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Manual de Cálculo Integral em R(n) Curso de licenciatura em Ensino Matemática Universidade Pedagógica Departamento de Matemática Direitos de autor (copyright) Este módulo não pode ser reproduzido para fins comerciais. Caso haja necessidade de reprodução, deverá ser mantida a referência à Universidade Pedagógica e aos seus Autores. Universidade Pedagógica Rua Comandante Augusto Cardoso, nº 135 Telefone: 21-320860/2 Telefone: 21 – 306720 Fax: +258 21-322113 Agradecimentos À COMMONWEALTH of LEARNING (COL) pela disponibilização do Template usado na produção dos Módulos. Ao Magnífico Reitor, Directores de Faculdade e Chefes de Departamento pelo apoio prestado em todo o processo. Curso de licenciatura em Ensino Matemática i Ficha Técnica Autor: Vasco Agostinho Cuambe Revisor científico: Alberto Uamusse Revisor da engenharia de Educação à Distância: Suzete Buque Revisor do Desenho Instrucional: Suzete Buque Revisor Linguístico: Salomão Massingue Maquetizador e Editor: Aurélio Armando Pires Ribeiro Ilustrador: Vasco Agostinha Cuambe Moçambique, Maputo 2014 ii Índice Índice Visão geral 1 Bem-vindo ao módulo de Cálculo integral em R(n) ......................................................... 1 Objectivos do curso .......................................................................................................... 1 Quem deveria estudar este módulo? ................................................................................. 2 Como está estruturado este módulo? ................................................................................ 2 Ícones de actividade .......................................................................................................... 2 Acerca dos ícones .......................................................................................... 3 Habilidades de estudo ....................................................................................................... 3 Precisa de apoio? .............................................................................................................. 4 Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................. 4 Avaliação .......................................................................................................................... 4 Unidade I 5 Teoria de Medidas em Integrais duplos ............................................................................ 5 Lição no 1 6 Medidas de um Conjunto .................................................................................................. 6 Medidas de um Conjunto de R(n).......................................................... 6 Sumário ........................................................................................................................... 11 Exercícios ........................................................................................................................ 11 Lição no 2 12 Integração em intervalos fechados de R(n) ..................................................................... 12 Integração em Intervalos Fechados de R(n) ................................................. 12 Somas de Darboux ....................................................................................... 15 Condições de Integrabilidade de Integrais Múltiplos. ......................... 15 Sumário ........................................................................................................................... 18 Exercícios ........................................................................................................................ 18 Lição no 3 19 O Integral duplo. ............................................................................................................. 19 Integral Dupla .............................................................................................. 19 Interpretação Geométrica do Integral Duplo ....................................... 21 Cálculo dos Integrais Duplo......................................................................... 22 Integração sucessiva ............................................................................ 22 Curso de licenciatura em Ensino Matemática iii Chave de correcção ......................................................................................................... 24 Sumário ........................................................................................................................... 24 Exercícios ........................................................................................................................ 25 Chave de correcção ......................................................................................................... 25 Lição no 4 26 Integração em Regiões Generalizadas ............................................................................ 26 Chave de correcção ......................................................................................................... 30 Chave de correcção ......................................................................................................... 33 Sumário ........................................................................................................................... 33 Exercícios ........................................................................................................................ 34 Chave de correcção ......................................................................................................... 35 Lição no 5 36 Integrais duplos em Coordenadas Polares ...................................................................... 36 Mudança de Variáveis em Integrais duplos ................................................. 36 Coordenadas Polares .................................................................................... 38 Integrais Duplas em Coordenadas Polares ................................................... 39 Chave de correcção ......................................................................................................... 43 Sumário ........................................................................................................................... 43 Exercícios. ....................................................................................................................... 44 Chave de correcção ......................................................................................................... 45 Lição no 6 46 Aplicações de integrais duplos no cálculo de áreas de figuras planas. ........................... 46 Cálculo de Áreas em Figuras planas ............................................................ 46 Sumário ........................................................................................................................... 49 Exercícios. ....................................................................................................................... 49 Chave de correcção ......................................................................................................... 50 Lição no 7 51 Aplicações de integrais duplos na física. ........................................................................ 51 Aplicações Físicas ............................................................................... 51 Chave de correcção ......................................................................................................... 55 Sumário ........................................................................................................................... 55 Exercícios ........................................................................................................................56 Chave de correcção ......................................................................................................... 56 Unidade II 57 Integrais Triplos .............................................................................................................. 57 Lição no 8 58 Integrais Triplos .............................................................................................................. 58 Definição do integral triplo .......................................................................... 58 Propriedades ........................................................................................ 59 iv Índice Cálculo de Integrais Triplos ......................................................................... 59 Chave de correcção ......................................................................................................... 64 Sumário ........................................................................................................................... 64 Exercícios. ....................................................................................................................... 64 Chave de correcção ......................................................................................................... 65 Lição no9 66 Cálculo de integrais triplos em coordenadas cilíndricas e esféricas ............................... 66 Mudança de Variáveis em integrais triplos. ........................................ 66 Integrais triplos em coordenadas cilíndricas. ...................................... 67 Mudança para coordenadas esféricas .................................................. 70 Chave de correcção ......................................................................................................... 73 Sumário ........................................................................................................................... 73 Exercícios. ....................................................................................................................... 73 Chave de correcção ......................................................................................................... 74 Lição no 10 75 Aplicações dos integrais triplos ...................................................................................... 75 Cálculo de Volume de sólidos. ............................................................ 75 Aplicações Físicas do integral triplo ................................................... 78 Momento de Inércia em Relação a um eixo ........................................ 81 Chave de correcção ......................................................................................................... 82 Sumário ........................................................................................................................... 83 Exercícios. ....................................................................................................................... 83 Chave de correcção ......................................................................................................... 84 Unidade III 85 Integrais Curvilíneos ....................................................................................................... 85 Lição no 11 86 Integrais Curvilíneos no Plano ........................................................................................ 86 Integrais curvilíneos no espaço .................................................................... 93 Sumário ........................................................................................................................... 96 Exercícios. ....................................................................................................................... 96 Calcule os seguintes integrais curvilíneos ........................................... 96 Curso de licenciatura em Ensino Matemática v Chave de correcção ......................................................................................................... 97 Lição no 12 98 Integrais curvilíneos de campos vectoriais ..................................................................... 98 Chave de correcção ....................................................................................................... 103 Sumário ......................................................................................................................... 103 Exercícios. ..................................................................................................................... 104 Chave de correcção ....................................................................................................... 104 Lição no 13 105 Independência de Caminho em integrais curvilíneos. .................................................. 105 Teorema Fundamental para os Integrais Curvilíneos ........................ 105 Independência de Caminho nos integrais curvilíneos do espaço ...... 113 Chave de correcção ....................................................................................................... 114 Sumário ......................................................................................................................... 114 Exercícios. ..................................................................................................................... 114 Chave de correcção ....................................................................................................... 115 Lição no 14 116 Teorema de Green ......................................................................................................... 116 Introdução ............................................................................................................ 116 Teorema de Green ...................................................................................... 117 Chave de correcção ....................................................................................................... 123 Sumário ......................................................................................................................... 123 Exercícios ...................................................................................................................... 123 Chave de correcção ....................................................................................................... 124 Unidade IV 125 Integrais de Superfícies ................................................................................................. 125 Lição no 15 126 Integrais de Superfícies ................................................................................................. 126 Superfícies Orientáveis .............................................................................. 126 Cálculo do vector normal .................................................................. 127 Integrais de Superfície ............................................................................... 129 Chave de correcção ....................................................................................................... 134 Integrais de Superfície em Campos Vectoriais.................................. 134 Sumário ......................................................................................................................... 137 Exercícios. ..................................................................................................................... 138 Chave de correcção ....................................................................................................... 139 Lição no 16 140 Teorema de divergência ou Fórmula de Ostrogradsky- Gauss ..................................... 140 Teorema de divergência. Fórmula de Ostrogradsky-Gauss. .............. 140 vi Índice Sumário .........................................................................................................................144 Exercícios. ..................................................................................................................... 144 Chave de correcção ....................................................................................................... 145 Lição no 17 146 Teorema de Stokes ........................................................................................................ 146 Teorema de Stokes ............................................................................. 146 Sumário ......................................................................................................................... 150 Exercícios. ..................................................................................................................... 150 Chave de correcção ....................................................................................................... 151 Referências Bibliográficas 152 Curso de licenciatura em Ensino Matemática 1 Visão geral Bem-vindo ao módulo de Cálculo integral em R(n) No presente módulo de Cálculo Integral em R(n) faz-se uma abordagem em torno de conteúdos de matemática, tendo como objectivo principal formar estudantes do Curso de Licenciatura em Ensino de Matemática. O módulo está dividido em 4 unidades principais. Na primeira unidade estuda-se a Teoria de Medidas em Integrais Duplos. Na segunda unidade estuda-se os Integrais Triplos, na terceira unidade estuda-se os Integrais Curvilíneos e na última unidade estuda-se os Integrais de Superfícies. Objectivos do módulo Quando terminar o estudo do módulo de cálculo integral em R(n) você será capaz de: Objectivos Definir medidas de um intervalo em R(n); Definir integrais Múltiplos; Calcular os integrais duplos e triplos; Aplicar os integrais duplos e triplos na resolução de problemas; Definir os integrais curvilíneos no plano e no espaço; Resolver os problemas de contorno; Aplicar os integrais curvilíneos na resolução de problemas em física; Definir os integrais de superfície; Aplicar o teorema de divergência na resolução de problema; Aplicar o teorema de Stokes na resolução de problemas. 2 Visão geral Quem deveria estudar este módulo? Este Módulo foi concebido para todos aqueles que concluíram a 12ª classe ou equivalente e bem como profissionais que se queiram especializar em áreas afins e que se tenham matriculado neste curso. Como está estruturado este módulo? Todos os módulos dos cursos produzidos encontram-se estruturados da seguinte maneira: Páginas introdutórias Um índice completo. Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo. Conteúdo do curso / módulo O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo actividades de aprendizagem, um sumário da unidade e uma ou mais actividades para auto-avaliação. Outros recursos Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir livros, artigos ou sites na internet. Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Curso de licenciatura em Ensino Matemática 3 Acerca dos ícones Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, cada um com uma descrição do seu significado e da forma como nós interpretámos esse significado para representar as várias actividades ao longo deste módulo. Comprometimento/ perseverança Actividade Resistência, perseverança Auto-avaliação “Qualidade do trabalho” (excelência/ autenticidade) Avaliação / Teste “Aprender através da experiência” Exemplo / Estudo de caso Paz/harmonia Debate Unidade/relações humanas Actividade de grupo Vigilância / preocupação Tome Nota! “Eu mudo ou transformo a minha vida” Objectivos “[Ajuda-me] deixa- me ajudar-te” Leitura Quanto tempo? “Nó da sabedoria” Terminologia Apoio / encorajamento Dica Habilidades de estudo Este modulo é para si, ele foi concebido para que possa apoiar o seu estudo sem contudo deixar consultar as outras obras referenciadas neste modulo. As lições foram concebidas de modo a tornar a aprendizagem simples e significativa no entanto, há necessidade de planear convenientemente o seu tempo, tomar notas e discutir com os seus colegas. Uma das ferramentas fundamentais deste tipo de ensino e aprendizagem é o uso da plataforma eletrónica de ensino e aprendizagem. Pelo que alguns problemas irão ser discutidos com o tutor de especialidade usando este instrumento. 4 Visão geral Precisa de apoio? Conscientes de que no processo de aprendizagem, há sempre alguns problemas que possam encontrar, o contacto com o tutor de especialidade em algum momento é imprescindível. Assim, atendendo que o ensino é à distância, vai se privilegiar a sala virtual, nestas condições o domínio das ferramentas que lhe permitam participar na sala vitual é fundamental. Também poderão ser usados outros meios como correio electrónico ou telefone, mas, a plataforma será o meio mais recomendado. Tarefas (Actividades e auto- avaliação) O módulo apresenta para além dos exercícios, actividades e tarefas e auto- avaliação. Estas tarefas servem para lhe dar um indicador do seu desempenho. Os comentários e respostas comentadas aos exercícios e actividades só devem ser consultadas depois de ter resolvido o exercício e actividade. Avaliação Caros estudantes, ao longo do semestre serão submetidos a dois testes presenciais e um exame final a serem realizados nos centros de recursos ou outros locais a ser indicados. Para além dos testes, as tarefas de auto avaliação a serem enviados via plataforma, também serão objectos de avaliação preenchendo a coluna destinada a outras avaliações. Curso de licenciatura em Ensino Matemática 5 Unidade I Teoria de Medidas em Integrais duplos Introdução Nesta unidade, você vai aprender os integrais múltiplos com destaque para os integrais duplos e triplos. Também serão apresentados os problemas de aplicação bem como o cálculo de áreas e volumes. Esta unidade está dividida em 6 lições. Ao completar esta unidade, você será capaz de: Objectivos Definir medidas de um intervalo em R(n); Definir integrais Múltiplos; Calcular os integrais duplos e triplos; Aplicar os integrais duplos e triplos no cálculo de áreas e volume; Aplicar os integrais duplos e triplos na resolução de problemas. 6 Lição no 1 Lição no 1 Medidas de um Conjunto Introdução Esta é a lição nº 1, nela você vai aprender os conceitos de medidas de um conjunto em R(n), integração em intervalos fechados de R(n) . É uma lição que pode ser estudada em duas horas, incluindo a resolução de exercícios. Ao completar esta lição, você será capaz de: Objectivos Definir medida de um conjunto em R(n); Definir soma superior e inferior. Caro estudante, vamos iniciar o estudo do cálculo integral em R(n) e apresentamos em seguida o conceito de medidas de um conjunto. Comece a acompanhar! Medidas de um Conjunto de R(n) Chama-se intervalo n- dimensional fechado (respectivamente aberto) de extremidades em 1 2, , , na a a a e 1 2, , , nb b b b ao produto cartesiano dos n intervalos fechados ,i ia b (respectivamente abertos ,i ia b ), com 1, 2,...,i n .De uma forma geral, um intervalo n- dimensional I é um conjunto da forma 1 2, , , : , 1, 2,3,...,n i i iI x x x a x b i n . A medida de conjunto representa-se por mI e define-se como o produto 1 1 2 2 n nmI b a b a b a . Curso de licenciatura em Ensino Matemática 7 Se 2n , o intervalo I é um rectângulo de 2 e mI é área desse rectângulo; se 3n , o intervalo I é um paralelepípedo de 3 e então mI é o seu volume. Naturalmente é sempre 0mI . Se o intervalo I for a união de um número finito de intervalos sem pontos comuns( embora possam ter pontos fronteiros comuns), isto é, 1 2 3 pI I I I I , então atribui-se a I a medida 1 1 1 pmI mI mI mI mI . Se 1 2 3 pI I I I e 1 2 3 .... rk k k k forem duas decomposições diferentes do mesmo intervalo I em sub- intervalos sem pontos interiores comuns, é 1 1 1 1 2 3 ....p rmI mI mI mI mk mk mk mk Definida a medida de um intervalo, vamos considerar o caso dos subconjuntos n que não são intervalos. Para maior simplicidade na análise vamos nos limitar aos casos dos conjuntos bidimensionais. Acompanhe! Seja S um subconjunto limitado de 2 , consideremos um intervalo I que contém o conjunto S. , : ,I x y a x b c y b . Escolhido natural n , dividimos ,a b e ,c d em partes de amplitude 1 2n . Traçando pelos pontos da divisão obtida, rectas paralelas aos eixos coordenados, obtêm-se uma decomposição do intervalo I em subintervalos que designaremos por nP . Quando em vez de n se tomar 1n cada subintervalo de nP decompõe-se em quatro subintervalos iguais e portanto obtém-se uma decomposição 1nP mais fina do que o anterior. Designemos por , nJ S P a reunião dos subintervalos de nP que apenas contém pontos interiores de S e por , nJ S P a reunião dos subintervalos de nP que contém tanto pontos de S x y 8 Lição no 1 como da sua fronteira. No caso da figura ao lado , nJ S P é representada pela região ponteada e , nJ S P por essa e pela tracejada. Como , nJ S P e , nJ S P são reuniões de intervalos é possível, como acima se indicou, determinar as respectivas medidas ou áreas a que designemos por , nJ S P e , nJ S P . E como é evidente , ,n nJ S P S J S P , ,n nJ S P J S P . Como podemos verificar, aumentando n , isto é, considerando decomposições sucessivamente mais finas do intervalo I, tem- se 1 1, , , ,n n n nJ S P J S P S J S P J S P De onde resulta 1 1, , , ,n n n nJ S P J S P J S P J S P . Desta forma, caro estudante, quaisquer que sejam as decomposições P e Q do intervalo I que se considerem, é sempre , ,J S P J S Q , o que significa que a área da parte de uma decomposição de I que apenas contém pontos interiores de S nunca excede a área da parte de qualquer decomposição que contém tantos pontos de S como da sua fronteira. Assim, ao crescer n indefinidamente, os números , nJ S P formam uma sucessão monótona crescente limitada superiormente e, portanto, existe lim , ,n n J S P J S Q . A este limite chama-se medida interior do conjunto S e designa- se lim ,i n n m S J S P . Veja que, da mesma forma, ao crescer n indefinidamente os números , nJ S P formam uma sucessão monótona decrescente limitada inferiormente e, portanto Curso de licenciatura em Ensino Matemática 9 existe o limite lim , n n J S P , ao qual se chama medida exterior de S e designa/se por lim ,e n n m S J S P . Assim, qualquer conjunto limitado S de 2 tem a medida interior e medida exterior, as quais satisfazem a desigualdade i em S m S . Caso a medida interior seja igual a medida exterior então o conjunto S diz se um conjunto mensurável a Jordan de 2 (ou conjunto quadrável) e o número i emS m S m S denomina-se área ou medida bidimensional de S. As conclusões anteriores estendem-se sem dificuldade ao espaço nR de dimensões superiores a 2. Assim, se S for um subconjunto limitado de Rn e nP designar uma decomposição de um intervalo I que contém S, chama-se medida interior de S ao limite: lim ,i n n m S J S P e medida exterior lim ,e n n m S J S P . Se i em S m S então S diz-se mensurável e a sua medida (n- dimensional) segundo Jordan é o número i emS m S m S . No caso de 2 a medida dum conjunto é também denominada área e, quando existe, diz-se que o conjunto é quadrável. De uma formar similar, em, 3 a medida é frequentemente chamada volume do conjunto e em caso de existência, diz-se que o conjunto é cubável. Vamos, em seguida, apresentar algumas propriedades com relação à medidas de um conjunto. Continue acompanhar a lição, caro estudante! Proposição: Um conjunto limitado S de n é mensurável- Jordan se e só se a sua fronteira tem a medida nula. Demonstração: Tomemos I um intervalo fechado que contém S e designemos por S a fronteira de S. Então, para qualquer decomposição nP de I, tem-se, , , ,n n nJ S P J S P J S P , , ,n n nJ S P J S P J S P 10 Lição no 1 Se S é mensurável, tem-se, lim , lim , lim , 0n n n n n n J S P J S P J S P . O que significa que 0em S Todavia, como 0 i em S m S , resulta que 0m S . Reciprocamente, se 0em S então lim , 0n n J S P o que resulta que lim , lim ,n n n n J S P J S P ou seja i em S m S , significando, portanto que S é mensurável. Em seguida vamos apresentar alguns exemplos. Acompanhe! Exemplo A medida de um conjunto constituído por um número finito de pontos é igual a zero. Prova: Suponhamos que o conjunto S é constituído apenas por um ponto e seja I um intervalo que contém S. qualquer que seja a decomposição de I que se considere, o ponto só pode, quando muito, pertencer a 2n subintervalo cuja área total tende a zero quando o número de subintervalo de decomposição tender para infinito. Donde por consequência segue que 0em S e portanto 0mS . E assim, como medida da reunião de um número finito de conjuntos com medida nula é nula, segue-se que um conjunto constituído por um número finito de pontos, portanto, tem medida nula. Definição: Uma superfície de R(n) diz-se superfície seccionalmente lisa( ou ainda lisa por secções ou ainda suave por partes) quando pode ser descrita por n funções 1 1( )x f t , 2 2 ( )x f t , ( )n nx f t contínuas e com derivada contínua num intervalo ,a b , excepto num número finito de pontos nos quais, todavia existem as derivadas laterais. Caríssimo estudante, a definição anterior cria condições para se enunciar a seguinte proposição Curso de licenciatura em Ensino Matemática 11 Proposição: Uma superfície seccionalmente lisa de R(n) tem medida n- dimensional nula. Em particular, toda a superfície lisa tem medida nula. De forma análoga, demonstra-se que 2 , tem a medida toda a curva lisa ( )y f x , a x b ou ( )x x t , ( )y y t , a x b . Observe que a conjugação das duas proposições anteriormente apresentadas resulta na seguinte proposição Proposição: Uma região S de R(n) com fronteira seccionalmente lisa é mensurável- Jordan. Sumário Nesta lição foi apresentada a introdução do cálculo integral em R(n), onde se destaca as medidas de um conjunto em R(n) Exercícios Auto-avaliação Por ser uma lição basicamente teórica com carácter introdutório que tem como objectivo principal criar as condições para aprendizagem das lições subsequentes, não serão apresentados exercícios de auto - avaliação. 12 Lição no 2 Lição no 2 Integração em intervalos fechados de R(n) Introdução Nesta lição, você vai estudar a integração em intervalos fechados deR(n) onde se vai destacar a definição do integral múltiplo segundo Riemann. Esta lição pode ser estudada em 1 hora e 30 minutos, incluindo a resolução de exercícios. Ao completar a lição, você será capaz de: Objectivos Definir o integral múltiplo; Enunciar as somas de Darboux; Apresentar as condições de integrabilidade. Na lição anterior, você aprendeu as medidas de um conjunto. A seguir, vai aprender os pressupostos fundamentais para a integração em intervalos de R(n). Acompanhe! Integração em Intervalos Fechados de R(n) Seja 1 2( ) ( , , , )nf x f x x x uma função definida e limitada no intervalo fechado I de R(n), definido pelos pontos 1 2( , , , )na a a a e 1 2, , nb b b b . Se para cada um dos intervalos unidimensionais ,i ia b , 1, 2, ,i n , se considerar uma partição iP em in subintervalo, então ao produto cartesiano 1 2 nP P P P , chama-se uma partição P do intervalo n-dimensional I. O intervalo I fica nessas condições decomposto em 1 2 .... nK n n n de subintervalo n-dimensionais que designaremos genericamente por iI com 1, 2, ,i k . Curso de licenciatura em Ensino Matemática 13 Na figura representa-se uma partição do intervalo I de 2 definida pelos pontos 1 2( , )a a a e 1 2,b b b resultante da partição 1P de 1 1,a b em 7 subintervalos e da partição 2P 2 2,a b em 5 subintervalos. Nota: Uma partição P do intervalo I diz-se mais fina que a partição P, ou que é um refinamento de P, quando P P Caro estudante, o conjunto de todas as partições possíveis de I representar-se-á por ( )P I . Ao máximo dos diâmetros de todos os subintervalos determinados por uma partição P chama-se norma dessa partição e representa-se por P . A seguir, apresentamos a definição da soma de Riemann. Acompanhe! Definição1: seja f uma função definida e limitada no intervalo fechado de I de n . Se P é uma partição de I em k subintervalos 1I , 2I , , kI e em cada um destes se tomar um ponto arbitrário i it I 1,2,3, ,i k a soma da forma 1 1 , , ( ) k i if P Q f t mI chama-se soma de Riemann da função f relativa à partição P considerada e ao conjunto Q dos pontos it escolhidos. A seguir apresentamos a definição do integral múltiplo segundo Riemann Definição2: seja f uma função definida e limitada no intervalo fechado de I de n . Diz-se que f é integrável a Riemann no intervalo I se existe um número 1 2( , )a a 1 2,b b x y 14 Lição no 2 real A tal que para todo 0 existe uma partição P de I tal que para toda a partição P mais fina do que P é , ,f P Q A .O número A chama-se então o integral de Riemann de f sobre o intervalo I e representa-se por 1 2 1 2( , , )n n I A f x x x dx dx dx . Pode-se também dizer que o integral de f sobre o intervalo I é o limite das somas de Riemann , ,f P Q quando a norma de partição tende para o zero, e escreve-se 1 2 1 2 0 lim , , ( , , )n n P I f P Q A f x x x dx dx dx . O integral diz-se múltiplo sempre que 1n , mas, quando 2n ou 3n utiliza- se normalmente as designações Integral duplo e triplo respectivamente e escreve- se ( , ) I f x y dxdy e ( , , ) I f x y z dxdydz Proposição: Se existir o integral, ele único. Demonstração: De facto se tanto A como A fossem integrais de f sobre I , então para todo 0 existiria uma partição P tal que, para qualquer partição P mais fina que P , seria simultaneamente: , , 2 f P Q A e , , 2 f P Q A e portanto, , , , ,A A A f P Q f P Q A , , , , 2 2 f P Q A f P Q A e, como A épsilon é arbitrário, necessariamente A A Curso de licenciatura em Ensino Matemática 15 Somas de Darboux Caro estudante, como a função f que se está a considerar é, por hipótese, limitada no intervalo I, então o conjunto dos seus valores em cada subintervalo iI de qualquer partição de I admite ínfimo e supremo que representaremos por inf i i I m f f e sup i i I M f f , respectivamente. Definição: Chama-se soma superior de Darboux de f no intervalo I , relativa a uma dada partição P de I , à soma 1 ( , ) k i i i S f P M f mI e soma inferior de darboux à soma 1 ( , ) k i i i s f P m f mI Nota Sendo limitadas inferiormente, as somas superiores admitem ínfimo, que se denomina Integral superior de f no intervalo I e representa-se por 1 2 1 2( ... ) inf ( , ) :n n I A f x x x dx dx dx S f P P P I . De forma análoga, por serem limitadas superiormente, as somas inferiores admitem supremo que se denomina integral inferior de f no intervalo I e se representa por, 1 2 1 2... ( ... ) sup ( , ) :n n I A f x x x dx dx dx S f P P P I Em seguida, apresentamos algumas condições de integrabilidade de integrais múltiplos. Continue acompanhando, caro estudante! Condições de Integrabilidade de Integrais Múltiplos. Veja que algumas condições necessárias e suficientes para que uma função seja integrável num intervalo fechado. Proposição: Uma condição necessária e suficiente para que uma função seja integrável à Riemann no intervalo fechado I de R(n) é que sejam iguais os respectivos integrais inferior e superior, isto é A = A 16 Lição no 2 Demonstração: Se f é integrável então existe um número real A tal que, qualquer que seja 0 , é possível escolher uma partição P de I , de modo que para qualquer partição P mais fina e quaisquer it e it de iI se tenha: 1 ( ) 3 k i i i f t mI A e 1 ( ) 3 k i i i f t mI A . Combinando as duas desigualdades tem-se: 1 2 ( ) ( ) 3 k i i i i f t f t mI Como ( ) sup ( ) ( )i iM f m f f t f t em iI , qualquer que seja 0h é possível escolher it e it de modo que ( ) ( ) ( )i iM f m f f t f t h . Ora, tomando 3 h mI vem: 1 , , ( ) ( ) k i i S f P s f P f t f t mI 1 1 ( ) ( ) k k i i i i f t f t mI h mI Portanto, dado 0 existe uma partição P tal que para P mais fina é , ,S f P s f P e por consequência: , ,A S f P s f P A . Como é arbitrário, resulta que A A . Mas o integral inferior nunca excede o integral superior, também se verifica a desigualdade oposta, segue-se que A A Caro estudante, vejamos o seu recíproco: Se o integral inferior é igual ao integral superior, isto é A A , então a função é integrável Demonstração: Tomando 0 , vamos escolher uma partição P do intervalo I de modo que para toda a partição P mais fina do que P seja ,S f P A . De forma análoga, vamos escolher uma partição P tal que se tenha para toda a partição P mais fina do que P , ,s f P A . Curso de licenciatura em Ensino Matemática 17 Seja P a reunião das partições P e P , isto é P P P . Para qualquer partição mais fina do que P tem-se: , , , ,A s f P f P Q s f P A . Como A A , designando por A o seu valor comum pode, portanto, escrever- se , ,A f P Q A ou seja , ,f P Q A , para P mais fina do que P , o que significa que, 1 2 1 2 0 lim , , ... ( , ... ) ....n n P I f P Q A f x x x dx dx dx , o que prova que, de facto, existe o integral de Riemann de f em I e é igual ao valor comum A dos integrais inferior e superior. Caríssimo estudante, uma vez apresentada a demonstração da propriedade anterior, vamos em seguida apresentar um corolário, cuja demonstração é consequência da anterior. Corolário: Uma condição necessária e suficiente para que umafunção limitada f seja integrável a Riemann no intervalo fechado I que para cada 0 exista uma partição P do intervalo I tal que , ,S f P s f P para qualquer partição P mais fina que do que P . Proposição: Uma função contínua num intervalo fechado é integrável à Riemann nesse intervalo. Demonstração: Seja f contínua no intervalo fechado I . Como a continuidade em intervalo fechado uniforme então, escolhido 0 , existe 0 tal que 2 f x f x mI para quaisquer x e x tais que x x . Se P for uma partição do intervalo de norma inferior a , ter-se-á então para qualquer partição P mais fina do que P , 2 i iM f m f mI Multiplicando esta desigualdade pela medida do subintervalo iI e adicionando vem, 18 Lição no 2 1 12 k k i i i i i i M f m f mI mI mI ou seja, , , 2 S f P s f P , o que mostra que é satisfeita a condição de Riemann e, portanto, a função é integrável. Sumário Nesta lição, foram apresentados, basicamente, os pressupostos da integração em intervalos fechados, com destaque para a definição de integrais múltiplos, condições de Darboux e as condições de integrabilidade. Exercícios Auto-avaliação O carácter desta lição que você acaba de estudar, não difere da lição nº 1. Sendo assim, também não serão apresentados exercícios de auto - avaliação, contudo, aconselhamos a uma leitura cuidadosa das proposições e definições apresentadas visto que serão pressupostos fundamentais nas lições posteriores. Curso de licenciatura em Ensino Matemática 19 Lição no 3 O Integral duplo Introdução Nesta lição, você vai estudar os integrais duplos, concretamente o cálculo de integrais sucessivos, é uma lição que lhe vai proporcionar as técnicas de cálculo deste tipo de integrais, em extensão dos integrais simples. É uma lição que pode ser estuda em duas horas. Ao completar a lição, você será capaz de: Objectivos Definir o integral duplo; Calcular os integrais duplos por integração parcial. . Caro estudante, a definição de integrais múltiplas já foi apresentada na lição nº 2. A seguir, acompanhe o caso em que a medida de intervalo é área, isto é, quando 2n Integral Dupla Vamos considerar uma função ( , )z f x y definida numa região fechada e limitada R do plano xy , como mostra a figura x y ( , )z f x y R z 20 Lição no 3 Traçando rectas paralelas aos eixos dos x e dos y, respectivamente recobrimos a região R por pequenos rectângulos (figura (a)) Consideremos, simplesmente os rectângulos kR que estão totalmente contidos em R, enumerando-os de 1 até n . Em cada rectângulo kR escolhemos um ponto arbitrário ,k kx y e formemos a soma 1 , n k k k k f x y A (1), onde k k kA x y é área do rectângulo kR Suponhamos, agora, que mais rectas paralelas aos eixos dos x e dos y são traçadas, tornando as dimensões dos rectângulos cada vez menores, como mostra a figura (b). Fazemos isso de tal maneira que o diâmetro máximo dos rectângulos kR tende para zero quando o n tender para o infinito. Nessa situação, se 10 lim , n k k k n kp f x y A Existe, ele é chamado integral duplo de ( , )f x y sobre a região R. Denota-se por 10 lim , ( , ) ( , ) n k k k n k R Rp f x y A f x y dA f x y dxdy y (a) x R (b) x y R Curso de licenciatura em Ensino Matemática 21 Caro estudante, uma vez definido integral duplo, na sua particularidade, vai, como é óbvio, ser apresentado em seguida, o sentido geométrico do integral duplo a semelhança ao que se fez em integrais simples (veja o módulo sobre o cálculo integral em R). Continue a acompanhar! Interpretação Geométrica do Integral Duplo Suponhamos que ( , )z f x y seja maior ou igual a zero sobre R, observando a figura seguinte, podemos observar que o produto ,k kf x y A , representa o volume de um prima recto, cuja base é o rectângulo kR e cuja altura é a função ,k kf x y . A soma de Riemann 1 , n k k k k f x y A representa uma aproximação do volume da porção do espaço compreendido abaixo do gráfico de ( , )z f x y e a cima da região R do plano xy . Se ( , ) 0f x y , o integral ( , ) R f x y dxdy representa o volume do sólido delimitado superiormente pelo gráfico de ( , )z f x y , inferiormente pela região R e lateralmente pelo “cilindro” vertical cuja base é o contorno de R. ( , ) R V f x y dA Caro estudante, uma vez apresentada a interpretação geométrica do integral duplo, apresentamos em seguida as propriedades do mesmo. Acompanhe! x y ( , )z f x y R z ,k kz f x y ,k kx y 22 Lição no 3 Propriedades do integral duplo 1. ( , ) ( , ) R R kf x y dA k f x y dA , para todo k real. 2. ( , ) ( , ) ( , ) ( , ) R R R f x y g x y dA f x y dA g x y dA 3. Se ( , ) ( , ), , ( , ) ( , ) R R f x y g x y x y R f x y dA g x y dA 4. Se ( , ) 0f x y para todo (x,y) pertencente a região R, então ( , ) 0 R f x y dxdy Se a região R é composta de duas sub-regiões 1R e 2R que não têm pontos comuns, excepto, possivelmente os pontos da sua fronteira então 1 2 ( , ) ( , ) ( , ) R R R f x y dA f x y dA f x y dA . Depois das propriedades dos integrais duplos, a seguir vai aprender o cálculo dos mesmos, começando com a integração sucessiva. Cálculo dos Integrais Duplo Integração sucessiva O cálculo das integrais duplas é mais facilmente efectuado por integração parcial sucessiva, que é a inversa da derivação parcial. Isto é, para calcular um integral duplo, integra-se primeiro uma função de duas variáveis independentes com relação a uma delas, enquanto a outra é mantida constante. O resultado desta integração parcial é, então, integrado com relação à outra variável. Para isto, a integral dupla ( , ) R f x y dydx ou ( , ) R f x y dydx onde a e b são constantes, pode ser escrita como a integral iterada ( ) ( ) ( , ) g xb a h x f x y dy dx . Para calcular esta expressão, primeiro a função ( , )f x y é integrada parcialmente em relação a y e calculada para os limites apropriados. Do mesmo modo, Curso de licenciatura em Ensino Matemática 23 ( ) ( ) ( , ) g yb a h y f x y dxdy ou ( ) ( ) ( , ) g yb a h y f x y dx dy é integrada primeiro parcialmente, com relação a x, e, em seguida, com relação a y. Caro estudante, observe que se a ordem de integração for invertida, devem ser determinados novos limites de integração, isto é, ( ) ( ) ( ) ( ) ( , ) ( , ) g x g xb b a h x g x a f x y dydx f x y dydx . Os limites de integração devem envolver apenas variáveis em relação às quais a integração ocorre subsequentemente, e os limites integração precisam de ser reescritos desta forma. Assim ( ) ( ) ( ) ( ) ( , ) ( , ) g x m yb d a h x c n y f x y dydx f x y dxdy onde os novos limites de integração são determinados de maneira que, por exemplo, se ( )y g x então ( )x m y . Para funções de mais de duas variáveis, este processo pode ser generalizado usando integrais múltiplas. Exemplo Calcular o integral 1 1 0 0 xy x y dxdy Resolução: 1 1 1 1 1 1 2 2 0 0 0 0 0 0 11 2 3 2 0 0 3 2 xy x y dxdy xy x y dx dy x y xy dx dy y x x y dy 11 2 2 3 0 0 1 3 2 6 6 3 y y y y dy . Vamos apresentar mais um exemplo. Acompanhe! Calcular o integral 2 1 0 / x x x ydydx 24 Lição no 3 Resolução:2 2 2 2 1 1 1 1 11 1 1 12 2 2 2 2 0 0 0 0 / . 2 xx x x x x x x x x ydydx dy dx x y dy dx x y dx y 11 3 5 22 2 0 0 4 1 2 2 5 5 x x dx x x Antes de resolver os exercícios, apresentamos, em seguida, algumas actividades que lhe irão ajudar a desenvolver as suas habilidades de cálculo. Actividades Calcular os seguintes integrais: a) 2 1 0 0 2x y dxdy b) 4 2 1 1 x y dydx y x Chave de correcção a) 4 b) 21 ln 2 2 Sumário Nesta lição, você aprendeu a definição do integral duplo, em particular, também aprendeu a integração parcial. Curso de licenciatura em Ensino Matemática 25 Exercícios Auto-avaliação Caro estudante, em seguida presentamos os exercícios de auto -avaliação, para que possa consolidar as técnicas de cálculo de integrais sucessivos. 1. Calcular os seguintes integrais a) 21 0 0 x y xe dydx b) 21 1 1 2 2 2 0 0 1 x x y dydx c) 21 2 1 y y x ydxdy d) 22 1 0 1 x xy dydx e) 1 1 1 1 1 x x x y dydx f) 3 2 2 2 0 1 x y xy dxdy g) 4 2 2 3 1 dxdy x y h) 21 1 2 2 0 0 1 x x y dydx i) 21 0 0 x y xe dydx j) 1 cos 2 0 1 a r sen drd Chave de correcção Exercício 1: a) 1 2 b) 6 b) 14 15 c) 91 12 e) -4 f) 24 g) 25 ln 24 h) 6 i) 1 2 j) 34 3 a 26 Lição no 4 Lição no 4 Integração em Regiões Generalizadas Introdução Nesta lição, você vai estudar os integrais duplos, concretamente o seu cálculo em regiões mais generalizadas, esta lição vão levar -lhe a calcular os integrais em regiões não rectangulares. Esta lição pode ser estudada em duas horas e meia, incluindo a resolução de exercícios. Ao completar a lição, você será capaz de: Objectivos Calcular os integrais duplos em regiões mais generalizadas. . Estimado estudante, se a função a ser integrada não tem os limites previamente colocados, devemos representar as funções que determinam a região de integração, graficamente. 1º Caso: A região R é do tipo I: a x b e 1 2( ) (f x y f x A figura abaixo caro estudante, ilustra esse caso. R x y 2 ( )y f x 1( )y f x a b Curso de licenciatura em Ensino Matemática 27 Neste caso o integral duplo ( , ) R f x y dydx é calculado através da seguinte integral iterada 2 1 ( ) ( ) ( , ) ( , ) f xb R a f x f x y dxdy f x y dy dx Apresentamos, em seguida, um exemplo. Acompanhe! 28 Lição no 4 Exemplo Calcular R x y dxdy , onde R é o domínio limitado pelas curvas 2y x e 2y x Calcular Resolução. Vamos começar por representar a região de integração graficamente y = 2x Assim, os limites de integração serão aqueles que limitam a área a tracejada. Desta forma: 0 2x e 2 2x y x Nesta condição teremos 2 2 22 2 2 2 0 0 2 xx R x x y x y dxdy x y dy dx xy dx = 2 2 2 4 0 1 2 4 2 x x x x x dx 2 2 2 3 2 4 2 3 4 0 0 2 3 4 5 0 1 1 2 2 4 2 2 4 1 1 52 3 4 10 15 x x x x dx x x x dx x x x 2 4 2y x 2y x Curso de licenciatura em Ensino Matemática 29 2º Caso: A região R é do tipo II: c y d e 1 2(y) (y)g x g A figura abaixo, ilustra esse caso. Observe! Nesse caso, de modo análogo ao 1º caso, temos 2 1 ( ) ( ) ( , ) ( , ) g yd R c g y f x y dxdy f x y dx dy Para uma melhor percepção, tomemos o exemplo anterior, bastando, para tal, inverter a ordem de integração, isto é, integrar primeiro em ordem a x e depois em ordem a y Assim, devemos usar como limites: 2 y x y e 0 4y . Assim o integral fica: 4 4 42 2 0 0 0 22 1 2 2 4 2 yy yyR x y y x y dxdy x y dx dy yx dy y y y dy = 4 4 32 2 2 2 0 0 1 1 5 2 8 2 2 8 y y y y y dy y y y dy = 452 3 2 0 5 2 5.64 2.32 40 64 52 4 4 4 24 5 24 5 3 5 15 y y y Como pode observar, obtemos o mesmo resultado c y x 2 ( )x g y R 1( )x g y d 30 Lição no 4 Exemplo 2 Calcular 2 R x y dA , onde R é a região limitada pelas parábolas 22y x e 21y x Chave de correcção Resolução: Vamos representar, em primeiro lugar, o gráfico que representa o domínio. Trata- se de duas funções quadráticas, que julgamos não haver dificuldades para construir. Acompanhe! Observe que as parábolas se intersectam quando 2 22 1x x , ou seja 1x . Note que a região é do tipo I e podemos escrever que, 2 2, : 1 1, 2 1D x y x x y x Como a fronteira abaixo é parábola 22y x e a cima 21y x o integral fica: 2 2 1 1 1 2 2 2 x R x x y dA x y dydx 2 2 2 2 1 1 1 12 2 1 12 2 x x x x x y dy dx xy y dx 1 2 22 2 2 2 1 1 1 2 2x x x x x x dx 1 4 3 2 1 3 2 1x x x x dx 5 4 2 13 1 2 3 5 4 3 2 x x x x x 32 15 Caro estudante Vamos apresentar mais um exemplo onde, desta vez, teremos uma região do tipo II. 2 -1 1 1 2 x y 2y 1 x 22y x Curso de licenciatura em Ensino Matemática 31 Exemplo 3 Calcular D xydA , onde D é a região limitada pela recta 1y x e pela parábola 2 2 6y x Comecemos por apresentar geometricamente o domínio D. Observe que a parábola 2y 2 6x e a recta 1y x se intersectam quando 2 1 2 6x x , ou seja 1x ou 5x . Assim, a intersecção é nos pontos 5, 4 e 1, 2 . Note que a região é do tipo II e podemos escrever que, 2 1 , : 1 4, 3 1 2 D x y y y x y D xydA 2 2 114 4 2 1 1 32 23 2 2 1 2 yy y y xydxdy y x dy 24 2 2 1 1 1 1 3 2 2 y y y dy 4 3 2 5 3 2 1 1 2 3 9 2 4 y y y y y y dy = 4 5 3 2 2 1 1 4 2 8 2 4 y y y y dy 4 6 4 3 2 2 1 1 2 4 2 24 3 y y y y 1 4096 256 128 64 16 64 16 16 2 24 1 3 24 3 = 1 4032 144 192 2 24 3 = 1 512 144 192 2 3 3 1 368 192 2 3 1 368 576 208 104 2 3 6 3 Caro estudante, quando fizemos a interpretação geométrica do integral duplo dissemos que ele representa o volume do sólido delimitado superiormente pelo gráfico de ( , )z f x y , inferiormente pela região R e lateralmente pelo 5 6 -3 6 4 -2 32 Lição no 4 “cilindro” vertical cuja base é o contorno de R. veja, em seguida, o exemplo do cálculo de volume. Exemplo Determinar o volume do tetraedro limitado pelos planos 2 2x y z , 2x y , 0x e 0z . Solução: caro estudante, numa questão como esta, é prudente desenhar dois diagramas: um no plano tridimensional e outo da região R sobre o qual o sólido se encontra. A figura1 mostra o tetraedro T limitado pelos planos coordenados 0x , 0z , plano vertical 2x y e plano 2 2x y z . Como 2 2x y z interceptao plano xy (cuja equação é 0z ) na recta 2 2x y , vemos que T está acima da região triangular R no plano xy limitado pelas rectas 2x y , 2 2x y e 0x (Veja a Figura 2). O plano 2 2x y z pode ser escrito como 2 2z x y , então o volume pedido está sob o gráfico da função 2 2z x y e a cima , : 0 1, 1 2 2 x x D x y x y Portanto, 1 1 2 0 2 2 2 2 2 x xR v x y dA x y dydx 1 1 2 2 20 2 x y x y y xy y dx 21 2 4 0 2 1 1 2 2 2 4 x x x x x x x dx T x y z ( 0 , 1 , 0 ) 1 (1 , , 0 ) 2 2x y z 2x y T (0, 0, 2) Figura 1 1 ( 1 , ) 2 2 2x y R y Figura 2 2 x y Curso de licenciatura em Ensino Matemática 33 11 3 2 2 0 0 1 2 1 3 3 x x x dx x x Antes de iniciar com a resolução de exercícios, resolva a seguinte actividade Actividade 2 R ydxdy , R a região delimitada por 2y x e 3 2y x Chave de correcção j 4 5 Sumário Nesta lição você aprendeu o cálculo de integrais duplos em regiões mais generalizadas e aplicação da interpretação geométrica dos integrais duplos no cálculo de volumes. 34 Lição no 4 Exercícios Auto-avaliação Em seguida, vamos apresentar os exercícios de auto-avaliação, para que possa consolidar o cálculo de integrais duplos. 1. Calcule os seguintes integrais nos domínios indicados a) D xdxdy , Sendo D o domínio delimitado por y x , 4y x e 3 5 2 2 y x b) 2 2 D x y dxdy , onde D é o triângulo com vértices nos pontos 0,0 1, 1 1,1e c) 2 2 D xdxdy dxdy x y , onde D é o segmento parabólico limitado pela parábola 21 2 y x e pela recta y x . d) cos R x ydA onde R é limitado 20 , , 1y y x x e) 3 R y dA R, é a região triangular com vértice 0,2 1,1 e 3,2 f) 2 R x y dA R é limitada pelo círculo de raio igual a 2. g) 8 R x y dxdy onde R é a região delimitada por 2y x e 4y h) 2 2 R x y dxdy , onde R é limitado por y x 4x e 0y i) 2 2 R x dxdy y R é a região delimitada por 1 ,y x y x e 2x 2. Inverter a ordem de integração a) 4 2 0 0 ( , ) y f x y dxdy b) 2 3 1 0 ( , ) x x f x y dydx c) 2 1 0 ( , ) xe f x y dydx Curso de licenciatura em Ensino Matemática 35 d) 23 2 3 1 0 ( , ) x x f x y dydx 3. Determine o volume do sólido. a)Abaixo do plano 2 0x y z e acima da região limitada por y x e 2y x b) Abaixo da superfície z xy e acima do triângulo com vértices em 1,1 , 4,1 e 1,2 c) Limitado pelos planos 0 , 0 , 0x y z e 1x y z d) Delimitado pelos cilindros 2z x , 2y x e pelos planos 0z e 4y . 4. Calcule o integral trocando a ordem de integração a) 2 1 3 0 3 x y e dxdy b) 2 3 9 2 0 cos y y x dxdy c) 1 2 2 0 cos 1 cos arcseny x x dxdy Chave de correcção Exercício 1: a) 0 b) 6 c) ln 2 d) 1 cos1 2 e) 147 20 f) 0 g) 896 15 h) 4288 105 i) 9 4 Exercício 2: a) 2 4 0 2 ( , ) x f x y dydx b) 31 0 ( , ) y y f x y dxdy c) 22 2 0 1 0 ln ( , ) ( , ) e e y f x y dxdy f x y dxdy d) 1 44 0 1 4 ( , ) y y f x y dxdy Exercício 3: a) 7 18 b) 31 8 c) 1 6 d) 128 15 Exercício 4 a) 9 1 6 e b) 1 81 4 sen c) 2 2 1 3 36 Lição no 5 Lição no 5 Integrais duplos em Coordenadas Polares Introdução Nesta lição, você vai estudar o cálculo dos integrais duplos em coordenadas polares, trata-se de um método muito eficiente na resolução de exercícios que envolvem círculos. Esta lição pode ser estudada em duas horas e meia, incluindo a resolução de exercícios. Ao completar a lição, você será capaz de: Objectivos Trocar variáveis em integrais duplos; Calcular os integrais duplos em coordenadas polares. Caro estudante, antes de estudar a mudança em coordenadas polares, vamos apresentar, em seguida, a maneira como é feita a troca de variáveis em integrais duplos. Esse tratamento, também é extensivo para outro tipo de integrais que serão objecto de estudo neste módulo. Continue acompanhando. Mudança de Variáveis em Integrais duplos Na integração de funções de uma variável, a fórmula de mudança de variável ou substituição é usada para transformar um integral dado em um ouro mais simples. Temos ( ) ( ) ( ) b d a c f x dx f g t g t dt onde ( )a g c e ( )b g d . Quando utilizamos essa fórmula para calcular um integral definido, a mudança de variável vem acompanhada por correspondente mudança de limites de integração. Para integrais duplos, podemos utilizar um procedimento análogo. Através de mudança de variáveis, ( , )x x u v e ( , )y y u v (1). Curso de licenciatura em Ensino Matemática 37 Uma integral dupla sobre uma região R do plano xy pode ser transformada numa integral dupla sobre a região R do plano uv . Geometricamente, podemos dizer que as equações (1) definem uma aplicação ou transformação que faz corresponder pontos ( , )u v do plano xy . Através dessa aplicação, a região Rdo plano uv é aplicada sobre a região R do plano xy. Veja a figura abaixo. Se a transformação leva pontos distintos de R em pontos distintos de R, dizemos que ela é uma aplicação de um para um. Nesse caso, a correspondência entre R e R é bijectiva, e podemos retornar de R para R através da transformação inversa ( , )u u x y e ( , )v v x y (2). Considerando que as funções em (1) e (2) são contínuas, com derivadas parciais contínuas em R e R, respectivamente, temos: ( , ) ( , ) ( , ), ( , ) ( , ) R R x y f x y dxdy f x u v y u v dudv u v (3) Onde ( , ) ( , ) x y u v é o determinante jacobiano de x e y em relação a u e v, dado por ( , ) ( , ) x x x y u v y yu v u v Observamos que se valem as condições de que, f é continua: As regiões R e R são formados por um número finito de sub-regiões do tipo I ou II; e X=x (u,v) Y=y (u,v) X R v u U V R Y x y 38 Lição no 5 O jacobiano ( , ) 0 ( , ) x y u v em R ou se anula num número finito de pontos de R , a formula (3) é válida. O jacobiano que aparece em (3) pode ser interpretado como uma medida de quanto a transformação (1) modifica a área de uma região. Antes de iniciar o cálculo, apresentamos uma ideia geral sobre as coordenadas polares, pese embora não faça parte deste programa, mas pela sua relevância julgamos oportuno abordar este tópico, mesmo que superficialmente. Coordenadas Polares Um sistema de coordenadas polares representa um ponto no plano por um par ordenado de números chamados coordenados. Escolhemos um ponto no pano conhecido como polo (ou origem) e denominamos O. Então desenhamos um raio (semi-recta) começando em O, chamado eixo polar. Esse eixo é geralmente desenhado horizontalmente para a direita e corresponde o eixo x positivo nas coordenadas cartesianas. Se P for qualquer outro plano, seja r a distância de O a P e seja o triângulo (geralmente medido em radianos) entre o eixo polar e a recta OP veja a figura 1. Daí o ponto P é representado pelo par ordenado ,r e r, denominadas coordenadas polares de P. Usamos a convenção de que um ângulo + e positivo se for medido no sentido anti-horário a partir do eixo polar e negativo se for medido no sentido horário. Se P O então 0r , e concordamos que 0, representao polo para qualquer valor de . Estendemos o significado de coordenadas polares para o caso no qual r é negativo concordando que, como na figura 2, os pontos ,r e ,r estão na mesma recta através de O e estão à mesma distância r a partir de O, mas em lados opostos de O. Se 0r , o ponto ,r está no mesmo plano quadrante que ; se 0r , ele está no quadrante do lado oposto ao polo . Note que ,r representa o mesmo ponto que ,r P ,r r Eixo polar Fig. 1 Curso de licenciatura em Ensino Matemática 39 A relação entre as coordenadas polares e rectangulares pode ser vista a partir da figura 3, no qual o polo corresponde a origem e o eixo polar coincide com o eixo positivo x. se o ponto P tiver coordenadas cartesianas ,x y e coordenadas polares ,r , então a partir da figura temos_ cos x r e y sen r logo: cosx r e y rsen Para se achar o raio r e o triângulo , faz-se a partir do teorema de Pitágoras 2 2 2r x y e y tg x , respectivamente. Integrais Duplas em Coordenadas Polares Suponhamos que queremos calcular o integral duplo ( , ) R f x y dxdy onde R é uma das regiões mostradas nas figuras abaixo. Em qualquer dos casos, a descrição de R é complicada em coordenadas rectangulares, mas a descrição de R fica mais facilitada utilizando-se as coordenadas polares. Na figura1 : , :1 2, 0R r r Na figura 2: , :0 1, 0 2R r r R x y Fig. 1 R Fig. 2 ,r Eixo polar P ,r Fig. 2 x y r P ,r =P 40 Lição no 5 Queremos lembrar que as coordenadas polares ,r de um ponto estão relacionadas com as coordenadas rectangulares ,x y pelas equações: 2 2 2r x y , cosx r e y rsen Como foi visto anteriormente. O determinante jacobiano, nesse caso, é dado por: cos cos( , ) cos( , ) x x rx y r r y y sen rr r e a fórmula (3) pode se expressar por ( , ) cos , cos , R R R f x y dxdy f r rsen r drd f r rsen rdrd Caro estudante, observa que, para fazer com que a transformação anterior seja injectiva considera-se, em geral, apenas regiões do plano r para os quais r e satisfaçam, 0r e 0 2 ou 0r e . Depois da parte teórica acompanhe o seguinte exemplo sobre a mudança para as coordenadas polares. Exemplo 1. Calcular 2 2 R x y dxdy , sendo R o círculo de centro na origem e raio 2. Resolução: Para resolver o integral, vamos utilizar as coordenadas polares. Para isso, devemos identificar a região R , no plano r , que está em correspondência com a região R Na figura (a) abaixo verificamos a região R e a circunferência 2 2 4x y que em coordenadas polares, tem 2r . Recorde que a equação da circunferência é 2 2 2x a y b R R 2 y (a) R 2 y (b) r Curso de licenciatura em Ensino Matemática 41 Para identificar a região r , podemos desenhá-la num plano r ou simplesmente, descrevê-la analiticamente, a partir da visualização da região R no plano xy. Observando a figura (b), vemos que a região R é dada por , : 0 2 ,0 2R r r que nesse caso é um rectângulo no plano r . Resolvendo o integral vem 2 22 2 cos R R x y dxdy r rsen rdrd 2 2 2 2 2 2 0 0 cosr r sen rdr d 2 2 2 2 2 2 0 0 cosr r sen rdr d 22 2 2 3 2 0 0 0 0 3 r r dr d d 2 2 0 0 8 8 16 3 3 3 d 2. Calcular 2 2x y R e dxdy , onde R é a região do plano xy delimitada por 2 2 4x y e 2 2 9x y Resolução Vamos, primeiro, apresentar geometricamente o domínio de existência Em coordenadas polares, as equações das circunferências que delimitam R são dadas por 2r e 3r . 2 2 R R 2 3 42 Lição no 5 , : 2 3 ,0 2R r r logo, 2 2 2 2 2 2cosx y r r sen R R e dxdy e rdrd 2 2 2 3 2 2 2 0 2 0 0 1 2 r re rdr d e d r d 2 32 2 9 4 0 02 1 1 2 2 re d e e d 29 4 9 4 0 1 2 e e e e Caro estudante, para terminar este ciclo de exemplos, vamos apresentar o caso em que o centro da circunferência não se encontra na origem dos eixos. Continue acompanhando! 3. Calcular R ydxdy , sendo R a região delimitada por 2 2 0, 0x y ax a . Resolução: vamos primeiro transformar a circunferencial dada para a forma 2 2 2x a y b R . Assim 2 2 0x y ax 2 2 0x ax y 2 2 2 2 0 2 2 a a x ax y 2 2 2 2 2 a a x y . Esta circunferência tem o centro em , 0 2 a e raio 2 a . Em coordenadas polares, a equação da circunferência que delimita R é dada por: 2 2 2 2 2 a a x y 2 2 2 2cos 2 2 a a r r sen 2 2 2 2 2 2cos cos 2 2 a a r ar r sen 2 cos 0r ar cos 0r r a cosr a y a 2 a Curso de licenciatura em Ensino Matemática 43 Observando o gráfico, pode verificar que: , : 0 cos , 2 2 R r r a Portanto, . R R ydxdy rsen rdrd cos2 2 0 2 a sen r dr d cos 32 2 0 3 a r sen d 3 3 42 2 3 22 cos cos 0 3 3 4 a a sen d Calcular passando pelas coordenadas polares 2 2 R x y dxdy onde R a região delimitada por 2 2 1x y e 2 2 9x y . Chave de correcção 52 3 Sumário Nesta lição você aprendeu a mudança de coordenadas generalizada e o cálculo de integrais duplos em coordenadas polares. x Actividade 44 Lição no 5 Exercícios. Auto-avaliação Terminada a parte teórica vamos apresentar os exercícios de auto-avaliação, resolva-os. Em caso de dificuldades, volte a estudar a lição e os exemplos apresentados. 1. Passando pelas coordenadas polares, calcular os seguintes integrais a) 244 2 2 0 0 y y x y dxdy b) 2 2 2 4 2 4 x x ydydx c) 21 1 1 0 x ydydx d) 2 1 0 0 y y yxydy e) 2 2 1 1 2 2 1 1 1 x x x y dydx f) 2 2 0 y y y xdxdy 2. Calcular 2 22 x y R e dxdy onde R é o círculo 2 2 4x y 3. Calcular R xdxdy sendo a região delimitada por 2 2 4 0x y x 4. Calcular 2 2 R x y dxdy , sendo R a região interna à circunferência 2 2 4x y y e 2 2 2x y y . 5. Calcular R ydxdy , sendo R a região delimitada por y x , 2y x , 24y x . 6.Calcular o volume do sólido acima do plano xy delimitado por 2 24 2 2z x y 7. Calcular o volume do sólido no primeiro octante delimitado por 2y z e pelo cilindro que contorna a região delimitada por 2y x e 2x y Curso de licenciatura em Ensino Matemática 45 Chave de correcção Exercício 1 a) 12 b) 0 c) 2 3 d) 16 e) 2 3 f) 4 2 3 Exercício 2: 8 1 2 e Exercício3: 8 Exercício 4: 45 2 Exercício 5: 4 2 8 5 3 15 Exercício 6: 4 Exercício 7: 31 60 46 Lição no 6 Lição no 6 Aplicações de integrais duplos no cálculo de áreas de figuras planas. Introdução Nesta lição, você vai estudar algumas aplicações dos integraisduplos no cálculo de áreas de figuras planas, bem como na resolução de alguns problemas em física. Esta lição pode ser estudada em 2 horas, incluindo a resolução de exercícios. Ao completar a lição, você será capaz de: Objectivos Calcular as áreas de figuras planas; Calcular o momento da massa em relação ao eixo x e y; Achar o centro da massa. Caro estudante, algumas aplicações dos integrais duplos foram já apresentadas nas lições anteriores, como é o caso do cálculo de volumes. Nesta lição, vai estudar outras aplicações, começando com o cálculo das áreas. Acompanhe! Cálculo de Áreas em Figuras planas Caro estudante, se na expressão ( , ) R f x y dA fizermos ( , ) 1f x y , obtemos R dA , que nos dá a área da região de integração R. se tivermos uma região do tipo I como mostra a figura abaixo, 1( )f x 2 ( )f x R x Curso de licenciatura em Ensino Matemática 47 Podemos escrever 22 1 1 ( )( ) 2 1 ( ) ( ) ( ) ( ) f xf xb b b R a f x a af x dA dydx y f x f x dx Acompanhe o exemplo que se segue. Exemplo 1. Calcular a área da região limitada por 2 1x y e 3x y . Resolução: primeiro apresentamos geometricamente a região delimitada pelas duas funções. Este integral é facilmente resolvível considerando uma região do tipo II Assim: 2, : 2 1 , 1 3R x y y y x y Desta forma, a área pedida é: 2 2 3 31 1 2 21 1 y y R y y dA dxdy dx dy 2 1 1 3 2 1 2 2 (3 1) y y x dy y y dy 1 2 2 2 y y dy 12 3 2 2 2 3 y y y 1 1 8 2 4 2 2 3 3 7 10 7 20 27 9 6 3 6 6 2 3 1 -2 3 1 2 1x y 3x y 48 Lição no 6 2. Calcular a área da região limitada por 3y x , y x e 2 20 3 3 y x Resolução: Afigura abaixo, mostra a região em análise. Observando a região R, verificamos que estamos diante de uma região que deve ser particionada em duas sub-regiões 1R e 2R . Por exemplo, podemos escolher o eixo dos y como fronteira dessas regiões. Então temos, 1 2 20 , : 4 0, 3 3 R x y x x y x 32 2 20 , : 0 2, 3 3 R x y x x y x Desta forma, calculando a área pedida vem: 3 1 2 2 20 2 20 0 23 3 3 3 4 0 x x R R R x x dA dA dA dydx dydx 2 2 0 3 3 y x - 4 -4 8 y 2 x y x 3y x Curso de licenciatura em Ensino Matemática 49 3 0 2 2 202 20 3 33 3 4 0 xx x x y dx y dx 0 2 3 4 0 2 20 2 20 3 3 3 3 x x dx x x dx 20 2 4 4 0 5 20 20 3 3 3 3 4 x x x dx x 0 2 4 5 20 4 40 4 6 3 3 3 x x 40 80 44 84 72 4 4 3 3 3 3 3 Em seguida, apresentamos uma actividade resolva-a. Calcula a área limitada pelas equações 2 2 16x y e 2 4x y Chave de Correcção: 343 12 Sumário Nesta lição, você aprendeu aplicações do integral duplo e no cálculo de áreas de figuras planas. Exercícios Terminada a parte teórica vamos apresentar os exercícios de auto-avaliação, resolva-os. Em caso de dificuldades, volta a estudar a lição e os exemplos apresentados. 1. Calcular a área da região R delimitada pelas curvas 3 , 2 , 0y x x y y 2. Calcular a área da elipse 2 24 4 0x y x 3. Calcular a área da região do 1º quadrante delimitada pelas curvas 2 8 , 6 , 0y ax x y a y 4. Calcular a área da região delimitada por 24y x , y x e 2y x 5. Calcular a área limitada pelas curvas 2 2y x e y x Calcular a área limitada pelas curvas cos ,y x y senx e Actividade 50 Lição no 6 Chave de correcção Exercício 1: 3 4 Exercício 2: 2 Exercício 3: 14 3 Exercício 4: 2 2 2 arctag Exercício 5: 1 15 Exercício 6: 1 35 Em seguida, vamos apresentar algumas aplicações na área de física. Continue acompanhando a lição, caro estudante. Curso de licenciatura em Ensino Matemática 51 Lição no 7 Aplicações de integrais duplos na física Introdução Nesta lição, você vai estudar algumas aplicações de integrais duplos na resolução de alguns problemas em física. Esta lição pode ser estudada em 2 horas, incluindo a resolução de exercícios. Ao completar a lição, você será capaz de: Objectivos Calcular o momento da massa em relação ao eixo x e y; Achar o centro da massa. . Aplicações Físicas Usando as integrais duplas, podemos encontrar a massa, o centro da massa e o momento da inercia de uma lâmina plana não homogénea, com a forma de uma região R e com densidade de área em um ponto ,x y de R dada pela função contínua ,x y . Para encontrar a massa total da lâmina, vamos fazer uma partição como foi feito na definição do integral duplo. Seja kR um rectângulo genérico dessa partição com área kA . Um valor aproximado da massa desse rectângulo pode ser expresso por ,k k kx y A , onde ,k kx y é um ponto qualquer do rectângulo kR . Um valor aproximado da massa total da lâmina pode ser expresso pela soma de Riemann da função ,x y sobre R: 1 , n k k k k x y A . (1) 52 Lição no 7 A massa total da lâmina é definida pelo limite da soma (1) quando n e a diagonal (diâmetro) máxima dos kR tende para zero: 1 lim , n k k k n k M x y A ou , R M x y dA (2) O momento da massa do k- ésimo rectângulo em relação ao eixo é dado por ,k k k ky x y A . Assim, o momento de massa em relação ao eixo x é dado por 1 lim , n x k k k k n k M y x y A ou ,x R M y x y dA (3) Analogamente, obtêm-se o momento de massa em relação ao eixo y. ,y R M x x y dA (4) O centro de massa, denotado por ,x y é definido por, yMx M e x M y M (5) Outro conceito muito usado nas aplicações físicas é o de inercia, que pode ser interpretado como uma medida da capacidade do corpo de resistir a aceleração angular em torno de um eixo L. Momento de inércia em relação ao eixo x é, 2 ,x R I y x y dA (6) Momento de inércia em relação ao eixo y é, 2 ,y R I x x y dA (7) Momento de inércia polar é dado por 2 20 , R I x y x y dA (8) Observe que Curso de licenciatura em Ensino Matemática 53 Os valores 2y , 2x e 2 2x y são “ distâncias ao quadrado”, como mostra a figura. 2 kx Quadrado da distância de kP ao eixo y; 2 ky Quadrado da distância de kP ao eixo x ; 2 2 k kx y Quadrado da distância de kP a origem Em seguida, apresentamos um exemplo de uma aplicação em física. Continue acompanhando, caro estudante: Exemplo 1. Determinar o centro da massa de uma chapa homogénea formada por um quadrado de lado 2a , encimado por um triângulo isósceles que tem por base o lado 2a e por altura a . Resolução: Vamos primeiro desenhar a chapa alocada num sistema de coordenadas, como mostra a figura abaixo. Como a chapa é homogénea e está alocada simetricamente em relação ao eixo dos y, vamos trabalhar somente com a metade da região descrita ky y x kx kP 3a a 2a a x y 3y a x 3a a 2a a -a x y 54 Lição no 7 , : 0 , 0 3R x y x a y a x Vamos, inicialmente calcular a massa total da chapa, usando a fórmula dada e considerando a densidade linear ,x y k , pois a chapa é homogénea. Assim
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