabilidade para detecção de achados. 
 
Revisão Analítica 
 
A técnica consiste na utilização de inferências lógicas ou na estruturação de raciocínio que permita 
chegar a determinada conclusão sobre o objeto auditado. Tem por finalidade, ainda, verificar o 
comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros 
meios, com vistas à identificação de situações ou tendências atípicas. 
 
Extração eletrônica de dados 
 
É uma técnica tipicamente de coleta de dados e informações que consiste na solicitação ao fiscalizado 
de dados sistematizados e informações de sistemas,

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