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MIT OpenCourseWare Multivariable Calculus, Fall 2007 Prof. Denis Auroux Notas de Aula∗ Aula 25 Integrais triplas Estamos agora interessados em calcular integrais da forma ∫∫∫ R fdV , onde dV e´ o elemento de volume do so´lido R. Exemplo 1 Determinar os limites de integrac¸a˜o∫∫∫ R 1dV = ∫ ? ? ∫ ? ? ∫ 4−x2−y2 x2+y2 dzdydx da reiga˜o R entre os parabolo´ides z = x2 + y2 e z = 4 − x2 − y2, conforme ilustra a figura ao lado. Soluc¸a˜o. Para determinar os limites procedemos como segue. (1) Para (x, y) fixado, encontre os limites para z: nesse caso, pela figura, e´ claro que o limite inferior e´ z = x2 + y2 e o limite superior e´ z = 4−x2− y2. (2) Encontre a sombra (projec¸a˜o) de R no plano Oxy, isto e´, o conjunto dos pontos (x, y) sobre qual a regia˜o se encontra (figura ao lado): da figura, e´ claro que R e´ mais largo na intersecc¸a˜o entre os parabolo´ides, que se encontra no plano z = 2. Outra forma e´ a seguinte: para quais pares (x, y) temos que o z da superf´ıcie superior e´ maior do que o z da superf´ıcie inferior? E´ quando 4 − x2 − y2 > x2 − y2, isto e´, quando x2 + y2 < 2. Enta˜o devemos integrar sobre o disco de raio √ 2 no plano Oxy. Pelo me´todo usual de construc¸a˜o de integrais duplas, finalmente obtemos: V = ∫ √2 −√2 ∫ √2−x2 √ 2−x2 ∫ 4−x2−y2 x2+y2 dzdydx. � O ca´lculo fica mais fa´cil se usarmos coordenadas polares x = r cos θ e y = r sen θ, onde x2 + y2 = r2. Nesse caso, obtemos que V = ∫ 2pi 0 ∫ √2 0 ∫ 4−r2 r2 dz r drdθ. Coordenadas cil´ındricas Sa˜o as coordenadas (r, θ, z), relacionadas com as coordenadas cartesianas (x, y, z) de forma que x = r cos θ, y = r sen θ e z = z. Como no caso de coordenadas polares, r mede a distaˆncia ao eixo Oz e θ mede o aˆngulo a partir do plano Oxz. ∗Traduc¸a˜o livre, por Andre´ von Borries Lopes, de parte do texto Lecture Notes - Week 10 Summary 2 Em coordenadas cilindricas, a equac¸a˜o de um cil´ındro de raio a centrado no eixo Oz e´ dada por r = a; ja´ a equac¸a˜o θ = 0 representa o semi-plano vertical Oxz com x > 0. O elemento de volume em coordenadas retangulares e´ dV = dxdydz; em coordenadas cil´ındricas esse elemento e´ dV = rdrdθdz. A justificativa em ambas as igualdades e´ considerar uma pequena caixa de altura ∆z e base de a´rea ∆A, enta˜o o volume e´ V = ∆A∆z. Aplicac¸o˜es Listamos a seguir algumas aplicac¸o˜es das integrais triplas. • Massa: M = ∫∫∫ R δ dV ; • Valor me´dio de f sobre R: f¯ = 1 vol ∫∫∫ R f dV ; • Me´dia ponderada: f¯ = 1 massa ∫∫ R f δ dV . • Centro de massa: (x¯, y¯, z¯) onde x¯ = 1 massa ∫∫∫ R x δ dV , e analogamente para as outras coordenadas. Em alguns casos e´ poss´ıvel evitar ca´lculos utilizando argumentos de simetria. Por exemplo, no primeiro exemplo acima, e´ claro por simetria que x¯ = y¯ = 0. • Momento de ine´rcia em torno de um eixo: I = ∫∫∫ R (distaˆncia do eixo)2 δ dV . Por exemplo, em torno do eixo Oz: Iz = ∫∫∫ R r2 δ dV = ∫∫∫ R (x2 + y2) δ dV , o que e´ consistente com a definic¸a˜o de I0 no caso 2D. Analogamente, em torno dos eixos Ox e Oy, temos Ix = ∫∫∫ R (y2 + z2) δ dV e Iy = ∫∫∫ R (x2 + z2) δ dV , respectivamente. Fazendo z = 0, essas definic¸o˜es sa˜o consistentes com as definic¸o˜es pre´vias de Ix e Iy para regio˜es planas. Exemplo 2 O momento de ine´rcia Iz de um cone so´lido entre z = ar e z = b com densidade constante δ = 1, como ilustrado na figura ao lado, e´ dado por Iz = ∫∫∫ R r2 dV = ∫ b 0 ∫ 2pi 0 ∫ z/a 0 r2 r drdθdz = pib5 10a4 . Na ordem drdθdz, os limites de integrac¸a˜o foram encontrados da seguinte maneira: o corte para um dado z fixo e´ o disco de raio r = z/a; o primeiro corte e´ z = 0 e o u´ltimo e´ z = b. Exemplo 3 Calcule o volume da regia˜o ilustrada abaixo, onde z > 1− y e x2 + y2 + z2 < 1. Soluc¸a˜o. A superf´ıcie inferior e´ o plano z = 1 − y, e a superf´ıcie superior e´ a esfera z = √ 1− x2 − y2. Enta˜o a integral interna e´ ∫ √1−x2−y2 1−y dz. 3 A projec¸a˜o no plano Oxy corresponde aos pontos onde 1 − y < √1− x2 − y2. Elevando ao quadrado obtemos que (1 − y)2 < 1 − x2 − y2, isto e´, x2 < 2y − 2y2. Resolvendo para x obtemos que −√2y − 2y2 < x <√2y − 2y2. Resta os limites para y. Para isso, basta observar que x2 < 2y − y2 possui soluc¸a˜o se, e somente se, 2y − y2 > 0, isto e´, 0 < y < 1. Outra forma e´ observar a figura, onde clara- mente o ponto mais a esquerda esta´ no eixo Oz (y = 0) e o mais a direita esta´ em y = 1. Enta˜o, finalmente, obtemos que V = ∫ 1 0 ∫ √2y−2y2 − √ 2y−2y2 ∫ √1−x2−y2 1−y dzdxdy. �
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